Observatório Alviverde

29/03/2016

NOTA MIL AO PRESIDENTE PAULO NOBRE!


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O título cabe ao presidente do Palmeiras!


Sem querer ser o dono da verdade, (isso não existe se o assunto é futebol), analiso os problemas atuais do Palmeiras, e espero que todo o palmeirense que frequenta este espaço também o faça. 

Que cada um de nós possa apresentar subsídios à diretoria e cumprir  nossa missão paralela de "fiscais do Verdão", com educação e bom senso, sem derivar para ameaças, violências ou truculências. 

Em primeiro lugar quero cumprimentar o presidente Paulo Nobre pela visão, lucidez e, acima de tudo, pelo profissionalismo demonstrado  na coletiva de ontem.

Sem se importar com o momento dificílimo e emblemático pelo qual está passando o futebol palmeirense malgrado tantos investimentos, o presidente não se importou em dar a cara a tapa e encarou destemida e bem de frente a situação e a mídia, dando satisfações e explicações acerca da realidade atual da SE Palmeiras dentro das quatro linhas. 

Foi um lance ousado do presidente a que chamo de jogada genial. Chamem-no, portanto, a partir daí, do que quiserem, menos de omisso!

O procedimento de Nobre (não sei aconselhado por alguém, pode ter sido) foi inteligente, logisticamente certo, temporalmente perfeito, politicamente correto, à altura de minhas expectativas em relação a ele, a quem considero inteligente, lógico, lúcido e competente, tanto e quanto, principalmente, bem-intencionado.

A minha ressalva é a de que ele sabe pouco de bola, tanto e quanto o seu maior e mais importante assessor, Mattos, que como diretor de futebol não tem conseguido passar de um mediano corretor de jogadores, às vezes bom, às vezes ruim. Essa dobradinha, Mattos/Nobre às vezes me sugere (sou franco ao dizer) cego guiando cego! Espero, com o tempo, poder mudar de opinião. Até agora não deu!

Interessante que li milhares (literalmente) de manifestações em nosso e em outros espaços da Web, de palmeirenses inconformados pelo fato de o presidente não ter, como de costume, se enfezado e, até, se excedido no trato do assunto, (fato constante, comum e reincidente em presidentes anteriores), denunciando atletas, apontando situações, anunciando medidas disciplinares drásticas, elencando fatos graves e dando nome aos bois, como de costume. 

Enfim, não houve, desta vez, para a frustração de tantos, sobretudo dos "jornalistas oportunistas sensacionalistas" e dos torcedores adeptos do "quanto pior, melhor, a famosa caça às bruxas.

Estamos todos nós que vivemos o Palmeiras há décadas, "carecas" de saber que as maiores e mais repetitivas repercussões de crises que se conhece entre os grandes clubes brasileiros, muito por questões de temperamento de seus dirigentes, sempre foi, é, e parece ser  eternamente a do Palmeiras.

Em razão disso arrisco-me a dizer, sem medo de errar, que na história da imprensa esportiva em todos os tempos, clube algum entre todos do Brasil, jamais terá ajudado a vender mais jornal do que o Palmeiras tanto e tantas são as suas crises desnudas e expostas cruelmente pelos mercadores de manchetes.

Mas, pensando bem, quando se tem um presidente com o jeito de Nobre, com o temperamento de Nobre, disposto desarmar os espíritos, conter a belicosidade da mídia e jogar água fria na fervura fervilhante da crise, brota uma esperança e dá para que se possa, perfeitamente, pensar em alterar o panorama, mudar o esquema e iniciar uma nova era com menos crises e depressões atazanando a vida do clube.

Nobre, a julga-lo por suas declarações de ontem, houvesse ele ficado calado e nada houvesse dito na entrevista, teria tido o mesmo efeito. 

Conveniente e inteligentemente, ele só fez mesmo o que chamamos de jogo de palavras (mostrou ser um mestre na matéria) e, na prática, só jogou conversa fora!

Achei espetacular a conduta do presidente, semelhante a de político nordestino, daqueles que falam, falam, falam, não dizem nada e, de quebra, saem aplaudidos por seus interlocutores.  

Foi tudo o que a mídia, sempre à espreita de uma crise no Palmeiras, não esperava, mas o que ela mais merece! Tomou!

Ao se dispor a falar publicamente, ainda que na realidade nada houvesse falado, o presidente chamou apenas para si, a atenção de tudo e de todos, da torcida, dos adversários, da opinião pública e até do elenco.

Assim, atraiu os holofotes, matou no peito os assuntos impertinentes e os desceu dominados à grama da conversa mole, da ironia e do blá-blá-blá, afastando, ao menos num primeiro momento, a face mais forte e cruel da crise que, não se esconda da torcida, pode voltar, pode recrudescer, retornar a qualquer momento caso os maus resultados continuem se sucedendo. Tomara que não!

A vantagem, porém, é que as declarações do presidente proporcionam mais tempo e dão moral a um Cuca tateante, carente, ainda em início de trabalho. Isso é muito útil e importante, precioso até!

Para conhecer mais o elenco que tem em mãos, adquirir confiança, fazê-lo render mais e mais, tanto e quanto ter ascendência e moral sobre os jogadores desunidos e distribuídos mais em alas do que escola de samba (se sabe, perfeitamente e apesar da negativa do presidente é visível) é preciso dar mão forte e moral ao treinador recém chegado.  Ele pode proceder à assepsia necessária para que tudo volte a ser como antes!

