Observatório Alviverde

18/11/2021

OUTRA DERROTA PALMEIRENSE PARA QUE SE PONHA, EXCLUSIVAMENTE, NA CONTA DE ABEL FERREIRA!

 

Abel Ferreira submeteu o Palmeiras aos bambis e os ajudou a fugir do rebaixamento ao escalar um pretenso time reserva, que só não foi mais "grosso" por falta de espaço.

Lembram-se de quando (há alguns dias) eu escrevi taxativamente, explicitamente que o Palmeiras podia ter até um bom time (e tem), mas que não dispunha de um elenco à altura e que seu time reserva era desgraçadamente falho e ruim?

Lembram-se de quando escrevi acerca da estupidez hodierna de "descansar jogadores" que jamais estiveram cansados? 

Cansados, como (?), se só jogam duas vezes por semana, isto é, o mesmo tempo que jogavam os atletas de futebol da década de 50 aos dias de hoje, quando os estádios começaram a receber sistema de iluminação e passaram a existir os jogos noturnos ?

Exemplifico com o EC Bahia, presidido à época (1959) por meu amigo Osório Vilas Boas que derrotou o Santos (com Zito, Pepe e Pelé, já campeões do mundo, mais Coutinho Dorval, Mengálvio e outros), duas vezes em três jogos em plena Vila Belmiro, tornando-se o primeiro Campeão Brasileiro!

E não venham com o discurso furado que os jogos eram poucos porque o Bahia, antes de decidir com o Santos, ao mesmo tempo em que disputava o campeonato bahiano, passou pelo CSA, pelo Ceará, pelo Sport jogando duas vezes contra cada uma essas equipes e três vezes contra o poderoso Vasco da Gama de Paulinho, Belini, Roberto Pinto, Pinga e tantos outros jogadores excepcionais.

Leiam os jornais da época (os campeonatos estaduais seguiam paralelamente à Copa Brasil) e verifiquem se os times mudavam os jogadores da forma como se muda hoje. 

É por isto que os times de antanho (não é saudosismo, mas constatação) tinham um grande entrosamento e todo mundo sabia de cor suas escalações.

Era um mundo em que as notícias não tinham velocidade que têm hoje e as distâncias eram muito maiores pela falta de estradas, pela precariedade dos meios de transporte e pela aviação incipiente. Até de navio os clubes viajavam. 

A diferença pra hoje é que, com tudo isso, com a bola (em densidade)  muito mais pesada, sem os apetrechos médicos de recuperação física que existem hoje e sem substituições durante os jogos, ninguém "cansava" da forma como se "cansa" hoje !!!

Morrem aqui os argumentos de Abel e daqueles que adoram acusar os outros de demodê ou superados! Ou seriam necessários outros?  

Esse negócio de cansaço excessivo (pode até existir pontualmente, reconheço) mas de um ponto de vista geral é conversa pra boi dormir.

Lembram-se de quanto o portuga se ofendia e nunca definia quando lhe perguntavam qual seria seu time principal, o titular? 

Mas o Palmeiras só se aprumou no Brasileiro quando  conseguiu cinco vitórias sequentes, justamente num momento em que Abel  deixou a teimosia no vestiário, definiu os melhores e, na medida do possível, só escalou os melhores repetindo -sempre que foi possível- o mesmo time! Por que não fez isso ontem?

Ontem Abel foi o pior e entre os piores, não apenas pela teimosia em escalar um time B extremamente ruim, mas, principalmente, pela falsa e furada alegação de necessidade de descanso e preservação dos melhores jogadores visando o jogo que decide a Libertadores contra o Fla. 

Se mal pergunto me perdoem, para um elenco fraco que vai jogar um clássico importantíssimo já não bastavam as preservações de Gomez, Melo, Luan, Pequerez e Dudu? 

Será que Abel seria tão tapado a ponto de desconhecer que o Palmeiras, diferentemente do Flamengo tem elenco fraco e deficiente, incapaz de conceber um time B respeitável e à altura do A? 

