Observatório Alviverde

17/05/2018

PALMEIRAS 3X1 JÚNIOR DE BARRANQILLA . INVICTO, O VERDÃO ESPERA O ADVERSÁRIO DAS OITAVAS DE FINAL DA LIBERTADORES/18.



A vitória do Palmeiras sobre o Júnior colombiano fez com que o Verdão atingisse a meta colimada da melhor campanha da fase classificatória da Libertadores/18.

A partir de agora, em todos os confrontos da competição, sejam das oitavas, das quartas, das semifinais e até das finais, onde quer que o Palmeiras chegue, fará sempre o segundo jogo do mata-mata em pleno gramado do Allianz contra qualquer clube que vier a enfrentar.

Essa é uma condição a que reputo como valiosa, preciosa mesmo, e que tem tudo para fazer a diferença em prol do Verdão que nunca chegou a tanto em quaisquer das libertadores que disputou.

Em se falando de tática e técnica, que ninguém se iluda em relação ao time. 

Se Róger continuar (ele merece continuar!) o Palmeiras continuará jogando fechado, retrancado, com pouca iniciativa de jogo e preso à tática meramente reativa que caracteriza o trabalho do atual treinador.

Não gosto do esquema e do sistema de trabalho de Róger, mas tenho de admitir que não eu, mas ele é que está está certo, a confrontarmos a sua campanha até agora com aquelas de técnicos mais renomados em outras Libertadores, Felipão campeão, inclusive.

Assim, não esperem um Palmeiras como se diz hoje (eu não gosto da expressão) , "propondo" o jogo, mas esperando, primeiro, as iniciativas do adversário para, apenas depois, ver como vai jogar. 

Em relação ao jogo de ontem, nem quero falar sobre o primeiro tempo opaco e sem o menor brilho do time do Palmeiras, fruto do impacto psicológico negativo do elenco, determinado pela derrota de domingo. Prass confirmou isto após o jogo!

Prefiro analisar o que vi no 2º tempo quando o time correspondeu às minhas expectativas e jogou, senão com a garra e o espírito de superação que eu supunha, mas, ao menos, não foi aquele corpo inerme, inerte e sem alma que se viu domingo passado e que "entregou-se" vergonhosamente no "derby".

No cômputo geral foi um excelente resultado obtido pelo time misto que  Róger colocou em campo, na medida exata das necessidades palmeirenses na competição.

O jogo em si, paralelamente à cristalização do objetivo, serviu para mostrar a Róger algumas coisas que se sabia e outras que não se sabia.

Entre as que se sabia a primeira é que Prass provou outra vez que continua sendo o melhor goleiro dos três com que o Palmeiras pode contar e um dos melhores do país.

Então você me pergunta: mas o Jailson é ruim? Ele deve sair do time?

E eu respondo: Jailson, muito bom goleiro, neste momento, merece a titularidade,
e tem de continuar jogando porquanto chegou lá por seus próprios, méritos. 

Se isto é verdade, não é menos verdade que ele ainda está muito longe da condição técnica de Prass. 

Prass é um  líder nato, um emérito pegador de pênaltis e pode-se dizer, sem medo de errar que se trata de um craque das balizas.

Ontem ele não apenas provou mas comprovou com uma atuação perfeita e com o detalhe de estar proporcionando ao time uma melhor saída de bola, até então o seu maior defeito. 

A minha conclusão é que se Prass, por sua liderança, carisma  e capacidade de defender pênaltis estivesse sob as traves no jogo contra o Curica, ele teria, muito mais que Jailson, condições de mudar o viés daquela decisão .

Finalmente, gostei do que disse Prass no fim do jogo, em resposta aos que o chamam de velho, superado e incapacitado para ser o primeiro goleiro do Verdão. 

Ele afirmou que os departamentos médico e fisiológico do Palmeiras dispõem profissionais capacitados, munidos de aparelhos e embasados por múltiplos conhecimentos para provar que ele tem, sim, condições de estar jogando em alto nível mesmo num time como o Palmeiras. Por isto renovou contrato!

Isso me remete, da mesma forma, a outros torcedores que afirmam, sem o menor embasamento, mas por puro achismo ou antipatia ao profissional, que Wanderley Luxemburgo é velho, decadente, superado (?) e que não teria condições de dirigir o atual time do Palmeiras.

Ora, meus amigos, se Marcelo Oliveira, se Osvaldo Oliveira, se Eduardo Batista tiveram essas condições, se Cuca de currículo inferior teve, se Róger Batista tem, por que Luxa não tem? Só por que a Mancha e outras uniformizadas não querem?

Lembrem-se sempre que uma das primeiras decisões de Paulo Nobre ao iniciar a sua gestão vitoriosa, foi a de defenestrar os torcedores profissionais, eternos aproveitadores (com raras exceções) que infestavam o clube ...

Essa gente sempre transferiu peso psicológico e um negativismo descomunal ao clube e ao time. Ou vocês já se esqueceram de tudo o que fizeram (fazem) a mando do turco? Ou já não se lembram mais das agressões insanas ao time e ao melhor jogador que o Palmeiras teve nos últimos quinze anos, Valdívia? 

Voltando ao cerne do assunto em debate, o que eu sempre disse e tenho dito a respeito de Borja? 

Eu assinalei e sublinhei N vezes que, houvesse um esquema que o explorasse em sua melhor característica e o colombiano seria um jogador extremamente útil e decisivo. Ninguém é, por mero acaso, campeão e artilheiro de uma competição tão difícil como a Libertadores!

