Observatório Alviverde

28/03/2014

PALMEIRAS 2 X 0 BRAGANTINO! UMA VITÓRIA COM TÉCNICA, RAÇA, LUTA E AUTORIDADE!


 

Quero economizar nas palavras bonitas e nos encômios a Kleina e ao time do Palmeiras, reconhecendo, embora, que sejam credores, senão de todas, mas de muitas loas.

Qualquer blogueiro que exagerar na dose dos elogios, poderá estar contribuindo para que se instale no seio da equipe o perigoso e dispensável excesso de confiança.

Sem apresentar uma exibição de gala e sem conseguir -como todos gostaríamos que ocorresse- tratorar o Braga, o Verdão obteve uma vitória sóbria, porém sólida, consistente e convincente, diante de um adversário valoroso, aguerrido, motivado, e, -como se previa- perigoso!

Jogando às  vezes com inteligência e em outras tantas, nem tanto, portando-se muito bem em alguns momentos e dispersivamente em outros, de um modo geral -conclui-se- o time esteve bem, embora se saiba que o Verdão tem potencial para jogar ainda mais do que jogou.

Dá para extrair muito mais extrato de bola desse grupo que, de duas coisas não pode ser acusado: de omissão e de falta de empenho, também conhecido como espírito de luta.  O time, reconheça-se, foi guerreiro e batalhador!

Do começo ao final do jogo, o Palmeiras jogou com muito empenho, interesse e aplicação, conseguindo estabelecer um placar folgado de 2 x 0 sobre o Bragantino.

Não imaginem, porém que a folga no marcador tenha sido consequência de um domínio completo e avassalador. Pelo contrário, o Palmeiras teve de suar a camisa para se impor em campo e construir devagar, minuto a minuto, o bom  resultado que o leva -com amplos méritos- às semifinais do Paulistão!

O jogo, em si, foi uma espécie de batalha de atrito travada pelo menos em 70 dos 96 minutos cronometricamente, jogados, exclusivamente, no campo do Bragantino, em que o Palmeiras, muito longe de pipocar diante de um time muito alto e muito forte,  impôs-se por completo, mostrando porquê chegou com folga à fase decisiva do Paulistão! 

Foi um autêntico linha contra defesa com pequenas variantes, nas raras vezes em que o Braga contratacou!

Na real, o time de Bragança, jogou atrás, encastelado na defesa e fechado feito boca de bode. Ciente do maior poderio técnico do Palmeiras, jogou -visivelmente- pelo empate, intencionando levar o jogo para a incerteza técnica dos pênaltis.

Em razão disso, abdicou de tomar as iniciativas de atacar, o que fez, exclusivamente, em raras oportunidades, sempre com bolas alçadas em direção à área, fazendo uso do chamado jogo aéreo, para o qual, repito, a defesa do Palmeiras mostrou-se, sempre, invulnerável,  inexpugnável e intransponível!.

O time de Marcelo Veiga, -quem não notava pois era visível?-, queria repetir envolvimento tático que viu o Penapolense aplicar sobre os Bambis, em cima do Palmeiras, sem, entretanto, dispor de individualidades capazes de fazê-lo, como o time de Penápolis. Ademais de uns tempos a esta parte, o Palmeiras tem muito mais time do que o SP.

O jogo em si foi catimbado, complicado, nervoso, difícil e, por muitas vezes, violento, para o que muito contribuiu a falta de inteligência do time do Palmeiras em empreender o jogo do toque, da posse de bola e do envolvimento sobre um adversário tecnicamente muito mais fraco.

Da mesma forma interferiram no processo as tibieza e indecisão de um apitador que, coincidentemente, atende pelo nome de Guerra que jamais conseguiu controlar o jogo do ponto de vista disciplinar!

Justiça seja feita, Marcelo Rodrigues Guerra foi mal, mas é um bom apitador! Ontem, porém, esteve irreconhecível.

