Observatório Alviverde

30/09/2013

BRUNORO, INOCENTEMENTE, DIVULGA QUE O FLAMENGO QUER VALDÍVIA!


 
 Quem não quer Valdívia?

Todos, exceto Luxa e a mídia, esta, enquanto ele vestir verde.

Luxa porque ele, vaidoso, não admite ter jogadores que o ultrapassem em nome, fama e prestígio!

Só por isso criou uma atmosfera desfavorável, a fim de que o Mago deixasse o Verdão, em 2008, no auge de suas condições técnicas, psicológicas e atléticas.

Houve quem insinuasse outros interesses, coisas graves, para as quais não existem provas e, por isso, não me atrevo a cita-las. Sou convicto, entretanto, de que o fator vaidade de Luxa foi determinante na decisão.

Mesmo sabendo que o Mago era o melhor jogador do elenco, Vanderley defendeu, publicamente, inúmeras vezes, que ele fosse negociado. Assim foi feito!

É tradicional, no Palmeiras, a venda dos melhores jogadores para o exterior, mesmo que de forma atabalhoada, intempestiva e, na maioria das vezes, inexplicável.

Desde a década de 50, em que me conheço por gente, é assim.

O Palmeiras, nessas mesmas circunstâncias, vendeu Humberto Tozzi, seu maior artilheiro, até hoje, em média de gols por partida, para a Lázio e ficou de 51 a 59 sem ganhar nenhum título.

Por volta de 55 ou 56, chegou ao Palmeiras um centro-avante alto para os padrões da época, quase 1m80, forte, chute poderoso, emérito cabeceador, dono de uma técnica invejável, capaz de driblar uma defesa inteira para fazer um gol, de nome José João Altafini.

Com a alcunha de Mazola, em razão de sua semelhança física com o craque Mazola do Torino, lembro-me bem, era tido -junto com Pelé, quando os locutores esportivos ainda o chamavam de "Pelê"-
como uma das maiores revelações do futebol paulista.

Menino, ainda, lembro-me dos debates intermináveis nos bares da vila em que eu morava ou em qualquer lugar em que se discutisse futebol, sobre quem era melhor, se o branco Mazola ou o negro "Pelê", em razão de tudo o que ambos aprontavam nos gramados de São Paulo.

No rádio e na mídia, ganhava "Pelê" -naquela época já era assim-, mas, em minha cidade e região predominava a força da palavra dos ítalo-brasileiros e Mazola era maior e melhor. 

Fique claro, vi os dois à época, embora poucas vezes, mas, na consciência de meus 10 ou 12 anos já sabendo algo do jogo, e dava para compara-los, perfeitamente!

Eu era, mais Mazola e não sem justa razão. Tanto é verdade que em 1958 quem começou jogando a Copa foi Mazola, não Pelé, haja vista que, apesar dos 58 gols marcados no Paulista (grande feito, mas em um campeonato extremamente longo com turno de classificação e tudo), Mazola era titular e Pelé, banco!

Titularíssimo, o palmeirense fez dois gols na estreia do Brasil contra a Áustria, e, reza a lenda que, sabedor, na Súécia, de que o Palmeiras o negociara, por cifras milionárias, com o Milan, ele teria se poupado e evitado as divididas no jogo subsequente contra a Inglaterra, que terminou em 0 x 0.

Mazola só voltaria ao time, eventualmente, no jogo mais difícil daquela Copa, quando o Brasil enfrentou a quase inexpugnável retranca do País de Gales.

Mazola cumpriu uma atuação discretíssima, embora tenha participado do nascedouro do lance que ensejou a Pelé definir o jogo em esplêndida ação individual de preparo e arremate final. Daí em diante, virou, até o fim da Copa, virou, apenas, um torcedor privilegiado.

Bem, tudo isso foi dito para mostrar que a sociedade esportiva que comanda o Palmeiras, tradicionalmente, no suceder de tantas diretorias, nunca teve como objetivo precípuo o futebol, exceto, recentemente, Belluzo, apesar de Cipullo. 

Foi, é, e será sempre assim: qualquer jogador que aparecer e tiver mercado, será, imediatamente, negociado!

Valdívia não foi a exceção, haja vista que o Palmeiras o negociou com o futebol árabe, imediatamente após ganhar o título do paulistão de 2008. 

O craque -quer queira ou não a maior parte da parcialíssima crônica esportiva paulistana- vivia seu apogeu e estava no auge da forma! 

