Observatório Alviverde

05/10/2009

GANHAMOS APENAS UM JOGO, NÃO GANHAMOS O CAMPEONATO (AINDA)...

Cultivo, neste momento, não ser otimista ou pessimista, em relação às possibilidades do Palmeiras, neste Brasileirão. Sou, simplesmente, realista. Sei que muitos de nossos torcedores estão, e não sem justo motivo, vivenciando imensa euforia pelos últimos resultados do time e superestimando as nossas possibilidades. Alguns, mais afoitos, já se arriscam em proclamar o novo (Palmeiras) campeão. Só que a realidade do campeonato é outra, diametralmente oposta a análises precipitadas, palpites ou suposições, calcada, apenas, na dura realidade dos resultados dos jogos e ainda temos 11 jogos dificílimos a cumprir.
Sei que há motivos de sobra para que aumentem as nossas esperanças. Afinal, o time vem bem, atuando com firmeza, madureza e equilíbrio, sabendo se portar em campo e mesmo quando não joga o que sabe e é dominado pelo adversário, consegue obter a vitória, conforme ocorreu contra o Atlético do Paraná. De minha parte, prefiro dizer, apenas, que estamos no caminho certo e caminhamos firmemente, a cada rodada, em direção ao objetivo colimado.
Ontem, contra o Santos, o Palmeiras foi um time de obediência tática total no primeiro tempo, tentando jogar no erro do adversário, fiel ao estilo de Muricy Ramalho, mas o Santos não errou. Assim, o Palmeiras só jogou bola no segundo tempo, após sofrer o gol de Luizinho que abriu vantagem para o Santos aos 9 minutos do 2º tempo. Foi um gol importante porque teve o condão de despertar o time de Muricy que, mesmo em desvantagem no marcador, assimilou o golpe e partiu resoluto para cima do adversário, empatando o jogo aos 18 minutos com Diego Souza, passando à frente aos 26 com Robert, liquidando a fatura aos 3o em lance espetacular de Cleiton Xavier para Robert que tocou entre as pernas do goleiro para a penetração de Vagner Love que fulminou de cima da linha para o fundo do barbante. Que se diga, "en passant", foi o gol mais bonito deste brasileiro.
3 X 1 sobre o perigoso time do Santos foi um resultado justo e perfeito, compatível com o rendimento dos dois times. Marcos, sem nenhuma culpa no gol que sofreu, cumpriu o seu papel com duas ou tres estupendas intervenções. Figueroa ótimo no apoio e razoável na marcação. Participou com os seus cruzamentos perfeitos nos dois primeiros gols. Maurício e Danilo compuseram bem o miolo de zaga e Armero, outra vez, esteve muito bem, sem aventurar-se tanto ao ataque como de outras vezes, só apoiando quando necessário. Edmilson colocou suas categoria e experiência a serviço do time e também quase não atacou. Souza foi quem se apresentou mais à frente, arriscando, embora sem sucesso, vários arremates de longa e média distâncias. Cleiton Xavier e Diego, mais uma vez, foram as expressões superlativas do time. Um pouco escondidos por força do próprio esquema de jogo, apareceram na hora certa, no segundo tempo e decidiram o jogo para o Palmeiras. Obina foi a nota destoante do time palmeirense que só melhorou ofensivamente com a entrada de Robert, muito mais rápido, muito mais insinuante, muito mais atrevido, muito mais decisivo.
Vagner Love correu muito, deslocou-se muito, apresentou-se sempre para as trocas de bola sendo um verdadeiro tormento para a zaga santista. Foi substituido por Willians ao final do jogo, que não teve tempo de aparecer.
Foi muito importante a vitória de ontem, mas, fique claro, ganhamos apenas mais um jogo, não ganhamos o campeonato. É natural e compreensível que se tenha alegria, que se comemore o resultado e que se alimente a esperança da conquista do título. Só que é muito importante que o palmeirense tenha em mente que ainda teremos 11 rodadas pela frente em que tudo pode acontecer. A grande diferença em relação aos outros times é que somos o único time que depende apenas de sí para ser campeão.
Os outros possíveis candidatos dependem, principalmente, de nós.

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