O CAB, time formado no melhor estilo de Zezé Moreira, (posteriormente copiado e adotado por Rubens Francisco Minelli que ficou para os desinformados da mídia como o pai da idéia), isto é, por jogadores muito altos e fortes, deu imenso trabalho ao Verdão!

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*Ilustrando:

Esta semana almocei com o Dr. Cívis de Oliveira, que ficou com as traves quadradas de madeira do Maracanã, da Copa de 50, -trocadas pelas atuais traves circulares de ferro-, e as doou para o museu de Muzambinho, MG.

Civis é  irmão de Celso Oliveira, atacante do Vasco da década de 50. Celso, aliás, é amigo pessoalíssimo de Pelé e voltou recentemente ao Brasil após viver mais de 40 anos na Venezuela.

Apesar de muito bom de bola, Celso foi dispensado do elenco do Fluminense -já naquela época-  por Zezé  , sob a alegação de "deficiência" de altura! Celso nem era tão baixo assim para a época, e tinha 1,69 m de altura!

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Voltemos ao Palmeiras 2 x 0 Bragantino!

O Braga (royalties para Osmar Santos), tradicionalmente um adversário arrojado, audacioso e perigoso, tem como hábito aprontar em cima de todos os grandes do futebol de São Paulo e do Brasil, -do próprio Palmeiras, inclusive-, queria voltar a ser zebra e impor uma desclassificação ao Verdão com o seu time de galalaus!

Entretanto, ontem, no Pacaembu o Braguinha teve de recolher-se a sua condição de time pequeno, ainda que procurando -sempre- vender caro a derrota e está nisso o seu prncipal mérito!

O Verdão -muito mais time, muito mais camisa, muito mais tradição, muito mais consistência, muito mais técnica, muito mais confiança, - foi implacável e não perdoou!

Pode-se dizer que o placar folgado da vitória alviverde, ontem, no Pacaembu, decorrente da supremacia técnica e tática e territorial do time de Kleina, foi estabelecido sem tantos atropelos, naturalmente, como uma consequência do completo predomínio palmeirense.

Mesmo quando o jogo estabelecia "oxo" a torcida não se exasperava e nem se preocupava,  pois sabia que os gol sairiam de forma natural, a qualquer momento, em razão do predomínio alviverde em campo.

Efetivamente, na medida das expectativas da torcida, os gols, aconteceram naturalmente, embora não tenha sido tão fácil quanto possa parecer.. 

Para consegui-los, o Palmeiras teve de encarar um jogo duro, pegado, pesado, daqueles que, como se diz no melhor jargão do futebol, é "jogo pra macho"!

E aí, entre os tantos Golias bragantinos, brilhou a estrela de um ungido Davi palmeirense, Valdívia, sobre quem vamos falar depois, dedicando-lhe tópicos especiais. Ele merece!.

O Braga ameaçou o Palmeiras (teria ameaçado mesmo?) relativamente, em "meia dúzia de três ou quatro" jogadas aéreas que não redundaram -nunca- em nada, pela postura perfeita firme, forte e equilibrada da defesa do Palmeiras, sobretudo no jogo aéreo e não passou disso.

Tanto é verdade que Prass, em que pese toda a segurança e equilíbrio que, na qualidade de goleiro e capitão, passa ao time, esteve longe de ser., a exemplo do que ocorrera em tantos outros jogos, o melhor em campo!

A defesa palmeirense -nunca a vi tão tranquila quanto ontem -esteve perfeita, e, a rigor, apenas Tiago Alves absteve-se mais de avançar, embora o fizesse nos chamados "lances (egressos) de bola parada" quando ele se mandava para a área a fim de ser explorado em sua característica de zagueiro alto, afeito ao jogo aéreo defensivo ou ofensivo.

Numa dessas poucas subidas, conseguiu participar no lance em que o Palmeiras estabeleceu o 1 x 0, após o córner batido por Wesley, aos 21 do primeiro tempo, em  que Tiago -com uma raspagem de cabeça- induziu o zagueiro Alexandre ao erro de tocar mal na bola na hora da rebatida, que sobrou, à feição, para o arremate, do artilheiro Kardec, antecipando-se ao goleiro a um metro da linha fatal. Azar do Braga, Verdão na frente!

