Observatório Alviverde

11/04/2020

PIADA DE 6ª FEIRA DA PAIXÃO; BOTAFOGO E SE AUROPROCLAMA TRI-CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES.



O "não ter o que fazer" leva as pessoas a delirar em seu viver. Está ocorrendo no Botafogo.

O delírio da diretoria passa para a torcida que, por toda a lei e acima delas, na marra,  está se proclamando Campeão Mundial de Clubes.

O delírio chega a um ponto de absurdez de tal monta que, não satisfeitos com um o clube reivindica três títulos mundiais, com o objetivo, é claro, de emergir do limbo em que se perderam faz tantos anos.

Reivindicam status de campeão mundial só porque venceram pequenos torneios de clubes, dois em Caracas, na Venezuela e outro em Paris, todos de importância restrita  pois sequer tiveram a cobertura do rádio, o veículo de comunicação mais importante daquela época.

Na realidade, após terem sido parte integrante da campanha de torpedeamento e destruição da imagem da honesta e inequívoca da conquista palmeirense no longínquo ano de 1951 (eu estava ao pé do rádio acompanhando) os "foguenses", ironicamente e com toda a certeza se inspiram no próprio Palmeiras para tentar buscar ao menos um rótulo de campeão mundial! 

É desfaçatez demasiada para quem tem a minha formação moral!

Para que nem precise ir tão longe e frustrar a desesperada e surreal reivindicação do botinha, própria de alienados mentais, analisemos o tal torneio de Paris do ano de 1963, haja vista que o parâmetro deles é a Copa Rio levantada pelo Palmeiras em 1951.

Para início de conversa o nome Torneio -diferentemente de Copa- já deixa claro que se trata de uma competição mínima, restrita à capital francesa, àquele país e aos clubes envolvidos (três) além do Botafogo, a saber:

1) O Racing de Paris 
Fechou a porta há anos) e  nunca foi, sequer, a maior força do futebol francês.

2) O Anderlecht da Bélgica: 
Em 62 chegou às quartas de finais da Copa dos Campeões. O futebol belga, até a data do torneio nunca havia chegado a uma final na competição, o que veio a ocorrer apenas alguns anos depois. 

3) O Ujpest da Hungria, vice campeão húngaro e à época freguês do Honved, que esteve no Brasil na década de 50 (acompanhei pelo rádio e pela revista O Cruzeiro") e era, até então, o melhor time magiar.  À época nem Carsughi falava no Ujpest.

Como comparar um torneiozinho de férias autêntica mixaria como esse que o Botafogo disputou em Paris e venceu à duras, ao Ramon de Carranza? 

Eu nem quero falar da tal Copa de Caracas criada por um empresároe jogada por vários anos na capital venezuelana que o próprios idealizador chamavam de "Pequeña Copa de Mundo". O adjetivo do nome já diz tudo: Pequena!

Quanto à Copa Rio, organizada, patrocinada e coordenada pela Fifa, que teve o Palmeiras como lídimo campeão foi diferente. Acompanhei tudo pelo rádio na voz do lendário Pedro Luís que não tinha a minha preferência. Eu gostava mais de Geraldo José de Almeida!

Da mesma forma, meu pai leu para mim as reportagens nos jornais e, depois, nas revistas;

Curti (com meu amigo  Wilson Augusto , com a vizinha família Palmieri e até com meu pai que nunca valorizou o futebol e festejei o título do Palmeiras. Eu tinha seis anos de muita lucidez, graças a Deus! 

Lembro-me do foguetório que tomou conta de minha cidade de porte médio para os padrões da época com os seus 40 mil habitantes (se tanto) e da tristeza dos poucos curicanos fanáticos que odiavam o Palmeiras.

Lembro-me ainda do jornal que meu pai comprou, talvez da própria cidade e de cuja manchete jamais esqueci:
"Palmeiras, a honra e a glória do melhor time do Brasil... Campeão do Mundo", colocando sob a manchete a foto do time do Palmeiras já com as faixas de Campeão Mundial.

E pela primeira vez,  naquela semana, meu pai, que me ensinava a soletrar pelos rótulos dos produtos, fez uso das manchetes do jornal do título. 

Então, como esquecer Oberdan, Fábio, Salvador, Juvenal, Fiúme, Dema, Liminha, Jair da Rosa Pinto, Rodrigues, Canhotinho e tantos outros campeões mundiais?


No entanto, de uma hora para outra vieram os aéticos e os maus caracteres da atual neo-mídia egressa das faculdades e, desrespeitosamente, e tentam, embora sem o sucesso que esperavam, esvaziar e apagar a conquista palmeirense. Como são calhordas!

A eles quero dizer que sou do tempo do provisionado prático e sem diploma, graças a Deus e só não fui professor nas faculdades em que eles se formaram por absoluto desinteresse meu!

