Observatório Alviverde

08/08/2016

PALMEIRAS GANHOU DE UMA SÓ VEZ A REABILITAÇÃO, A LIDERANÇA, UM NOVO GOLEIRO E ESTÁ PRESTES A GANHAR O TÍTULO SIMBÓLICO DE CAMPEÃO DO PRIMEIRO TURNO!


Uma gama vastíssima de bons fluidos precipitaram-se sobre o Palmeiras e o envolveram por completo após um triunfo (quase) tranquilo sobre o Vitória por 2 x 1 ontem no  Allianz Parque.

Além de ascender à liderança do Brasileiro, o Palmeiras viu seu concorrente direto, o Santos, fraquejar e ficar pelo caminho ao perder em Belo Horizonte para o "lanterníssimo" América.

Agora, somente o Curica, 33 pontos, tem condições matemáticas de alcançar o Verdão. Ainda assim tem de, obrigatoriamente, derrotar o desesperado Cruzeiro por uma diferença mínima de três gols hoje às 9 da noite no Pacaembu, o que, convenhamos, não é uma tarefa tão simples.

Na hipótese de vencer por diferença de dois gols, o Curica não retomará a liderança, pois mesmo empatando no critério do saldo de gols, perderá para o Palmeiras no item ataque mais positivo.

Rememorando, os critérios de desempate são os seguintes:

1) Maior número de vitórias: O placar Palmeiras e Curica está l0 x 10.

2) Maior saldo de gols: A vantagem atual do Palmeiras é de 2 gols.
Repito: se o Curica estabelecer essa diferença os times continuarão empatados e partem para o terceiro critério.

3) Maior número de gols marcados: O Palmeiras tem 35 e o Curica, 27.
Para se igualar ao Verdão o Curica teria de vencer pela diferença de 7 gols, o que, convenhamos, é quase impossível.

Depois seguem outros critérios:

4) Confronto direto: O Palmeiras venceu o jogo do primeiro turno por 1 x 0.

5) Menor número de cartões vermelhos. (Não disponho dos dados)

6) Menos número de cartões amarelos. (Não disponho dos dados)

7) Sorteio

Fica claro, então, que para ultrapassar o Palmeiras só se o Curica derrotar o Cruzeiro por diferença igual ou superior a três gols. Por dois ou menos, não vai funcionar!

Sou convicto de que o Palmeiras será o Campeão do primeiro turno, fator importantíssimo do ponto de vista psicológico porque dá moral e confiança ao grupo tanto e quanto motiva as individualidades!

Em relação ao jogo de ontem o Palmeiras esteve muito melhor que o Vitória e mereceu vencer.

É óbvio que o time não esteve perfeito e ainda não é nem sombra da equipe que atingiu o seu ápice na fase intermediária do Brasileiro.

Embora respeitando o pensamento e a filosofia de jogo de Cuca sou de opinião que o time não foi bem escalado a partir do momento em que o nosso treinador insistiu com Leandro Pereira, conquanto, reconheço, ele seja ele muito mais versátil do que Barrios ou do que qualquer outro.

Ocorre que além de ainda não ter entrado na plenitude de sua forma física (eu já houvera dito isso anteriormente e ficou comprovado em face de sua saída precoce, por contusão) LP é um jogador que demora a se adaptar .

O Palmeiras melhorou -muitíssimo- ofensivamente a partir da entrada de Barrios que fez um gol de bela feitura com a marca registrada do artilheiro e típica de quem sabe jogar dentro da área.

 Pouco tempo depois o paraguaio contundiu-se e Cuca fez entrar Rafael Marques, cuja atuação esteve muito aquém das expectativas e do que ele pode render.  e, sobretudo, do que o time precisa.

RM parece-me desambientado, ausente, distante, e, principalmente, desmotivado com o banco de reservas!

A defesa, apesar dos pesares e do gol-contra que acidentalmente marcou, esteve bem com destaque para Zé Roberto que ontem se superou e jogou com muita técnica, raça, disposição e empenho, arriscando-se até em algumas jogadas de ultrapassagem, porém em número bem abaixo das necessidades do time.

Foi coberto, principalmente, por Moisés e o excesso de recuo desse jogador para exercer esta função é prejudicial ao time do Palmeiras. Foi por isto que sugerimos no blog o time com, no mínimo, dois volantes de contenção.
 
Jean lutou e se esforçou como de hábito, mas forçoso é dizer que esse atleta não é um lateral nato que faça o trabalho de apoio com habilidade e eficiência.

Na verdade, ele só entrou na posição em razão de uma improvisação e por acomodação ficou, indevidamente, como o dono da posição até hoje, quando se sabe que ele rende muito mais como volante de contenção.

No final do jogo ele trocou de posição com Tchê Tchê e não foi bom para o Palmeiras porquanto o meio de campo com Moisés cansado perdeu bastante o seu poder ofensivo, coincidindo com a pequena "blitz" realizada pelo time baiano, motivado pelo gol contra de Thiago Martins.

No início do jogo ficou nítida a disposição do Vitória em jogar fechado e por uma bola que redundasse em gol.

Os baianos quase conseguiram isto em um arremate de Kiesa aos  minutos defendido pelo goleiro estreante Jailson com os pés, de forma espetacular, fazendo a torcida lembrar de Prass.

O Palmeiras cujos laterais não apoiam, respondeu com muito toque de bola e enfiadas longas  para os atacantes, tanto e quanto com ótimas chegadas e arremates longos principalmente de Moisés, sempre levando perigo ao gol do time baiano, recuado e simplesmente sobrevivendo no jogo em busca de um empate ou de um 1 x 0 que, afinal, também vale três pontos na tabela.

