Observatório Alviverde

06/01/2014

A INTEMPESTIVA CARTA ABERTA À NOBRE!



Dinho Maniasi, frequentador assíduo deste espaço, grande torcedor do Palmeiras, sugeriu-nos em sua última participação, a leitura de um manifesto, denominado na web, " carta aberta ao presidente Paulo Nobre".

O documento virtual é assinado por outro palmeirense a quem não conheço, mas, suponho, seja, também, como todos nós, um grande torcedor do Verdão, repleto de boas intenções e que quer o melhor para o nosso clube. 

O torcedor em questão é Rodrigo Barneschi, que assina o excelente blog "Forza Palestra".

Quem quiser ler o manifesto, assim como criticá-lo ou apoiá-lo, pode fazê-lo, como mandam o figurino e o bom-senso, aberto a todas as considerações e avaliações.

Para tal, acesse o endereço abaixo:

http://3vv.com.br/2014/01/carta-aberta-ao-presidente/

Antes de qualquer coisa quero dizer que, em minha modesta opinião, o manifesto é intempestivo.

Foi lançado tardiamente, fora do tempo hábil que seria, sem qualquer dúvida, em novembro de 2013, ao final da Série B. 

O fazendo agora, o autor estabelece um pré-julgamento das ações de Nobre para 2014 e fala das consequências da administração, simplesmente, por suposição ou exercício de futurologia.

Vejam que ele, logo no primeiro parágrafo, discorre sobre "-as infinitas atrocidades cometidas pelo senhor (Nobre) e por seus asseclas (é termo que se use?) contra a Sociedade Esportiva Palmeiras. Uma atrás da outra, elas se somam dia após dia, em uma escalada interminável e por demais nociva".

Vejam, portanto, que o colega que escreveu isso julga Nobre por antecipação. Respeito-lhe a opinião, mas ela está muito longe de corresponder à realidade.

O que o Sr. Rodrigo desconhece é que Palmeiras, em vias de transformar-se, definitivamente, em refém dos impostos e das dívidas irresponsáveis, ainda não tem, sequer, um patrocínio master. 


E não tem, sou convicto disto, por falta de uma certidão negativa que o permita ter o patrocínio da CEF! Quem desconhece que Lula, por suas ambições eleitorais, quer agradar, também, à torcida rival, maior adversária de seu CU-rintia!

O que o autor do manifesto desconhece, ou, se conhece, finge desconhecer ou não divulga, é que não existe time sem clube, isto é, sem uma razão social que o abrigue.

Ele alega, por exemplo, um distanciamento enorme entre Nobre e a torcida, o que deve estar, na prática, de fato, acontecendo, mas apenas e exclusivamente, em relação as organizadas, 

Na condição de torcedor comum, à distância, o que eu tenho notado é que o presidente tem pautado as suas ações pela responsabilidade, pela seriedade e pelo sigilo, o que, de certo modo, incomoda muita gente.

Na verdade, o que muitos querem é a reabilitação das hordas (des) organizadas, que tanto mal têm feito à instituição Palmeiras e cujas influências tanto têm atrapalhado, principalmente, o time de futebol. 

Essa gente, -quem desconhece isto?-, não pode ter a força que vinha tendo na política do clube, impondo-se, através de ameaças, agressões e retaliações, ingerindo diretamente nas ações e na vida do clube. 

Por isso os desmiolados não querem Nobre, que, certamente não os financia mais,  relegando-os, exclusivamente, à sobrevivência justa e pobre das contribuições dos associados ou de quem se disponha a financiá-los. 

Enquanto perdurar esse estado de coisas, creiam, Nobre continuará sendo hostilizado, ainda que venha a ser campeão do mundo! Quem, também,  não sabe disso?

Exigir contratações é fácil, o duro é viabiliza-las e pagar os salários, atualmente muito maiores do que as demandas do mercado e, sempre, desproporcionais ao faturamento do clube.

Nobre só erra quando exagera e por causa de dois ou três tostões deixa de contratar jogadores importantes. O Bruno que deveria ter assinado com o Palmeiras teria de ser o César!

