Observatório Alviverde

13/05/2014

PAULO NOBRE, O MILIONÁRIO QUE, no futebol, NÃO SABE GANHAR DINHEIRO!



 
 Ao menos em relação ao Palmeiras a manchete é, rigorosamente, verdadeira, e, se o presidente, reconheça-se, tem sido austero no que respeita aos gastos, tem sido um rotundo e completo fracasso quando o assunto é faturamento.

Fique claro, antes do desenvolvimento do tema, que esta crítica, não representa uma postura de oposição deste blog ao presidente, mas, simples constatações, com algumas sugestões, haja vista que não sou contra a limitação de gastos, mormente em um clube que opera no vermelho há tantas gestões.

Fui totalmente favorável a adoção das efetivas medidas de enxugamento dos gastos, através da adoção do faturamento por produtividade, mesmo sabendo que, em determinadas situações e circunstâncias, o sistema acaba sendo mais prejudicial do que útil ao clube

Refiro-me ao pagamento por titularidade a jogo realizado, que gera imenso estresse aos preteridos e, por outro lado, muitas vezes faz com que um jogador esconda as suas dores e contusões a fim de ir para o jogo, a fim de não perder o acréscimo em seus salários.

De quebra, a situação pode gerar conflitos e  revoltas contra o treinador, podendo se transformar em rebeliões, pois todo mundo quer, sempre e cada vez, faturar mais, muito mais!

A propósito, -perguntar não ofende-, a mudança radical de atitude do time do Palmeiras no jogo contra o Goiás, não estaria umbelicalmente ligada a essa situação de descontentamento com o técnico? 

É evidente que estou teorizando, posto que não convivo com o grupo! Mas, que essa é uma possibilidade concreta e real, eu não tenho a menor dúvida! 

Alguém da têmpera de Kleina teria possibilidade de administrar essa parada? Creio que não e sou convicto de que havia -e há- muito jogador insatisfeito!

O chamado contrato por produtividade não é criação, no futebol, do presidente Paulo Nobre! 

Entretanto, pessoas existem que, equivocadamente, imaginam que sim e que se trata de uma novidade, de algo inédito e inaudito, a que muitos chamam, impropria e desprezivelmente, de invencionice.

Assim que Nobre anunciou a medida (aprovei e aprovo, com pequenas ressalvas) fiz questão de frisar  que  a primazia do contrato por produtividade no futebol brasileiro, provém de Romeu Ítalo Rípoli, engenheiro agrônomo, genial visionário, o maior e melhor presidente da história do XV de Novembro de Piracicaba! Rípoli presidiu o Nho-Quim nas longínquas décadas de 60, 70 e 80 do recém findo século XX.

A diferença entre o contrato atual de Nobre e o antigo, concebido por Rípoli, o homem que introduziu o cultivo do bicho da seda no oeste paulista, é, simplesmente, a simplicidade do contrato e o "bicho".

Desconheço a redação dos contratos apresentados pelo Palmeiras aos jogadores, certamente carregados de cláusulas, filigranas, detalhes e penduricalhos, visando a satisfazer as exigências da CLT!


Porém, objetivamente, quem conhece ao menos um pouco da matéria, sabe, perfeitamente, que tudo isso pouco vale ou  representa para um advogado vivo, esperto, atualizado, bem informado e ousado que venha a reivindicar para o obreiro, ao final do contrato, tudo aquilo que vier a se constituir em salários retidos contribuições compulsórias aos órgãos públicos ou equiparações. 

Os juízes do trabalho -noventa por cento deles- e a própria justiça do ramo, paternalistas não perdoam nada que se faça no sentido de minimizar os gastos com o governo e os tiros de Nobre visualizando a economia, podem, perfeitamente, voltar pela culatra, atingindo em cheio o próprio Palmeiras.

Sei que há dois contratos estabelecidos com os atletas, sendo um referente à pessoa física, com o pagamento de encargos legais e, outro, de pessoa jurídica (todo atleta que ganha muito cria uma empresa)!

Entendo, porém, que o Palmeiras tem de se precaver em relação a isso, pois fiquei sabendo da existência de casos em que obreiros conseguiram englobar ambos os recebimentos na faixa de pessoa física, embora fossem casos fora do futebol! Pelo sim, pelo não, é bom que o Palmeiras veja isso e se precate!