Aos 25 minutos o Palmeiras perdeu Leandro por contusão e a entrada de Barrios muito mais motivado e participativo deu mais agressividade ao time que abriu a contagem graças à experiência e oportunismo do paraguaio.

O Palmeiras teve a seu favor um pênalti aos 30 minutos muito bem marcado pelo árbitro quando Cleyton Xavier foi puxado pela camisa por Kanu, mas desperdiçado pela péssima qualidade da cobrança de Jean que, praticamente, atrasou para o goleiro.

A partir desse lance, bateu um desânimo na equipe que foi salva por Jailson em grande defesa após um recuo de cabeça precipitado de CX, mas, ainda assim, o Palmeiras encontrou forças para reagir e abrir o marcador aos 36 do primeiro tempo.

Cleyton Xavier serviu Dudu que cruzou rasteiro procurando Moisés em ponto futuro. Como chegou antes da bola, o meia palmeirense tocou de letra para a defesa reflexa curta do goleiro Fernando Miguel, aproveitada no rebote por Barrios, batendo com consciência e dando à bola uma angulação  lateral diferente do usual, porém para o fundo das redes. Palmeiras 1 x 0.

Na virada do tempo o Palmeiras voltou mais confiante e agressivo e após algumas jogadas de ataque  marcou o segundo gol logo aos 4 minutos depois de um bom passe de Barrios para Dudu que distraiu a defesa com algumas pedaladas até encontrar o espaço para cruzar na medida para o arremate final de Cleyton Xavier: Palmeiras 2 x 0.

Eu não vou ficar discorrendo sobre as outras chances criadas -muitas- pelo Palmeiras e outras -poucas- criadas pelo Vitória para não transformar este OAV desnecessariamente em um blog retrospectivo.

Prefiro dizer que o resultado que seria fácil e tranquilo acabou se complicando, por várias razões.

O primeiro foi o fator arbitragem em que o catarinense  Bráulio da Silva Machado, de três pênaltis cometidos pelo vitória só assinalou aquele cometido sobre Cleyton Xavier, puxado pela camisa pelo zagueiro Guto.

Houve, porém, mais dois penais, sendo um sobre Dudu e outro sobre Eric que o Sr. Bráulio preferiu fazer vistas grossas e não marcar.

O prejuízo do Palmeiras, mais uma vez, é enorme, haja vista que o Curica, se impuser uma diferença de três gols hoje contra o Cruzeiro, arrebata do Palmeiras a liderança do Brasileiro.

Ontem após o jogo, falei  telefonicamente com o nosso amigo Marco e ele argumentou com total e justa razão que o árbitro catarinense não apitou como a maior parte dos sopradores de apito escalados para os jogos do Verdão com a disposição de prejudicar a equipe.

Pelo contrário, concordo com o Marco, sua senhoria teve uma atuação tranquila, noves fora os lances cruciais das penalidades, embora esse aspecto desvalorize muitíssimo a sua atuação no jogo de ontem.

Embora tenha assinalado a primeira, (o que a maioria de seus colegas nunca faz) desperdiçada de maneira juvenil por Jean, como se recuasse a bola para o goleiro do Vitória, o Sr. Braúlio não assinalou outros dois penais visivilíssimos para o Palmeiras em lances semelhantes de cargas faltosas graves sobre Dudu e sobre Eric. 

Argumenta o Marco e não sem justa razão que sua senhoria sentiu-se impedido de marcar o segundo pênalti de Kanu aos 7 do segundo tempo por sentir-se pressionado pela mídia paulistana que não perdoa os árbitros que marcam penais para o Palmeiras, criticando-os severamente e exigindo que sejam afastados. Detalhe: se marcasse teria de expulsar Kanu que já estava "amarelado"!

Houve, também, outro penal claríssimo sobre Dudu aos 36 do segundo tempo mas, outra vez, o árbitro catarinense preferiu não marcar, prejudicando terrivelmente o Palmeiras que àquela altura do jogo sofria em campo pelo gol contra de Thiago Martins que repôs o Vitória no jogo.

A respeito do "paredão" Jailson para este blog e para este bloguista não se constituiu em nenhuma surpresa a grande atuação do veterano goleiro que, não se sabe em razão de quê, parecia estar fora dos planos de Cuca e de toda a comissão técnica. 

Quero deixar claro que, ao contrário de muitos palmeirenses, não considero Vagner um grosso, um incapaz e nem o coloco precipitadamente na condição de goleiro pouco confiável.

Já vi muitas situações de goleiros que estrearam mal e depois se tornaram ídolos das equipes que defendiam. Após as amostragens ruins de suas primeiras apresentações ele pode, perfeitamente, se reabilitar, mas o momento atual por justiça e, agora, por méritos, é, indubitavelmente, de Jailson.

Em resumo os melhores jogadores do Palmeiras no jogo de ontem, sob o ponto de vista deste bloguista, pela ordem, foram Moisés, Dudu, Zé Roberto, Jailson e Barrios, enquanto esteve em campo. 

Em um plano um pouco inferior destaco os esforços de Vitor Hugo, Tchê Tchê, Jean, Thiago Martins,  Cleiton Xavier, Eric e até de Allione que, aos poucos, vai se recuperando de tantas contusões.

Bem abaixo de todos estiveram apenas Leandro Pereira que ainda não se readaptou e Rafael Marques, que, segundo eu apurei, tem ajudado muito Cuca e o Departamento técnico atuando como uma espécie de conselheiro junto ao elenco. 

Em campo, porém, RM precisa melhorar muito para jogar mal... 

Quanto mais, para jogar bem!

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