Outro erro que comete é aquele de ficar catando beques e defensores, jogadores de mais fácil aquisição no mercado, quando os maiores problemas e demandas do Palmeiras residem nos anêmicos ataques que o clube monta a cada ano.

Estou, coincidentemente, neste instante, lendo O Globo que abre manchete na primeira página do exemplar deste domingo, 05 de janeiro, com os seguintes dizeres:


" EM ANO DE LIBERTADORES, FLAMENGO NÃO ABRE O COFRE".

Após isso, remete os leitores para a página 34, setor de esportes, onde, também, se lê: outra manchete: referente ao tema: 

"RECEITA RUBRO-NEGRA, 300 MILHÕES DE OBRIGAÇÕES".

Logo abaixo, no "lead" da matéria esta frase: 

" APESAR DO AUMENTO DE 50% DA ARRECADAÇÃO, PESO DO PASSADO CHEGA AO ÁPICE DURANTE ANO EM QUE UM TERÇO DO ORÇAMENTO SERVIRÁ PARA PAGAR DÍVIDAS E IMPOSTOS".

Em seguida vem uma matéria com Rodrigo Tostes, vice de finanças do Flamengo que diz entre outras coisas:

1) Sem contratar ninguém, apenas com as renovações, a folha salarial terá significativo aumento.

2) Vamos arrecadar mais de 300 milhões, mas temos de pagar 100 milhões entre impostos atrasados, juros, parcelas de dívidas tributárias e outras obrigações que, se não quitadas, faz com que o clube perca as suas certidões negativas de débito e perca patrocínios importantes.

3) Os acordos de dívidas e outras ações têm de ser cumpridos integralmente a bem do nome e da credibilidade do clube.

Tudo o que disse Rodrigo Tostes, com muita propriedade e conhecimento de causa, aplica-se, também, a SE Palmeiras de hoje que, há muitos anos, perdeu o suporte financeiro, por exemplo, das Indústrias Matarazzo e de outras empresas que lhes davam suporte.

Outro aspecto importantíssimo analisado com  propriedade pelo prócer Flamenguista, é que um ativo da órdem de 300 milhões de reais não pode ser colocado à disposição de apenas dois dirigentes, o vice de futebol e o diretor de futebol, e ser colocado, exclusivamente, no mercado das contratações.

Com propriedade, ele afirma que, se para vender qualquer bem comum do clube é necessário uma reunião do conselho deliberativo, mas, para comprar, vender, ceder ou emprestar jogadores, exatamente as transações mais caras, por que as decisões de negócios ficam entregues nas mãos de um ou dois dirigentes, no máximo? Tostes tem razão!

O Flamengo foi citado aqui no OAV porque é o time que briga com o CU-rintia pela condição de líder de arrecadação do futebol brasileiro.

Se lá onde entra muito dinheiro as coisas estão assim, imaginem como devem estar andando as coisas no Palmeiras onde a grana tem sido manga de colete!


Reconheço, porém, que Nobre tem cometido alguns exageros. 

Não tantos quanto aqueles cometidos por Mustafá, que, alguns dizem, ser seu mentor. Pode até ser, embora seja pouco provável. 

Mas, ambos, permitam-me a franqueza, estão certos em suas políticas de contenção de gastos. 

É óbvio que não concordo com o amadorismo de Mustafá, com seu personalismo administrativo, ou com sua absoluta absorvência na administração do clube, sem delegar poderes com autonomia, àqueles que recruta para tocar o futebol.

Tanto ele quanto Nobre, tanto Nobre quanto ele, estão corretíssimos em cuidar do clube, pois se o clube morrer, morrerá, com ele, o próprio time e ficaremos sem ter por que ou por quem torcer.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, Nobre não é um perdulário como Beluzzo e nem é um avarento como Mustafá. 

Entre um e outro, com a vantagem da juventude, considero que Nobre se estabelece sobre um patamar administrativo aceitável.

