Observatório Alviverde

29/05/2018

FICAR OU NÃO COM RÓGER MACHADO, SIMPLESMENTE UM CHEFE, JAMAIS UM LÍDER?



A psicologia estabelece a diferença entre o chefe e o líder. Róger Machado tem toda a condição de ser um chefe, mas por tudo o que vi, assisti, analisei e depreendi de seu trabalho até agora, jamais será um líder.

Mas, se serve de consolo, não são apenas os líderes que alavancam os clubes e ganham os campeonatos. Os chefes dedicados, organizados e obsessivos pelo trabalho (Cuca é o maior exemplo) costumam obter até mais êxito do que os líderes mais carismáticos.

Quem quiser se aprofundar na matéria, os livros de psicologia hoje acessíveis na própria Web lhe darão uma dimensão exata da enorme diferença entres os dois caracteres.

Para poupar o precioso tempo de tantos, consegui encontrar uma matéria resumida que delimita e define, de forma bem clara, as diferenças entre ambos, que aprendi ainda em meus tempos de Curso Clássico e Curso de Formação de Professores que realizei a um só tempo. Ei-la:

Chefe X Líder 
(sic)
Os chefes são  rígidos e centralizadores, cobram forte os resultados, verificam as falhas dos subordinados, dão ordens e controlam, com firmeza, as atividades e comportamentos dos funcionários.  
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Aí eu acrescento: "Via de regra a maioria deles tem pouco ou nenhum talento, daí o uso da força"
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(sic)
O líder é uma pessoa na qual o grupo, sem que ninguém saiba explicar porquê, acredita em tudo o que ele diz, aceita as suas ordens de maneira natural e o tem como mestre ou modelo da vida profissional. O líder, via de regra, participa da organização das tarefas junto com a equipe, motiva os seus colaboradores com palavras de ordem, de incentivo e elogios, estando sempre  focado na solução global dos problemas em vez de procurar um único culpado para punir.
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Também acrescento: "Se for necessário fazer tudo o que um chefe faz, o líder também o faz, com a diferença de que em razão de seu modelo de comando, suas ações parecem sempre ser compreendidas e assimiladas, raramente provocando revoltas"

Aliás, tivesse o Palmeiras um líder e Róger Guedes, o melhor atacante do país, não teria deixado o clube nas circunstâncias em que deixou e o astral do time estaria além do Everest ou de qualquer montanha da vaidade humana.

Para que não se vá tão longe em relação ao tema, chega-se a Róger Machado, restrita e exclusivamente mero chefe de grupo, a quem, analisando à distância e sem o necessário aprofundamento, parece-me um chefe dotado (em potencial, em potencial, em potencial... ), de todas aquelas características  as quais eu citei e que poderiam fazê-lo um campeão...

Maaaassss...

O fato de ser jovem e não ser um portador inato de liderança, o coloca, na qualidade de chefe imposto, em situação de inferioridade de status em relação ao grupo que supostamente comanda.

Como -repito- ele não é líder e apenas ocupa uma chefia transitória (coloquem transitoriedade nisso) não consegue impor ao grupo a sua filosofia de trabalho, pela reação e pela ação subversiva invisível de muitos subordinados que se acreditam capacitados a contestá-lo na função. 

Nos grandes clubes pelos quais passou, o fenômeno se repetiu e decorridos poucos meses, apesar de suas muitas qualidades, Róger Machado acabou sendo melancolicamente despedido. Está ocorrendo também no Palmeiras!

Eu entendo a posição da diretoria que sabe da competência de Róger e não quer perder a qualidade de trabalho de um técnico jovem, promissor e, acima de tudo, barato em relação ao mercado.

O ideal seria que ele iniciasse um trabalho partindo do zero ou do quase zero, a fim de que formasse um grupo coeso em que houvesse reciprocidade de gostos, tendências e objetivos, mas com a profissionalização cada vez mais ampla do futebol aliada ao jogo de interesses vigente, dentro e fora do clube , isso se torna cada vez mais difícil e, para que não se diga impossível, improvável de acontecer.

O grande enigma é "se mesmo dotado de potencial e capacidade, Róger conseguirá realizar e complementar um trabalho que conduza o Palmeiras ao título em um ano turbulento como este da Copa".

De minha parte quero dizer que duvido pois o repertório de um técnico jovem como Róger para motivar e erguer um time desinteressado e sem compromissos (o jogo contra o Curica e outros provaram isto) parece ter chegado ao final e, em razão disto, serei franco, honesto e objetivo como sempre procurei ser neste espaço.

Fosse eu um dirigente palmeirense propugnaria pela dispensa molhada de Róger, isto é, (simbolicamente) embaixo dos chuveiros, tão logo o time foi derrotado pelo Sport, time de muito menor investimento, mas cujos jogadores parecem se doar em campo pela camisa, pela torcida e pela marca do clube que defendem.

Ah, antes que eu me esqueça, pode até ocorrer, mas essas coisas somente um líder teria condições de passar aos milionários jogadores palmeirenses.

Para encerrar: a história antiga (a maioria aqui não conhece e eu a vivi), tanto e quanto a história mais recente do Palmeiras ensina que, exceto Cuca, só dois técnicos líderes ganharam títulos pelo Palmeiras: Luxa e Felipão.

Ainda assim, há que se registrar e acrescer que Cuca, técnico competentíssimo e trabalhador, escorou-se na forte liderança de Nobre para atingir seu desiderato.

Finalizando, Róger Machado tem o Cruzeiro amanhã, quarta-feira 29/05 aqui em BH e os Bambis, sábado dia 02/06 no Allianz, como jogos chaves, decisivos mesmo, para que se afira e decida sobre a sua continuidade ou não à frente do Palmeiras. 

Se a diretoria optar por salvar o treinador, teria, em meu entendimento, de livrar-se de várias sub-lideranças do elenco (são muitas) , incompatíveis com a juventude, com os planos e com a ausência de liderança do até recentemente volante do Grêmio que queiram ou não os seus simpatizantes, ostenta, ainda, o status de aprendiz.

Quero deixar claro que (AINDA) tenho paciência para esperar pelos dois jogos desta semana tanto e quanto a honestidade para recuar e reconhecer meu erro diante da (reduzida) perspectiva de Róger reabilitar-se, salvar o Palmeiras e vir a se salvar.

E você, o que pensa acerca da continuidade ou dispensa do técnico gaúcho?

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