Sem tomar conhecimento ou questionar a  importância do jogador naquela conquista e, menos ainda,  do que ele poderia representar no Brasileiro de 2009 e no próprio futuro, a diretoria, friamente, o negociou! 

Outra vez houve falta de senso e de visão futurística, males que, há anos, tal e qual um câncer incurável, consomem as entranhas do Palmeiras!

Resgatado pelo próprio Beluzzo, a duras penas e após intermináveis negociações, Valdívia voltou ao Palmeiras, para o desgosto e desespero da maior parte da crônica esportiva paulistana, a pior do Brasil, aquela que trabalha, há anos, incansavelmente,visivelmente, declaradamente, escancaradamente, contra o clube, ressalvadas mínimas exceções e daqueles dirigentes que se acostumaram a ter o clube como um apêndice de suas posses, que não suportam quando o Palmeiras paga bem a qualquer profissional.

Vítima de Felipão, que o desconstruiu físicamente, obrigando-o a exercer tarefas inadequadas a seu porte físico e constituição atlética, Valdívia -por isso- sofreu contusões musculares dificeis de serem curadas e as decorrentes recaídas, sempre mais fora do que jogando...

Vítima de arbitragens podres, dirigidas, do lado de fora por uma eminência parda, suposto comentarista de arbitragem invasor da profissão aboletado indecentemente, à TV há vários anos, Valdívia mais joga deitado do que em pé, tal é a truculência -impune- que lhe impõem os adversários...

Esse antipalmeirense assumido, inexplicavelmente adotado pela mídia televisiva, é o mesmo que surrupiou-nos, à mão grande e na maior cara de pau o título brasileiro de 1978!

Foi ele quem forneceu aos árbitros a senha para permitir a violência impune sobre o craque, ao afirmar, irresponsavelmente, levianamente, que Valdívia é um "caicai".

Valdívia, enfim, é vítima da própria torcida palmeirense, que, submissa aos interesses escusos de pretensos e supostos "donos" de nossa dispensável sociedade esportiva, ataca o jogador sob o falacioso argumento de que ele é um acomodado"come e dorme". Nunca foi!

Agora se fala em interesse do Flamengo por Valdívia, o que, convenhamos, deve ser tratado como "piada", tanta é a falta de credibilidade e tantos são os descaminhos trilhados pelo clube mais inadimplente do país, sem crédito para comprar a crédito, sequer, um simples jogo de camisas.

Brunoro, inocentemente, admitiu, hoje, que houve uma sondagem dos cariocas!

Reparem, todos, a fala completa de visão do gerente alviverde, e sua completa alienação em face de todos os fatos que, rotineiramente, envolvem o noticiário do Palmeiras.

Esse é um tipo de notícia absolutamente contraproducente, cuja veiculação teria de ser evitada mediante uma omissão o que, em nada atrapalha, só ajuda!

Primeiro porque mexe com o jogador, principalmente com o seu emocional, da mesma forma em que cria expectativas positivas ou negativas, depende, dentro do próprio elenco em época aguda de decisão.

Ora, o Palmeiras vive uma situação cômoda de líder da Série B, em plena reta final da competição, com premente e insubstituível necessidade de vencer de quatro a cinco partidas para consolidar a sua volta à elite.

Para isso é necessário, acima de tudo ou de qualquer coisa, que o time tenha paz, confiança, tranquilidade, e, ainda mais do que isso, estabilidade.

A veiculação, inócua, de uma suposta venda de Valdívia, só provoca alvoroço em um elenco que desconhece, completamente, o seu futuro, em face de tudo o que a mídia vem divulgando acerca de mudanças radicais que estariam por acontecer no ano do centenário palmeirense. 

Isso tudo, como negar, tem incidência direta no comportamento do time em campo e, malgrado a acentuada diferença pontual que separa o Verdão de seus potenciais adversários à vaga, não se pode descuidar ou afastar a hipótese de que os desastres também acontecem.

A atitude que se espera da diretoria do Palmeiras é que ela venha a público e declare que Valdívia, ao menos neste momento, é inegociável, como o único craque de que o clube dispõe em seu elenco.

De minha parte, duvido que aconteça, porque, no fundo, Nobre, tal e qual seus antecessores, anda louco por desvencilhar-se de um salário altíssimo para os padrões a que se dispõe pagar a soviníssima Sociedade Esportiva Palmeiras.

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