Observatório Alviverde

14/03/2011

DISSE SERAPHIN DEL GRANDE: O PALMEIRAS VAI VIVER NO SACRIFÍCIO MAIS DOIS ANOS. E DISSE MAIS, A GRANDE OPOSIÇÃO DE TIRONE ESTÁ NA PRÓPRIA SITUAÇÃO!

 

Ontem assisti ao programa do Avallone pela CNT paulista.

Apesar das muitas restrições que faço à filosofia de trabalho desse cronista, eu o respeito como um bom profissional e grande palestrino.

Quando fala sobre os outros times é um cronista nota 10.

Quando fala sobre o Palmeiras está abaixo da média e não consegue uma nota superior a 4, pois a exacerbada paixão o deixa cego.

De qualquer forma eu o acompanho.

Apesar de seu enfoque absolutamente equivocado de ver e tratar o Palmeiras, ele é o único jornalista que concede ao clube o espaço televisivo à altura de sua grandeza.

Às vezes me aborreço com Avalonne por seu apreço e apego a jogadores de nome que, ele ainda não parou para observar, não resolveram e nem resolverão os problemas do Palmeiras.

Também não gosto quando ele diz que a camisa do Palmeiras pesa, porque a expressão, de sua autoria, simplesmente, revela uma certa arrogância e um pretenso sentimento de superioridade em relação aos outros clubes.

Na verdade a nossa camisa pode, até, pesar, mas não pesa tanto quanto a intolerância da torcida, cega e guiada por tantos cegos que pululam na mídia paulista, ou por espertalhões midiaticos que querem ver a caveira do Palmeiras.

Vejam que o Corinthians, o São Paulo e o Santos podem contratar quem quiserem, podem fazer subir da base o jogador que quiserem que a mídia, de um modo geral, ou aplaude ou diz que vai esperar para emitir opinião. Críticas no ato, só quando o Palmeiras ousa fazer o mesmo.

Se o Palmeiras se atreve a contratar jogadores baratos, esse mesmo grupelho se insurge e inicia o processo de esvaziamento das contratações, usando o mesmo rótulo “made by Avallonne” de que o “bom e barato” não presta.

O bom e barato, sobretudo para as grandes equipes brasileiras que passam por crises financeiras, é a melhor solução.

Eu só não digo a única porque há o recurso das categorias de base, um autêntico tesouro que, por causa de dirigentes apedêutas ou politiqueiros e de empresários inescrupulosos, o Palmeiras ainda não explorou convenientemente.

Investimento em jogadores de nome e marketing?

Somente e, simplesmente, se estiverem em boas condições físicas, nos chamados negócios de oportunidade. Fora disso é um tiro no pé.

A nossa torcida e o próprio Avalonne ainda não entenderam que as razões pelas quais o Palmeiras nunca tem grandes jogadores e, muito menos, craques, é porque investe, erradamente, equivocadamente, em jogadores de uma certa idade, simplesmente porque têm nome.

Essa política suicida de contratações é o fator que nos impede que de ter jogadores do mesmo nível de nossos adversários e nos impede de termos craques.

O último craque que o Palmeiras contratou, Valdívia, foi um raro acerto de Palaia.

Será que Avalonne e a torcida estavam satisfeitos com Edmundo, Juninho Paulista, Ewerthon e tantos outros jogadores em final de carreira que custaram o “olho da cara” e não resolveram os nossos problemas?

Até quando vamos continuar com essa história de que a nossa camisa pesa e vamos deixar livre e aberto o mercado brasileiro para os nossos concorrentes?

A contratação de Cicinho não é a prova real do que estou dizendo. Se o Palmeiras houvesse comprado Carlinhos, Branquinho, Bruno César daquele time do Santo André não teria investido melhor do que em Lincoln e Ewerthon?

Será que ninguém notou que os bambis, toda a vez que o Palmeiras se interessa por algum jogador que tem perspectivas de resolver os nossos problemas, eles atravessam as negociações e contratam o jogador?

Eles só não colocaram areia no negócio de Cicinho, porque não acreditavam no potencial de nosso lateral.

Outro dia meu irmão me lembrava que,  quando o Palmeiras tentou contratar o centro-avante Lima do Atlético PR, os bambis atravessaram as negociações e cobriram a oferta.