O sistema de Rípoli -em relação ao de Nobre- era diferente, bem mais simples, porém muito mais leonino, haja vista que o XV pagava um salário muito baixo aos jogadores (pouco mais do que o salário mínimo) acrescido por premiações às vezes decuplicadas em relação ao salário base. 

Assim, um jogador que recebesse mil cruzeiros/mês, a cada jogo que o time time vencesse, abiscoitaria 10 mil de gratificação.

Como, normalmente, os times, em alta temporada, realizam oito jogos por mês o atleta que fosse escalado teria a perspectiva de receber 80 mil cruzeiros, mais os prêmios por objetivo ao final dos campeonatos.

Tudo isso foi dito apenas como advertência acerca da nova modalidade de pagamento implementada pela atual diretoria, que só poderá ser aferida em sua eficácia ao final dos atuais contratos quando rolar os acertos, a maioria deles, na Justiça do Trabalho!

Bem, até agora eu não disse porquê afirmo que Paulo Nobre, no futebol, não sabe ganhar dinheiro e, tal e qual um técnico retranqueiro, só sabe jogar o jogo econômico, na defensiva usando a tática do ferrolho suíço.

Quero começar falando sobre a completa inabilidade de Nobre na condução do caso Valdívia! Foi desanimador!

Como pôde liberar o chileno às vésperas de um confronto chave contra o Sampaio Correia? 

Porventura teria Nobre se esquecido de que é um jogo que vale a classificação para a sequência da Copa do Brasil, na qual, o Palmeiras, embora jogue em casa, está inferiorizado no placar agregado? 

Valdívia tinha -por obrigação- de fazer, primeiro, esse jogo contra o Sampaio, antes de viajar a seu país para se apresentar à seleção. 

Independentemente de qualquer convocação, o Palmeiras deveria ter contatado quem de direito no país andino para informar que o jogo contra o Sampaio era de vital importância na vida do clube e que não podia abrir mão de Valdívia.

Será que Nobre, velho frequentador dos estádios, desconhece que qualquer time, para faturar e para que, também, os jogadores sob contrato de produtividade possam, igualmente, melhorar seus proventos, é preciso jogar? 

Se o Palmeiras, que roeu até este momento o osso duríssimo da fase classificatória da Copa do Brasil, pode dar-se ao luxo de perder o faturamento alto da hora do filé? A ausência de Valdívia aumenta a perspectiva de desclassificação, ao mesmo tempo em que reduz o potencial de renda do jogo de amanhã!

Estaria Nobre, -não creio- torcendo para o time perder, a fim de reduzir os gastos com a folha? 

Nesse caso. melhor seria cerrar as portas do futebol e mudar de ramo, priorizando a bocha, o xadrez, o dominó ou os saltos ornamentais!

A atitude da diretoria, em relação à dispensa de Valdívia,  de fato, foi infantil, coisa de quem sabe e entende pouco da matéria, embora se diga tenha sido por preservação a fim de que ele possa estar inteiro para ser vendido após a copa. 

Onde estava com a cabeça o supervisor Brunoro ao permitir a saída intempestiva de Valdívia? 

Preparando o terreno para a chegada de seu colega, sócio, amigo de fé, irmão-camarada Luxa, que quer ver o único craque de que dispomos, pelas costas?

Guardadas as devidas proporções, seria como o Real ou o Barça disputar uma partida eliminatória da Copa do Rei contra o Murcia, da segunda divisão, em que estivessem em desvantagem sem, respectivamente, Cristiano Ronaldo e Messi. 

Ressalte-se que seria menos danoso a esses clubes (que tem, além dos excelentes esquadrões titulares, bancos de reserva a altura) do que o Palmeiras que, era Prass, Valdívia e mais nove. 

Sem Prass seria Valdívia e mais dez e, agora, sem Valdívia, será ninguém e mais onze "japoneses".

Não estou querendo ser ave de mau agouro, mas como adverti antes do jogo em São Luis, a tarefa palmeirense não será fácil!

Não só pela experiência, pela tradição e pela motivação do atual time do Sampaio, mas, principalmente porque, sem Valdívia, o Palmeiras é um time reto, perfeitamente, comum e previsível.

Como Nobre e Brunoro conseguiram cometer um erro tão grotesco e tão gigantesco? Até rima!

Se o Palmeiras tropeçar no Sampaio -é difícil, mas não é impossível e já houve precedentes- sobrevirá, no clube, um desastre de enormes proporções, inadministrável, cujas consequências não serão aplacadas nem com a estréia do excelente Bernardo ou mediante a aquisição do novo treinador.

