Observatório Alviverde

26/08/2012

AS DERROTAS HONROSAS NÃO CONTAM PONTOS!

 

Deixem-me lhes dizer primeiro que o Palmeiras não merecia perder o clássico.

O Palmeiras fez um grande jogo contra o Santos, ontem, no Pacaembu, 

E, no entanto, perdeu!

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O futebol não é um esporte decidido por merecimento ou por placar moral, senão por gols.

De que adiantam as desculpas frágeis e esfarrapadas de merecimento ou de que o placar moral do jogo foi de 3 a 1 para o Palmeiras?

Para quem gosta de eufemismos nos momentos amargos das derrotas, deixo uma frase:

“Foi outra derrota honrosa do Palmeiras”.

Derrotas honrosas trazem consolo e resignação ao treinador, aos jogadores e, principalmente à torcida,  mas não trazem aquilo de que mais precisamos, os pontos!

Já chega de derrotas, estamos fartos de derrotas, mesmo as honrosas!

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Que o time exibiu um futebol coletivo, integrado, solidário, de muita obediência tática e aplicação, mormente no primeiro tempo, é ponto pacífico.

Ninguém discute.

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Nem Milton Leite e nem Noriega, no Sportv, discutiram ou colocaram o assunto em discussão.

Pelo contrário, reconheceram e realçaram os méritos do Palmeiras!

Noriega, excelente profissional, ponderado, corretíssimo, acima da média geral dos comentaristas de verdade do canal, anos-luz à frente dos argumentadores e palpiteiros que o Sportv vem recrutando no passado do futebol, transforma-se em um profissional exótico e diferente quando comenta os jogos do Palmeiras.

Para ele o time, por melhor que se apresente, nunca joga bem, nunca tem méritos.

Isso é inexplicável, embora ontem não tenha sido exatamente assim, posto que ele reconheceu o bom futebol apresentado pelo time de Felipão.

Pior do que isso, ele, via de regra, referenda TODOS os lances da arbitragem que venham DE encontro (contra) aos direitos Verdão.

Esses lances ele os destaca com alguma veemência verbal, a mesma veemência, aliás, que lhe falta nas raras vezes em que relata alguma decisão arbitral em prejuízo do Palmeiras.

Ontem, houve dezenas de erros de pequena monta cometidos pelo soprador Guilherme Cereta contra o Palmeiras sem o devido registro da turma do Sportv.

Tivemos inversões de faltas e laterais, muitas, além do cartão amarelo tardio só apresentado ao botineiro Adriano, o jogador que mais faz faltas no futebol brasileiro, após ele haver cometido um rosário interminável de infrações, impunemente.

Ninguém da mídia tem coragem de denunciar Adriano ou de chamá-lo (sugestão) de “falta-falta”. da mesma maneira que chamam Valdívia de “cai-cai”.

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Os dois erros mais graves da arbitragem, justamente contra o Palmeiras, não foram, sequer, abordados pelo Sportv.

Henrique foi derrubado por volta dos 38 minutos da segunda fase na entrada da área santista, setor esquerdo do ataque palmeirense, de forma violenta e proposital, indo, incontinente para o terreno, sem que o tal Cereta assinalasse a infração.

Leite e Nori sequer destacaram a falta, a gravidade da mesma e os prejuízos que a incorreção do árbitro causavam ao Palmeiras que buscava, àquela altura, o gol que pudesse reverter o marcador.

Nori, apenas e tão somente nos jogos do Palmeiras, faz tanta força, mas tanta força e tanta força para manter-se imparcial ao microfone, que acaba desandando pelos desvãos da interpretação equivocada das imagens, tendência habitual de 90% da crônica paulistana em face do Verdão.

Há vários outros exemplos de cronistas palmeirenses que têm por hábito e cultivam ser mais realistas do que o rei e em qualquer circunstância, tudo eles falam contra o clube.

Entre todos destaco o tal PVC que, a julgar pelas suas iniciais, parece sempre disposto a ver o Palmeiras entrando pelo tubo, isto é, pelo cano!

Seriam, todos, aqueles casos que a gente define como “quem ama, maltrata”?

Como maltratam o Verdão!

