Observatório Alviverde

10/12/2018

GOSTEI MUITO DA VITÓRIA DO RIVER MAS O TIME SENTIU MUITO A FALTA DE ADEMIR DA GUIA.


Se o Boca vencesse muitos diriam -eufemisticamente- que o Palmeiras perdeu as semifinais para o Campeão das Américas.

Concordando que a tese é, até certo ponto, pertinente, ainda assim eu torci pelo River.

O Boca cheira muito a gambá, ainda mais contaminado pela presença do tal Carlitos Tevez que não nutria um grama de simpatia pelo Palmeiras em seus tempos de Curica.

Uma coisa, no entanto, ninguém pode negar: a enorme raça, disposição e espírito de luta do time do Boca que, na prorrogação, mesmo reduzido a nove homens, esteve a pique de empatar o jogo perdendo dois gols e chutando, até, uma bola na trave.

Enfrentava o seu maior rival, River, um time com melhores jogadores e mais bem estruturado taticamente que, em razão disso, ficou (à duras penas), com a vitória e com o título continental.

Hoje, agora, numa análise fria dos fatos que cercaram a saga palmeirense nesta Liberta e à luz do que pude ver e sentir do que aconteceu no Santiago Bernabeu (como pode e pôde um título sul-americano ter sido decido lá?) cheguei à conclusão, ainda que tardia, que o Palmeiras tinha (tem) um time igual ao do River e muito melhor do que o Boca.

Houvesse a decisão do Verdão sido contra o River (time clássico, que toca de prima mas joga e deixa jogar) e a sorte do time de Felipão (em meu critério de análise, é claro) teria sido outra, muito outra.

Ocorre que o Palmeiras, ao decidir com o Boca, enfrentou tudo aquilo que o River teve que vencer, ontem, na Espanha, isto é, a raça, o espírito de luta, a entregsa, a disposição, o denodo e o estoicismo de um time que só se pode dizer que perde um jogo quando o árbitro apita o final. 

O River conseguiu superar tudo isso usando alguns ingredientes que faltaram ao Palmeiras nas semifinais, isto é, paciência, aplicação tática, entrega em campo, e, acima de tudo, atenção total aos desdobramentos do jogo.

Ainda assim, conforme relatei, o jogo esteve à pique de ser decidido nos pênaltis, houvesse entrado aquela bola que beijou o poste direito riveriano.

Naqueles instantes que passavam tão rápida e velozmente para o Boca e, nas mesmas proporções, pareciam uma eternidade para o River, eu temi pela sorte do vermelho e branco milionário para quem, repito, eu estava (discretamente) torcendo.

De olho na TV, exatamente quando o Boca predominava e partia com tudo, encaixotando "Los Dragones Rojos", não sei porque, mas, num repente, ocorreu-me um pensamento furtivo e antigo vindo em minha mente a figura imponente de Ademir da Guia o maior meio-campista do futebol brasileiro de seu tempo. 

Com ele, seu temperamento calmo, seu equilíbrio e placidez em campo, sou convicto de que a vitória do River não seria fácil, mas, certamente, seria menos sofrida e difícil.

Há muitos anos, no Pacaembu, o Palmeiras decidia (quer me parecer) um turno do Paulistão contra o Curica e o Verdão, aos 48 do segundo tempo vencia por 1 x 0 e precisava da vitória.

Ocorreu, então, uma falta pelo lado esquerdo do ataque do Verdão que atacava contra a antiga concha-acústica. 

Do local de onde seria cobrada a infração (entre a meia e a ponta esquerda) havia a perspectiva de mandar em cruzamento uma bola muito perigosa contra o gol curicano.

 O time deles, boa parte do time do Palmeiras, quase todo mundo, enfim, correu em direção à área, o juiz, inclusive, esperando o cruzamento e a sequência da jogada.

Com todo mundo dentro da área, rolaram a bola curta para o Da Guia, mas, para a surpresa geral, das duas torcidas, inclusive, ele não cruzou a bola em direção à área. 

Ademir, simplesmente, prendeu a bola nos pés e foi recuando da maneira mais devagar possível em direção à defesa do Palmeiras, até recuar a bola para Emerson Leão.

Quando Leão chutou a bola para o alto em direção ao ataque, o árbitro encerrou o jogo.

Com um jogador dessa frieza e de uma extraordinária leitura de jogo, o mesmo que o tal Fabio Sormani da Fox garante que não foi um craque (hahahahahahaha), o sofrimento do River teria sido muito menor do que aquele que sofreu ontem na decisão da Libertadores.

De qualquer forma, o Boca Júniors, o curica argentino, com Tevez e tudo, foi, como dizia em meu tempo o saudoso cantor Wilson Simonal  "pra tonga da mironga do kabuletê".

Dois detalhes referentes a Simona, que as rádios e a mídia propositadamente esqueceram e até hoje figura de proa entre os melhores artistas, ritmistas e cantores brasileiros de todos os tempos:

Primeiro:
Simonal, com perdão pela expressão, fodeu-se" artisticamente por ter tido coragem de ser politicamente independente e não se alinhar com os comuno-esquerdistas que já iniciavam o processo da tomada do poder no Brasil. Foi acusado (injustamente) de delator por aqueles que invejavam o seu extraordinário talento artístico, sua marcante personalidade  e a sua imensa popularidade.

Segundo: 
Ele é pai de Simoninha, também artista e de imensa personalidade, pois, apesar das contestações e perseguições em face do que vou dizer, jamais negou o seu amor amplo e irrestrito pela SE Palmeiras, seu time de coração!

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