Parecem(a maioria deles) ser a descendência de curicanos e bambis frustrados por aquela           extraordinária epopéia palmeirense.
 
Ah, e antes que eu esqueça

Os curicanos se jactam e a mídia sustenta a mentira frequentemente que a chamada "invasão do Maracanã" e do  Rio de Janeiro em 1976  por uma torcida,  ocorreu em um jogo contra deles contra o Fluminense. 

Eu estava lá e por questão de honestidade, devo admitir que a tal invasão, de fato, existiu, mas não foi, nunca, jamais e em tempo algum, como eles querem destacar, a primeira que existiu.

Nenhum desses midiáticos sem isenção -desinformados e sem o menor interesse numa história linda que para o desencanto e frustração deles não pertence ao Curica ou aos bambis- sabe que a primeira invasão de uma torcida ao Rio de Janeiro foi perpetrada, nada mais nada menos, pela torcida do Palmeiras quando da decisão da primeira Copa Rio em 1951, verdadeiro mundial de clubes patrocinado pela FIFA, 25 anos antes.

Foi, evidentemente, uma invasão bem mais comportada, menos tumultuada, mais civilizada, enfim, num tempo em que as pessoas eram mais contidas, respeitavam o próximo sem o arrebatamento que vigora nos dias de hoje. 

Registre-se, inicialmente, que a frota automobilística era limitada.  95% da população andavam a pé e a Via Dutra ainda estava em construção. 

Chico Alves, o maior cantor do Brasil naquela época e chamado de "Rei" muito antes de Roberto Carlos,  morreu num trecho sem asfalto da Via Dutra em construção, perto de Pindamonhangaba!

Da mesma forma não havia tantas linhas de ônibus e o avião era, exclusivamente,  transporte de políticos e de milionários. 

A Aerovias Brasil, que Ademar de Barros vendeu e virou Real Aerovias, já fazia regularmente o trajeto a que chamamos de  Ponte Aérea, mas o trecho Rio-Sampa-Rio ainda não era conhecido assim.

Ponte aérea foi um sistema criado pelas próprias companhias aéreas, com aviões de uma em uma hora, de 5 da manhã à meia noite.

O sistema começou mesmo no final da década de 60,  quando as companhias aéreas de então, Varig, Cruzeiro, Vasp e depois a Sadia (Transbrasil) em face da enorme demanda de passageiros,  resolveram assumir o trajeto devidamente conveniadas, como se fossem uma só.

Isto tudo foi dito para que fique bem claro que o melhor meio de transporte de São Paulo para o Rio naquele tempo, ainda era o moroso, o barulhento trem da companhia Central do Brasil que, massivamente, conduziu a torcida palmeirense para a primeira invasão ao Maracanã. 

Segundo os jornais da época, o público que o "borderaux" do estádio publicou em relação à final Palmeiras 2 x 2 Juventus de Turim,  foi da ordem de 100.093 entre os ingressos pagos e os caronas.

Considerando-se que no primeiro jogo, quatro dias antes, o público somara 56.961 e a chegada da torcida palmeirense para a finalíssima da Copa aumentou o público em 44 mil. conclui-se que, minimamente a torcida palmeirense chegou perto de 50 mil, um assombro para a época, e, do ponto de vista proporcional é comparável ao número de torcedores que o Curica colocou no Maraca em 1976. 

 Modéstia à parte, não sou o Repórter Esso mas fui testemunha ocular dessas histórias. Por isso  estou credenciado a desmentir tudo o que os maus caracteres da "neo-mídia das faculdades"  continuam apregoando.  

Minhas diferenças com eles são viscerais, posto que sou do tempo do provisionado, (prático e sem diploma, graças a Deus) que colocavam a isenção e a imparcialidade como pedras angulares para o exercício da profissão.

Vejam que mesmo sem ter visto nada eles manipulam a bel-prazer o noticiário antigo dos arquivos dos jornais de outrora exaltando sempre os feitos dos outros clubes rivais e procurando sempre destacar os naturais fracassos do Palmeiras. 

Por isso mentem deslavadamente e fazem tudo -até desmentir criminosamente as gerações de jornalistas que os antecederam- para esconder os grandes feitos do Palmeiras, clube que odeiam e, se pudessem, já o teriam destruído.

Não fossem os frequentes roubos arbitrais, os conchavos políticos-esportivos, as perseguições dos tribunais e o trabalho de desconstrução da própria mídia e o Palmeiras teria o dobro dos títulos que ostenta, ele que é o clube mais vezes campeão brasileiro e detentor do maior número clube de títulos do Brasil.   

Quero encerrar o tema, pedindo-lhes desculpas por tanta conversa, quando o mais simples e o mais indicado seria, apenas, perguntar:

"O Botafogo também pode ser considerado campeão mundial?

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