Observatório Alviverde

22/01/2015

AINDA NÃO VI OU OUVI NENHUM LOCUTOR DE TV QUE TRANSMITE A COPINHA TER CORAGEM SUFICIENTE PARA REGISTRAR QUE O PALMEIRAS É O CAMPEÃO DOS CAMPEÕES DA COPA SÃO PAULO!



 

Neste momento, o time de juniores do Palmeiras, está mais importante do que o time principal, a um jogo de decidir o título da Copa São Paulo. 

Muitos dizem que a finalidade da Copinha é o descobrimento de novos talentos e a formação de jogadores para o time profissional.

Eu concordaria com esses muitos, houvessem os garotos do Palmeiras sido desclassificados e engrossaria a turma daqueles que defendem a conveniente, oportuna e apropriada tese.

Mas o fato é que o time júnior do Palmeiras, neste momento, transcende, exorbita e ultrapassa a esfera de simples fornecedor de matéria prima ao time principal e vira protagonista.

A apenas dois jogos de levantar sua segunda Copa São Paulo, o Verdinho nos intima a pensar alto e, pensar alto, significa pensar, muito mais, no título do que, propriamente,  no aproveitamento de jogadores, o que se pode ver depois. 

Neste momento o meu pensamento é positivo em relação ao título. Creio que nunca estivemos tão próximos, mesmo nas vezes em que passamos para as finais. O pensamento positivo conduz ao êxito! 

Sem excesso de confiança, penso, de forma positiva, em relação ao título entendendo-o como possível, alcançável, factível.

Acredito, muito, no potencial do time de Diogo Giacomini, o único time ofensivo que vi o Palmeiras lançar, até hoje, na Copinha, eu que trabalhei em muitas delas e assisti, ao vivo ou pela TV, a todas as edições!

Em razão disso, não tenho nenhum receio em afirmar que, o mais importante a esta altura, é o título que, espero, o Palmeiras ganhe, pela segunda vez.

O que desanima é constatar que nem  mesmo o presidente Paulo Nobre parece sabedor de que o Palmeiras venceu a Supercopa São Paulo de 1995, a maior e mais importante entre todas já disputadas entre as copas comuns e as duas supercopas!

A edição disputada em 2005, que teve o Palmeiras como convidado, reuniu todos os campeões da competição até então. 
 
Para que Nobre aprenda a história do Palmeiras, informo que neste ano de 2015, completam-se 20 anos que o Verdão tornou-se o "Campeão dos Campeões dos vencedores da Copinha".

Aconteceu, em um jogo tumultuado, no Pacaembu, no qual o Verdão derrotou, os bambis por 1 x 0, na prorrogação, gol de Rogério!

Fiquei pasmo quando vi e ouvi Nobre declarar na Fox Sports que o Verdão buscava um título "inédito", e pude aquilatar o gráu de amadorismo que sempre permeou as relações do clube com a mídia e com o chamado mundo exterior.

Na verdade, o Palmeiras sempre se constituiu em uma sociedade esportiva autossuficiente, fechada em si mesma, sem dar o mínimo valor à projeção de suas conquistas.

Aos nossos dirigentes, nunca importou o que a mídia disse ou deixou de dizer, o que comentou ou deixou de comentar, o que publicou ou deixou de publicar o que repercutiu ou deixou de repercutir.

Em questões dessa natureza, o Palmeiras sempre manteve uma postura de orgulho, impávida, arrogante e burra, exalando ares de superioridade, sem cobrar ou exigir nada dos jornalistas, aos quais considera figuras ridículas, desprezíveis e sem o menor valor, independentemente do gráu deletério das matérias que podem veicular contra o clube.

Querem um exemplo: na década de 80 os jornalistas descobriram que os sanduíches de pão com mortadela servidos nas cabines de rádio e Tv e nas tribunas, eram preparados sobre um balcão localizado na entrada de um banheiro atrás das cabines pelo próprio garçom que as servia.

Pagamos, hoje, por essas e por outras mancadas, um preço altíssimo! Tem de existir uma maior empatia e integração entre a mídia e o clube!

