Observatório Alviverde

02/12/2013

INSISTO: O PALMEIRAS TEM DE MUDAR A POLÍTICA DAS CONTRAÇÕES!

 

 

Sei que, em matéria de contratações, muitos não vão gostar do que eu vou escrever e  lamento por desagradá-los, mas é a minha maneira de pensar com a qual todos podem concordar ou não..

Começo afirmando que sou r-a-d-i-c-a-l-m-e-n-t-e contra a contratação de veteranos famosos, tipo Alex e Lúcio que tantos de nossos desavisados torcedores vêm pedindo.

Entendo que o investimento em jogadores "fruta chupada" representa excessivo investimento, ilusão e mera perda de tempo.

Um ou outro veterano, isoladamente, eu, talvez, contrataria, dependendo da forma física e, principalmente, do caráter do atleta.

Porém só o faria se houvesse necessidade de proporcionar um toque de experiência ao time, o que não é o caso do Palmeiras de Kleina.

Por isso, não concordo com aqueles que falam em contratar atletas cujos prazos de validade, de há muito, estão vencidos.

Somente aqueles setores radicais de nossa torcida, a mais elitista do país, tem como sonho de consumo a contratação desses jogadores.

Tais torcedores, a maioria jovem, enxerga, exclusivamente, o verniz do futebol, e acredita piamente que esses atletas famosos e talentosos, porém sem força e sem fôlego resolverão os problemas do Palmeiras. Ledo engano!

Por isso desaprovam e não querem, por exemplo, a renovação de Márcio Araújo, que seria o primeiro jogador, entre aqueles de contratos vincendos, com quem eu iniciaria as negociações. 

Eu renovaria, inconitinenti, o contrato de Araújo, jogador eficiente, experiente, ativo e presente,  perfeitamente identificado com o clube, e, sem que a torcida perceba, um dos líderes do time.

Renovaria, também, com Leandro que, além de ser muito jovem, tem pendores, tem qualidades e tem futuro, além de ser torcedor do Palmeiras, e, de quebra, é atacante!.

Da mesma forma, acertaria os ponteiros com Wendel, oriundo de nossa base.

Não o faria, apenas, por sua  identificação com o clube, mas, principalmente, pela versatilidade e tenacidade de um jogador que quase não se contunde e que é de extrema utilidade no elenco, por saber exercer bem várias funções e atuar com eficiência em várias posições. Um ótimo reserva!

Em relação a Vilson, excelente jogador, só renovaria se ele se enquadrasse nos padrões financeiros do clube e não fosse necessário partir para o que se chama de loucura financeira.

Há dezenas de Vilsons no futebol brasileiro, esperando que lhes seja proporcionada uma chance em um clube do tamanho, dimensão e grandeza do Palmeiras.

Discordo, também, da tese de muitos, segundo os quais só quem foi campeão pode vestir o que chamam de "manto palmeirense", sob a equivocada alegação de que a nossa camisa pesa.

Fosse assim o Cu-rintia jamais teria chegado aos títulos que ganhou nos últimos tempos, até o impropriamente chamado de mundial, já que a camisa gambática pesa, nem mais nem menos, tanto e quanto a nossa.

Precisamos, sim, aprender a contratar bem, dando preferência, s-e-m-p-r-e,  a atacantes e meiocampistas talentosos, porquanto esses, de fato, são atletas mais raros e mais difíceis de serem encontrados no mercado, porquanto são aqueles que, de fato, decidem os jogos.

O tempo passa, tudo evolui, mas os dirigentes do Palmeiras ainda não conseguiram aprender que bons zagueiros e defensores de qualidade existem aos borbotões e dão sopa, estando sempre disponíveis no mercado, "baraticíssimos" ao contrário do que acontece com os atacantes.

Exemplifico: para remendar um time, se preciso, na defesa, basta recorrer à base ou comprar um dos tantos atletas que estão, via de regra, em oferta no mercado brasileiro do futebol, o maior do planeta!.

Porém, para se ajustar um ataque, tornando-o eficiente e realizador, é muito mais difícil!

Da mesma forma, substituir jogadores de frente à altura das necessidades de um time, é uma tarefa, muitas vezes, impossível, em razão da defasagem que ocorre, já que os clubes não cuidam em ter fartura de atacantes, só de defensores.

O próprio Palmeiras é um modelo do que afirmo. Para comprovar, voltemos a um passado recente de tantas desventuras e amarguras, o ano de 2012.

Ao final daquela triste temporada, amenizada pela conquista da Copa do Brasil, amargamos o dissabor de nosso segundo rebaixamento.

Além dos 14 pontos que nos foram surrupiados à mão grande pela gang arbitral, da perseguição implacável do procurador e dos juízes do tribunal de brinquedo cu-rintiano-flamerdista, houve um outro fator que determinou a nossa derrocada.

Refiro-me às perdas de nossos dois principais atacantes, o goleador, Barcos e o articulador, Valdívia, para os quais o Palmeiras não dispunha de substitutos á altura.

