Observatório Alviverde

26/03/2011

PALMEIRAS 3 X 0 BRAGA NÃO SE ENGANEM E NEM SE EMPOLGUEM COM OS NÚMEROS DO PLACAR!

 

Os 3 x 0 estampados no placar do Canindé não traduziram a dureza do jogo e os problemas enfrentados pelo Palmeiras.

O Braga, como se esperava, foi o adversário de sempre, tinhoso, complicado, difícil, uma autêntica pedreira no caminho do verdão.

O gol de falta, marcado logo no início do jogo, uma vez mais acabou sendo o fator determinante de nossas dificuldades, por paradoxal que possa parecer a nossa afirmativa. Explico:

Felipão gosta de encolher o time a partir de qualquer vantagem estabelecida e, a partir daí, explorar os contrataques.

Eu sempre soube que a armação de qualquer esquema de jogo, depende das peças de que se dispõe. O Palmeiras, exceção feita a Adriano, não tem jogadores especialistas em puxar contrataques.

Entendo que Felipão está marcando bobeira nesse aspecto e não sou capaz de me lembrar quando foi que marcamos um gol, a partir de um contrataque bem urdido, saindo de nosso campo defensivo em direção ao gol adversário.

O gol e a vantagem conduziram o time do Palmeiras para o campo defensivo e sofremos, novamente, outra pressão, absolutamente desnecessária, embora leve, haja vista que o ataque do Braga é muito fraco.

Ainda assim, por duas ou três vezes o time interiorano criou chances de gol esteve a pique de empatar o jogo.

Sinceramente, eu não me conformo em ver o time do Palmeiras acuado por equipes sem o mínimo potencial técnico que, apesar disso, se impoem sobre o Palmeiras e conseguem quase sempre colocar em risco as vantagens que conseguimos estabelecer.

O defensivismo exagerado da equipe no primeiro tempo, foi criticado, pasmem, pelo próprio pai do sistema, Felipão, conforme registrou o repórter Marcos Perez do Sportv.

O relativo sufoco que sofremos, incomodou, muito, o treinador que começou a gritar e a gesticular, pedindo aos jogadores que adiantassem a marcação e procurassem jogar, isto é, defender e atacar de acordo com as circunstâncias do jogo.

O lado positivo dessa preciosa informação de Perez é que, muitas vezes, o time assume uma postura tática circunstancial que está longe da filosofia preconizada pelo treinador e abrimos o nosso fogo verbal contra o próprio treinador. Hoje, certamente, deve ter ocorrido isso.

Felipão tentou melhorar o posicionamento tático da equipe aos 13 do segundo tempo, quando retirou o inibido e improdutivo Adriano, fazendo entrar Luan, um jogador de mais força e presença que, se não luziu, deu muito mais objetividade e pragmatismo ao time..

Embora tenha ajudado muito na marcação, dentro de sua melhor característica, a função precípua de Luan foi ofensiva.

Com Luan o Palmeiras melhorou muito a presença em campo, e reequilibrou as ações. com a desvantagem da queda de produção de Lincoln, que, a partir dos 15 ou 20 minutos do segundo tempo perdeu o gás, o fôlego e a mobilidade e passou a jogar só com a bola no pé.

O Palmeiras, ontem,  mostrou uma defesa firme com alguns vacilos e titubeios naturais principalmente nas bolas alçadas. Mas quem tem sorte e um goleiro chamado Deola dificilmente leva gols. Mais uma vez a meta palmeirense manteve-se incólume.

Cicinho foi bem, até ser substituido aos 24 do segundo tempo. Era a forma de preservá-lo para o clássico de sábado que vem contra o Santos.

Quando Cicinho saiu, aplaudidíssimo, entrou João Vitor para reforçar o meio e o versátil Márcio Araújo ocupou, com propriedade, a ala pelo lado direito.

Leandro Amaro compôs muito bem a zaga com Thiago Heleno, este a expressão superlativa do jogo, sobre quem falaremos mais à frente.

Rivaldo me passa a impressão de que está com medo de alguma coisa, principalmente de errar. Em que pese a melhor qualidade técnica de Gabriel Silva, eu sinto mais firmeza na ala esquerda com Rivaldo, mais maduro eexperiente.

Não sei, mas me parece que tem faltado a esse jogador a conclusão de um lance bonito, uma assistência perfeita ou a feitura de um gol para que ele adquira a necessária autoconfiança.

