Observatório Alviverde

17/03/2014

A ENTREGA DE UM JOGO É SIMPLES QUESTÃO DE ÓTICA, NÃO DE ÉTICA!



Proponho neste post, que você julgue a conduta do SPFC, tipificada pela mídia como uma entrega de jogo para desclassificar o CU-ríntia da fase final do Paulistão.

Você pode, perfeitamente,  julgar os fatos, ainda que sob hipótese, em razão de tantos antecedentes similares...

Começo dizendo que, fosse o Palmeiras o protagonista do polêmico episódio de ontem no futebol paulista, aquele em que grande parte da mídia rotula e define como "entrega do jogo do São Paulo para o Ituano", o escândalo repercutiria tonitruante, estrondosamente, escandalosamente...

Por semanas a fio, seria debatido com ênfase em todos os programas esportivos, mormente os televisivos, e deixaria de ter a camuflante cortina de fumaça da dissimulação a minimizá-lo ou a antecipar-lhe o fim. Sou convicto de que, fosse o Palmeiras, o assunto repercutiria, minimamente, até o próximo carnaval.
 
Ah, antes que eu esqueça, deixe-me sublinhar que -fosse o Verdão o envolvido ou o protagonista da história- os Milton Neves da vida, os Jucas, os Trajanos, os Prados e as chamadas lideranças jornalísticas elevariam o tom da discussão e das críticas a descontrolados decibéis e anarquizariam, dura, irreverente e implacavelmente, o Palmeiras, sua diretoria e sua torcida!

Para esse mister contariam com o auxílio luxuoso -eu diria melhor, incestuoso e escandaloso- dos ex jogadores, sobretudo os curicanos, que invadiram e poluem a mídia -a que ponto de baixaria e sordidez chegou a minha profissão- e ocupam, indevidamente, criminosamente, postos de trabalho que por ética -já não sei mais se por lei e direito- teriam de ser e pertencer aos autênticos jornalistas.

Ao mesmo tempo em que dizemos,"muito obrigado", Osmar Santos, "somos-lhe, eternamente, gratos", Sr. do Valle pelo muito que fizeram pela classe, colocamos no ar a seguinte questão: por tudo o que foi escrito no parágrafo anterior, como podem ex-curicanos, hunos invasores, falar em ética ou cobrá-la de alguém? Só no Brasil, mesmo!

Mas a culpa maior, é óbvio, é da própria classe dos radialistas e jornalistas esportivos, fraca, anêmica, desunida, total e completamente desprovida de força moral ou espiritual, sem o menor poder de união e, principalmente de mobilização e arregimentação!

A propósito, pode-se afirmar, sem medo de incorrer em erros, que vigora,  na classe dos cronistas esportivos, -onde predominam o egocentrismo e o individualismo-  a "lei de Murici, eu cuido de mim, você cuida de sí"?

O que temos no ar hoje é uma televisão vulgar, de conteúdo esportivo comprometido, fraquíssimo, -inclua-se a poderosa Globo- como que voltada, exclusivamente ao vulgo, a alienados e a desequilibrados mentais!

Trata-se de um subproduto da incúria, da negligência, do desleixo e da omissão das entidades de classe -leia-se, os sindicatos- onde continuam prevalecendo os pelegos, -são poucas as exceções- muito mais interessados em preservar os empregos e a própria pele em conluio com a classe patronal,  do que em resolver as premências e necessidades de uma classe operária que rui e se esfacela a cada dia, inerte, impotente e indefesa, sem a mínima capacidade de ação ou reação ante aqueles que colimam destruí-la!

Após quase dois anos -por um descuido meu, que por estar no cpu, longe do controle remoto, não mudei de canal após o jogo Curica e Penapolense- tive o desprazer de voltar a ver e ouvir o histrião Neves.

Mesmo decorrido tanto tempo, verifiquei e constatei que ele não mudou nada em sua atitude profissional e continua quadradíssimo, provincianíssimo, repetindo de forma monótona, como se fosse um cantochão, as mesmas piadas e situações de seu tempo de Jovem Pan, dando alôs aos mesmos amigos e conterrâneos e abordando temas da região em que nasceu que nada têm a ver com futebol...

A Band tem direção artística? Ou é casa de mãe joana -certamente é- em que o sujeito vai à frente das câmeras para arrotar que "asfaltou a rodovia tal e qual, que vai, agora asfaltar a outra, como se ele, de fato e de direito, tivesse semelhante poder e influência?"