Na falta de alguém da competência de Barcos, requisitado, pela primeira vez, já maduro, misteriosamente, para a Seleção Argentina -saiu do Palmeiras e nunca mais foi convocado- e de outro jogador que suprisse as ausências seguidas de Valdívia por contusão, fomos rebaixados.

Resumo dessa ópera bufa:

O Palmeiras, tem sido assim há mais de trinta anos: entre volantes ofensivos e atacantes sempre tem, no máximo, oito atletas.

O demais componentes do elenco, via de regra, são volantes de contenção e jogadores de defesa, a maioria de condição técnica de mediana a fraca..

Quem desconhece que para poder vencer os jogos é preciso, antes de tudo, fazer gols, e que não existe outra maneira?

E, no entanto, o Palmeirs insiste em não ter homens de área, talvez por julgá-los muito caros para as possibilidades financeiras do clube. É muita falta de visão!

É preciso acabar com isso, levando-se em consideração a chamada relação custo-benefício. Com um ataque que faça muitos  gols qualquer equipe vira campeã de bilheteria!

O Palmeiras, exceção feita ao tempo de Luxa na década de 90 e, em parte, a um pequeno lapso de tempo com Caio Júnior, anos depois, só joga feio, fechado, muito atrás, privilegiando a defesa,  sem empolgar a torcida.

E ainda existe, entre os nossos torcedores, gente que defendeu a contratação de Émerson Leão quando Kleina esteve por sair. Que Deus nos livre, eternamente, desse mal, amém!.

Do final da década de 50 até o início dos anos 70, a política do Palmeiras era completamente diferene da praticada hoje,

Nossas diretorias daaquela época, sempre, contratavam muito mais  atacantes e procuravam montar times ofensivos e agressivos.

Assim é que foi formada a chamada primeira academia do Palmeiras, época em que o Verdão era o único clube brasileiro que encarava, de igual para igual, o Santos de Pelé, considerado, na época, o melhor time do mundo. Só quando jogava contra o Palmeiras que o Santos não era considerado o favorito!

Foi no final da década de 60 que o Palmeiras e não o Santos, foi chamado para representar a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão.

Esse time, basicamente, ganhava a maioria de seus jogos por boa ou larga margem de gols.

A primeira academia, que sempre privilegiou o jogo ofensivo e a marcação de muitos gols, representou o fastígio, o ápice do futebol do Palmeiras da metade do século passado aos dias de hoje.

A partir dos anos  70s,  o Palmeiras inverteu a sua filosofia e a sua forma de  atuar, mudando radicalmente sua concepção de jogo, passando a ser um time defensivista..

Mesmo assim, o Verdão, respaldado pela estrutura de jogadores como Dudu, Ademir, Luis Chevrolet e César Lemos, conseguiu montar times competitivos, ganhando muitos títulos.

Era a segunda academia, campeoníssima, porém o time que, de longe, mais ganhou pelo apertado placar de 1 X 0, na história do futebol brasileiro.

Por isso é que eu digo, sem medo de errar, que o Cu-rintia de Tite, que venceu o mundial, não passou de um papel carbono borrado de nossa segunda academia.

O esquema de nossos adversários era o mesmo, mas sem os jogadores clássicos e talentosos daquele time que deixou saudade até dos adversários, pelo seu refinamento na arte de praticar o bom futebol.

A segunda academia, mais modesta do que a primeira, também foi um time histórico que um dia cedeu 6 jogadores -e foi pouco- para a Seleção que disputou a Copa da Alemanha em 1974.

Pequena analogia entre os times de ontem e de hoje:

Coincidindo com o fastígio da primeira academia alviverde dos anos 60s,  tempo de nossas maiores conquistas, o Palmeiras tinha um verdadeiro time só de atacantes.

O time de Luxa da década de 90, o melhor que tivemos em passado mais recente, refletia a filosofia da primeira academia.

Num comparativo histórico, nota-se que todos os times retranqueiros e retrancados montados pelo Palmeiras, à imagem e semelhança da segunda academia, a defensivista, malograram.

Se houvesse vida inteligente nos bastidores palmeirenses, mudar-se-ia de maneira radical a filosofia defensivista que tem sido uma entre tantas razões de nossas seguidas derrotas através dos tempos!

Para voltar ao passado de conquistas o Palmeiras precisa , urgentemente, voltar a contratar muito mais atacantes do que defensores e passar a se impor e se fazer respeitar em campo.

Não de forma ilógica e indiscriminada, mas ficando atenta ao mercado, investindo sempre naqueles jogadores de frente, de frente, de frente, que podem encaminhar em campo as nossas vitórias.

Ademais, na hora de revender, é infinitas vezes mais fácil negociar um atacante, apenas, razoável do que um zagueiro de boa qualidade.

Esta é uma das leis do mercado e verdade verdadeira!

E VOCÊ, O QUE PENSA SOBRE TODOS ESSES ASSUNTOS?


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