Já o imaginei um pé duro, um perna-de-pau, um grosso, mas, de vez em quando, ele me surpreende com algumas jogadas brilhantes, drbles desconcertantes, passes sob medida, fazendo-me, novamente, mergulhar na dúvida.

Há jogadores que estendem demais a fase de adaptação a um novo clube. Quem sabe seja o caso de Rivaldo, que, originalmente, não era ala ou lateral, mas meia-de-ligação e, até agora, jogou sempre no sacrifício.

João Vitor vem agradando a cada jogo pela condição técnica, pelo preparo físico, pelo ritmo que impõe ao jogo e, principalmente, pela chegada ao ataque e pela incessante procura do gol.

João Vitor teve a ousadia brindada por um belíssimo gol, que assinalou com sangue frio e muita técnica, após belíssima jogada de tabela do lado esquerdo  para o meio em bola que passou pelos pés de vários jogadores, Luan, Rivaldo, Patrick e do próprio autor do gol.

Alguém sentiu saudades de Assunção?

Ou o time sem ele e com João Vitor é muito mais rápido, mais contundente, mais ofensivo e muito mais forte?

Márcio Araújo, sem qualquer dúvida, é um dos atletas de maior importância desse grupo do Palmeiras, não só pela sua indesmentível categoria e  grande versatilidade, mas pelo fato de ser um curinga, atuando em múltiplas funções e posições.

O garoto Patrick vem melhorando a cada jogo e quando não brilha, como ocorreu ontem, desempenha um trabalho tático interessante e importante, ajudando na marcação e correndo o tempo todo, o campo todo..

Chico, um canhoto de físico privilegiado, só apareceu individualmente em uma incursão ofensiva pela meia esquerda, culminando com um arremate dele, rasteiro, desviado para o canto, mas que o goleiro Gilvan conseguiu desviar com a ponta dos dedos mandando a córner.

Kléber atuou de forma bastante contida com dois cartões em sua conta, Um terceiro poderia impedi-lo de enfrentar o Santos.

Kléber deu muito trabalho à defesa do Braga e, mais uma vez, sofreu um número absurdo de faltas, sem que o árbitro Magno de Souza Lima Neto expulsasse nenhum entre os vários jogadores do Bragantino que usaram e abusaram do jogo violento e desleal.

Encerramos este comentário falando sobre os dois destaques do time do Palmeiras, Lincoln e Thiago Heleno.

Lincoln pode não ter marcado tanto quanto Scolari pretendia, mas no aspecto criatividade, jogou muita bola. Ficou travado a partir dos 15 minutos do segundo tempo e, àquiela altura, deveria ter sido substituido.

Certamente ficou em campo para adquirir mais ritmo de jogo. Felipão, agora, tem certeza de que se Valdívia não puder jogar ele tem um substiuto quase (eu disse quase) à altura do gringo.

Dizem que jogador em vias de renovar contrato sempre joga muito, Espero que não seja essa situação que esteja levando o mineiro a jogar tudo o que jogou. Esta semana, possivelmente, Lincoln se reune com a diretoria do Palmeiras para acertar um novo vínculo contratual.

A expressão maior do Palmeiras 3 X 0 Bragantino não poderia ser outra senão o zagueirão Thiago Heleno. Firme, resoluto e absoluto em seu trabalho defensivo, converteu os dois primeiros gols do Palmeiras e abriu o caminho para a ótima vitória.

O gol que inaugurou o placar, veio através de uma perfeita cobrança de falta quase que ao rés do chão, muito forte, que passou pelo meio da barreira, sem chances para o goleiro do Braga.

O segundo aconteceu após uma cobrança de falta perfeita de Lincoln, que Thiago raspou de cabeça estufando a rede.

Pela ótima conduta defensiva e pelos dois belíssimos gols assinalados, Thiago Heleno, cada dia mais adaptado ao time do Palmeiras, recebe com méritos e distinção e a condição de “a personagem do jogo”.

Agora é esperar o clássico, digo o brega de amanhã entre Bambis e Gambás. Clássico, mesmo é só quando o Palmeiras participa! O “majestoso” bregão de amanhã pode, de repente, nos colocar na ponta da tabela.