Quantos jogos esse atacante jogou com a camisa dos bambis? Muito poucos! A finalidade visível do inimigo (Corinthians e Santos são adversários) era impedir que o Palmeiras seguisse rumo ao título da Libertadores.

O São Paulo sabe que seu concorrente direto não é o Corinthians, mas o Palmeiras. Se tirar o Palmeiras da frente, o que está conseguindo até com uma certa facilidade, abre caminho para se tornar a segunda força do futebol paulista.

Só que esse processo não é tão rápido, como pretende aquele jornaleco escancaradamente sãopaulino, a Folha do São Paulo, digo, de São Paulo, impor ao meio.

Essa transformação envolve várias gerações que têm de ser mensuradas. Não será porque assim o deseja a direção do Data-Folha que o São Paulo já ultrapassou o Palmeiras em número de torcedores.

A maior, mais séria e abrangente pesquisa que pode existir no Brasil, absolutamente específica e real, é a Timemania.

Pelos números desse concurso lotérico, o Palmeiras segue impávido como dono da terceira torcida brasileira, mas a imprensa paulistana não registra porque não interessa.

Os jornalistas tricolores, amestrados, têm verdadeiro pavor de citar o Timemania, porque os números governamentais, oficiais, não lhes favorecem ou  interessam nessa grande batalha pela desquaslificação palmeirense em benefício do São Paulo.

Dizer que o São Paulo não está nem aí para isso é sofismar. Quem não se lembra de quando o São Paulo trocava ingressos dos jogos por comprovantes de participação do público na Telemania?

Voltemos à dura e triste realidade de nosso clube.

Vejam, todos, que o endividamento surreal do Palmeiras, começa pela falta de personalidade e de conhecimento de futebol de nossos dirgentes, arrogantes, vaidosos e cheios de sí…

Pela impaciência de torcedores que não têm a suficiente calma para esperar os jogadores que chegam desabrocharem os talentos e desenvolverem todo o potencial que os levou a serem contratados pelo Palmeiras…

Que ficam exigindo contratações de impacto, que, na realidade, só impactam mesmo é nas finanças do clube.                                                                                                                                               

São contratações que só nos trazem duas alegrias. A primeira na estréia do contratado e a segunda quando ele é demitido.

O palmeirense, leia-e dirigentes e torcedores, têm de se modernizar para se adaptar as exigências de um futebol cada vez mais competitivo, em que os clubes, reconheço,  precisam de elencos com jogadores experientes, talvez uns dois ou três, mas, muito mais do que isso e acima de tudo precisam ter a força da juventude.

O Palmeiras no decorrer dos anos tem sido um autêntico INSS, concedendo poplpudas aposentadorias a jogadores que perderam o físico e o futebol, mas que foram contratados dentro das exigências de Avalonne (muito visto ouvido, considerado e influente dentro do clube) e da torcida desavisada e tresloucada que ainda acredita em tudo o que diz a mídia.

Ontem, fiquei muito triste com tudo o que disse o cardeal Del Grande no programa do Avalonne:

1) Que as dívidas são enormes e com economia, o Palmeiras vai levar dois anos para saldá-las e recompor o caixa.

2) Que o movimento “Fora Felipão” continua em pleno processo corrosivo, não através de Tirone e Frizzo, que apoiam o treinador,  mas de outras pessoas, cujos nomes ele não citou. Mas, precisa citar?

3) Que o presidente e o diretor de futebol estão entre vários fogos cerrados, da situação, da oposição e de muitos setores de associados e torcedores. Com tão pouco tempo assim de gestão, menos de tres meses, Pode?

4) Que a maior e mais feroz oposição que a atual diretoria vai sofrer, virá da própria (atual) situação.

Eu fiquei assustado com o final da entrevista de Felipão, em que ele usou de um duplo sentido para deixar um “suspense” no ar que, segundo alguns intérpretes, poderia ser o anúncio de que pode deixar o clube.

Meus amigos, como é doloroso e penoso falar-se em crises quando o time está supimpa e bonito na tabela de classificação.

Mas o Palmeiras respira crise, nada na crise, chafurda na crise, vive em crise… Já nos acostumamos a viver em crise.

Pelo que disse Seraphin, teremos de esperar mais dois anos por dias melhores!

Dá para esperar?

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