As suas atitudes, até agora, entre um ou outro negócio menos bom ou de menor lucratividade -é normal que ocorra um ou outro negócio assim-, evidenciam que ele vem errando no varejo e acertando no atacado.

O Palmeiras, agora mais do que nunca, precisa viabilizar o clube a fim de que o time não venha a sofrer tanto quanto vem sofrendo. 

De que adianta dispor de um elenco caro se não há recursos para o pagamento dos salários? 

Esse negócio de que a torcida paga e coisa e tal, pura fantasia, jamais aconteceu na vida de qualquer clube, mesmo naqueles que têm torcidas muito mais presentes do que a nossa, de qualquer região do país!

O Palmeiras têm de ter, sim, os pés no chão! 

Nobre não está errado em introduzir a política de contratações mediante tetos baixos e gratificações altíssimas, que o inesquecível Ripoli, falecido em 83,  introduziu no modestíssimo XV de novembro de Piracicaba com amplo sucesso!

Ripoli tirou o XV do ostracismo, levando-o à Europa em uma das primeiras excursões das equipes do interior paulista ao velho continente.

Em 76 catapultou o XV a um 2º lugar no Paulistão, só abaixo do próprio Palmeiras, campeão do ano. 

Em 79 o XV foi o 13º colocado no Brasileirão, um assombro para os times considerados pequenos àquela época. Tudo isso, sob a política adotada e resgatada, hoje, por Nobre, para o Palmeiras.

Sei que os detratores de Nobre virão com a velha e manjada conversa de que o que é bom para o XV não é bom para o Palmeiras, mas, na prática, não é bem assim.

Na verdade, estão julgando o trabalho de Nobre por achismos, sem esperar os frutos do trabalho que realiza, já que ele cumpriu, com galhardia e sobejo, a obrigação de levar-nos de volta à elite. 

E o fez com folga e sem atropelos! Pensem nisto!

Mas os mesmos que tiveram ou que têm os interesses contrariados pelas ações de Nobre, estão dizendo que subir é obrigação! 

Obrigação, em termos! E se o time não subisse? 

O Flu também tinha obrigação, mas, um dia caiu da Série B para a Série C! 

Poderia ocorrer, mas não ocorreu com o Palmeiras. Méritos para Nobre! Por que não?

Se Nobre e seus pares de diretoria trabalharam bem na segundona, por que não lhes darmos um crédito à altura do êxito obtido?

Repito, o Palmeiras, com folga, foi campeão na temporada passada!

Enfim, meus amigos, quero dizer que, jamais, vi o atual presidente em qualquer lugar, nem em aeroporto, pessoalmente ou em carne e osso, da mesma forma em que jamais tive qualquer contato com ele, ainda que via internet.

Não me conformo, porém, com críticas impertinentes, fora de tempo, como é de hábito em nossa torcida, pois desestrutura, desequilibra e desconstrói todo o trabalho que já foi feito.

O Palmeiras, este é o único reparo que faço a Nobre, Brunoro e  companhia, deveriam ir atrás de atacantes lisos, dribladores e artilheiros. 

Há milhares dando sopa por este Brasil. Basta que a diretoria se disponha a procurar os garotos e lhes dê as necessárias oportunidades.

O Palmeiras - inclua-se Nobre- ainda não aprendeu que beques, meios-campistas e, até, armadores, existem aos milhares no futebol brasileiro e a exceção que se contrapõe à fartura desses atletas são os atacantes.

Todo ano, porém, é sempre igual na SE Palmeiras. 

Contratamos um ou dois atacantes, nem sempre os ideais, e ficamos o ano inteiro sem força ofensiva, dependendo de bolas paradas e de outros "quetais" para ganhar os jogos! 

Chega! Passou da hora de o Palmeiras dispor de seis ou sete homens de área, efetivos, e nas condições relatadas acima.

Esta não é a hora de cartas-abertas à diretoria, mas de apoio e aprovação ao trabalho da diretoria, muito eficaz, até agora!

Principalmente para aqueles que conhecem a matéria e sabem que o futebol tem de ser feito com os pés no chão, além de muitas paciência e parcimônia.

