Observatório Alviverde

04/08/2015

ENTRE PAULO NOBRE E VALDÍVIA FICO COM O QUE É JUSTO ...


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A imagem que vale por todas ausências.


Prometi não voltar a discorrer sobre a ''saída de Valdívia!

Como, porém, deixar de fazê-lo se o assunto recrudesceu, se atualizou e por si só se impõe?

A entrevista recente de Nobre abordando o tema (teria sido por dor de consciência?) e a réplica do atleta, ontem, (em defesa de sua honra) que, certamente,  ficará sem tréplica, recolocam na berlinda o controvertido tema, nitroglicerina pura.

As contundentes declarações de Valdívia ao "Estadão" serviram para confirmar tudo o que este blog antecipou, a propósito da melancólica saída do maior jogador das Américas e o melhor da década, da SE Palmeiras.

Entretanto, ainda que o chileno estivesse em silêncio e nada declarasse,  a mim me parecia muito clara a posição de ambiguidade do clube e da diretoria em relação ao jogador. 

Defino-a, finalmente, como, mais do que uma inominável mineirice, uma deslavada infâmia! 

Tradicionalmente, essas coisas aconteceram bem poucas vezes na saga do Palmeiras, um clube que sempre primou pela lealdade e pelo exercício constante da transparência e da sinceridade.

Essa mudança abrupta de filosofia, ou, vá lá, de foco só se explica pela chegada ao clube de alienígenas, muito mal acostumados!

Autorizados a gastar o dinheiro alheio, chegaram chegando, prometendo reformar e revolucionar o clube, quando a verdadeira revolução passaria, primeiro por não contratá-los, nunca, e, (vou radicalizar por não tolerar ambiguidades comportamentais ou de caráter), antes que seja tarde, por suas dispensas sumárias.

Na entrevista ao Estado, Valdívia falou de sua relação com o clube, queixou-se do presidente e o acusou de muita coisa, principalmente de, na teoria, fazer um discurso, e, na prática, adotar outro. 

Mas não foi, exatamente, isso o que este blog publicou?

Fique bem claro e definido, em momento algum da entrevista, Valdívia atacou a instituição Palmeiras.

Isso não passa de bla-bla-bla e de intriga dos beócios tangidos que o depreciam, influenciados, certamente, pelos vingativos manchistas e pela mídia adversa e inimiga.

Valdívia, simplesmente, exerceu o seu sagrado direito de defesa diante de uma nação dividida entre a sua canonização e a sua condenação.

Este blog, no momento H da definição de fatos, sem essa demagogia de afirmar que Nobre é mais importante do que Valdívia ou vice versa, haja vista que esse não é o fulcro da discussão, mantém-se coerente com tudo o que publicou, bata em quem bater, incomode quem incomodar ou doa em quem doer.

Realçando e reconhecendo (sempre) a suprema importância de Nobre (o mais realizador entre todos os últimos presidentes), no processo de recuperação do clube, só podemos entender-lhe a omissão, as aleivosias e os pecadilhos em relação ao fato, a partir do momento em analisamos as ações ao seu lugar-tenente, sem nenhuma dúvida, a causa das causas. 

Lamentavelmente, Nobre outorgou plenipotenciariamente todo o poder do futebol do Palmeiras a quem jamais deveria ter entregue. 

E, pior, com as agravantes da carta branca, do livre arbítrio e do poder total para as decisões pessoais e para tudo mais que queiram. Foi um erro palmar! 

Nobre jamais deveria ter feito isso, tanto e quanto continuar se submetendo a situações ridículas em face de decisões administrativas pretéritas equivocadas! Um erro não justifica outro (erro)!

Na saga e na história da SE Palmeiras, jamais um diretor de futebol enfeixou nas mãos tanto poder quanto Mattos! 

Nem dois deles, exemplifico, a quem Mattos não é digno, sequer, de desatar-lhes os nós das gravatas.

Refiro-me a Delfino Fachina e Tirone, o pai, o pai, o pai, o maior entre todos os diretores de futebol do Palmeiras que conheci, que, nem sei porquê, não chegou, um dia, à presidência. Detalhe: nenhum dos dois recebia (como Mattos) um régio salário para exercer a função! Era tudo à base da abnegação, da entrega e do verdadeiro amor ao clube!

Mattos, (que quem não sabe fique sabendo), é inexperiente, imberbe, pouco rodado em matéria de futebol e, pelo que se denota, dotado de um orgulho maior do que o Allianz, de uma ambição maior que o clube e de uma teimosia maior do que o céu que cobre os três. 

