Observatório Alviverde

26/04/2011

MAIS UMA VEZ NÃO VAMOS PARA UMA DECISÃO COM A NECESSÁRIA TRANQUILIDADE! DESTA VEZ A CULPA NÃO É DA MÍDIA!


O Palmeiras, há anos, não consegue ir para um jogo decisivo em sintonia com a tranquilidade.
O chamado estado "zen" parece não existir quando o Verdão entra em clima de decisão.
Para não fugir à regra, os costumeiros problemas estão aí, incomodando e tirando a tranquilidade do elenco.
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CONTUSÕES
Tudo começou na semana passada.
A alegria da classificação na Copa do Brasil foi substituída pela preocupação.
O jogo contra o Santo André, duríssimo, verdadeira batalha, nos impôs duas baixas importantíssimas.
Quando Cicinho e Thiago Heleno se contundiram seriamente, eu pressenti que a semana seria difícil.
Iríamos enfrentar o Mirassol, time de boa qualidade, experiente e de bons valores individuais.
Eu sabia que teríamos pela frente outra batalha de atrito, com perspectiva de outras baixas.
Felizmente, não aconteceu.
Mas se houvesse ocorrido, ao menos para mim, não seria nenhuma surpresa.
As dificuldades impostas pelo jogo, mostraram que eu estava certo.
Absolutamente, certo!
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DEMOS SORTE
Passamos pelo Mirassol, com enorme dificuldade e sacrifício.
Cicinho e Heleno fizeram uma falta tremenda, sobretudo o ala,  a nossa grande opção ofensiva pela direita.
Jogamos, o tempo todo, com o time taticamente torto, penso, mal enjambrado, desequilibrado.
Ficamos obrigados a atuar exclusivamente pelo lado esquerdo usando dois jogadores táticos e raçudos, Rivaldo e Luan.
João Vitor e Márcio Araújo, volantes de contenção, improvisados, revesaram-se na ala direita. Fizeram o que podiam.
Mas nem um dos dois tem cacoete de ponta para o apoio.
Ambos cumpriram pela metade as suas tarefas de ala improvisado, limitando-se, exclusivamente, a marcar.
Araújo, quando atacou, o fez pelo meio, na qualidade de volante, usando o seu razoável talento individual. Numa dessas chegadas, conseguiu assinalar um gol de belíssima feitura que levou o Verdão à semifinal.
O Palmeiras teve muita sorte em não ter contundidos, em um jogo muito pegado e disputado.
Novas contusões agravariam a situação atual, trazendo transtornos e problemas para Felipão.
Em certas posições, a ala direita é uma delas, somos carentes de bons reservas.
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LOCAL DO JOGO
Como os problemas se avolumam toda a vez que o Palmeiras chega a um jogo decisivo, ontem ocorreu a definição do local do jogo contra o Corinthians.
Contrariando o pensamento de Felipão, a diretoria fez um acordo com o Corinthians e com a FPF, definindo o Pacaembu para o jogo decisivo semifinal contra os gambás.
Segundo uns setores da mídia, Palmeiras e Corinthians combinaram que não levariam o jogo para o Morumbi
sob nenhuma hipótese, nem que o preço do aluguel fosse igual ao do Pacaembu.
O Palmeiras ficaria com 95% dos ingressos e o adversário com apenas 5%.
Para não ser cobrado pela torcida, o presidente do Corinthians faria um H, reclamando pela mídia a carga reduzida dos ingressos, haja vista que, quando do último jogo, os corinthianos receberam 10%..
O Palmeiras alegaria que os 5% são exigência do Ministério Público, como, de fato, o são. O promotor Castilho confirmou ontem pela Rádio Globo.
De qualquer forma, o acerto do local do jogo contrariou o pensamento do treinador e de muitos dos jogadores, alguns deles de indiscutível liderança e influência no elenco, como  Kléber.
Ao meu sentir, foi uma falta de habilidade da diretoria que pareceu querer impor o peso de sua autoridade sobre a autoridade de Felipão.
Algo parecido com a atitude juvenil de Beluzzo que dispensou Luxa sob o argumento de que ele passara por cima da diretoria e quebrara a hierarquia do clube ao dizer que Keirrisson estava fora do grupo do Palmeiras.
A atitude intempestiva de Belluzzo perturbou a sua administração, levando-nos à perda do Brasileirão 2009.
Além disso, mergulhou o clube em dívidas desnecessárias de contratações e dispensas de vários técnicos e jogadores, cujas rescisões, em alguns casos, estamos pagando até hoje.
Espero, sinceramente, que Felipão não fique queimado e nem se sinta desprestigiado por essa atitude da diretoria que, certamente, será elogiada por tantos e criticada por muitos.
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PACAEMBU, A PIOR ESCOLHA
O Pacaembu é, realmente, a casa dos gambás, ou, se preferirem, a própria "toca dos gambás".
Jogar contra o Corinthians lá dentro é, sem qualquer dúvida, um handicap amarrado ao nosso escudo.
Lá, tudo é corintiano, o campo, o vestiário, as cabines, a tribuna, o serviço de som...
Os argumentos de Frizzo e da diretoria, defendendo o clássico no Pacaembu, são, simplesmente, sofismas.
Mas tudo o que ele diz é verdade:
Que o Palestra foi destruido, invicto, no Pacaembu e que o Palmeiras nasceu campeão, no Pacaembu.
Que o Palmeiras fez o jogo inaugural no Pacaembu e foi o vencedor.
Que o Palmeiras foi o clube que mais vezes ganhou, no Pacaembu.

