Observatório Alviverde

07/04/2010

PARA CIPULLO LER E MEDITAR!


Há anos que eu venho falando, clamando, verberando e me esgoelando:
"- Chega de tentar formar times essencialmente técnicos".

O tempo e o uso provaram e ratificaram que eles não dão certo em nenhum lugar, muito menos no Palmeiras.

Sabem por que?

Não existe, hoje em dia, material humano suficiente no mercado, para que se atinja, de imediato, esse objetivo.

Formar times técnicos, como exige a deslumbrada torcida palmeirense, só com muitos milhões de dólares para investir, como nos tempos da Parmalat.

É necessário, porém, que algum diretor venha a público, abra o jogo e explique para a torcida.

Que diga, claramente, "- não temos dinheiro para gastar com contratações caras, porque estão fora da realidade financeira do clube".
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Precisamos iniciar etapas e temporadas, como fazem os nossos maiores rivais, com times, a princípio, de muita força.

É óbvio que, para isso, necessitamos de jogadores de razoável para boa qualidade técnica, mas é necessário, primeiro, que se imponham pelo físico ou, ao menos, estejam em igualdade de condições nesse quesito com os nossos adversários.

Porém eles devem ser altos, de preferência acima da média, exatamente como recomendava Rubens Minelli e devem se impor nos jogos por essa condição.

Essa é a única saída.

Só a partir daí, na medida do possível e do surgimento de outras opções, que se vai retocando o elenco, devagarinho, até chegar ao ponto ideal de uma amálgama entre a força e a técnica".

Não foi assim e não tem sido assim que os Bambis têm montado equipes eficientes, campeoníssimas?

Um time fisicamente muito forte dará, de início, sustentação e amparo ao projeto, servindo de arcabouço e base à onzena de melhor qualidade que se pretende formar.

E, no entanto os nossos dirigentes, teimosamente, iniciam a formação de nossos times todas as temporadas, com jogadores de biotipo baixo, brevilíneos.

Essa é uma das razões porque só os nossos investimentos no bom e barato nacional nunca dão certo e os de nossos adversários, sim.

Aliás, diga-se de passagem, estamos agora na fase do "bom e barato" internacional, que envolve enormes riscos técnicos e financeiros.

Os riscos técnicos advém da impossibilidade de constatarmos se a mercadoria adquirida, apesar do rótulo, é de boa qualidade. Sabe-se que, na maioria das vezes não é ou deixou de ser.

Os riscos financeiros são altíssimos pois o investimento é em sempre euro ou dólar. Quando um bom e barato internacional não dá certo, os prejuízos são incalculáveis.
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Voltemos aos baixotes.

Nenhum time no Brasil teve tantos baixotes, ultimamente, quanto o Palmeiras.

Para que não se vá tão longe, citemos Christian, Lenny, Marcinho, Marcinho Guerreiro, Correia, David Sacconi, Tiago Gentil, Ricardinho, Vagner Love e outros

Tècnicamente todos eles são bons, mas não têm a força necessária para enfrentar o repuxo do futebol essencialmente de contato físico que se pratica hoje no Brasil.
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Em minha justificada indignação eu imploro aos nossos diretores:
"-Parem de contratar tantos armandinhos!"

E no entanto eles só contratam armandinhos, preferentemente enfeitadores e de baixa estatura.
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A exemplo da maior parte de nossa torcida, os nossos diretores parece que não querem gritar gol, querem gritar, apenas, Olé! Esse é o nosso maior mal, o complexo de academia!

Quando eu vejo o time do Santos goleando todo mundo, confesso que me dá uma baita inveja.

O Palmeiras faz dois gols e fica tocando a bola para os lados para que idiotas fiquem gritando Olé.

Faltam ambição, motivação e inteligência aos jogadores porque o saldo de gols, em qualquer torneio ou campeonato, é sempre critério de desempate.

E, entretanto, ninguém os orienta no sentido de uma mudança de atitude.
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Há muitos anos eu venho solicitando, pedindo, implorando:

"- Contratem atacantes, homens de área, matadores, artilheiros! Vamos privilegiar o gol.

Mas eles insistem em buscar volantes e zagueiros.
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Há muitos anos eu falo, eu sugiro, e obtempero:
"- Chega, pelo amor de Deus, de contratar jogadores de baixa estatura!

E no entanto continuam chegando para o elenco, baixotes e franzinos."

Jogador de compleição física pequena, só se for um motor como Pierre, um cracaço como Valdívia ou um atacante da qualidade de Kleber Gladiador que aguenta o tranco e enfrenta de igual para igual a fúria e a deslealdade de zagueiros marrentos e botinudos.

Espero, sinceramente, que Lincoln e Ewerthon se enquadrem na relação dos baixinhos excepcionais, pois, se não acontecer, serão mais muitos milhões de reais que teremos jogado no ralo.

Que se coloque na equipe, no máximo, tres ou quatro brevilíneos entre os onze que entram em campo, desde que joguem melhor e sejam mais efetivos do que os gigantes longelíneos. Se não forem, tchau-tchau...
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Desde a década de 80 que advirto.
"-Esqueçam que fomos a Academia".