Ao tempo em que eu cobria os clubes paulistanos, vi jornalistas coagidos por dirigentes, até na Portuguesa.

No Cu-rintia, um repórter do extinto jornal "Notícias Populares" esteve em vias de ser agredido fisicamente -parece que foi- por divulgar notícias que contrariavam os interesses gambáticos.

Na "bambinera", assisti aos dirigentes do SP peitarem vários colegas de jornal em face de matérias as quais consideravam desfavoráveis.

Lá, mesmo, no gramado, vi, muitas vezes, o "mestre" Telê  (mestre pra eles, claro) chamando a atenção, veementemente, de vários profissionais da imprensa, como se fossem seus empregados.

Da mesma forma, fui testemunha de uma tentativa de agressão de Cilinho (técnico), a um colega de jornal, embora ele tenha sido contido, quando partia para o desforço. Detalhe: ninguém divulgou o episódio!

Tudo isso ocorria, fora as reclamações paralelas dirigidas à direção de jornais, tv e emissoras de rádio, pelas diretorias de todos os grandes, exceto o Palmeiras, sempre tido como um clube fraco, desimportante e despersonalizado no seio da imprensa.

Hoje, pagamos um alto preço pela covarde e conveniente omissão de nossos dirigentes, do passado remoto ao mais recente, na impositiva  transição pela qual o clube vem passando em direção à modernidade.

Quero deixar claro que não estou industriando os dirigentes palmeirenses, nem os aconselhando a exercer cobranças fortes, mediante ameaças de qualquer espécie à mídia, quando divulga notas e comentários que prejudicam o clube. 

Na ordem natural das coisas, estou apenas exigindo que os nossos dirigentes, civilizadamente, ao menos questionem os jornalistas e que não se omitam, covardemente, em questões dessa natureza.

É por isso que somos tão prejudicados nas competições das quais participamos. 

Quantos pênaltis foram marcados para o Palmeiras nesta copinha? E para o Curíntia e para os bambis?

Quantos pênaltis são marcados ao final de cada campeonato que disputamos, (a favor e contra o Palmeiras), em relação aos bambis e gambás?

Mas essa estatística ninguém nunca vê a mídia publicar em rádio, jornal, TV e nem na Web! Você já viu?

Hoje, o Palmeiras não vai fazer a semifinal da Copinha em Limeira, como, por questões de coerência e justiça, deveria ocorrer. 

Jogará em Barueri, no estádio em que o Cu-rintia vinha jogando e que só não jogará lá porque seu adversário são os bambis, que, certamente, chiaram e exigiram o jogo em campo neutro.

Na falta de um estádio melhor, e sob a desculpa de que poderia haver uma guerra entre as torcidas em Barueri, a FPF levou o jogo para Limeira, sem se importar em tirar o Palmeiras de lá, onde o time joga desde que começou a Copinha.

De qualquer forma, a medida de exceção da Federação, em vez de prejudicar, creio, vai beneficiar o time palmeirense.

Na qualidade de um dos times mais técnicos da competição, o Palmeiras, certamente, vai se dar bem com o ótimo estado do gramado em relação ao Major José Levy Sobrinho em Limeira, um autêntico pasto mal roçado!

 Se o craque do Palmeiras, Juninho, estiver recuperado, o melhor time que o Palmeiras pode lançar esta noite contra o Botinha é este:

João Paulo, Leo Cunha, Lucas Rocha, Brendon e Guilherme. Zé Mateus, Mateus Sales, Daniel e Juninho. Gabriel de Jesus e Gabriel Leite.

A campanha do Botinha é esta: 6 jogos, 14 pontos,  4 vitórias e 2 empates. 16 gols pró, 8 contra, saldo de 8.

A campanha do Palmeiras: 6 jogos, 16 pontos, com 5 vitórias e 1 empate. 19 gols marcados, 3 sofridos, saldo de 16.

Os números evidenciam que o Palmeiras é melhor, mas todo o cuidado será pouco.

Eu acredito no Verdinho! E você?

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