Observatório Alviverde

24/09/2013

UM MAU HÁBITO, OU SIMPLES QUESTÃO CULTURAL?


Dará, Kleina, mais chances a Eguren? (foto).

 






 



Após o jogo contra o Sport, ao ser indagado pelos repórteres se isso, de fato, iria ocorrer, Kleina respondeu, simplesmente, com evasivas sem se posicionar, firmemente, sobre o assunto.

Quem não sabe que o Palmeiras investiu alto no uruguaio, para ter um volante de contenção "top de linha" apto a ocupar a posição e acabar com as intermináveis improvisações no setor?

De fato, o Palmeiras, com Eguren, poderia aproveitar o excelente Márcio Araújo em sua - muito melhor - condição de segundo volante.

Nem tanto ao mar, nem tanto ao ar, ambos, juntos, poderiam realizar um excelente trabalho de apoio ao ataque, desenvolvendo um interessante rodízio no mister de apoio ao ataque sem prejuízo das funções defensivas. 

Egurem já provou, nas poucas vezes em que, como reserva, entrou nos jogos por alguns momentos, que, embora seja um jogador, mais, de destruição, menos de ofensividade, também tem capacidade para chegar ao ataque como elemento surpresa e ajudar a fazer gols.

Mas, para que Eguren possa mostrar as suas óbvias qualidades, tem de ser, antes, testado, não no sentido de verificação de sua capacidade individual - indiscutível - mas de sua adaptação ao clube e à maneira do jogo que se pratica no Brasil.

Como se trata de um jogador internacional, experiente, e, mais que isso, uruguaio, - os orientais, via de regra, são desinibidos - não é preciso existir tanta cautela no que se refere a esse atleta, muito rodado. É só colocar para jogar. Pronto!

Kleina está demorando, demais, para soltar Eguren.

Não assisto aos treinamentos, e, por conseguinte não sei qual tem sido a conduta de Eguren nos mesmos. 

Imagino que tenha sido e esteja sendo normal, porque ele segue sendo relacionado para as concentrações e para os jogos, da mesma forma que tem sido aproveitado, ainda que "sub"!
 
Sob qualquer ponto de vista, seja individual, técnico, tático, de adaptação ou qualquer outro, creio que Kleina  anda a espera de um momento psicológico mais conveniente para aproveitar o volante.

O motivo? Arrisco-me a dizer que aquele de manutenção da estrutura grupal intacta, um dos pontos fortes de Kleina, em que pese não ser, ele, necessariamente, um técnico daqueles a que se pode chamar de disciplinador, muito longe disso!

Muito por questões de imposição subliminar de hierarquia, - "aqui mando eu!" -  mas, principalmente, de outras,  como boa relação, integração e cumplicidade entre a comissão técnica e o grupo de atletas, fatores, aliás, que caracterizam um grupo vencedor, Kleina, em meu entendimento, só procrastina a promoção de Eguren.

Então,  Kleina segura a escalação do uruguaio e, invisivelmente, passa ao elenco um recado, perceptível, que envolve várias vertentes, entre as quais, estas: "eu mando, eu escalo, eu sou leal ao meu grupo, aqui nem jogador de seleção nem ninguém joga só com o nome e etc". O leque de aspectos relacionados é infinito...

Creio que, do lado de cá, temos de respeitar o posicionamento de Kleina, haja vista que, mesmo sem Eguren, o Palmeiras sobra em campo nesta transitória segunda divisão, quase (já) transposta, muito, fique claro, em razão de fragilidade das equipes que a disputam.

Creio que temos de proporcionar a Kleina um bom ambiente, dando-lhe a condição de fazer com tranquilidade as suas escolhas, até porque, mesmo sem o uruguaio o time está muito bem e Márcio Araújo, em média de produtividade, só perde, mesmo, para Prass. 

Fanatismos e implicâncias à parte, como tirar do time um jogador nessas condições? 

Sei que o meu comentário desagrada a maioria, mas é a maior e mais pura expressão da verdade. Só não vê quem faz questão de não ver!

 Sacar Araújo, considerando-se tudo  o que vem jogando, seria, da parte de Kleina, mais do que um atestado público de burrice. falta de visão e incompetência, uma irresponsabilidade.

Apesar de tudo, não posso deixar de lavrar uma crítica ao clube, enquanto instituição, em face do não aproveitamento imediato de Eguren.

Já passou da hora de o Palmeiras exigir que jogadores solicitados pelos treinadores sejam imediatamente colocados para jogar pois
  pressupõe-se, sempre, deficiências nas posições

Se as soluções são providenciadas a tempo e hora, por que os treinadores não fazem o mesmo?

Já imaginaram o quanto que o Palmeiras já gastou e vai gastar com Eguren e para que o uruguaio permaneça, indefinidamente,  no banco ou no come e dorme?

Na verdade, teria de ser assim: contratou, chegou, treinou, jogou!

Da mesma forma é preciso extinguir a covarde cultura da piedade que estigmatiza, há anos, o Palmeiras, todas as vezes em que pode golear.

Enquanto os nossos adversários cultivam o salutaríssimo hábito de golear, sempre que possível - os clubes maiores e os menores, não importa - por diferenças máximas, o Palmeiras se omite de jogar e fica "roubando" a torcida, desistindo de jogar e tocando a bola para os lados.

Alguém, da diretoria, já se dispôs a examinar a história de sucessivas disputas de torneios, campeonatos ou de perdas de classificações decorrentes da falta de interesse dos times do Palmeiras em fazer gols para, simplesmente, brincar de jogar futebol, modalidade profissional?

Tradicionalmente, em vez de fazer gols, o Palmeiras aplica o famigerado olé, que só agrada, mesmo, os broncos manchados e outros medievais que reencarnaram para viver os séculos XX e XXI e resolveram, infelizmente, torcer pelo Palmeiras.

Creio que, por algum motivo que foge ao nosso juízo, passaram a torcer pelo clube, mas, na realidade, no fundo, no fundo, pelas postura e atitudes, têm alma de curintiano.

Só isso explica - não justifica - a campanha de ódio dirigida a Jorge Valdívia, um dos melhores jogadores, atualmente, em atividade no futebol brasileiro!

Felizmente, os cães ladram, mas a caravana passa!


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