Observatório Alviverde

28/02/2019

ACOMODADO, O PALMEIRAS SOFREU PARA GANHAR DO ITUANO POR 3 X 2!



Apreciaria muito se os meus amigos de blog, que já provaram tantas vezes que conhecem muito de bola, analisassem a vitória palmeirense com isenção e educação, abolindo (se possível) o palavrão e, obrigatoriamente, as ofensas ao próximo.

Eu os exorto a agir assim, haja vista que, não obstante os erros (e virtudes) dos jogadores alviverdes e do próprio Felipão, o Palmeiras venceu um dos melhores times do atual futebol de São Paulo. 

Não há motivos, então, apenas para choro, ranger de dentes ou lamentações na abordagem do jogo, ou, pior ainda, o uso de palavrões desclassificantes e ofensas pessoais aos profissionais, haja vista que o time apresentou progressos e não foi a calamidade que muitos (se sabe porquê) gostam,  sempre, de pintar.

Eu apreciaria muitíssimo se todos analisassem o jogo de uma forma construtiva e otimista, exclusivamente sob pontos de vista técnico, tático e físico, sem ofensas ou agressões gratuitas. Sei, repito, que todos são capazes de agir assim!

É óbvio que eu também tenho as minhas restrições em relação à forma de atuar da equipe, às teimosias do treinador e ao fato de muitos atletas se pouparem, mas, entre o comentário essencialmente técnico e a agressão desnecessária e desmedida, optarei sempre pela primeira alternativa.

Apesar da vitória de ontem sobre o Ituano, o time, em meu entendimento continua pecando e, principalmente, devendo, mas por um simples e único motivo, razão de tudo, aliás: 

"a maior parte dos jogadores do Verdão está, muito mais, de olho na grandeza da Copa Libertadores que está chegando, do que, propriamente, na indigência de outro "PP", isto é, do Paulistinha Preparatório.

Os jogadores, a comissão técnica, Felipão e todos lá no Palmeiras sabem que o Verdão só ganhará o Paulistinha e levantará a Taça, se conseguir chegar às finais com um time dez vezes (ou mais) melhor do que qualquer outro.  Se não for assim a FPF e a facção anti-palmeirense da mídia não vão deixar.

Tá mais na cara do que barbeador em uso, que a maior parte dos jogadores palmeirenses está se poupando de maneira clara e visível porque todos os atletas querem um lugar no time titular na Libertadores e no Brasileirão, sem ter de correr o risco de lesões ou contusões.


O erro crasso de Felipão, o grande culpado da situação, é, em meu entendimento, a indefinição. 

Embora não se possa e nem se deva generalizar, grande parte do atual grupo sente-se insegura em face da indefinição das titularidades e do "status quo" de cada integrante do elenco. 

Quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo de 70, a definição dos postos e das titularidades antecipadas foi um dos fatores determinantes e decisivos daquela conquista. Quem desconhece que os jogadores introvertidos ou de personalidade tímida só crescem mediante as definições?

Cito dois jogadores de ótimo potencial que se enquadram nessa especificidade, justamente os recém-chegados Carlos Eduardo e Felipe Pires que não conseguem atuar bem ou firmar-se no elenco por falta de autoconfiança e de uma melhor condição psicológica.
   
Ontem contra o Ituano o milionário time do Palmeiras jogou -exclusivamente- para o gasto.

Enquanto a "boleirada" teve motivação e correu, o Palmeiras mandou e desmandou no jogo tanto e quanto impôs a sua inquestionável superioridade e chegando aos 2 x 0 com desenvoltura e facilidade.   

É óbvio que o time apresentou deficiências, a partir da lateral direita em que Mayke esteve longe do lateral que, efetivamente, ele é.

O miolo de zaga palmeirense falhou sucessivamente e eu atribuo tais falhas à falta de entrosamento da  dupla Antonio Carlos/Dracena que também sofre com a insegurança e com as indefinições de Scolari.

Na lateral esquerda Diogo Barbosa guarneceu posição e não ousou nunca, como vem ocorrendo sistematicamente. Em termos de apoio foi um autêntico zero à esquerda.

No meio de campo, como ocorre sistematicamente e já virou até rotina, destacou-se Felipe Melo que, outra vez, mais uma vez, foi o destaque e jogador muito importante do elenco palmeirense na chamada "zona de raciocínio". 

Gostei de Bruno Henrique mas, entre todos, é aquele que mais aparenta estar se poupando em campo à espera da Libertadores e do Brasileirão. Quem não sabe que ele joga muito mais do que o tão pouco que vem mostrando?

Falar o que do Borja? Que pode ter feito, ontem, o gol da sua reabilitação definitiva? Tomara!

De uma coisa eu tenho certeza: ele vai subir muito de produção a partir da promoção de Goulart à titularidade e eu não tenho a menor dúvida acerca disso!