A dispensa de Valdívia é a primeira prova exposta que Paulo Nobre é um milionário que, -no futebol-, não sabe ganhar dinheiro!

Querem a segunda? Ei-la: qual a maior ferramenta para o Palmeiras faturar? 

Só acertou quem disse que é o próprio time! Sem um time forte não se consegue -absolutamente- nada!

Não quero, sinceramente, que Nobre "torre" todo o dinheiro do clube em contratações vultosas, até porque sou favorável à implementação da filosofia da promoção da base e do bom e barato inteligente, que, Brunoro está provando que não sabe fazer, haja vista que ele parece não conhecer o mercado (nem futebol)!

Nobre tem de compreender que precisa retocar o time, e contratar jogadores que venham para ser titulares!

Da mesma forma, tem de estar ciente e consciente de que se não tiver um time forte e competitivo, não terá outros faturamentos, complementares além da ninharia habitual que a Globo destina ao clube, em quotas cada vez menores em relação aos nossos adversários.

A falta de consciência da necessidade de um time forte, é a segunda prova exposta de que Nobre é um milionário que -no futebol- não sabe ganhar dinheiro!

Querem a terceira? O Avanti! Entrei no site oficial para obter informações a respeito do programa e nada encontrei. Nem informações, mais,  existem! 

Se Nobre quiser se informar sobre como se elabora um plano de recrutamento de torcida, vá a Porto Alegre ou venha aqui a Belo Horizonte, em vez de ficar acreditando em tudo o que diz o seu compadre, curintiano doente (isto é surreal) que toca com absolutas ineficácia e ineficiência, até agora, o marketing palmeirense, a julgarmos pelos resultados práticos! Viram que não era só Kleina que tinha compadres?

O fracasso do Avanti é  outra prova de que Nobre é um milionário que -no futebol- não sabe ganhar dinheiro!

A quarta? Até hoje não temos o patrocínio Master em nossa camisa, o que nos coloca em situação ridículamente inferior em relação aos nossos adversários!

Sei, perfeitamente, que a Copa do Mundo em nosso país, mudou o foco atual do interesse popular e da aplicação das verbas de propaganda. 


É óbvio que a realização da Copa no Brasil engessa o futebol brasileiro e limita os clubes, sendo que os possíveis patrocinadores dos times sabem que daqui até o mês de julho não teremos eventos esportivos de importância. Quem então se interessaria em anunciar durante a bolha criada pela intempestiva Copa do Mundo do Brasil?

O marqueteiro curintiano, o compadre de Nobre que comanda o Palmeiras em um setor vital da vida do clube, que deveria prever isso, simplesmente, não previu nada e deu no que deu. 

Ficaremos sem o patrocínio master nas camisas, até, no mínimo, a metade do segundo semestre. Se não for mais, como imagino!

Sabedor de tudo isso (será que ele e Nobre não sabiam?) por que o Palmeiras não loteou -provisoriamente- a publicidade das camisas, procurando vende-la jogo a jogo? É melhor pingar do que secar!

A falta de criatividade de nosso marketing (qualquer garoto sabia da possibilidade colocada pelo blog) é outra prova gritante de que Nobre é um milionário que -no futebol- não sabe ganhar dinheiro!

Eu poderia citar inúmeros outros fatos, (vou ficar por aqui) como aquele que ocorreu no aeroporto em São Luis e vive acontecendo em todas as cidades visitadas pelo Palmeiras, em que o clube evita que os jogadores tenham contato ou se confraternizem com o povo ou com as torcidas locais. 

Além de manter a velha aura de antipatia, o marketing e o presidente parecem ignorar que são, -também-, aqueles torcedores outros que vestem a nossa camisa, que compram os nossos produtos autorizados e que comparecem aos estádios para incentivar o Palmeiras nas ocasiões em que o Verdão visita as suas cidades!

O que tenho visto, e, infelizmente, constatado, é que o Palmeiras não se despe nunca da vetusta  roupa real dos tempos de antanho, não  descarta o velho perfume de odor naftalínico, não muda, não se atualiza e não se moderniza, nem com um presidente jovem como Paulo Nobre, no qual, ainda, deposito todas as minhas fichas, ciente e consciente de que, na qualidade de homem inteligente, responsável, batalhador e trabalhador, ele, certamente, ainda vai conseguir dar a volta por cima!

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