Observatório Alviverde

22/02/2016

HAVERÁ TEMPO PARA MARCELO OLIVEIRA SE RECICLAR E CONTINUAR TREINANDO O PALMEIRAS?



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Considerando e respeitando milhões de opiniões contrárias, eu ainda daria mais um lapso de tempo a Marcelo Oliveira para que se recicle e continue no comando técnico do Palmeiras.

Quanto?

O espaço suficiente para que ele possa livrar-se das amarras que o prendem a certos jogadores do elenco que, dentro de campo, não corresponderam, mas que ele insiste, teimosamente, em manter na qualidade de titulares.

Por que?

Simplesmente porque ficou visível e deu para perceber claramente antes do clássico contra o Santos que Marcelo parece ter aberto os olhos para a dura realidade que está a enfrentar no Palmeiras. Já não era sem tempo!

Parece que, finalmente, MO se deu conta de que na encruzilhada em que chegou não existe outra saída: ou ele afasta seus compadres do time ou será completamente destruído, pulverizado pelas circunstâncias. Não bastou-lhe o "affair" Leandro Almeida? Ou será preciso ainda mais para que ele aprenda?

Ano passado, às vésperas da decisão da Copa do Brasil 2015 defendi a dispensa de Marcelo Oliveira, como a melhor solução para o momento vivenciado então pelo Palmeiras morrendo de véspera, como um autêntico peru de natal

E o fiz, s-i-n-c-e-r-a-m-e-n-t-e,  não tanto pelo fato de considerar que ele, enquanto técnico, não atendia às minhas demandas e expectativas, mas por considerar que era vital e uma questão de sobrevivência o Palmeiras ganhar a CdB, ainda que para isto fosse necessário sacrificar o treinador. 

Parti do princípio segundo o qual um time quando em jogos decisivos, apesar de seu potencial, mostra-se inferiorizado psicológica e emocionalmente em relação ao seu adversário, só um fato novo, bombástico e excepcional tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos, metamorfosear as mentes dos atletas, motivá-los e devolver-lhes a autoestima e a confiança necessária às conquistas. 

Nesse sentido não poderia haver fato mais significativo e relevante do que a dispensa de um treinador, mormente quando se sabe que ele pouco representa para o grupo, a não ser para uma reduzida meia dúzia de três ou quatro. Assim estava MO em relação aos jogadores. Hoje, dizem, está pior! Será?

Mattos e Nobre, sou convicto do que afirmo, tanto ou até mais que eu, sabiam disso e, seguramente, devem, até, ter aventado e considerado a hipótese da demissão do treinador para efeito motivacional visando ao crescimento do time na chamada hora da verdade.

Entretanto, certamente premidos pelo valor do montante referente à rescisão contratual e ao mesmo tempo vivenciando "in loco" outros fatos relevantes dos bastidores, tiveram sensibilidade para sentir que tanto mídia amiga da onça, quero dizer, amiga do peixe, como a antecipada festa dos jogadores santistas,  em face do resultado do primeiro jogo, eram fatos muito mais importantes e bombásticos do que a mera destituição e demissão de Marcelo. Inteligentemente, deixaram rolar!

O fato novo que deflagrou a motivação para que o Palmeiras em um átimo transitasse da inferioridade para a supremacia e chegasse ao título veio, então, de uma forma natural, sem que houvesse necessidade de qualquer medida extremada por parte da diretoria. E veio com a força devastadora de um tsunami, sem qualquer prejuízo, moral ou financeiro para o clube. Melhor que seja sempre e eternamente assim!

O resto da história todo mundo já conhece, com a confirmação final justa e perfeita de que "o peixe morre pela boca". Morreu!

Como (estou falando apenas por mim) "não guardo ódios ou ressentimentos no freezer" (Tancredo Neves) eu, que pedi a cabeça de Marcelo o apoiei posteriormente,  integralmente, após ele haver sido prestigiado - ainda o apoio - e o farei, sinceramente, enquanto ele transitar pelo túnel palmeirense e sentar-se no banco verde para comandar o "campeoníssimo"!

E o faço ainda que sabendo de uma série de problemas que, de um ponto de vista profissional-empresarial , possam  não estar  recomendando a sua continuidade à frente do Verdão. 

Nada porém que o próprio Marcelo não possa mudar se ele, enquanto técnico, conseguir não se deixar influenciar pelas amizades, se eliminar o compadrio e se agir, exclusivamente, com profissionalismo, escalando na medida do possível os melhores jogadores e barrando aqueles que não merecem ser escalados por mais chegados que sejam. Sem ódio e sem medo.

Também o apoio porque sei, também, que Marcelo está mudando o seu enfoque em relação ao time, tanto e quanto a sua forma de ser, estar e, principalmente, de agir, como ficou evidenciado nas oportunas mudanças individuais empreendidas no clássico de sábado passado contra o Santos.

