Observatório Alviverde

28/03/2023

ATENÇÃO BRASIL MORRE EM BELO HORIZONTE WILSON JOSÉ, O REPÓRTER QUE SABE MUITO MAIS!

Foi sepultado, ontem, o corpo de Wilson José, repórter de Belo Horizonte, cognominado e não sem justa razão, como "o repórter que sabe muito mais".

Wilson José não é e nunca foi palmeirense, mas sempre soube em relação ao Palmeiras mais do que qualquer dos atuais repórteres de rádio, jornal ou TV, palmeirenses ou não.

Mormente aqueles da TV, nestes tempos de treva, em que os profissionais da mídia vivem de estatísticas descabidas, coincidências de resultado, criação de bordões e nada mais.

Isso tudo sem contarmos que optaram por comentários em vez de notícias bem como supostas notícias, modernamente conhecidas como "fake news", simplesmente um eufemismo para as palavras onda, mentira e as correlatas, muito em moda também na política, diga-se de passagem.

Wilson foi a antítese de tudo isso e sempre procurou abordar o futebol como ele é, objetivamente, sem floreios ou subterfúgios para (como ele mesmo dizia) "não encher o saco do ovinte".

A maior parte daqueles que acompanham o mundo do "soccer", imagina que esse esporte se resume ao que se vê nas rádios, nos jornais e nas telas da TV, desconhecendo aquele jogo de retaguarda que multiplica contratações e dispensas, tanto e quanto os desencontros e entreveros que ocorrem nos bastidores.

Tive a honra de trabalhar ao lado de Wilson, na qualidade de simples companheiro, como na de seu chefe e, enfim, até de patrão.

Conheci de perto, convivi quase 30 anos com Wilson José e posso garantir que ele sempre foi um Profissional (com P maiúsculo, sim) correto, cumpridor de seus deveres, avesso ao "mau-caratismo" e que embora transitando incessantemente pelos mesmos caminhos dos dirigentes (via de regra ricos e bem de vida) jamais suplicou-lhes dinheiro ou favor.

Contundemente franco (identifico-me com ele muitíssimo neste quesito, construiu uma reputação que era aceita por muitos, mas muito mais rejeitada, pois no mundo que vivenciamos hoje (nota-se) a sinceridade é pouquíssimo considerada e muitíssimo detestada.

O resumo da ópera é este: "quem gostava de Wilson gostava dele além da conta, tanto e quanto em medida antagônica, aqueles que o detestavam.

Para finalizar quero dizer que, com a morte de Wilson, o Brasil perde o seu melhor repórter de bastidores. Nem Milton Neves ou qualquer outro é melhor que ele foi, na função de apuração dessas notícias.

Wilson nasceu geograficamente errado em Minas Gerais, onde há grandes cabeças e gente iluminada procurando fazer jornalismo, mas não existem mais veículos de comunicação de projeção e respeito. Ele foi um deles!

Além dos péssimos salários, os grandes jornalistas mineiros (sobretudo os que não se vendem) passam pelo problema de não existir mais por aqui, TV, jornais e emissoras de rádio suficientes para remunerar razoavelmente os esplêndidos profissionais que existem ou que aparecem nas demandas anuais de novos jornalistas, para, ao menos, abrir mais postos de emprego.

Wilson é outro atestado do que digo, antes, vivo e agora, morto, do que estou falando acerca dessa duríssima realidade do mercado mineiro de jornalismo.

Descanse em paz Wilson José da Silva, o repórter que sabe muito mais, outra vítima da fraqueza e da falta de grandeza da maior parte dos órgãos de imprensa de Minas Gerais.

PS - Há vários anos almoçava com Wilson (aposentado pelo salário mínimo, algo corriqueiro em MG) todas as Sextas-Feiras e, garanto-lhes, aprendi muitíssimo com ele.

Que Deus o receba e o encaminhe ao seu reino e sua glória!

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