Observatório Alviverde

24/01/2016

MARCELO OLIVEIRA: É CEDO PARA CRITICAR MAS NUNCA É TARDE PARA ADVERTIR!


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Ainda é muito cedo para que se estabeleça um juízo de valor acerca do time do Palmeiras para 2016.

Sabe-se que, do ponto de vista quantitativo, o elenco é numeroso. 

Do qualitativo é excelente, melhor até que os rivais.

Então, o que falta?

Falta apenas tempo para que se concilie quantidade e qualidade e se ajuste a equipe para esta temporada.

Observações críticas sobre as peças, sobre o time, sobre a tática, sobre a filosofia e sobre o modo de jogar são sempre úteis e bem-vindas.

Mas as críticas mordazes, desconstrutivas e destrutivas não, porque são intempestivas, prejudiciais e muito danosas ao grupo.

Ontem o Palmeiras perdeu aquele que poderia ser o seu primeiro título da temporada, a Copa Antel, o torneio de verão do Uruguai, porém na disputa por pênaltis.

Em campo, no tempo regulamentar, ficou no 0 x 0 com o Nacional mas pode-se dizer que, embora sem brilhar, o Verdão não esteve aquém de seu adversário. Até e pelo contrário, jogou mais e melhor na maior parte do jogo!

Apesar do forte domínio exercido pelo tricolor uruguaio a partir dos 30 do 2º tempo, o Verdão esteve sempre muito mais perto da vitória.

Na disputa por pênaltis, também esteve, haja vista o fato de Prass ter defendido dois penais.

O que nunca se poderia imaginar era que Dudu batesse tão mal a penalidade que lhe foi confiada. Em todo o caso, ficou provado que ele tem de treinar muito se quiser se tornar um batedor oficial.

Pior, ainda, foi o penal desperdiçado posteriormente por Allione, remetendo a bola às nuvens de Montevidéu.

Sem querer buscar culpados e sem crucificar ninguém (nem Marcelo Oliveira), quero repetir o que se dizia antigamente: "o Palmeiras contratou muitos jogadores, mas não contratou o entrosamento".

Quanto ao time que iniciou o jogo, MO escalou o que julgou ser melhor e não pode ser censurado por isso

Prass, Lucas, Dracena, Arouca, Robinho e Dudu eram unanimidades, junto à torcida, tanto e quanto os dois ungidos para estrear como titulares Eric e Moisés, respaldados pela boa atuação que tiveram no jogo anterior contra o Libertad.

Não entravam na relação de unanimidades três jogadores, Leandro Almeida, Alecsandro e Zé Roberto. 

Ainda, assim, Zé Roberto tinha e tem a aprovação de mais de 60% da torcida. 

Da mesma maneira, forçoso é reconhecer que o criticado Leandro Almeida, o amigo de Marcelo, não comprometeu e até jogou bem.

Em relação a Alecsandro ele jamais poderia render satisfatoriamente (de fato, não rendeu) não apenas porque o time não teve um bom jogo de meio de campo, (faltou controle do jogo e abastecimento ao ataque) mas, principalmente, porque não realizou jogadas de passagem dos dois laterais.

Aliás, também de passagem, registre-se que Lucas cumpriu a sua pior partida com a camisa do Palmeiras, de sua contratação aos dias de hoje. 

Sem querer censurar ou desestabilizar Marcelo Oliveira, sou de opinião de que ele mostrou covardia ao não efetivar, no intervalo, as alterações de que o time tanto carecia, após ter se apresentado tão mal.

Se o time houvera ido tão mal, por que esperar, passivamente, burocraticamente e inexplicavelmente quase 15 minutos (um terço do segundo tempo) antes de mexer no time e colocar Gabriel Jesus e Matheus Sales respectivamente nos lugares de Arouca e de Alessandro.

Ao processar essas duas alterações MO estabeleceu uma espécie de troca de seis por meia dúzia, haja vista que os problemas do time em campo não passavam por aí...

Ele apenas obteve um pouco mais de vitalidade ao time, sem conseguir, no entanto, que o Palmeiras dominasse o meio de campo, criasse situações de gol e se impusesse mais no jogo.

O time, a exemplo do que ocorrera na primeira fase, continuou capenga pelos dois lados do campo e sem o apoio necessário e efetivo dos laterais, embora Zé Roberto ainda tenha realizado uma ou outra jogada pelo seu setor. 

A falta de apoio pelos flancos do campo, aliada à ausência de toque de bola e envolvimento no meio de campo eram os fatores determinantes e a causa principal da jornada negativa do Verdão. 

Entretanto, a julgar pela demora em substituir as peças, tanto e quanto pelo equívoco do treinador em relação aos jogadores que entraram, Marcelo Oliveira não viu o jogo assim. E, outra vez, tome chutão.

Quando ele fez entrar João Pedro no lugar de Lucas era extremamente tarde e a substituição já não surtiu nenhum efeito prático, tanto e quanto as demais, Allione no lugar de Robinho (este deveria ter ficado para a decisão por penais)  e Rafael Marques no lugar de Eric.

Uma coisa que começa a me incomodar neste início de temporada, é a relutância de Marcelo Oliveira em alterar o seu esquema de jogo do ano passado e que se sabe, não deu certo. 

O título da Copa do Brasil apenas encobriu os erros táticos crassos cometidos por MO, sobretudo no que respeita ao plano tático.  

Com todo o respeito a todos os palmeirenses que pensam diferente, entendo que o treinador palmeirense parece absorto no pensamento de quem ele vai colocar em campo.

Em razão disso mostra-se indeciso, com pouca capacidade de escolha e passa a impressão de que não sabe o que fazer com os novos contratados, ainda que sejam melhores do que os remanescentes da temporada passada.

Se Marcelo Oliveira quiser apenas retocar o time do ano passado (parece que está sendo assim) mesmo com todas as contratações efetivadas, o futuro do Palmeiras não será muito favorável.

É óbvio que o arcabouço do time tem de ser (na medida do possível) mantido, mas não é menos óbvio que as peças que se revelam incapazes da titularidade têm de ser revertidas à suplência.

Quem não sabe que Lucas e Zé Roberto têm de ir para o banco, tanto e quanto Leandro Almeida? 

Quem desconhece que é preciso escolher os melhores para compor o meio de campo, embora, antes disso, tenha de ser definido o esquema tático a ser adotado?

Mas terá o nosso guapo treinador coragem suficiente para promover as alterações que se fizerem necessárias? Será ele suficientemente capaz de colocar certos jogadores no banco?

O que fará ele com Moisés, com Eric e com outros, ele que não teve, hoje, coragem suficiente para escalar Régis, o melhor em campo contra o River?

É o caso de se perguntar: "ele teve medo que Régis entrasse, arrebentasse e demonstrasse que tinha condições de ser o titular?"

Não, não sou daqueles que seguem a cartilha da mídia e lamentam o fato de o Palmeiras ter um elenco numeroso e repleto de jogadores capacitados a exercer a titularidade. Como se dizia em meu tempo, quanto mais cabras, mais cabritos e é assim que deveria ser.

O que não pode é o time se tornar propriedade privada do técnico e de seus apaniguados e, da mesma forma, ficar restrito a um único e previsível esquema de jogo.

Já não basta o que aconteceu no ano passado em que muitos jogadores sequer chegaram a atuar duas vezes com a camisa alviverde e muitos deles acabaram indo embora por saber que não teriam, futuro se permanecessem no clube? 

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