Observatório Alviverde

01/08/2016

BOTAFOGO 3 X 1 PALMEIRAS. CUCA PERDEU ESSE JOGO!


Não pelo fato de ter ficado fora do campo em decorrência da suspensão, mas pela formação desastrosa -técnica, tática e individual- que colocou em campo, o técnico palmeirense foi o maior responsável pela debacle!

A arbitragem de Éder Roberto Lopes também colaborou, na medida em que um dos gols do Bota surgiu a partir da não marcação de uma falta ("sanduiche" de dois botafoguenses em Róger Guedes) ao nível do meio de campo. 

Mas será possível que só eu vejo essas coisas?

Da mesma forma o pênalti que selou a vitória carioca foi absolutamente inexistente. 

Até o curicano Milton Leite que durante a transmissão do Sportv via tudo contra o Palmeiras dessa vez viu assim! Daí...

A conivência do árbitro com as faltas e com o seccionamento e paralizações constantes do jogo pelo Botafogo foram visíveis e Éder só passou a apresentar o cartão após "trocentas" reincidências, apenas ao final do jogo.

As costumeiras inversões de marcação em prejuízo do Palmeiras ocorreram o tempo todo e, confesso-lhes, eu não tenho esperanças de que melhorem.

A julgarmos pela omissa política exterior da diretoria palmeirense parece que será sempre assim...

Infelizmente o clube não tem um diretor de futebol profissional, competente, vivido e acima de tudo corajoso, capacitado a exercer o chamado jogo dos bastidores, a fim de ao menos tentar evitar essas práticas arbitrais constantes que já se tornaram rotineiras na vida do clube. 

Em futebol profissional, está provado, não se ganha exclusivamente dentro de campo como pretendem ou imaginam Mattos e Nobre que ainda não aprenderam a jogar (no bom sentido, naturalmente) o jogo fora de campo.

Não fossem os erros graves (vamos falar apenas desses) cometidos contra o Verdão até agora e o Palmeiras estaria muitos pontos disparado à frente de todos os demais clubes na classificação e nem se abalaria com as duas derrotas seguidas que sofreu.

Agora que a mídia e os "proprietários" do futebol brasileiro já atingiram os seus sinistros objetivos de defenestrar o Palmeiras da liderança do Brasileiro, comecem a perceber o seguinte:

Os erros de arbitragem graves contra o Verdão, que vinham ocorrendo -sistematicamente- em todos os jogos, estão se transformando e vão se transformar em erros de menor monta que a maioria dos palmeirenses nem vai notar, mas que no cômputo geral do campeonato arrebentam o time em campo levam-nos aos maus resultados e o rebaixam na tabela. 

Aconteceu de forma retrospectiva e respectiva contra o Inter (apesar da vitória), contra o Atlético e ontem contra o Botafogo!

Exemplifico. Ontem, aos 28 do 1º tempo, pelo lado direito e perto da área do Botafogo, Luiz Ricardo cometeu uma falta violenta em Eric e deveria ser punido com o cartão amarelo. Nem falta Éder Lopes marcou.

Em resumo, mesmo em arbitragens menos nocivas e menos prejudiciais como a de ontem, nota-se, claramente que a caça ao Palmeiras não cessa, jamais e em tempo algum, com a agravante de o time apanhar quieto e nunca reagir!

Em relação ao time em si, a escalação de Cleiton Xavier foi equívoco, um tiro no pé desferido por Cuca contra o próprio Palmeiras. 

Medianíssimo, CX está bem longe de ser o meia de ligação de que o time tanto necessita, seja para atacar ou defender. 

Sua escalação deixa um vazio na meio cancha haja vista que ele não marca ninguém, e, da mesma forma, não consegue criar um único, exclusivo ou solitário lance que justifique a sua escalação.

Moisés, dedicadíssimo, vê-se, então, na obrigação de defender e atacar, correndo por ele e por Cleiton como se assoviasse e chupasse cana a um só tempo. Desse jeito, como se diz em Pederneiras, "não há tatu que aguente"! 

Moisés, outra vez, fez jus ao significado de seu nome e foi "o salvo das águas", (das águas turvas da mediocridade) isto é, o  melhor palmeirense.

Que falta fez Tchê Tchê no contexto desse meio de campo, ou, por extensão, um outro volante de contenção que Cuca, mais preocupado com a política de administração social do elenco, deixou de escalar. 

Por falar nisso é bom que Cuca pare de inventar para agradar árabes e israelenses a um só tempo e defina logo um time base.

A partir daí, só o altere quando absolutamente necessário, por contusões ou suspensões, a fim de dar moral e de entrosar os titulares, tanto e quanto definir a posição hierárquica de todos em relação ao grupo. 