Na verdade, não se pode e nem se deve, jamais, jogar dinheiro fora em jogadores que custam muito e não rendem nada, como tem sido  hábitual em nossas políticas de contratações.

Vejam que, exceção feita ao Santos, ninguém, entre os grandes  do futebol paulista, investiu nada, ao menos até agora. O próprio Santos está longe do investimento feito em anos anteriores.

Mas o próprio Santos, sempre com o apoio da mídia, anuncia que vai, novamente, apostar em sua base em 2014, eternamente enaltecida pela imprensa. 

Por piores que sejam os jogadores que aparecem por lá, são sempre endeusados e colocados em plano superior àqueles lançados pelo Palmeiras, mesmo que os nossos valores da base, muitas vezes, sejam bem superiores.

A mídia, ressalvadas as exceções dos profissionais honestos e alguns desavisados, mas bem intencionados, continua cobrando contratações do Palmeiras, mas, apenas e tão somente e exclusivamente do Palmeiras, não dos outros clubes.

Não tenho visto ou ouvido cobranças com relação aos bambis e aos gambás, que a exemplo do Palmeiras, também andam parcimoniosos e econômicos neste início de temporada! Alguém pode me informar se estou errado?

Pois a classe midiática fez de tudo para que Elano e Alex fossem contratados pelo Palmeiras. Eles adoram quando o Verdão gasta muito e se encha de veteranos e jogadores sem pernas! 

Só que Nobre, desta vez, os contrariou e o Palmeiras deve ficar, acertadamente, com o único entre os três veteranos cogitados -Alex, Elano e Lúcio, que reunia condições de representar algo para o clube nas atuais circunstâncias, o zagueiro Lúcio! 

Lúcio, veterano, em um esquema tático de sobra, será muito melhor do que Vilson. Quem viver, verá! O Palmeiras, se Lúcio, efetivamente, vier, vai ganhar muito nessa troca!

 Lembram-se de quanto lutaram para que Marcos Assunção renovasse?

Infelizmente muitos dos nossos seguem a cartilha midiática cujo objetivo e apequenar o Palmeiras, restringir-lhe e enfraquecer-lhe o elenco e roubar, cada dia mais, a importância do clube.

São os mesmos que continuam mentindo à população afirmando, criminosamente, que o Palmeiras é a quarta torcida brasileira, atrás de Flamengo, Curintia -até aqui a verdade- São Paulo -mentira- e Santos -infâmia-!

Meu filho, flamenguista de coração e simpatizante bambi, que passou semana passada, em um resort da praia do Forte em Salvador, trouxe-me a seguinte informação:

O resort, que tinha a maioria absoluta de hóspedes paulistas fez uma enquete que mostrou 40% de Cu-rintianus, 40% de Palmeirense, praticamente empatados.

Mostrou um único (1)  sãopaulino e nenhum santista, sendo que, estes, em número bem inferior aos torcedores do Santa, do Sport e do Náutico em um universo de mais de 50 pesquisados para efeito de um torneio! 

Uma autêntica lavagem do Verdão que mostra o tamanho e a grandeza de nossa torcida, apesar do empenho midiático em nos diminuir e apequenar!

Portanto, meus amigos, vamos ter otimismo e parar com os negativismos decorrentes de cartas abertas intempestivas, limitando-nos a críticas pontuais à nossa diretoria!

O trabalho de Nobre e da atual diretoria, precisa, primeiro,  ser colocado em campo para que possamos, depois, julgá-lo, sem incorrer em processos condenáveis de prejulgamentos. 

De minha parte torço por Nobre a aprovei e aprovo 90% de suas ações à frente do Palmeiras. 

Para mim seu trabalho se completará e será fechado com chave de ouro neste início de temporada, a partir da contratação de Bruno César.

Mas, se por razões alheias à vontade de Nobre, Bruno César não vier, sou convicto de que o Palmeiras não irá acabar, e, de quebra, partirá para a contratação de outros jogadores de igual naipe, ou, até, melhores!

Eu acredito na administração de Paulo Nobre!

Você, também, acredita?

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