Observatório Alviverde

28/12/2018

EU DISPUTARIA O PAULISTINHA/19 COM UM TIME DA BASE!


Fosse eu alguém influente no Palmeiras, esvaziaria o Paulistinha!

Sei que muitos pensam diferente e argumentam que seria abdicar de um torneio preparatório importante visando à sequência da temporada em âmbito nacional ou internacional.

Eu, particularmente, quero que o Palmeiras sabote o Paulistinha, mas quero deixar bem claro que jamais me opus aos Campeonatos Estaduais e os defendo, sobretudo em um país de dimensões continentais como é o Brasil. 

Ainda que sob a acusação de demodê e de despreparado para a modernidade, sempre defendi os certames estaduais que, em meu entendimento, estão se constituindo no baluarte derradeiro do futebol contra a globalização.

Do mesmo modo, eu não sou contra a globalização, desde que inserida em um calendário lógico e racional que proporcione a sobrevivência digna e não a quebra dos times do interior de São Paulo e do Brasil, conforme vem ocorrendo

Os estaduais deveriam rolar de janeiro a maio, visando, não apenas à preparação dos times para as competições mais importantes, como, principalmente, visando à sobrevivência dos time do interior.

Vou bem mais além e lhes digo que o futebol brasileiro empobreceu, tecnicamente, em decorrência do apequenamento e até da extinção desses campeonatos.

Só ignaros não sabem que os estaduais significavam a sobrevida de muitas centenas de clubes por todo o país e, ao mesmo tempo, a garantia da necessária e insubstituível renovação de jogadores e formação de novos craques.

Em São Paulo, economicamente o estado mais importante do país, contam-se às dezenas os clubes que se apequenaram, fora aqueles que se obrigaram a encerrar suas atividades e só mantiveram as portas abertas para as atividades amadoras.

Quando se vê o lamentável declínio de tantas potências do futebol do interior paulista, leia-se Guarani de Campinas, (ex Campeão Brasileiro), Inter de Limeira (ex Campeão Paulista), XV de Jaú (o clube que mais revelava jogadores no Brasil), Rio Branco, Noroeste, Prudentina, e até o gigante América de São José do Rio Preto, percebe-se logo o estrago perpetrado pela imprensa esportiva, a grande culpada da situação, com mínimas exceções.

Foi a mídia, sim, e muito ela, a razão da liquidação quase que total dos times do interior.

Liderada em Sampa pelos Juca Kfoury, Alberto Helena, Juarez Soares, Paulo Morsa, Fábio Sormani, Flávio Prado e outros que sempre se colocaram na condição de "cronistas de vanguarda", a mídia desestimulou o "uso" do Campeonato Paulista colocando-o como algo incômodo, atrasado e demodê, que deve ser extinto.

O curioso da história é que a imprensa do interior seguiu os "MESTRES" (hahahahaha) e, além de atirar contra o próprio pé, fez autofagia. A profissão de jornalista esportivo no interior está prestes a se extinguir pois já diminuiu consideravelmente.

Agindo assim, jogaram o jogo da Globo e elitizaram o futebol, mas apenas no que diz respeito à forma, porquanto dentro de campo, em decorrência da falta de quantidade de atletas para   obter-se a qualidade, o futebol brasileiro noves fora os grandes clubes, se exauriu, se arruinou e vive uma situação de fazer dó.

Conclui-se, então, que a "europeização" do futebol brasileiro foi um tiro traiçoeiro e impiedoso desferido pela mídia contra o próprio corpo e a tendência é que as coisas piorem ainda mais. 

Mas não foi só o futebol que sofreu as consequências de tamanha falta de visão e da irresponsabilidade de jornalistas que pensam, muito mais, em si do que na profissão.  

O rádio esportivo do interior que dava emprego a tantos jornalistas está liquidado, tanto e quanto todas as televisões que não tocam o plim-plim.

Sei e sou consciente de que a Internet teve (continua tendo) um peso considerável no processo, mas a comunicação esportiva interiorana em todo o Brasil foi destruída por apedêutas metidos à intelectuais, que não passam de seguidores ou de imitadores de processos que vigoram e só dão certo na Europa.

Aliás, quem tornou o futebol brasileiro a potência que continua sendo foi o rádio esportivo, cujos profissionais, hoje, completamente humilhados, não têm o direito, sequer, de entrar em certas áreas dos estádios porque a televisão não permite. A tendência (anotem) será o rádio ter de pagar "direitos" para transmitir. Quem viver, verá!

Em razão de tudo isso que citei, perdeu-se a identidade e a essência do futebol brasileiro que, ultimamente, tem sido obrigado a recorrer de maneira contínua ao mercado sul-americano para pode se reforçar e se reabastecer.

O futebol do interior brasileiro, outrora pródigo em craques e talentos e mercado abastecedor dos clubes de elite, está se liquidando e acabando, com o esvaziamento dos estaduais.

O empobrecimento e o desmanche de tantos clubes importantes no cenário futebolístico brasileiro é a maior consequência disso.

Esses clubes se apequenaram (alguns até fecharam as portas) porque os cronistas "ditos" modernos ou de vanguarda, conseguiram introjetar na cabeça dos torcedores que os estaduais são tecnicamente fracos, autênticos lixos, e os grandes clubes só deveriam disputa-los representados pela base ou pelo time reserva.

Ledo engano. Os estaduais têm de existir justamente como torneios de preparação e entrosamento para os clubes inseridos nas séries A e B do Brasileiro e, concomitantemente, cumprir as suas funções e obrigações nos estados e regiões às quais pertencem.