E no entanto todos exigem que sejamos uma Academia mesmo sem os PHD(s) da bola daquela época, como Dudu, Ademir, Luís Pereira, César ou nosso último mestre, Jorge Mendonça.
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Necessitamos hoje de aguerrimento, espírito de luta,mobilização e determinação porque craques, na acepção da palavra, já não temos mais. O último, Valdívia, foi vendido por preço vil ao futebol árabe.
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Já chega de times de enfeitadores no Palmeiras, especialistas na pratica do futebol horizontal e do jogo do caranguejo, para os lados e para trás.

Nenhum time gira tanto a bola para os lados quanto o nosso. É um pé no saco!

Gira pra lá, pra cá, pra direita, pra a esquerda e depois fica sem saber o que fazer com a bola.

O Palmeiras nunca tem referências na área adversária, a não ser quando descem os zagueiros.

Também, pudera... Há quantos anos jogamos sem um centro-avante de ofício?
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Já chega de jogadores de chute fraco e que não representam perigo para o adversário.

Quando forem contratar atacantes, por favor, verifiquem se mais do que tocadores de bola são bons chutadores e arrematadores

Invoco, para ilustrar e comprovar a tese, a semi-final do Paulistão de 2009, quando perdemos para o Santos a chance de passarmos para a final.

Vagner Mancini, então, espertamente, decretou a Domingos.
"- Tire o Diego Souza do jogo porque é o único do time deles que sabe fazer gols"

Assim foi feito. Domingos tirou Diego e o Palmeiras perdeu o jogo e o Paulistão sem chutar mais uma única bola ao gol de Fábio Costa.
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Como é que pode uma equipe não ter atacantes que chutam ao gol e nem, sequer, um único batedor de falta para média ou pequena distância?

Quando Cleiton Xavier não joga, o Palmeiras não tem nem cobrador de córneres.

Nossa bola parada já parou há muito tempo, desde que Diego, no ano passado fez um gol de falta contra o Cruzeiro.
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Como se justifica um time não ter jogadores canhotos e atuar com alas desequilibrados?

Antes da chegada de Ivo, só tinhamos um canhoto, Armero, então em péssima fase.

Wendel era obrigado a jogar torto pela esquerda para tentar cumprir o papel de ala, ele que nunca foi ala, sempre um meio-campista.

Quem não sabe que os canhotos fazem a diferença em um time de futebol? Só Cipullo e a Traffic não sabem.
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Como se explica um time não ter laterais que saibam cruzar?

Se não sabem cruzar, por que atuam como alas?

O único que sabe cruzar, Figueroa, é pequeno, atarracado, marca muito mal e vive no Departamento Médico.

Ah, eu ia esquecendo de dizer que os salários dele estão na estratosfera.

Agora digam-me, honestamente, voces que tanto exigem jogadores de nome e marketing para o Palmeiras:

Esse Figueroa é melhor do que os laterais que atuam no Brasil em equipes menores do que o Palmeiras?

Para que não se vá tão longe, ele é melhor do que os garotos de nossa base?

Por que se gastou tanto dinheiro com um jogador absloutamente comum sem nada de especial?
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Por falarmos em base, por que a diretoria não tem uma política de aproveitamento de jogadores da base?

Por que enfiou tantos e belíssimos jogadores revelados na última Copa São Paulo no Palmeiras B, que disputa a série A3? Para desmotivá-los e queimá-los, dexando-os longe do time principal?

Aquele time, com um centro-avante de qualidade e turbinado por três ou quatro jogadores experientes com certeza cumpriria campanha muito melhor do que os profissionais cumpriram neste Paulistão.

Mas como Cipullo vai saber disso se ele só enxerga futebol pelas lentes da Traffic?
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Como se explica o fato de que todos os jogadores contratados chegam ao Palmeiras após complicadas negociações que se transformam em verdadeiras batalhas para que sejam liberados?

Por que ninguém chega em forma e apto para entrar em campo de imediato, de acordo com as necessidades do técnico e do time?

Alguém explica um investimento de quase 6 milhões em um zagueiro lento e limitadíssimo como Léo?

Voces acham, sinceramente, que não havia melhores alternativas no mercado nacional e por um preço muito mais módico?
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Outro assunto importante:

Há muitos anos eu venho falando, vamos colocar mais negros em nossas equipes.

No entanto os times que formamos a cada ano são sempre times macarrão, alvos e sem a proporcional e necessária miscigenação.

Voces querem apostar que o Marcos Assunção vai acertar o time do Palmeiras?
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Está provado de que precisamos de técnicos durões para exercer a difícil tarefa de treinar um time de uma torcida de tão grande nível de exigência, talvez a maior do Brasil nesse aspecto.

E no entanto gastaram milhões para rescindir com Luxemburgo e para sacar Muricy, que tinham esse perfil, promovendo, um ex-jogador, sem a mesma liderança, inexperiente e que há bem pouco tempo deixou o futebol.
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E se, agora, Antonio Carlos não conseguir classificar o time para continuar na Copa do Brasil, quem será o próximo treinador?

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