Quem não sabe que Gagliote não é do ramo, não sabe contratar e, pior, nunca quer contratar?  Há quanto tempo se esperava um centroavante, solicitado por Abel?

Ao fazer tudo o que fez e deixar de fazer tudo o que não fez, o lusitano cometeu, mais do que um pecado, um crime contra o clube e a torcida... Das duas, uma: ou  fez questão de ignorar a rivalidade do "choque rei" ou (o que é pior) a desprezou.

Uma vitória palmeirense ontem sobre os bambis colocaria o adversário em péssima situação e o tornaria candidatíssimo ao rebaixamento. Para grande parte da torcida do Verdão teria um paladar semelhante ao da conquista do Brasileirão ou da Libertadores.

Na verdade, Abel teria de ter respeitado a rivalidade absurda do clássico que, para alguns, é maior até do que a outra, a que o Palmeiras sustenta desde o início do século passado contra o Corinthians.

É impossível que ninguém tenha alertado Abel Ferreira em relação a todos esses aspectos, pois, como se sabe, muitos palmeirense não têm o SPFC como um adversário, tipo o Corinthians, mas como inimigo!

Em relação ao jogo, ferveu-me o sangue ao ver a burrice, o orgulho e a teimosia de Abel, ao não proceder as substituições para a melhora da equipe logo na volta do intervalo... Aliás, viram como ele copia descaradamente Felipão até nesse detalhe?

Como é que Abel pôde optar por deixar em campo aquele arremedo de time sem a menor produtividade que ele próprio "pariu" até os 20 minutos do 2º tempo? 

Por que desperdiçou a possibilidade de ter Scarpa, Rôny, Rafael Veiga e Raphael Veiga por todo o 2º tempo? Foi muita falta de visão do português, muita burrice mesmo!

Por que cargas d´agua teria mantido por mais 22 minutos um time que jogou tão mal e, a rigor, com dez jogadores? 

Quem não notou que Luis Adriano só entrou em campo e não jogou? Todas as vezes em que correu, correu para não chegar?                                                                 Sugestão: mandem-no ainda hoje para o sul, para o Inter clube pelo qual ele torce e que está carente de um centroavante!

Quem não viu que o Palmeiras tinha um lateral esquerdo enfeitador e incompetente, Jorge, que falhou no lance que deu origem ao primeiro gol dos bambis em parceria com o chileno Kuscevic, outra figura decorativa daquele time de brincadeira montado por Abel Ferreira?

Que mantinha um volante de contenção (Matheus Fernandes) inexperiente e que nunca conteve nada? 

Que manteve um meia (William,) sem o menor ritmo de jogo e que esteve ajudando a defesa na maioria absoluta das ações sem nunca atacar, mais parecendo um beque zumbi, daqueles que não sabem o que fazer do que um atacante?

Não, meus amigos, não estou, neste momento, pedindo a cabeça do treinador, mas criticando-o na medida exata de seus erros e incorreções no confronto de ontem. Seus erros ultrapassaram em muito as raias da tolerância.

De qualquer forma quero deixar claro que as minhas análises extremamente críticas ao trabalho de Abel ficarão nesta postagem ao menos por enquanto.

Quero proporcionar ao treinador condições para que ele possa desempenhar bem o seu trabalho no jogo decisivo do próximo dia 27/11 contra o Fla em Montevidéu.

Depois desse jogo, aí sim, direi se seria ou não de meu agrado a continuidade de Abel Ferreira como técnico do Palmeiras para as próximas temporadas.

Quero, ao final desta postagem, destacar a frase perfeita do comentarista do Sportv Maurício Noriega quando disse que "O São Paulo venceu porque levou a sério o clássico"! O Palmeiras, leia-se Abel Ferreira, lamentavelmente, NÃO!

E EU, que tanto tenho divergido desse analista global, desta vez tenho de reconhecer que ele acertou e foi feliz, definindo a situação melhor do que qualquer outro (do que nós, inclusive) porque o Palmeiras perdeu justamente porque não levou a sério outro tradicional e importantíssimo "Choque-Rei"!

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