Wendel e Lúcio avançaram sempre que puderam, embora atentos às responsabilidades defensivas e ao trabalho de alternância entre ambos na cobertura pelo lado direito da defesa.

 Juninho, bem na marcação e excelente no apoio, foi um dos destaques do Verdão. Decididamente, definitivamente, Juninho é, muito mais, um apoiador do que um defensor!

A volta de Marcelo Oliveira à função de volante, como prevíamos,  robusteceu a marcação palmeirense no setor de meio de campo e proporcionou um up-grade não apenas na saída de bola, mas nas investidas de aproximação, quando existe espaço, proporcionadas pela grande qualidade individual desse novo curinga palmeirense.

Numa dessas arrancadas em que Oliveira visualizou espaço, ele avançou firme e resoluto e quase assinalou um gol de belíssima feitura.

Figurativamente, o retorno de Wesley ao meio de campo, foi como se o Palmeiras houvesse despido um roupão ou um macacão e vestido um  terno da Armani!

Como jogou Wesley, como foi participativo, como se desdobrou, como se doou, como se entregou, até mesmo quando, no final do jogo, por força das circunstâncias e dos desdobramentos do jogo, obrigou-se a ocupar o lugar de Wendel que saiu, contundido, aos 38 do segundo tempo.

Bruno César se esforçou, se desdobrou, e, pode-se dizer, melhorou demais seu rendimento. Enquanto teve fôlego rendeu satisfatoriamente sendo que Kleina demorou demais para tirá-lo de campo, o que ocorreu apenas aos 27 do segundo tempo com a entrada de Eguren que voltou para ajudar a defesa e cumpriu estritamente, e, sem erros, o papel que lhe foi destinado

Patrick Vieira que entrou no lugar do sumido Leandro, mas, na prática, substituiu Bruno César, o fez .
burocraticamente, mas conseguiu ser mais útil e mais consistente no toque de bola do que o "chutachuta", que pouco chutou contra o gol de Rafel Defendi.

A personagem do jogo  foi Kardec, autor material do gol que abriu o caminho para a vitória e autor intelectual do gol de Wesley, aquele que selou o passaporte palmeirense para o que a Globo está chamando de jogo de fundo (HAHAHAHAHAHAHAHA) da rodada de domingo, sem TV aberta, só com o Sportv  e com o pay-per-view, às 18,30 do Pacaembu.

Além de calhordas, esses executivos da Globo são burros e conseguem, com essas atitudes, afundar o esporte da emissora que só não acaba de vez pela exclusividade de exibição.

Os caras não têm visão mesmo! Se acham que estou errado, confiram!

A torcida do Santos representa um quinto da torcida do Palmeiras! O ódio e a inveja (leia-se, no caso em questão,  a audiência, das torcidas dos Bambis e do Cu-rintia no sentido de secar o adversário) estarão voltados para o Palmeiras, não para o Santos.

Podendo captalizar as audiências completas de três torcidas na TV aberta -Palmeiras+CU-rintia+ Bambis- além da do Santos, naturalmente, eles colocam na TV aberta e no horário nobre o jogo do Santos, que não desperta o mesmo interesse das duas torcidas da capital e, portanto, terá à frente da tela um público muito menor.

Essa conversa de que o Palmeiras vai fazer "o jogo de fundo" é nova e dissimuladora! Por isso e com todo o respeito -aos amigos, leitores e comentaristas deste OAV- eu me permito mandar esses soretes globais a tomar em seus respectivos holofernes. De preferência com muita força, pois se for devagar eles vão adooooooorar!

Recomendo a todos, acompanhar o jogo do Santos pela Band. Luciano e Neto são péssimos, exclusivamente, quando transmitem o Palmeiras. Há a alternativa, -para quem o tem-, do pay-per-view, com locutores menos festejados!

