Observatório Alviverde

23/08/2010

INOPORTUNA A ESTRÉIA DE VALDÍVIA

As precipitação e pressa de Felipão por colocar o chileno para jogar merecem um reparo crítico.

Quando o próprio Luiz Felipe declarou após o jogo de ontem em Campinas ter constatado que Valdívia ainda precisa de uns quinze dias para alcançar a condição de jogo ideal, foi réu confesso do erro que cometeu.

Se um jogador só vai se recompor fisica e tecnicamente em quinze dias, o bom-senso impõe que ele não pode e não deve ter a estréia antecipada, por mais tentadora que seja essa alternativa.

Além do risco de lesões sérias, o jogador, sem o indispensável respaldo físico, corre o risco de fracassar também do ponto de vista técnico.

Todos têm consciência de que uma coisa é decorrente da outra. Até os leigos sabem disso. Felipão também sabe, mas não considerou e, como castigo, quase perdeu o jogo.

Muito longe de mim, porém, de censurar Valdívia e afirmar que o Mago tenha sido peça decorativa ou que tenha fracassado, no meio tempo de sacrifício do qual participou.

Pelo contrário. Enfiou três ou quatro bolas espetaculares para os companheiros, o chamado último passe, a sua especialidade, mas não encontrou ninguém com quem pudesse trabalhar satisfatoriamente em campo, em igualdade de QI.

Kléber não estava em tarde inspirada e, com uma contratura, pedu para sair. Luan, extenuado após inútil correria foi substituído pelo fraquíssimo Ewerthon.

Tinga, sobrecarregado pela necessidade de marcação, pouco rendeu ofensivamente.

Além disso, com a expulsão de Marcos Assunção e a entrada de Patrick, este um meio-campista ofensivo, mas com mínima capacidade de combate, Valdívia, que também é fraco no quesito, viu-se na obrigação de ajudar na marcação, ainda que inferiorizado fisicamente em relação aos companheiros e adversários.

Um segundo erro de Felipão tem de ser ressaltado e sublinhado: o momento inoportuno da entrada do chileno, justamente no intervalo de um jogo em que o Palmeiras estava mais bem postado do que o Guarani e que, apesar do aparente equilíbrio nas ações, levava certa vantagem.

O correto seria continuar com o time que começou o jogo por mais uns dez ou quinze minutos também na etapa complementar. Só depois, então, já com o adversário mais cansado, fazer entrar o Mago.

Entrando logo no intervalo, em um jogo extremamente difícil de zero a zero, Felipão colocou exclusivamente sobre os ombros do chileno uma  enorme carga de responsabilidade, aquela de mudar o panorama e a sorte do jogo sem se preocupar em saber se o jogador reunia condições ou estava preparado para tal.

Do ponto de vista teórico, Felipão acertou na alteração. Não acertou, sob o aspecto prático, em razão das precaríssimas condições físicas do mago, muito abaixo de qualquer expectativa mais pessimista, em seu retorno após a copa.

Resumo da ópera; Foi discreta a volta de Valdívia. Não tão apagada quanto apregoou a maior parte da mídia, nem tão brilhante quando pressupunha e imaginava a otimista e entusiasmada torcida palmeirense.

E VOCÊ, COMO VIU O RETORNO DE VALDÍVIA?