Observatório Alviverde

04/11/2020

É PRECISO APOIAR O NOVO TREINADOR AINDA QUE OS RESULTADOS POSSAM SER MADRASTOS!

Não me preocupei em publicar o "curriculum vitae" de Abel Ferreira porquanto a mídia já se encarregou de fazê-lo. 

Há, hoje, como que uma obsessão por números na imprensa esportiva como se o futebol fosse uma ciência exata. 

Cito como exemplo o próprio Palmeiras do após Luxa, que viveu uma situação inusitada, assim. 

Se o interino entrasse e desse certo, todos diriam, como disseram e estão dizendo:

 " não disse que tudo ia melhorar depois que mandassem o velho superado embora"?

Se não desse certo (menos mal pois tudo correu bem) também já estavam com a resposta pronta, aquela mesma que chegou a ser usada após a derrota para o Fortaleza, a única do interino em cinco partidas disputadas:

... " depois que Luxa acabou com tudo, liquidou com tudo, como é que poderia dar certo? 

Assim fica muito fácil e todo mundo acerta todas as previsões que arriscar. Em meu tempo se chamava essa gente de "profetas do acontecido"!

O fato de Cebola ter vencido quatro dos cinco jogos disputados,  não representa, definitivamente, a garantia de que ele continuaria vencendo ininterruptamente, mas essa é a imagem que ficou. 

Garante, apenas, que ele (com a ajuda dos jogadores mais velhos -alguém disse isto?) melhorou muitíssimo o time sob todo e qualquer ponto de vista, exceto a preparação física, que demanda mais tempo. 

Influenciado pela mídia soberba, resultadista e inconsequente - com raras exceções- a maior parte da torcida palmeirense continua insanamente nessa fiúza de que Cebola é o maior, o maioral, uma panacéia, e, no entanto, por enquanto, ainda não é

Que ele melhorou o time, e muito, não há como negar. Os resultados vieram em decorrência disso e independentemente deles, avalio o trabalho do interino pela melhora do time. 

Entretanto, daí a alegar e garantir que ele continuaria com os resultados sempre positivos até o final dos campeonatos que o Palmeiras disputa e que ganharia todos eles, como julgam os fanáticos e os incautos, a distância, mais do que quilométrica, é milhar. 

Eu disse tudo isso pelo seguinte: 

o Abel vai assumir e, se os resultados não vierem, o torcedor comum vai protesatar e virar massa de manobra da mídia, das organizadas e da oposição. 

Exigirá o retorno de Cebola a qualquer custo, sem se importar que o Palmeiras, filosoficamente, mira e objetiva um trabalho de renovação estrutural a média e larga distâncias.

Em pouco tempo todos começarão a chamá-lo de portuga, de burruga e em seguida irão ironizar-lhe as declarações, rebaixá-lo moralmente, xingá-lo (isto é próprio dos espíritos parvos) para exigir, finalmente, o retorno do interino, sem se importar com o tamanho do prejuízo do clube.

A partir daí tudo volta a ser como antes no quartel de abrantes e a roda gigante palmeirense continua girando incessantemente ora nos pináculos ora ao rés do chão. Já assisti a muitos filmes semelhantes na história do Palmeiras e, daí, a minha cautela.

Por tudo isso, é preciso que o torcedor se dê conta de que o técnico que chega tem de ter o apoio irrestrito de todos, ainda que haja tropeços formidáveis e irrecuperáveis. 

Quem pediu ou exigiu a mudança de técnico em hora tão imprópria e intempestiva é que tem de ser responsabilizado, não quem chega, como Abel Ferreira que veio, em primeiro lugar para implantar um novo trabalho e, se possível, concluir primeiramente os já em curso como Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores.

Que cada um seja honesto com o Palmeiras, e, sobretudo consigo mesmo e com sua consciência, apoiando de maneira irrestrita o trabalho do novo treinador! (AD)

COMENTE COMENTE COMENTE

PS - Este blog se solidariza com o presidente Gagliotte pelo falecimento de seu pai Wilson Gagliotte. Força, presidente!