Observatório Alviverde

25/01/2016

O DIREITO DE MARCELO!


 https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTMbR1BAD9AAIFkdVUypgDX9mlsYO1gikjFVwRib_6YUH856_ejGg


Se existe algo que não quero discutir é o direito -líquido e certo- de Marcelo Oliveira escalar que bem lhe aprouver para montar o time do Palmeiras visando à temporada que chegou e que será inaugurada pra valer no próximo fim de semana em Ribeirão Preto.

Da mesma forma, que ninguém discuta o direito -líquido e certo- de qualquer palmeirense criticar ou elogiar o treinador em face de seu trabalho e de seus procedimentos e atitudes em relação ao novo time que está sendo montado.

Na realidade, diretor, treinador e torcedor, cada qual cumpre o seu papel no contexto do futebol palmeirense. 

Mattos recebe um lauto salário para contratar. Marcelo é regiamente pago para escalar e definir a equipe... 

Já o  torcedor paga, direta ou indiretamente, para torcer por um grande clube.

Isto, na cadeia invisível dos direitos individuais significa que se o diretor tem liberdade para contratar ou dispensar e o técnico para escalar, o torcedor tem o direito líquido, certo e inalienável de criticar ou elogiar tanto e quanto de concordar ou discordar do trabalho do diretor, do treinador e de quem quer que seja.

Lembrem-se, todos, que até o elogio é uma crítica, favorável embora. 

As críticas em si, desde que conscientes, fundadas e de boa procedência podem representar uma considerável forma de ajuda àqueles que têm humildade para ouvi-las, considerá-las e até adotá-las se as julgarem pertinentes, procedentes, inteligentes e convenientes. 

Quem, eu pergunto, desconhece que no mundo do futebol ser humano algum existe que detenha o conhecimento pleno da matéria?  Ou existe alguém assim? Se existir, vamos indicá-lo urgentemente ao Palmeiras!

Quem não sabe que até os treinadores mais experientes, rodados e vividos sempre têm algo a aprender e o aprendem muitas vezes com o torcedor mais ignaro.

Como eu digo sempre e sempre faço questão de repetir, "ninguém nesta vida sabe tanto a ponto de não ter de aprender alguma coisa e nem tão pouco, a ponto que não possa ensinar algo a alguém".

Este blog e este bloguista, apesar das colocações ácidas e críticas que recebem de alguns participantes em relação ao conteúdo do espaço e ao seu autor , não abrem mão dos postulados colocados já em edições anteriores: 

"Marcelo Oliveira pode (e deve) escalar quem ele queira e considere mais apto à titularidade, tanto e quanto o criticaremos naquilo que considerarmos os chamados pontos fora da curva na construção do novo time do Palmeiras.

Até o momento, apesar das discordâncias e das censuras, Marcelo Oliveira cumpre um ritual que qualquer técnico, certamente, seguiria como se fosse a pauta musical no contexto de uma sinfonia. 

Acertadamente ele está mantendo o time base do ano passado, campeão da Copa do Brasil e, paulatinamente, o retoca dentro das possibilidades e no limite de seus conhecimentos sobre os jogadores que estão chegando.

Se dependesse de muitos que aqui escrevem, Marcelo mudaria radicalmente o time, da noite para o dia como em um passe de mágica.

Em meu entendimento, não seria uma atitude profissional, mas, meramente formal e oportunista de média com o diretor de futebol que, outra vez, inconsequentemente, incha o elenco de novos atletas, quando o manual da lógica, da razão e do bom proceder requeria, simplesmente, retoques e a manutenção da estrutura do elenco campeão da Copa do Brasil.

Meu inesquecível pai sempre dizia algo mais ou menos assim, "pedra muito lavada não cria limo e por isso, não se fixa".  

Como formar um time entrosado (o futebol é "association", isto é, jogado em equipe) se a toda hora o time base é mexido, é mudado, é alterado? 

Como um jogador vai criar confiança para render o que sabe e pode se ele tem sempre uma espada sobre a cabeça e está sujeito a ter de entregar o lugar que ocupa na equipe ao menor erro? 

Ou ninguém ainda percebeu que esse é o grande segredo de Tite na montagem de suas equipes?

Ou para que vá um pouco mais longe, qual foi o segredo da montagem da maior e melhor Seleção Brasileira de todos os tempos em 1970, senão a definição antecipada e nominal das convocações e a definição imediata dos times titular e suplente? 

É bom que o Palmeiras tenha um elenco numeroso e qualificado? Está claro que é! De fato, precisamos de um elenco forte e numeroso para a Libertadores? Fique claro que sim! 

Do que não precisamos é de um elenco desequilibrado quanto este que, mais uma vez, está sendo montado, com excesso de jogadores para determinadas posições e carência para outras. 

Será que Nobre parou para ver e considerar a cornucópia de gastos e o desperdício de dinheiro ocorridos no ano passado? Está pintando de novo a mesma situação!

Jogadores houve, da temporada passada que não chegaram a realizar dois jogos completos durante toda a temporada e a maioria deles sequer foi testada convenientemente. 

Sei que muitos não concordam com os meus pontos de vista, sobretudo os mais jovens que adoram as contratações e as novidades, imaginando ser o futebol exclusivamente isso. Respeito-lhes os pontos de vista, mas continuo sustentando que o Palmeiras tem, muito mais do que gastado, esbanjado e moído dinheiro inutilmente.

Não, não estou criticando a capacidade dos jogadores que estão chegando mas a completa falta de uma política de definição de prioridades e contratações. 

A impressão que fica é a de que o diretor de futebol contrata de forma indiscriminada sem a anuência do treinador e empurra-lhe a responsabilidade de se virar para encontrar um lugar no time a todos os jogadores que vão chegando.

Quem não sabe (isso é normal em qualquer aglomeração humana) que Marcelo tem compromissos tácitos com os jogadores do ano passado, sobretudo em relação aos que levantaram a CdB?

Dizer aqui de fora que ele deveria tirar Lucas (ex-capitão), Zé Roberto (o técnico em campo),  Robinho (o jogador mais técnico do ano passado) e outros, é muito fácil. Difícil mesmo é proceder a essas alterações sem gerar mal estar, desconfiança e rebeldia da parte daqueles que já faziam parte do elenco.

Por isto vamos dar tempo ao tempo e aguardar o transcurso do Paulistão, um campeonato de transição e que serve como ensaio para a definição do elenco.

Devagarinho, sou convicto disto, MO acertará a lateral direita, a lateral esquerda, a dupla ou o tripé de volantes que melhor se adaptar, tanto e quanto os atacantes mais capacitados para a formação de um ataque insinuante e realizador.

Ah, antes que eu feche a matéria sem a devida citação, que ele defina táticamente a forma de jogar de equipe sem se esquecer das necessárias variantes que impeçam o Palmeiras de se tornar um time previsível.

Vamos, todos, pois, respeitar o direito de Marcelo! 

COMENTE COMENTE COMENTE