Importante: Só essa definição clara do status de cada um traz segurança e delimita o espaço de cada componente da equipe

Ainda em relação a CX , como perguntar não ofende, eu pergunto a quem queira ou possa me responder:

" Estaria Cleiton Xavier sendo escalado a fim de que a furadíssima tese de Mattos e de Nobre, segundo a qual ele seria o substituto à altura de Valdívia venha a se completar?" Se for isso, esqueçam...

CX, medianíssimo, jamais substituirá o Mago, o melhor jogador das Américas. 

Valdívia era, mais do que um craque, um cracaço, o jogador que desequilibrava os jogos e principal responsável pelas conquistas palmeirenses do Paulistão de 2008 e pela invicta Copa do Brasil de 2012. 

O que não dá para entender é a ausência sistemática de Dudu do time principal. Estaria, ele, tendo algum problema ou diferença em relação ao treinador? 

Dudu, na atual circunstância, não pode ficar no banco pela simples questão de que não há no atual elenco (noves fora Jesus) nenhum jogador de sua capacidade. 

Só que para tê-lo em campo é necessário que o time tenha dois homens capacitados à contenção.

Não entendi a titularidade súbita de Leandro Pereira visto que, em primeiro lugar, parece-me um jogador ainda longe de sua forma física ideal. 

Muito melhor seria se ele permanecesse no banco e fosse entrando aos poucos, sobretudo quando o adversário já estivesse desgastado.

O goleiro Vagner, muito nervoso, não transmitiu-me, ontem, a mesma segurança que houvera demonstrado no jogo contra o Galo Mineiro.

A ausência de Prass, tecnicamente mais goleiro, mais experiente e sobretudo pela orientação e liderança que exerce em campo foi muito sentida ontem no Rio. 

Não quero criticar Zé Roberto que desde que aprimorou a forma física melhorou o rendimento e não vem comprometendo.

Obrigo-me, porém, a realçar que um zagueiro mais novo e de maior explosão muscular não teria tomado tão facilmente a bola nas costas que ele tomou ontem e, principalmente, teria chegado junto com o atacante no lance do primeiro gol de Neilton.

Cuca -infelizmente- está encantado e rendido ao bom-caratismo e aos encantos da personalidade magnética de ZR que, em meu entendimento, deveria ser um jogador não para a titularidade, mas para entrar quando necessário, sobretudo em situações especiais, como um décimo segundo jogador.

De qualquer forma a minha mensagem final ao torcedor palmeirense não é a de desânimo ou de esmorecimento tanto e quanto não seja, também a de revolta. Perder, às vezes, também faz parte do jogo. 

Falemos, então, de vitórias, muito mais importantes que é de que o Palmeiras mais precisa nesta virada de turno...

Três vitórias: uma, quinta-feira, em Chapecó (perfeitamente possível), outra sobre o Vitória no Allianz domingo, 7 de agosto (obrigação) e ao menos um empate contra o Atlético Pr (a vitória também é possível porque o Palmeiras tem time para isso) podem, perfeitamente, reconduzir o Palmeiras à ponta da tabela.

Seus adversários mais próximos têm tabela muito difícil, com o Curica enfrentando o Atlético Pr em Curitiba, o desesperado Cruzeiro em Itaquera e o concorrente Grêmio em Porto Alegre.

A tabela Gremista prevê, além do jogo contra o Curica, o Santa Cruz em casa e o Botafogo na casa dos cariocas.

O Santos enfrenta o Fla na Vila (um come o outro ou ambos ficam onde estão), o desesperado América em Belo Horizonte e fecha a tabela na Vila contra o Galo jogo no qual se nenhum vencer permanecem abraçados.

Em minha avaliação a tabela do Palmeiras é menos difícil do que a de seus concorrentes e o time, desde que Cuca se recicle, tem tudo para virar o turno em primeiro lugar. Eu acredito!

Entendo que duas causas subjacentes da incômoda situação pela qual passa o Palmeiras tem de ser acrescentadas.  

Eu não tenho nenhuma dúvida de que, psicologicamente, devem ter contribuído bastante para o abatimento do elenco: a primeira, a seriíssima contusão de Prass e o seu consequente corte da Seleção, retratada pela homenagem de todo o grupo ao goleiro titular e líder do grupo.

A segunda passa por todas as indefinições que pairam no ar a respeito da real situação de Gabriel de Jesus em vias de se transferir para o futebol inglês se é que já não se transferiu. 

A grande dúvida leva a uma fatal indagação: se Gabriel foi vendido, como é que ele vai se comportar em campo a partir do momento em que regressar ao elenco na volta da seleção.

Continuará ele com o mesmo esforço, dedicação, abnegação, empenho e profissionalismo, ou evitará as divididas a fim de preservar seu físico intacto para satisfazer às demandas do clube inglês que ora o contrata?

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