Outro detalhe: será que não deu para que Róger percebesse que Victor Luís dá mais força ofensiva ao time? 

Que com a boa cobertura que existe no lado esquerdo da defesa pela presença (equivocada) de muitos jogadores no setor, ele pode subir à vontade e aumentar o poder de fogo do time?

O que eu não sabia (apenas desconfiava) é que Maike, que apoia bem, embora não tão bem quanto Marcos Rocha, supera Marcos Rocha no quesito defensivo!

Dá, também, para que se pense numa alteração, também na lateral direita, justamente o ponto mais vulnerável do time palmeirense. 

Um lateral mais marcador que apoie apenas na hora certa dará a consistência defensiva que o time não apresenta naquela parte do campo e mais equilíbrio ao time.

Àqueles que não gostam do venezuelano Guerra eu aplico o mesmo raciocínio referente a Borja, o artilheiro colombiano. Ninguém, por obra do acaso, consegue ser o melhor jogador de uma competição forte como a Libertadores.

Tá certo que Guerra não seria um jogador pelo qual eu pagaria tanto dinheiro quanto o Palmeiras pagou, mas já que a negociação aconteceu, vamos oferecer-lhe todo o nosso apoio, até porque trata-se de um jogador que não se esconde em campo e sempre dá tudo de si quando é escalado. 

Como o própria Guerra disse em entrevista após o jogo, ele precisa de uma sequência de jogos. Sua briga pela titularidade pode ter o dom de despertar um jogador tecnicamente acima da média do elenco palmeirense, Lucas Lima, que não tem se apresentado bem, embora, em meu entendimento, LL esteja sendo vítima do esquema de jogo de Róger que o obriga a realizar tarefas para as quais ele não tem o menor pendor. 

Sobre Tchê-Tchê, na semana passada eu cobrava a sua presença no time principal . Ele voltou e não decepcionou. É um jogador que precisa ser motivado para que ganhe confiança e brigue pela titularidade. (AD)

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 1 JUNIOR BARRANQUILLA
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Data: 16 de maio de 2018, quarta-feira
 
Árbitro: 
Enrique Cáceres (PAR) Marcou um pênalti não existente e validou um gol irregular NOTA 5.
Assistentes:  
Eduardo Cardozo (PAR) O único lúcido do trio de arbitragem. NOTA 8. 
Juan Zorilla (PAR) Não marcou impedimento no gol do Júnior e errou demais  o jogo todo NOTA 4.

Cartões amarelos: Emerson Santos (PAL); Piedrahita (JUN)

Público: 25.787 torcedores - Considerando-se as circunstâncias, ÓTIMO.
Renda: R$ 1.621.350,28 - Só o Palmeiras arrecada assim. Parabéns à "Leal"!

GOLS:
para o PALMEIRAS: Borja, aos 6, aos 14 e aos 26 minutos do 2º tempo.
para o JUNIOR BARRANQUILLA: Téo Gutierrez, aos 21 minutos do 2º tempo.

TIMES:
JUNIOR BARRANQUILLA:  
Viera; Piedrahìta, Jorge Arias, Jhonatan Ávila e David Murillo (Rafael Pérez); Leonardo Pico e Victor Cantillo; Yimmi Chará (Luiz Ruiz), Barrera e Yonny González (Luis Díaz); Teófilo Gutierrez
Técnico: Julio Comesaña

PALMEIRAS:

Mayke - Candidato sério à titularidade. Torcida tem de apoiar. NOTA 8

Emerson Santos - Receoso, de cara não segurou a onda. Melhorou depois. NOTA 6.

Luan - Bom sem brilhar. Jogou com seriedade e disposição. O pênalti a ele atribuído não existiu. NOTA 7.

Victor Luis - Está pronto para a titularidade. Diogo Barbosa que se cuide.

Thiago Santos - Qualquer clube gostaria de ter um Thiago Santos. Joga para o time. NOTA 7.

Tchê Tchê - Precisa readquirir seu melhor ritmo de jogo. Boa atuação. NOTA 7.

(Bruno Henrique) - Esteve pouco tempo em campo, mas bem, como sempre. NOTA 7.

Guerra - Carece de ritmo, embora tenha dado mais ritmo ao time do que Lucas Lima. NOTA 7,5.

(Deyverson) - Jogador de grupo, mas ainda sem dizer o que veio fazer no Palmeiras. NOTA 6.

Dudu - Sentiu demais o peso das críticas e mesmo sem a tarja de capitão não jogou mal. NOTA 8.

Willian - Melhora acentuada de rendimento em relação aos jogos anteriores. NOTA 7,5

(Hyoran) - Ao menos por enquanto não o vejo como uma promessa, quanto mais como craque. NOTA 6.

PERSONAGEM DO JOGO: 
Fernando Prass
Investido da função de capitão, líderou o time, defendeu pênalti e foi o craque de sempre. Um portento! NOTA 9.

O CRAQUE DO JOGO
 Borja - Os três gols marcados por sí mesmos o  dizem, ao menos dois de difícil construção. NOTA 10.

 Técnico: Roger Machado
Parece que sua voz foi ouvida no intervalo porque o time, mesmo sem substituições, voltou ligado para o segundo tempo e apagou a má impressão deixada no tempo inicial. 
Sem querer desmerecer o trabalho de Róger, o Júnior Barranquilla, forçoso é dizer, é um time relativamente fraco.
O grande teste para Róger e para o time do Palmeiras ocorrerá sábado próximo, dia 19, às 21 H no Allianz contra o perigosíssimo Bahia.
NOTA 7

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