Moral da história:

Quando Nori reconhece que o Palmeiras, ontem, contra o Santos, jogou mais e melhor, que dominou as ações e que se impôs ao adversário é porque jogou muito mais m-e-s-m-o!

Enxergo nisto um evento tão raro quanto Arnaldo Cesar Coelho ou Godoy admitirem que houve um pênalti a favor do Palmeiras ou que um árbitro tenha errado e favorecido os interesses do Flamengo ou do Corinthians.

Apesar de tudo, a transmissão do Sportv foi muito boa.

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Nada tenho a me queixar da parte técnica, do narrador Milton Leite, ou dos repórteres, apenas deixando uma observação construtiva acerca do trabalho do comentarista que deveria se policiar mais, neste aspecto, quando comentar os jogos do Palmeiras.

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Quando Leite e Nori criticavam Valdívia por receber o cartão amarelo e o narrador desancou o chileno falando até em folha corrida, eles não observaram (as imagens mostraram claramente) que Adriano puxava Valdívia pelo braço e Valdívia tentava se desvencilhar.

Cereta não considerou, por medo ou conveniência, a ação de Adriano, já amarelado, mas, apenas, a reação do chileno.

Se os profissionais do Sportv consideram que esta observação é conversa de torcedor apaixonado, vejam novamente a jogada e o que ocorreu no final da reprise da mesma!

Valdívia apenas reagiu à ação faltosa de Adriano que não queria que o Palmeiras desse seguimento rápido ao jogo, em outra falta, muito visível, que não foi punida.

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O Palmeiras não conseguiu transformar volume de jogo em gols, como, de hábito, sempre acontece.

Pagou um preço altíssimo por isto, perdendo um clássico importante. Agora vai dar com os costados na zona de rebaixamento.

Vai terminar, inapelavelmente, o primeiro turno no corredor da morte e os presságios não são nada otimistas para o time, que terá de se reciclar e fazer um segundo turno exemplar, de total recuperação, para poder fugir da segundona,

Vai ser muito difícil afrouxar o nó dessa gravata que, de tão apertada, está se transformando em forca!

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Como se tudo o que foi dito mão bastasse, a virada do primeiro turno pode se tornar ainda mais prejudicial ao Palmeiras

Com apenas 16 pontos, o time de Felipão vai ficar a mercê dos resultados dos clubes que estão envolvidos na luta contra o rebaixamento ainda na rodada de hoje.

Dependendo das circunstâncias, as coisas podem até piorar.

Muito!

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O Sport, com 14 pontos, se vencer o clássico pernambucano contra o Náutico, ultrapassa o Palmeiras chegando aos 17.

Bahia e Atlético GO vão se enfrentar em Salvador. e um dos dois necessariamente, passa à frente do Palmeiras.

Se vencer, o tricolor baiano vai a 19 pontos e estabelece a vantagem de uma vitória sobre o alviverde.

Se houver um empate, o Bahia, que tem 16 pontos, passa a 17 e toma a frente do Palmeiras.

A igualdade também proporciona ao Atlético Go se igualar ao Verdão em pontos, embora perdendo nos demais critérios de desempate, já a partir do número de vitórias.

Na eventualidade de o Atlético GO vencer, o Palmeiras será ultrapassado pelo Dragão que atingirá 18 pontos, estabelecendo-se, também, o empate em número de vitórias.

Os goianos passariam à frente do alviverde por uma diferença de dois pontos. 

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Resumo dessa ópera que seria bufa não fosse tão trágica:

O Palmeiras só não será o lanterna porque o Figueirense, que tem 11 pontos, mesmo que vença o Coritiba, só pode chegar ao máximo de 14, isto é, dois a menos do que o Palmeiras que tem 16.

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No início do segundo turno o Palmeiras enfrentará, de cara, um suposto concorrente ao descenso,  a Portuguesa.

Ainda que vença o jogo, o Palmeiras passará a ter 19 pontos, sem alcançar a lusa que já soma 22.

A partir de agora o Palmeiras começa a ter a obrigação de vencer todos os jogos.

Simultaneamente, terá de torcer para que as equipes colocadas um pouco acima na tabela, do limiar da faixa de classificação da sul-americana para baixo, comecem, a perder os seus jogos.

Quanto mais times permanecerem na parte de baixo da tabela, teoricamente, melhor para o Palmeiras safar-se da incômoda situação que está vivendo.