Em decorrência dessa mudança de atitude de Marcelo (ainda que tardia), eu, particularmente, vou buscar em meu quase esgotado reservatório de paciência minhas gotas finais de tolerância e de apoio ao treinador que devem durar de hoje ao jogo contra o Rosário.

Como sinal de boa vontade vou repetir tudo o que eu e tantos companheiros temos divulgado e criticado a respeito do Palmeiras, verdadeiro guia para a reflexão de Marcelo e para as devidas providências caso ele, efetivamente,  ainda se interesse em permanecer por muito mais tempo à frente do Verdão:

1) Escalações erradas repetidas, reiteradamente conservadoras e sempre com as mesmas peças ainda que seja preciso improvisar.

2) Sistema de jogo único e exclusivo, o 4-2-3-1, dando ou não dando certo. Soa como se ele quisesse repetir seus tempos de Cruzeiro com Evérton e Goulart, atacantes muito superiores tecnicamente a todos os que o Palmeiras dispõe hoje no elenco, todos de características muito diferentes.

3) Insistência em jogar sempre com um centro-avante fixo de porte físico avantajado de pouca ação e sempre enterrado na área adversária, muito marcado e por isto, subaproveitado. Um time que não tem laterais capazes de apoiar e cruzar, não pode jogar, exclusivamente, assim. 

4) Titularidade estável e inexplicável de muitos jogadores.
a) Leandro Almeida foi pior exemplo disso e representou por muito tempo o símbolo maior do compadrio vigente no Palmeiras.
b) Lucas, que tem atuado muito mal, nunca é substituído embora o Palmeiras disponha de reservas à altura. Por que será?
c) Arouca não pode ser titular apenas com o nome. Se houver justiça, o lugar, hoje, é de Matheus Sales. Aliás, Sales só voltou ao time contra o Santos em face da exigência da torcida.
d) Thiago Santos é o melhor e mais lúcido meio-campista palmeirense e só se tornou titular porque se impôs em campo e não houve jeito de barrá-lo. 
e) Robinho, sacrificado ao esquema pela estúpida e imperdoável falta de um armador  categorizado e jogando fora de posição jamais vai render o que sabe e pode. MO o coloca na condição de estrela, mas, Robinho é, apenas, um bom coadjuvante. Ele é outro que dificilmente vai para o banco. 
f) Alecsandro (goleador e bom jogador, creiam) tem de ser substituído quando for necessário. Da mesma forma jogos existem nos quais o time tem de jogar com velocidade e envolvimento o que pressupõe as ausências dos dois tanques de guerra, Alecsandro e Barrios. Mas cadê coragem para Marcelo jogar assim, com Eric, Robinho, Danilo, Dudu, Allione e Gabriel de Jesus?
g) Zé Roberto o Danilo do Palmeiras é a maior prova e o maior produto do compadrio no Verdão. Não se discute seu papel de liderança junto ao grupo, o quanto Marcelo e os colegas o respeitam e nem a  sua condição técnica. Discute-se, sim, a sua capacidade de atuar como lateral durante o jogo todo, ele que transita pela elevada casa dos 42 anos. Em relação a Zé Roberto, das duas, uma: se começar jogando tem de sair no intervalo e se não, tem de entrar no segundo tempo em condições especiais quer na lateral ou no meio de campo. Um time que quer ser campeão não pode ter um lateral assim.

5) A ausência absoluta de toque de bola, determinada pela falta de compactação da equipe e causada pela dispersão dos compartimentos. É preciso encontrar, urgentemente, uma forma de jogar que implique em toque de bola e envolvimento ao adversário. Já chega de chutões e "bumba meu boi" que só servem para devolver a posse de bola ao adversário.

5) As jogadas de bola parada sempre mal ensaiadas, defeito cronificado que já vem há longo tempo. Alguém sabe me dizer qual foi o último gol de falta assinalado pelo Palmeiras? Se mal pergunto, por que só Robinho e Zé Roberto batem todas as faltas e escanteios? Não existe mais nenhum chutador? Aliás, coloquem isto também na conta do Mattos que contratou quase 50 jogadores em um ano sem conseguir encontrar e levar para o Palmeiras um único chutador emérito. A falta da eficiência nos lances denominados bola parada é uma falha grave do time do Palmeiras.

Gostaria que vocês que participam deste "forum" acrescentassem outros defeitos mostrados pela equipe tanto e quanto apontassem soluções que possam servir como subsídios a Marcelo de Oliveira.

Você acha ainda há tempo para que Marcelo se recicle e se recupere? 

Ou é de opinião que o tempo de Marcelo no Palmeiras, simplesmente, já terminou?

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