Não torcerei nem por um, nem pelo outro. Um empate seria o resultado ideal, mas a gambazada tem saldo de gols maior do que o nosso. Na verdade, decidi por não assistir ao jogo pois o que realmente importava nesta rodada era vencermos o Bragantino.

SPORTV

Osvaldo Luiz, voz de repórter, não de narrador, não seria, exatamente o locutor que eu ouviria, tivesse opções. Como o jogo era isolado, tive de assistir ao PFC.

Mas o Osvaldinho me surpreendeu, compensando a falta de um material vocal de melhor qualidade, com uma transmissão vibrante, séria, correta, quase perfeita, casando, perfeitamente voz e imagem, imagem e voz, como muito poucos na TV conseguem fazer.

Ateve-se, em 95% da transmissão, exclusivamente, ao desenrolar do jogo e fez pouquíssimos comentários sobre assuntos aleatórios como costumam fazer os narradores do PFC.

Foi sóbrio ao falar sobre os erros da arbitragem para um lado ou para o outro. Trocou um ou outro nome de jogador, mas isso é normal porque quando um locutor acompanha pouco uma equipe, tem dificuldades de identificação de alguns atletas que, à distância, se confundem.

Muito bom o Renato Leal, ele, sim, de excelente material vocal, o melhor padrão (vocal) entre todos os comentaristas do Sportv e PFC. Pena que seja aproveitado tão pouco e esteja sempre prestando serviços em jogos menos importantes. Tem clareza, expressão e ótima dicção.

Excelente o trabalho do Perez que, atrás de Felipão, divulgou todas as ações e reações do técnico do Palmeiras em face do jogo.

Através de uma informação preciosa do Perez tomamos conhecimento da zanga de Scolari com o time, no primeiro tempo, que recuava mais do que recomendava o treinador.

A transmissão do Osvaldo foi tão boa que parecia ser parte do próprio jogo. Quando um narrador consegue chegar a essa condição, é porque ele esteve (quase) perfeito.

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PALMEIRAS X BRAGA, ETA JOGO PERIGOSO!

 

Desde os meus pouco gloriosos tempos de repórter, na década de 60, é que se fala que o Bragantino é o gambá do interior.

Não tanto pela camisa preta e branca, ou completamente branca usada pelo time de Bragança Paulista, mas pelas ligações quase que seculares da família Chedid com o Corinthians.

Coincidência ou não, o Palmeiras, tradicionalmente, sempre teve imensas dificuldades para derrotar essa equipe que sempre se agiganta quando enfrenta o Verdão.

Os números do confronto são amplamente favoráveis ao Palmeiras, que tem o dobro de vitórias, 16, em relação a eles, que têm oito, tendo ocorrido, também, oito empates.

Entretando, no auge do time de Bragança, primeiro com Luxa e depois com Parreira, esses números não foram assim tão favoráveis e o Palmeiras perdeu muito para o Braga (royalties para Osmar Santos) sobretudo em fases agudas e decisivas da competição.

A retrospectiva dos números pretéritos para quem vive a expectativa de que possam interferir no jogo de hoje, eu não acredito, é muito mais folgada, mas não perderei tempo em divulgá-la.

O acesso a esses números poderá ser conseguido no site Palmeiras Todo Dia, neste endereço:http://www.verdao.net/noticia.php?n=5968

Eu prefiro, apenas, dizer que Felipão está encarando o confronto com a seriedade que lhe é peculiar e que o jogo merece.

A confirmação da escalação de Kléber, ainda que com o risco de levar o terceiro amarelo e ficar fora do clássico contra o Santos é o sinal mais revelador das intenções de Scolari.

Prova cabal e argumento irrefutável de que Felipão não abre mão da vitória e da busca pela qualificação da equipe para o octogonal final, mediante uma grande vitória hoje e de um tropeço gambático amanhã contra os bambis.

Aliás, em relação ao importante “brega” de amanhã, eu jamais vou afirmar que torcerei pelo São Paulo. Torcerei, sim, por um tropeço do Corinthians.

A propósito, para aqueles que vão perguntar o porquê do epíteto de “brega” ou “bregão” para o jogo de amanhã, nomenclatura que dou por criada a partir deste momento, é que clássico mesmo, na acepção mais perfeita da palavra, eles só fazem mesmo quando enfrentam o Palmeiras.

Clássico é clássico! Brega é Brega!

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