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Mas, hoje, para quem terá de torcer o Palmeiras?

Para o Naútico ou para o Sport?

Para o Bahia ou para o Atlético GO?

É claro que tem de torcer para o Figueira derrotar o Coritiba, mas o ideal seria que todos esses jogos terminassem empatados.

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Aliás, a partir de agora o torcedor palmeirense vai ter torcer para que o Palmeiras derrote os times a parte de baixo da tabela o que não ocorreu neste primeiro turno, exceto contra o Figueira.

Terá, também, de começar a torcer por todos os clubes que estão à frente na tabela, em todas as confrontações diante daqueles contra os quais ele próprio luta para não ser rebaixado.

Triste sina, a do torcedor palmeirense!

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Esse é o enorme buraco para onde Felipão nos conduziu! 

Primeiro: por sua teimosia em trabalhar com determinados jogadores que já deveriam, há tempos, estar longe do Palmeiras por insuficiência técnica

Segundo: por sua insistência em um sistema tático arcaico, ultrapassado, manjadíssimo, privilegiando o defensivismo e a retranca.

Terceiro: por sua mentalidade equivocada de colocar o time, antes para não perder para, depois, se possível, tentar ganhar.

Isso é mentalidade de técnico que desconhece as manhas e as demandas de um campeonato por pontos corridos em que há a necessidade que as equipes, de alguma forma, se arrisquem e, mesmo correndo riscos, busquem a vitória.

Quarto: pela inquietude de Felipão que, mesmo quando tinha aptos e em forma quase todos os jogadores, vivia mudando as escalações desnecessariamente, sem fixar um time titular e sem definir as necessárias hierarquias dentro de campo, com uma ou outra exceção,

Quinto: pelas opções equivocadas nas escalações colocando em campo jogadores que nem se imagina possam ser escalados, como se quisesse apostar que ninguém acerta o time que vai colocar em campo.

Tite disse certa vez a respeito de Felipão “ - Fala demais”!

Não é nada disso!

O que tem de ser dito é “ - Muda demais”!

Como gosta de mexer no time, mesmo que não haja nenhum motivo para tal!

Ontem ele sacou da cartola o fraquíssimo Betinho e o colocou para marcar lateral, fazendo a dobra pelo lado direito com João Vitor. Pode?

Como é que Betinho, centro-avante de ofício, pode fazer gols se é escalado apenas para cumprir a função de correr atrás de zagueiros o jogo inteiro e marcar. É o fim da picada!

Sexto: Quando se trata de proceder às substituições, Felipão é um desastre. Troca seis por meia dúzia quase todo o jogo e insiste com jogadores medíocres, a maior parte dos quais, por ele indicados. 

Eu poderia ficar aqui dedilhando a madrugada inteira discorrendo sobre os erros de Felipão na condução do time do Palmeiras, mas prefiro ficar por aqui.

Entretanto, não posso deixar de perguntar por quê o Palmeiras tem tanta contusão muscular e por que há tanta demora nas recuperações clínicas e, principalmente, físicas de nossos jogadores?

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Para encerrar, uma reflexão muito pertinente!

Um time que se defende com nove e ataca com dois (não estou falando em tática radical de contrataques quando se tem velocistas no time) vai fazer muitos gols?

Um time que não tem como objetivo principal vencer, mas, simplesmente, se defender e não perder, tem condições de ganhar um campeonato difícil de pontos corridos como o Brasileirão?

Um time que tem como jogada principal e quase solitária, a bola parada de Assunção e o jogo aéreo para o cabeceio dos beques, pode ser campeão nacional?

Um time que quase não chuta a gol e dificilmente arremata de fora da área (ontem arrematou uma vez e marcou) vai ter facilidade em fazer gols?

Um time penso, pendido pelo lado esquerdo e que não tem nenhuma jogada alternativa pelo lado oposto,  favorece ou não a marcação adversária?

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A LUZ AMARELA DA ADVERTÊNCIA ACABOU DE APAGAR PARA O PALMEIRAS!

ACENDEU-SE, AGORA, A LUZ VERMELHA DO PERIGO!

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PARABÉNS VERDÃO PELOS 98 ANOS

OBRIGADO POR VOCÊ EXISTIR!