Nobre, ainda que sem declarar formalmente à imprensa ou a quem quer que fosse, agiu profissionalmente e cumpriu esse papel de ajuda ao novo técnico. Parabéns!

Malgrado as declarações segundo as quais ele, o presidente, "acredita nos atletas, que não há laranjas podres e que o grupo é excelente", possam soar como mãos passadas às cabeças dos jogadores, para o elenco em sí as palavras do presidente vão soar como seriíssima advertência. 

Quem tem olhos para ver, veja, ouvidos para ouvir, ouça, entendimento pra entender, entenda, compreensão pra compreender, compreenda! Nobre fala o que convém, mas, fique claro, ele não brinca. Muito longe disso.

Pela primeira vez desde que comecei a torcer pelo então alviverde do Parque Antártica, no início da década de 50, sinto-me realizado após mera entrevista em tempo de crise concedida por um presidente do Palmeiras.

É que o clube contrataria as expectativas dos jornalistas catastróficos e não os abastece com as frequentes declarações bombásticas que moviam em outras eras a chamada "indústria das manchetes"... 

Nem, tampouco  fornece munição para que comentaristas inimigos (o número deles é incontável) atirem contra o clube e coloquem no chão o pouco que restou em pé do complicadíssimo momento que vive o Palmeiras! 

Agora, cá entre nós, mesmo à distância dá para que se observe muita coisa! Registro as de que me lembro!

1) Falta um armador categorizado que substitua Valdívia senão à altura, mas relativamente bem. Ainda que Cleyton Xavier se recupere, ele não é o homem indicado para um clube da força, do jaez, da responsabilidade e da importância do Palmeiras. Régis, pelo que estou vendo até agora, precisa melhorar muito para jogar mal. Quanto mais pra jogar bem. Em todo o caso, vamos esperar. Muitos, aqui, esculhambam Robinho, mas, ao menos nesse elenco, não existe ninguém melhor do que ele para a função.

2) Zé Roberto (erro crasso de Mattos, nunca deveria ter sido contratado) de há muito não pode jogar 90 minutos. O Grêmio sabia disso e por isso o dispensou. Respeitadas as suas categoria, experiência e individualismo destacado, de que vale tudo isso sem força e condicionamento físico profissional? Fosse assim e a turma da academia estaria na ativa até hoje! Que ZR seja, ainda,  aproveitado pelo que tem de melhor. Que seja, porém, apenas quando o time precisar, não durante 90 minutos, mas, (estourando) no máximo, até 30, quando necessário. Egídio excelente ala -ele não é lateral-, necessita de um esquema especial de cobertura para atacar e dar a força ofensiva de que o time tanto precisa. Quando o Palmeiras ficou sete jogos sem perder, Zé Roberto era banco. O titular, Egídio, estão lembrados?

3) Edu Dracena (mais um erro grosseiro de avaliação de Mattos) é outro veterano que não deveria ter sido contratado. Quando Tite, o mais tolerante entre todos os técnicos que conheço (tanto e quanto era Tim), prescinde de um jogador é preciso prestar bem a atenção para saber o que se passa com ele. Será que Dracena, do alto de seus 34 anos (completa em maio) ainda é jogador para o Palmeiras, considerando-se que o Curica o liberou com tamanha facilidade? Em todo o caso, numa função de líbero, quem sabe... Se mal pergunto, por que não deixaram que Nathan, prata da casa, que foi tão bem no ano passado, tivesse uma sequência?

4) Erik (excelente contratação de Mattos) não está tendo da parte dos companheiros um tratamento condizente com a sua condição de promessa do futebol brasileiro. Por mais livre que ele sempre esteve em tantos jogos dos quais participou, não vejo ninguém passando-lhe a bola, ainda que ele esteja na cara do gol. É preciso ver isto ou será outro investimento alto e inútil. Que sejam sacados do time aqueles que se recusam a passar-lhe a bola.

5) Tenho outras restrições, como, por exemplo, esse excesso de jogadores que faz do Palmeiras um elenco inchado e com poucas perspectivas aos jogadores egressos da base. Viram que fomos, também, vítimas no domingo passado de nosso ex-jogador e palmeirense Juninho cujo aproveitamento no time de cima este OAV tanto reivindicou e aconselhou? Não temos nenhum armador como ele, nem Robinho!

6) É preciso diminuir drasticamente esse elenco que, por exigência de Mattos é excessivamente numeroso, definir quem é quem e aproveitar o máximo possível os jogadores jovens e os da base em times de consistência mesclada, com alguns experientes.

7) O Palmeiras (neste momento) precisa de alguém mais categorizado para ocupar a vaga de Lucas que tem de ir para o banco até recuperar sua melhor forma. O Palmeiras dispõe de várias alternativas para a função, como João Pedro (se houver esquema de cobertura, a melhor), Taylor (precisa ser testado) e até Jean (que pode ser adaptado). Dizem que Jean não quer jogar como lateral mas ele corre riscos de ir para o banco se não topar a improvisação, pois a concorrência está grande na chamada meia-cancha com vários jogadores muito melhores do que ele. 

Em suma, é essa a minha contribuição, esperando que você que nos lê e também tem a sua possa fazê-lo neste espaço dedicado à nossa maior e exclusiva paixão futebolística, a SE Palmeiras.

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