Os jogos pelos estaduais seriam de de janeiro a meados de maio, aos sábados e domingos, reservando-se as datas de meio de semana para os torneios internacionais e outros.

O calendário deveria contemplar do meio do mês de maio em diante os Brasileiros séries A, B e C, preservando-se, repito, os cinco primeiros meses para os estaduais.

Os estaduais, um pouco mais compridos, sustentariam os clubes interioranos e representariam a segurança de que todos continuariam com as portas abertas.

Apesar dos estragos que esses cronistas (eles sabem disso) causaram ao futebol brasileiro TODOS ELES, mesmo os mais os novos que os tiveram ou têm como modelo, continuam irresponsável e impensadamente falando em globalização, sem se importar com a política de terra arrasada que adotam e, menos ainda, sem se preocupar com o processo de renovação do futebol brasileiro.
 
Eu poderia citar inúmeras outras ocorrências que estão destruindo o futebol brasileiro, mas preciso voltar ao assunto que motivou esta postagem, a retaliação palmeirense ao desqualificado roubo arbitral de que o time foi vítima na final do Paulistinha do ano passado.

O interessante é que ninguém da mídia sequer toca no assunto e fica tudo como se o Curica houvesse derrotado limpamente o Palmeiras no jogo decisivo. 

A mídia não divulga (nunca divulgou) a influência externa sobre a arbitragem e a demora (inédita e inaudita) de quase dez minutos para que o árbitro decidisse sobre a confirmação de um pênalti que ele próprio houvera marcado e, inexplicavelmente, voltou atrás. 

O problema é que o Palmeiras sempre foi (ainda é) o afiliado "bonzinho", aquele que apanha sem reclamar e submete-se de corpo e alma às influências daqueles que mandam no futebol brasileiro, sejam as federações, a televisão, os tribunais esportivos ou as autoridades constituídas.

Aliás as tais "autoridades constituídas" não dão um único ganho de causa ao Verdão nas demandas legais que envolvem o clube e a torcida, ao contrário do procedimento vigente em relação aos demais. A razão está sempre do outro lado e revogam-se as disposições contrárias. Uma vergonha!

Sei, perfeitamente que, após Nobre e agora, sob Gagliotte, tudo tem melhorado para o Palmeiras, embora a rotina de prejuízos sofrida pelo clube evidencia que tudo ainda esteja muito longe de uma solução. 

Vou mais além e lhes digo que, ao menos para mim, não será surpresa se a FPF designar o soprador de apitos  Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (aquele que doou o título do Paulistinha/19 para o Curica por ordem se sabe de quem) para apitar jogos do Verdão neste Paulistinha.

Sou convicto de que, mesmo diante dessa tenebrosa hipótese, o Palmeiras irá capitular e aceitar quieto ou como dizia um curicano muito meu amigo e ex-cronista esportivo de Sampa, com gozação mas revelando uma verdade que se confirma a cada ano: "o dirigente palmeirense sabe levar atrás com dignidade". Com o devido perdão pela expressão chula, até quando será assim?

Para que eu não vá tão longe nesta postagem quero dizer que não participaria do Paulistinha/19 com a força máxima, não facilitaria o trabalho ou sequer ofereceria cadeira ou cafezinho para os representantes da casa bandida do futebol de São Paulo.

E se vocês querem saber, fiquei satisfeitíssimo quando Gagliotte requereu de volta o camarote que houvera cedido à cúpula da FPF, cujo presidente, além de não negar que é curicano, chegou várias vezes aos campos de futebol como "convidado de honra" no ônibus da delegação daquele time. 

Se não foi convidado, certamente se ofereceu! Do jeito que os dirigentes paulistas são subservientes ao Curica, pode ter ocorrido! De uma forma ou de outra, uma vergonha!

Sei que muitos palmeirenses ao lerem esta matéria irão me contestar .

Muitos irão afirmar que exagero e que não é dessa forma que a diretoria do Palmeiras deve agir, pois que temos de pagar o mal com o bem, seguindo o exemplo daquele que (simbolicamente) nasceu no dia 25 de dezembro, há 2019 anos.

Tenho certeza de que,  além de recomendar que os dirigentes palmeirenses e nós, torcedores, ofereçamos a outra face aos nossos eternos agressores, aconselhar-nos-ão a perdoar os nossos inimigos não sete vezes, mas como está escrito em Mt18,32, setenta vezes sete, ou, mais precisamente 490 vezes.

Ora, meus amigos, o Palmeiras já deu a face aos tapas muito mais que isso e, da mesma forma, perdeu-se as contas de quantas vezes já perdoou a bandidagem dita legal do futebol de São Paulo, mas as coisas, em vez de melhorar, só fazem piorar e deteriorar dia após dia.

Apoiei (apoio), plenamente, a política da diretoria quando rompeu relações com a FPF e embora seja impossível por múltiplos aspectos, apreciaria muito se o Palmeiras jogasse o Paulistinha/19 representado pela garotada da base.

Mas a medida será impossível em face da limitação do número de inscritos (27 ou 28 jogadores) e da necessidade de ajustar o time para os jogos do Brasileiro, da Libertadores e para qualquer outra competição da qual o Palmeiras vier a participar.

E você?

 Retaliaria a FPF e a bandidagem que a acompanha, ou defende a atitude que o Palmeiras deva entrar no Paulistinha representado por um time secundário?

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