O que ele omite é que, há largos e longos anos, o Corinthians é o grande e exclusivo usuário do estádio.
Que está acostumado a jogar lá e conhece todos os atalhos do campo.
Que ganha mais de 80% dos jogos que realiza nesse estádio.
Que derrotou-nos  no último clássico jogado no velho Estádio Paulo Machado de Carvalho.

Na realidade, Felipão queria facilitação (se é que isso existe em clássicos) e prioriza os pontos.
Experiente e vivido, ele sabe que o jogo em Barueri, no Canindé ou em qualquer outro estádio, favoreceria o Palmeiras.
Mas a diretoria prioriza os contos (como se chamava antigamente a nossa moeda).
Espero, sinceramente, que a diretoria esteja certa!
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A BRIGA DA ARENA

Eu ainda não falei sobre outro assunto que pode atrapalhar o Palmeiras nesta semana decisiva.
  
Já está na mídia, amplamente divulgada, a briga deflagrada entre a WTorre e a diretoria.
Briga feia, com troca de cobranças via cartório e muitas ameaças.
Todos sabem que a atual diretoria, ligada a Mustafá, não queria a Arena nas condições ajustadas.
É estranho que, em vez de facilitar, tente complicar um negócio em vias de execução.
O velho Palestra está demolido e a obra, agora, é irreversível.
Todos nós esperamos por ela e temos pressa de que seja concluida.

A WTorre sinalisa com a paralização das obras.
Alega que já gastou mais de 40 milhões só no trabalho de demolição do velho estádio.
Exige a apresentação, incontinenti, da escritura de uma casa de propriedade do Palmeiras, contígua a Arena.
A diretoria, não sei se age ou reage, mas também exige que certos setores da parte destinada aos sócios ainda não sejam demolidos.
Enfim é uma briga privada que se torna pública, em detrimento do próprio clube.
Como eles gostam de brigar!

Hão de dizer que esse tipo de problema não chega ao elenco.
Na verdade, qualquer problema dessa natureza que chega ao elenco, incomoda e assusta a bolerada.
Essas situações são sempre repercutidas, internamente, entre os jogadores.
Nunca faltam aqueles que ficam imaginando e perguntando se essas brigas não vão originar atrasos salariais, de gratificações  ou se vão gerar outros problemas.
Os jogadores sabem que a situação financeira do clube, neste momento, não é equilibrada e é muito delicada.
Os mais esclarecidos têm consciência de que essa briga não tem nada a ver com o futebol, com o elenco, ou com folha de pagamento, mas os menos esclarecidos podem se desestabilizar ao ver o noticiário repercutido pela mídia.
Mas nosso clube não se chamaria Palmeiras se estivéssemos navegando em um mar de rosas em vésperas de decisão!
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