Observatório Alviverde

03/02/2019

ALÔ FELIPÃO! QUEM QUER AGRADAR A TODOS ACABA NÃO AGRADANDO NINGUÉM!


Como previ, desta vez (finaalmeeente) não há que se atribuir à arbitragem do irmão de PCO a derrota palmeirense em mais um "derby". 

Foi a primeira vez que Luis Flávio Oliveira apitou com correção um jogo do Palmeiras. Jamais houvera ocorrido.

Culpar a arbitragem pela "debacle" para o mediano time do Curica, é incompatível com a verdade do jogo.

Retrancado e encastelado na defesa o time curicano teve a sorte de "achar" um gol logo no início e, em seguida, existiu apenas defensivamente visando a garantir o resultado. Como sempre, não jogou nada, mas, como sempre, ganhou o jogo.

Fez-me lembrar do Jabaquara, o famoso Jabuca de Filpo Nuñes das décadas de 50 e 60 encarando o Palmeiras de Djalma Santos, Julinho e Vavá , algumas vezes, vitorioso contra a grande academia pela consistência do esquema tático adotado e pela aplicação dos jogadores.

Da mesma forma, como não admitir que a retranca também faz parte do jogo e que não se pode, por mero capricho ou simples prazer de criticar, deixar de reconhecer os méritos do Curica nessa vitória. 

Havemos de convir que se a gambazada tinha (tem) um time inferior ao do Verdão, seu grupo de jogadores, esteve sempre mais ligado, mais coeso, muito mais aplicado durante o clássico. 

Além de uma invejável solidariedade grupal, há de se reconhecer a união evidenciada pelo adversário que, enfim, esteve sempre muito mais ligado em campo. 

Pode-se dizer, então que todos esses valores, compensaram a sua inferioridade técnica e culminaram com a imposição de uma derrota -convenhamos- muito doída ao Palmeiras.

Em relação ao Verdão, se um culpado maior existe por outro fracasso no "derby", esse culpado é Luis Felipe Scolari, o técnico também conhecido como Felipão. Pelo que conheço dele e de seu temperamento, sou capaz de apostar que Scolari admite esta tese. Hoje não foi o dia de Felipão!

Fique claro que a crítica que estamos fazendo ao treinador é construtiva e pontual e nada tem a ver com o contexto maior de sua continuidade e presença à frente da direção técnica palmeirense.

Não, não estamos criticando o comandante alviverde gratuita, irresponsável ou oportunisticamente depois de um jogo perdido para o maior rival, mas apenas pelo fato de -hoje- ele não ter ido bem, sobretudo nas escolhas de escalação.  

Há quanto tempo (não é de hoje) que havíamos alertado que esse negócio de dois ou três times estanques e diferentes se alternando e jogando os mesmos campeonatos sob a alegação de cansaço de algumas peças não seria de bom tom, mas, pelo contrário, poderia se transformar em um autêntico tiro no pé? O Curica, ontem, deu o "start"e, em meu entendimento, já começou a acontecer! 

Felipão precisa entender, como diz um velho ditado de meu tempo que, "quem quer agradar a todos acaba não agradando ninguém!"

Será que apenas e tão somente este velho escriba percebeu o notório desentrosamento da chamada equipe A de Felipão, tanto e quanto a falta de criatividade absoluta  de seu meio de campo?

No intervalo do jogo eu fiz questão de publicar isto, aqui mesmo no OAV:

(Sic) 

Não pelo fato de o Palmeiras estar perdendo, mas eu considero que Felipão escalou o time errado.

Escalar o anêmico Lucas Lima em um jogo da exigência desse contra o Curica e abrir o meio de campo para tomar as inciativas do jogo quando se sabe que contra-atacar é o sistema de jogo preferido do adversário, foram, em resumo, os erros do treinador palmeirense.

Insistir com Dudu pelo lado esquerdo durante 3/4 do primeiro tempo e isolar o lado direito foi outro aspecto fundamental para a derrota parcial, considerando-se que deveria ter havido alternativas e trocas constantes entre Carlos Alberto e Dudu.

Insistir com Borja, sem qualquer expediente ou iniciativa, à espreita exclusiva de uma bola cruzada e sem qualquer outra variante de jogo que não o jogo aéreo é muito pouco.


Deyverson viria a calhar.

De qualquer forma, o jogo ainda será jogado em mais 45 minutos e assim como o Curica achou um gol, o Palmeiras também pode achar dois e vencer.

Na bola vai ser muito difícil quando um time depende de um "morto" como LL para a criatividade e de um grosso como Borja para a definição de um resultado.

Que ambos e, até, Felipão me façam queimar a língua!


Acertei? Ou errei? 

