Observatório Alviverde

22/03/2010

MARCOS, VOCÊ NÃO É MAIOR DO QUE O PALMEIRAS!

O tempo, o senhor da razão, prova, a cada dia, que Marcos é um ídolo, não um líder.

Suas atitudes, por vezes pueris, retratam uma personalidade menos forte, ingênua, sem o talhe da liderança.

Do alto de seus quase dois metros de altura recebeu um soco desferido pelo baixote Muñoz. Sangrou e deixou barato. Quem não se lembra disso?

A falta de reação em momento extremo de atrito e exaltação, serve apenas para ilustrar que Marcos, certamente, ama mais o próximo do que a sí mesmo e esse não é o melhor perfil de um líder.

Ele poderia ter demolido o colombiano, mas seu espírito é ameno, pacífico, conciliador e ele não o fez.

Se me permitem a metáfora política dos tempos das "Diretas Já", Marcos sempre esteve mais para Tancredo Neves, do que para Ulisses Guimarães.

Muito longe da estatura e do significado profissional que ostenta no Palmeiras, conclui-se que, por mera questão de vocação, Marcos não é detentor do "status quo" que se espera ou se exige de um líder.

Ele nunca conseguiu ou conseguirá impor seus ideário e diretrizes no âmago de qualquer grupo, pois não nasceu dotado ou vocacionado para tal.

Muitos palmeirenses e ele próprio se irritam quando, inevitavelmente, o comparam a Rogério Ceni, menos goleiro, menos ídolo, mas, também, um ídolo, e reconheça-se, muito mais líder do que o nosso santo.

O antipático goleiro bambi, tem o condão de saber lidar magnificamente bem com as duas situações, no contexto de sua vitoriosa carreira profissional.

Concomitantemente ao fato de cultivar jogar bola com dedicação e responsabilidade, de ser um profissional zeloso e exemplar no contexto de seu clube, também cultiva e exerce indiscutível liderança sobre os companheiros de clube.

Essa força espiritual que Ceni empresta aos bambis, ipso facto, vem fazendo o diferencial de nossos inimigos em relação a nós e a outros clubes no decorrer dos últimos anos.

Assim, não se vê Rogério tresloucado sob os "paus" nem da trave, nem da imprensa, nem do público.

Não se vê Rogério desesperado, alucinado, aloprado se seu time joga mal e a derrota é inevitável.

Não se vê, finalmente, o goleiro inimigo concedendo entrevistas bombásticas após as derrotas, fazendo auto-culpas ou crucificando os companheiros, virando massa-de-manobra para repórteres sensacionalistas e jornalistas inescrupulosos.

Mas que Rogério critica, censura os companheiros, isso, também ele o faz, e como faz.

A diferença é que o faz tempestivamente, isto é, na hora e lugar certos, sempre longe dos olhares críticos e censores da imprensa.

E, dizem, a cobrança de Rogério é forte, ameçadora, terrível, implacável! Pior que a do presidente Juvenal!

Muito longe de mim querer diminuir ou menosprezar o nosso santo goleiro com tal comparação.

O objetivo da analogia entre os dois profissionais não é outro senão chamar Marcos à razão, embora receie ser um tanto ou quanto tarde para tal.

A atitude de Marcos, ontem, na academia, é digna de registro crítico e punição.

Por mais que se doure a pílula, que se minimize ou mimetize a situação, que se tente tapar o sol com peneiras, reconheça-se que Marcos cometeu infração muito grave.

Um fato com amplas repercussões, haja vista que seu ato falho ocorreu ante as barbas da imprensa, sequiosa por fatos que gerem sensacionalismo, confusões ou escândalos.

Marcos é grande, e está entre os cinco maiores jogadores da história da S.E. Palmeiras.

Sem qualquer dúvida, é aquele que conseguiu os títulos e conquistas mais importantes de nossa história.

Começou no Palmeiras, onde construiu uma brilhante carreira e vai encerrá-la dentro do próprio Palmeiras.

Assim como Oberdã Cattani, Marcos é uma lenda viva na história da S.E. Palmeiras.

Oberdã, imenso e intenso palestrino, no alto de seus quase 90 anos de plena lucidez, chora e mendiga a eternização em bronze de sua vitoriosa carreira palmeirense, negada sob a alegação (ou seria acusação?) de ter jogado no C.A.Juventus por seis meses após encerrar a carreira no Palmeiras e justificada pelo fato de o clube não abrir precedentes.

Marcos tem a convicção de que a sua érea estátua vai ser fincada para todo o sempre, eternamente, nos floridos jardins do Palestra Itália, onde vai fazer companhia a Junqueira, Fiúme e Ademir da Guia, outros símbolos sacratíssimos de toda a saga palestrina.

Semelhante honraria só pode ser traduzida por um único vocábulo, consagração.

Por isso tudo, entendemos Marcos, compreendemos Marcos, respeitamos Marcos e concordamos com Marcos, porém com ressalvas.

Ele tem, sim, o direito de manifestar-se livremente e de falar abertamente sobre o que acha e o que pensa a propósito das coisas do Palmeiras.

Ninguém, em sã consciência, pode proibí-lo, muito menos nós.

Nenhum jogador, mais do que ele, tem esse direito.

É preciso, porém, que Marcos aprenda a discernir sobre a tempestividade das coisas.

Mais do que isso, se Marcos ainda não sabe, que fique sabendo agora: que "falar, muitas vezes é prata, mas saber calar é ouro".

Mormente se a imprensa estiver perto.

Para a nossa torcida, Marcos é imagem, é ídolo, é grande, é um gigante, um portento...

Mas que ele nunca se esqueça que a S.E. Palmeiras é muito maior do que os inolvidáveis Junqueira, Fiúme, Ademir ou do que qualquer outro, ainda que seja um santo.

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