Quando se vê um Neto -de baixíssimo nível técnico como cronista, uma espécie de Kajuru mais contido, só na forma, não no conteúdo (Kajuru é anos-luz mais inteligente)- bostejando, assassinando a língua pátria e simulando supostas brigas com o apresentador, imaginando que quem está do outro lado da tela acredite em sua indignação teatral, conclui-se que chegamos às raias do absurdo e do surreal! Quem diria que a comunicação brasileira descesse a tão baixos grau e degrau!

Milton Neves, com todo o seu poder, pompa e circunstância, de há muito não é mais um cronista esportivo na acepção da palavra, daqueles que se pode levar a sério e acreditar.

Hoje, além da sua condição de garoto propaganda -não o condeno por isso, mas pelo seu parcialismo e indisfarçável antipalmeirismo- ele não passa de um polemizador, isto é, de um criador de polêmicas em programas esportivos, desses nos quais não dá para se emprestar a menor credibilidade profissional porquanto ninguém sabe nunca discernir quando ele está opinando com seriedade ou, apenas, visando a provocar discussões.

Interessante é que os donos de tv e seus diretores de programação acreditam que essas estúpidas discussões sejam sinônimos de grande audiência, quando se sabe que, até em nossa casa, não existe nada tão desagradável quanto uma discussão, sobretudo se ocorre em tão baixo nível como aquelas a que se assiste na programação da Band que, não sem justa razão ou motivo, o povo chama de Band(ida).

Infelizmente os filhos do Sr. João (o conheci pessoalmente, extraordinária figura humana) prestimoso e cioso da necessidade da imposição do chamado padrão de qualidade -marca registrada do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV por anos a fio enquanto o Sr. João viveu e esteve à frente da administração da rede- não puxaram ao pai e permitem que a segunda rede de TV mais importante do país, tenha o seu horário nobre poluído por grosserias e pelo antijornalismo esportivo do mais baixo coturno que se pratica, hoje, no Brasil.

Voltando ao tema, creio que a "entrega de jogo" por parte do São Paulo, se, de fato, existiu, é, nos dias de hoje, simplesmente uma questão de ótica, não uma questão de ética. Explico...

Ora, se o São Paulo -assim como Palmeiras, Santos e outros times do interior- cumpriu o seu papel no campeonato classificando-se por antecipação e com toucinho para derreter, por que o São Paulo ganharia imbecilmente do Ituano e permitiria a chegada de um concorrente tão forte à fase final da competição?

Analisado sob o viés profissional, sem hipocrisias, o São Paulo está certo! Por que curar um moribundo adversário ou inimigo que, quando melhorar ou se reestabelecer, pode me matar?

Quem desconhece a fábula "de um homem que em um dia de extremo frio, encontrou no quintal de sua casa uma cobra à beira da morte. 

Condoído, levou o réptil para dentro de casa e o aqueceu devolvendo-lhe a vida.. Assim que a cobra se refez e recuperou as forças, picou o benfeitor matando-o"! O São Paulo matou a cobra!

Seria burrice e suicídio se o São Paulo recuperasse o Cu-ríntia! Se meu time, com uma derrota, aumenta as suas possibilidades de ganhar o título, por que hei de vencer? Para me suicidar depois? Se a FPF e a mídia acham errado, que coloquem em jogo um regulamento que não permita que as coisas cheguem a tal situação!

Não, não me venham cobrar ética, compostura e valores morais que não existem mais -há muito tempo- no futebol profissional, movido, exclusivamente, a dinheiro. e em que muitas federações, clubes, dirigentes empresários e muitos jogadores se ajeitam e se locupletam na medida de seus interesses justos ou não, escusos ou não!

É óbvio que em minha vida pessoal cultivo e passo aos meus filhos as mesmas lições que recebi de meus pais, recomendando-lhes uma vida pessoal bem diversa, em antítese aos péssimos exemplos emanados do futebol, da política, e de outros segmentos podres de nossa sociedade.

Todos nós adoramos o futebol, mas, creiam, é uma atividade pouco recomendável para que a encaremos com tanto fervor e fanatismo, como se pode comprovar a cada temporada que se vive e vivencia, com raríssimas exceções.

COMO DIZIA O MEU AMIGO OLAVO LEITE KAFUNGA BASTOS, O MAIOR GOLEIRO MINEIRO DE TODOS OS TEMPOS E EX-CRONISTA ESPORTIVO:

 NO FUTEBOL, O ERRADO É QUE ESTÁ CERTO.

COMO SE VÊ, E, EM CONSONÂNCIA COM A MANCHETE DESTE POST, O "AFFAIR"  SÃO PAULO/CURINTIA É, SIMPLESMENTE, UMA QUESTÃO DE ÓTICA E NÃO UMA QUESTÃO DE ÉTICA!

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