Àqueles que argumentam que ele foi o diretor de futebol do Cruzeiro ao tempo de suas recentes conquistas do bi-campeonato brasileiro, eu pergunto: "fosse ele tão importante quanto imaginam Nobre e tantos palmeirenses,  o Cruzeiro o deixaria sair tão facilmente e mudar de clube?

Da mesma forma, pergunto, sem o polpudo orçamento para contratar proporcionado por Nobre, teria ele topado vir para o Palmeiras?  Com açúcar, até jiló é doce! Até eu, "meu"!

Com o que ele gastou, de forma incoerente e sem o menor método, na montagem do elenco do Palmeiras, daria para montar três times de primeira linha ou mais, haja vista que o equilíbrio e o bom-senso exigem que se preserve a base. Ele não conseguiu, sequer, montar um!

Fosse Mustafá Contursi que houvesse empreendido essa cornucópia de contratações e muitos estariam dizendo que o Palmeiras estava reeditando a política do "bom e barato", em que pesem algumas contratações um pouco mais caras servirem, simplesmente, de fachada.

Havia acontecido no Cruzeiro e aconteceu, novamente, no Palmeiras.

Em BH, o "mago" das contratações, só em 2013, colocou mais de trinta jogadores no Cruzeiro, entre os quais os extra ordinários Souza e Luan, ex Palmeiras, mas as contratações que resolveram, mesmo, vieram das indicações de Marcelo Oliveira. É preciso dizer mais o que?

Dizer que ele, que contratou o veteraníssimo Zé Roberto a peso de ouro, quer pagar 120 mil reais ao melhor jogador das Américas? Onde estão os decantados conhecimentos do mineiro? Ficaram  em Minas Gerais?

Dizer que, no Palmeiras, as contratações que deram certo e retorno, ao menos até agora, foram, e-x-c-l-u-s-i-v-a-m-e-n-t-e, aquelas de Oswaldo Oliveira?

Dizer que Valdívia não queria ficar no Palmeiras, quando seu pai viajou de Santiago a São Paulo, exclusivamente para tratar da renovação e não foi sequer recebido pelo diretor de futebol  e pelo próprio presidente?

O fato é que Nobre, encandeado, enceguecido, dominado, hipnotizado ou se sabe lá porque,  sequer procurou averiguar quanto gastou e quanto desperdiçou o seu atual diretor de futebol em contratações inúteis para levar o Cruzeiro ao bi brasileiro!

Será que Nobre tem conhecimento de que as principais indicações de contratações do Palmeiras deste ano, isto é, as que, de fato, resolveram, foram todas, indicações de Marcelo Oliveira?  

Sabia, Nobre, que ele Mattos (sublime ironia) "adorava"  tanto o "Palestra Paulista" que empurrou o contundido crônico irrecuperável  Vitorino, o uruguaio, para o Palmeiras?

Então,  o que tem, o que foi dito, com a saída de Valdívia? 

T-U-D-O-! 

No resumo da ópera, as conclusões a que chego, são estas:

1) O Palmeiras não tratou o jogador com o respeito e nem com a consideração que ele merecia.

2) Culpa da Mancha, a causa primeva (agressão ao jogador no aeroporto de Bueno Aires) da mais estúpida rejeição da história do clube a um jogador que é craque.

3) Culpa da torcida bipolar e "vai com as outras" (parte da torcida do Palmeiras) que encampou e repercutiu a campanha destrutiva contra o chileno. 

4) Culpa da mídia. Palmeirenses otários leem pela cartilha da mídia inimiga e inconsequente. Muitos leram, se manifestaram e foram determinantes na saída do único craque do elenco!

5) Culpa de Nobre que, estupidamente, deu carta branca a Alexandre Mattos. Mattos apesar das declarações à mídia, não queria Valdívia no Palmeiras. 

Aqui em BH se dizia que ele queria o Mago no Cruzeiro, mas o próprio jogador afirmou, enfaticamente, que não toparia vir para BH.

Vocês acham que Mattos cortou, completamente, as relações com o estado de origem e clube que o abrigava? 

Só conheci um único mineiro que fez questão de declaradamente anunciar que cortava o cortão umbelical com o seu estado de origem por nunca ter lhe atribuído valor:

"Titio" Orlando Fantoni, grande técnico do passado, está enterrado na Bahia!

CONCLUSÃO

O Palmeiras cumpriu um papel muito feito e indigno de suas tradições em relação a Valdívia.

Tudo aquilo que antecipou este blog, foi repetido, literalmente, pelo jogador na entrevista concedida ao Estadão.

Na real, Mattos não queria Valdívia.

Mas, se não queria, por que não assumiu?

Por que deixou a "bucha" para o presidente?

Ponto final!

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