Voltando ao jogo: 

Como exigir ou ter criatividade em um meio de campo formado por dois volantes de contenção -Felipe Melo e Bruno Henrique- escravizados a um sistema de marcação forte para a liberação de um jogador fisicamente fraco, sem força e sem alma, um verdadeiro "morto-vivo" como Lucas Lima que, além de não marcar ninguém, raramente se apresenta para o jogo e só joga com a bola nos pés?

Da mesma forma, justamente no momento em que Scolari forneceu a equivocada escalação de um time pretensamente titular para o "derby" eu fiquei pasmo, atônito, sem acreditar no que via, lia e ouvia, tantos eram os equívocos na escalação do time a que chamam de titular.

Escalou açodadamente, precipitadamente Carlos Alberto na condição de titular ainda que sabendo que não haveria espaços para que esse jogador fosse explorado no que tem de melhor: a velocidade.

Como agravante, registre-se que Carlos Alberto foi completamente esquecido pelos companheiros que durante todo o primeiro tempo, quer pelo lado direito, quer pelo esquerdo, preferiram sempre trabalhar com Dudu, salvo raras exceções.

Ao preterir jogadores melhores e mais experientes do que Carlos Alberto como, por exemplo, Gustavo Scarpa, Felipão teve o seu dia de treinador varzeano de quinta categoria, ele que é um dos expoentes mundiais da profissão. 

Gustavo Scarpa mesmo sem ser um especialista teria melhores condições de ajudar o time e, se necessário, até de atuar pelos flancos do campo, com a grande vantagem de se apresentar para o arremate de mais distância tanto e quanto ajudar muito mais na marcação!

Por que permitiu que o time insistisse tanto nas jogadas aéreas se o Palmeiras não dispõe de bons cabeceadores? Ou Felipão ainda acredita em Borja? Se sim, creio que é só ele mesmo!

Por que o Palmeiras não usou a mesma tática dos times pequenos que têm derrotado até com uma certa facilidade o Curica jogando menos com a bola e esperando o adversário?  

Há quanto tempo que o Curica só sabe jogar assim? Será que Felipão não sabia?

ANÁLISE INDIVIDUAL

Respeitando todas as opiniões díspares faço a minha análise individual e coloco as minhas considerações acerca da equipe que entrou em campo e que nunca foi disparadamente a melhor possível para se formar.

Sem qualquer reparo à boa atuação de Weverton (contratação desnecessária), ouso afirmar que ele é melhor do que Prass em um único e exclusivo ítem: a saída de bola. 

Como é que Scolari despreza o seu goleiro mais experiente, mais técnico, mais acrobático, de maior reflexo e elasticidade e grande defensor de pênaltis colocando-o no banco? 

E, pior, será que não deu para Scolari perceber que se trata de maior liderança palmeirense à retaguarda de Felipe Melo? É coisa de louco!

Quais as credenciais de Luan e até de Gustavo Gomes, noves fora a juventude para que Felipão colocasse no banco de reservas o seu melhor, mais experiente e mais vivido zagueiro, Edu Dracena?  Se a idade é a credencial, por que, então, renovaram o contrato de Dracena?

A zaga titular palmeirense na atual circunstância tem de ser Edu Dracena (na sobra) e mais um. 

Luan no cômputo geral do jogo até que não foi tão mal, mas foi superado no jogo aéreo quando do lance do gol. Está provado e comprovado que Luan está bem longe de ser um zagueiro ideal para o Palmeiras.

O paraguaio Gustavo Gomes, depois de Felipão, foi o culpado maior pela derrota, presenteando o adversário ao falhar feio tentando enfeitar e driblar Mateus Vital perdendo a bola, na jogada que redundou na falta que resultou no gol gambático logo aos sete minutos do 1º tempo. 

Não sei como Felipão conseguiu esconder Moisés e escalar o inoperante Lucas Lima. Apesar de não estar em sua melhor forma o raçudo Moisés daria à meia cancha alviverde muito mais vigor, muito mais "pushing" e, melhor, variantes de opções táticas para as chegadas dos volantes palmeirenses ao ataque, mormente Bruno Henrique, para os arremates de média e longa distâncias.

Não discuto Mayke embora menos ofensivo e menos categorizado do que o seu reserva Marcos Rocha . Este, sim, seria uma boa alternativa de substituição no "derby" visando a dar mais profundidade ofensiva ao Verdão. Só que Felipão não enxergou esta perspectiva de alteração que poderia ter sido feita após a apagada atuação de Mayke na etapa inicial.

Diogo Barbosa é obediente tático, joga para o time e é, enfim, um bom jogador. Mas para uma posição fundamental  e estratégica no futebol de hoje como é a lateral esquerda, o Palmeiras merecia alguém melhor do que ele e do que seu também mediano reserva Vitor Luís.

Duas unanimidades de titularidade são Felipe Melo e Bruno Henrique, mas, dos dois, somente Melo atuou satisfatoriamente. E se vocês querem saber mesmo a minha opinião, não estive entre aqueles que aplaudiram a diretoria por entregar um caminhão de dinheiro a BH para que ele desistisse de atuar na China e permanecesse no Palmeiras. Havia e há no mercado, opções melhores para a posição e muito mais baratas.