Por falar em Borja, antes que eu esqueça, deixem-me noticiar que Felipão inseriu Deyverson na lista dos inscritos para a Libertadores. Espero que ele saiba bem o que está fazendo!

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RICARDO GOULART O CRAQUE DO JOGO!

Ricardo Goulart foi o "cara", o grande artífice da importante vitória palmeirense sobre o bom e muito bem armado Ituano, realizando a chamada "estreia perfeita"!

Fique claro que não o julgo exclusivamente pelos dois gols que assinalou e nem pela monumental  "assistência toráxica" da jogada fantástica com que nos brindou, habilitando com um lançamento de peito o artilheiro Borja na jogada que resultou no terceiro gol alviverde. 

É aquele tipo de lance incomum oriundo do FUTSAL que só os craques de técnica refinada e muito acima da média conseguem realizar.

A magnífica "assistência" de Goulart, importantíssima, teve o condão de, a um só tempo, manter o Verdão na ponta da tabela, reabilitar o encroado artilheiro Borja, dar azo e asas à empolgação da torcida e de decidir, enfim, um jogo extremamente perigoso.

Por todo o exposto, julgo, realço sublinho, grafo e ressalto a presença de um craque em campo, com o qual sou convicto de que não vou me enganar, tanto e quanto enganei-me, por exemplo,  com Lucas Lima.

A chegada de Goulart a quem conheci profundamente quando jogou pelo Cruzeiro aqui em BH traz-me a justificada expectativa de que o próprio Lucas Lima poderá melhorar de rendimento e reeditar no Palmeiras, ao menos, as suas boas performances com a camisa do Santos FC.

O aspecto principal da presença de Goulart no time do Palmeiras, foi a preocupação que causou ao adversário que teve de aumentar as suas atenções defensivas em relação a outro jogador desequilibrante e não mais, exclusivamente, a Dudu. 

O próprio Borja, anotem, promete subir de produção e, na eventualidade de o Palmeiras ter a volta de Willian (está bem próxima) ou conseguir emplacar um jogador que ocupe o lado direito de campo e que renda satisfatoriamente "o Palmeiras irá ficar bem na fita"!  

Para encerrar devo dizer em alto, claro e bom tom que o Palmeiras deixou muito a desejar ontem,  na Allianz Arena contra o Ituano.

Parafraseando o saudoso Loureiro Júnior, um dos melhores comentaristas da história do rádio, eu faço questão de realçar, no entanto, que:

 "o Palmeiras, para jogar mal tá precisando jogar muito mais do que vem jogando. Imaginem então para jogar bem".

DADOS TÉCNICOS DE PALMEIRAS 3 X 2 ITUANO

Local - Allianz Parque, em São Paulo, Dia 27/2/2019, às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Lucas Canetto Bellote - Validou o primeiro gol do Ituano em posição irregular e amarelou indiscriminadamente o time do Palmeiras. NOTA 4  
Assistentes: Daniel Luis Marques (SP) e Fabrício Porfirio de Moura (SP). Nota 6 a ambos
Público: 20.660 presentes
Renda: R$ 1.016.331,9:
Cartões amarelos: Borja, Thiago Santos, Diogo Barbosa e Felipe Melo (Palmeiras)
e Baralhas do Ituano.
GOLS: Ricardo Goulart (2gols) aos 11' e aos 22' do 1ºTempo (2-0),
Marcos Serrato 9'/2ºT (2-1), Borja 12'/2ºT (3-1) e Morato 29'/2ºT (3-2)

ITUANO: Pegorari, Jonas, Léo Santos, Ricardo Silva e Peri; Corrêa (Marcelinho 33'/2ºT), Baralhas (Bassani 11'/2ºT) e Marcos Serrato; Martinelli, Morato e Ramon (Gui Mendes 25'/2ºT). Técnico: Vinicius Bergantin.

PALMEIRAS:
Weverton, Mayke, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa;
Felipe Melo, Bruno Henrique (Lucas Lima 33'/2ºT) e Ricardo Goulart;
Dudu, Carlos Eduardo (Felipe Pires 25'/2ºT) e Borja (Thiago Santos 13'/2ºT).  

Técnico: Luiz Felipe Scolari.NOTA 5
Minha crítica maior a Scolari é que ele não está sabendo motivar suficientemente o time para o Paulistinha. 

Critico-o, também, por ter tirado Borja tão logo o colombiano quebrou o jejum de gols. Para aumentar a confiança desse atletas, Scolari deveria tê-lo mantido em campo por mais tempo, objetivando aumentar-lhe ainda mais a autoconfiança.  


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PS - Justíssimas as homenagens prestadas ao cronista esportivo Roberto Avallone, falecido há poucos dias. Ricardo Goulart juntou-se à galera palmeirense durante a solenidade! (AD)