O craque de Palmeiras 2 x 0 Braga, foi, sem qualquer dúvida, Valdívia que continua sendo caçado como se fosse ele o Bigfoot, o Caiola, ou em bom e português "Pé Grande", o abominável homem das neves.

Em que pese a violência com que foi marcado, Valdívia, novamente, esmerilhou, brilhou, cromou e banhou com o ouro de seu futebol a classificação palmeirense, apresentando uma atuação digna dos grandes craques, embora a imprensa teime em ignorar ou reconhecer que ele seja um deles, chamando-o eufemicamente, covardemente de "apenas um bom jogador".

Também, o que esperar daqueles que sempre disseram que Ganso era um grande craque e que deveria ter sido chamado por Dunga para a Copa da África do Sul!

O palmeirense(?) Noriega esteve perto de quebrar esse tabu ao, f-i-n-a-l-m-e-n-t-e,  admitir, ontem, na transmissão do Sportv  que Valdívia é um jogador muito acima da média geral dos jogadores que atuam no Brasil. Será que ele tem vergonha de dizer que Valdívia é um craque?

Aliás se eu pudesse dar um presente a Nori, enviar-lhe ia um dinamômetro, também conhecido como ergômetro, aparelho para aferir ou medir a força física humana..

Ele poderia escolher entre os modelos abaixo, porque o dele parece que não anda nada bom!



Desde que o acompanho na Tv (considero-o um profissional sério e de primeira linha) que ele nunca consegue ver força suficiente da parte de nenhum zagueiro adversário para derrubar nenhum jogador do Palmeiras. Nunca ouvi ele afirmar o contrário, há mais de cinco anos! É impossível que seja sempre assim!

No flagrante pênalti sobre Wesley, aos 19 do primeiro tempo ele saiu-se, novamente, com essa!

Quando, afinal, haverá força suficiente para que empurrões sobre os jogadores alviverdes sejam punidos com um pênalti ?

Domingo passado, em Santos, empurraram o Bruno César com tamanha violência que ele quase quebrou o pescoço, mas de novo argumentaram que não houve força suficiente no empurrão! É mole? Já imaginaram o que teria acontecido se houvesse suficiente força!

Quem sabe, com um dinamômetro novo, Nori poderá aquilatar e ver, (com os mesmos olhos que viam qualquer empurrão sobre Neymar como um escândalo a ser punido com um pênalti)  também, os empurrões sofridos pelos jogadores do Palmeiras como faltosos, e, na mesma medida, sugerir que sejam interpretados como pênalti!.

Outro detalhe: no lance que nasceu a jogada do segundo gol, ele conseguiu ver Valdívia segurando a camisa do adversário, sem que ele visse que o adversário também agarrava Valdívia, em lance recíproco. Antigamente, pelas leis vigentes, o árbitro deveria -sempre- marcar a falta mais grave, via de regra a defensiva.

Hoje, como as coisas mudaram não tem de marcar nada e, apenas, esperar o desfecho do lance. Foi o que fez o apitador,  em consonância com o espírito da lei. Aliás, se mal pergunto ao comentarista, o leve agarramento à camisa do adversário (que também agarrou o corpo de Valdívia) foi suficiente para impedir que ele se movimentasse? Em sua ânsia de ser imparcial, o comentarista, novamente, errou!

Nota 10 ao comentário técnico de Nori, que conseguiu destacar as principais nuances do jogo. Nota 5 à analise da arbitragem. Média 7,5!

Excelente transmissão de Milton Leite (quando quer e capricha, arrebenta), excelente a participação de Noriega (na análise do jogo) e ótimas participações dos repórteres.

Detalhe: Outra vez Leite deixou que o tom de voz e o entusiasmo pelo jogo caíssem, a partir, aproximadamente, dos 35 do segundo tempo, como se estivesse cansado.

É óbvio que, àquela altura, o jogo não ajudava o narrador, mas essa é a hora de o narrador ajudar o jogo.

De qualquer forma, desta vez ML não engoliu a voz como habitualmente o faz em jogos do Palmeiras. Nota 8,5 (AD)