Observatório Alviverde

07/09/2020

QUE VENHA, QUINTA-FEIRA, O CURICA!

Quando Luxemburgo escalou o trepidante Wesley e sacou o burocrático Bruno Henrique no time que enfrentaria o Braga, eu aplaudi. 

Aplaudi porque imaginava que fosse uma tentativa de imprimir velocidade ao ataque e aumentar a capacidade de decisão do time em jogadas de drible e improviso.

A manutenção de Zé Rafael também me alegrou pela boa qualidade desse jogador técnico, bom de passe, de lançamento e de arremate.

Poucos jogadores do elenco, têm o espírito de luta desse atleta, o que pode facilmente ser constatado pelas enormes disposição e mobilidade que apresenta em campo e pelo formidável empenho que sempre demonstra, auxiliando constantemente na marcação não obstante a vontade dele de ganhar todos os jogos.

Só desanimei quando constatei que Lucas Lima começaria o jogo, pois se há uma titularidade que me incomoda é essa. A teimosia e a renitência de Luxemburgo em escalar esse jogador tem sido algo deveras irritante e inexplicável. 

De qualquer forma o Palmeiras que foi a campo tinha um quê de que poderia surpreender e de realizar senão um excepcional jogo, ao menos um bom jogo, mas, ao menos a princípio, isso não rolou. 

Luxemburgo -outra vez, mais uma vez- colocou o time numa "camisa-de-força" retrancando-o e abusou de usar um desnecessário defensivismo contra um time tècnicamente muito mais fraco. 

Inadmissível e imperdoável que ele tenha preferido a retranca e jogado na espera. Em vez de partir pra cima do Braga e ditar o ritmo do jogo, deixou que o time de Bragança assim o fizesse. Por muito pouco não pagou um preço alto pela teimosia. Que sirva de lição!

Ao final do 1º tempo, o jogo terminou empatado sem gols mas o time não suscitava confiança e, antes disso, passava ansiedade e medo à torcida...

E ocorria não apenas pelo histórico dos confrontos, em muitos dos quais o time de Bragança derrotara o Verdão ou pelo placar em si, mas pela pouca produtividade até então demonstrada pelo time palmeirense, várias vezes acuado pelas constantes chegadas do time interiorano.

Dois jogadores em particular incomodaram demais a defesa do Palmeiras no jogo de ontem, os atacantes Claudinho e o ex-palmeirense Artur. 

Aos 10 minutos do segundo tempo, em plena vigência da retranca palmeirense e no auge da falta de capacidade ofensiva do time, o Braga abriu a contagem com um chute forte de Claudinho que desviou em Gomes e enganou Weverton.

Ao sentir a viola em cacos e pressentindo que o gol poderia representar não apenas a derrota, mas seu fracasso e sua sumária dispensa do Palmeiras, só assim Luxa resolveu agir, abandonando a retranca, ajustando o time e fazendo com que reassumisse em campo a sua condição de time grande.

Sua primeira providência para modificar o time foi fazer entrar em campo três jogadores: Willian no lugar de Wesley, Bruno Henrique no lugar de Zé Rafael  e Veron no lugar de Mayke.

Com a passagem de Gabriel Menino para a lateral direita, Bruno Henrique ocupou o meio de campo, William passou a flutuar nas imediações da área encostando em Adriano.

Veron, a princípio, ocupou a ponta esquerda para fazer as jogadas de linha de fundo ou, quando pudesse, entrar driblando para quebrar a linha de marcação.

Pode-se dizer que as entradas dos três que mudaram o sistema de jogo, alteraram o ritmo do Palmeiras e a vigência de uma nova realidade tática, levando o Palmeiras a virar o jogo e chegar à vitória.

Registro, no encerramento desta postagem, três capítulos especiais:

primeiro: Luxa provou que, apesar da idade, da manifesta teimosia tática em fazer uso da retranca e da insistência com jogadores "amigos" e sem bola para a titularidade, ainda é um técnico cabeça, ou, como dizia Roberto Avallone, "o estrategista"! 

segundo: Lucas Lima, ainda que se esforçando e lutando em campo (méritos para Luxa pela transformação desse atleta que melhorou muito de produção) ele ainda não reúne condições para ser titular no Palmeiras, e, receio, jamais reunirá. Na impossibilidade de contratar um meia categorizado para posição, está passando da hora de providenciar um garoto da base para a reposição. 

terceiro: para quem não acreditou quando eu disse que Veron tinha potencial para ser, muito mais do que um simples craque, uma estrela do futebol, um leve indício foi mostrado ontem em Bragança. Foi ele quem decidiu o jogo!

Com Vanderley Luxemburgo de alma lavada, mais estável  profissional e emocionalmente e com a cabeça mais fria "que venha, agora, o Curica"!

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