Daqui pra frente começa o "nó do górdio" palmeirense onde, não sei por que razão Felipão insiste teimosamente no aproveitamento de Borja e de Lucas Lima. Um tem físico mas não tem técnica e o outro tem técnica mas não tem físico.

 Cada vez que jogam Scolari tem motivos suficientes para tirá-los do time, mas, em vez disso, os escala novamente no time principal talvez na vã esperança de "recuperá-los", certamente em decorrência de toda a grana investida nas duas contratações. 

Dos dois, apenas o colombiano foi substituído e o foi por absoluta incompetência no jogo rasteiro, no jogo aéreo, nos deslocamentos, nas conclusões, nos arremates, nas divididas, nas chegadas à área,  enfim,  em todos os ítens possíveis e imagináveis.

Em relação a Lucas Lima só vou repetir o que já ressaltei neste comentário:  Como é que um time que tem como referência ofensiva um peso"morto" como Lucas Lima, carregador de bola que não marca ninguém e só joga com a bola nos pés pode render satisfatoriamente.

Diferentemente de quase todos eu não irei crucificar hoje nulo Carlos Alberto porque em 90% do tempo em que esteve em campo foi esquecido pelo time que jogou o tempo todo com Dudu, tanto pelo lado direito como pelo lado esquerdo. 

O mais estranho, porém, é que se Felipão sabia que o adversário vinha com uma formação de retranca, por que razão ele colocou em campo Carlos Alberto, um puxador de contra-ataques? 

Felipe Pires, que entrou no intervalo, ensaiou algumas jogadas individuais, mas foi logo repreendido por Felipão que não conseguiu abrir os olhos para aquele tipo de lance, tentado, também, umas poucas vezes por Dudu, e o único que teria o poder de quebrar ao meio a retranca curicana.

O Palmeiras um time que só tem zagueiros e meio-campistas com capacidade para a finalização de cabeça e que nesse ítem só conseguiu levar um relativo perigo ao gol adversário através de jogadas iniciadas em bola parada, insistiu o tempo todo nas bolas áreas. 

Bolas áreas para quem, por sinal? Para Borja? Para Dudu? Para Lucas Lima que nunca conseguia chegar sequer à linha de área?  Para Bruno Henrique? Foi inacreditável a fala de visão, ontem, do técnico palmeirense!

Essa, meus amigos, é a consequência do tal rodízio de times em que não se tem a base ou a estrutura de um time entrosado e em que os jogadores ficam sem ter ideia da dimensão de seus espaços no contexto da equipe. 

O ideal não é atuar com dois times, mas entrar sempre com o time principal e efetuar as alterações necessárias jogo a jogo, substituindo os que estiverem mal física e técnicamente, tanto aqueles que estiverem predispostos às fadigas musculares.

Que Felipão, reduzido a zero no jogo de ontem, encontre forças para reagir, se recicle e pare com essa bobagem de dividir para reinar com mais tranquilidade.

Repito para a reflexão de Scolari: "Quem quer agradar a todos acaba não agradando ninguém!"

DADOS TÉCNICOS DO DERBY:
PALMEIRAS 0 X 1 CORINTHIANS
Local E Data: Allianz Parque, dia 02/02/19
Data: 2 de fevereiro de 2019, sábado
Público: 38.550 presentes
Renda: R$ 2.716.603,30
 
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira NOTA 8
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa NOTA 8

Cartões amarelos: Felipe Melo, Bruno Henrique, Mayke (Palmeiras); 
Jadson, Fagner, Danilo Avelar, Henrique (Corinthians)   
Cartão vermelho: Deyverson (Palmeiras)
Gol:
CORINTHIANS: Danilo Avelar, aos oito minutos do primeiro tempo
TIMES:
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Manoel, Henrique e Danilo Avelar; Ralf e Ramiro (Richard); Sornoza, Jadson (Pedrinho) e Mateus Vital (Gustavo Silva); Gustagol
Técnico: Fábio Carille

PALMEIRAS: 
Weverton - NOTA 7 
Mayke - NOTA 5
Luan - NOTA 5
Gustavo Gómez NOTA 4.
Diogo Barbosa - NOTA 5
Felipe Melo - NOTA 7
Bruno Henrique - NOTA 5
(Gustavo Scarpa) - NOTA 4
Lucas Lima - NOTA 4.
Carlos Eduardo - NOTA 3
(Felipe Pires) - NOTA 5
Dudu - NOTA 6.
Borja - NOTA 4
(Deyverson) NOTA 0 (Não tem estofo moral para atuar no Palmeiras.
Técnico:  Luiz Felipe Scolari - NOTA 5 apenas pela liderança.

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