Observatório Alviverde

04/02/2019

O PALMEIRAS DEVE MANTER BORJA E DEYVERSON?



Indicado por Cuca, Deyverson chegou ao Palmeiras mediante um preço estratosférico. Veio com aura de craque e como uma espécie de panaceia. Em campo, desde a estreia, foi um completo desastre, um rotundo fracasso. Mais grosso do que cabo de guindaste.

Contratado sob a indicação e chancela do Sr Alexi Stival, técnico vivido, campeoníssimo e profundo conhecedor do "metier", imaginou-se, à época, que o carioca solucionasse o velho problema da camisa nove palmeirense que o colombiano Borja, também contratado a peso de ouro, até então não conseguira solucionar. Ledo engano.

Borja, campeão e artilheiro da Libertadores/16, que jogava um bolão com a camisa do Atlético Nacional de Medellin, apesar do preço recorde pago pelo Palmeiras por sua contratação e de todas as oportunidades recebidas (as recebe até hoje), tirante um ou outro gol solitário que, às vezes, assinala, revelou-se (ao menos até domingo passado), incompetente para vestir a camisa palmeirense.

Entretanto há que se dizer que pesam favoravelmente a Borja a sua aplicação, a sua disciplina, a sua responsabilidade e a sua condição de profissional correto, de personalidade introvertida, que gosta da família, que sabe o que quer e, claramente, tem como objetivo vencer na profissão que abraçou.

Porém, tanto Borja que já estava no clube, quanto Deyverson, que chegava, conseguiram transitar apenas da mediocridade (condição de mediano) à incompetência, com exceção de um ou outro jogo em que apresentaram algum brilhareco, mormente o carioca, que parecia ter reencontrado o seu futebol, a partir do momento em que passou a ser dirigido por Felipão.

Só que Deyverson é diferente e pode-se dizer mesmo e sem medo de errar até que ele é a antítese de Borja dentro e fora de campo. 

Do ponto de vista futebolístico, pelo que ambos demonstraram e continuam demonstrando, embora não seja  nenhum craque extra-série, de um ponto de vista prático supera o colombiano sendo mais eficiente, razoavelmente mais técnico e um pouco mais produtivo. 

Entretanto, talvez não tenha progredido na profissão por ele próprio não se dar valor e agir sempre de maneira imprópria e na contramão dos bons costumes, à base da galhofa, da brincadeira e da gozação, guiado, infelizmente, pela estúpida ética das ruas. Trata-se de um imaturo, com a agravante de que ele próprio não quer amadurecer.

Envolve-se facilmente em brigas e confusões desnecessárias durante os jogos, recebe uma quantidade absurda de cartões e é, seguramente, o campeão da indisciplina do atual elenco do Palmeiras.

O resumo dessa ópera bufa é que Borja e Deyverson (pelo que apresentaram até hoje), ressalvadas algumas poucas partidas em que conseguiram atuar bem, não me parecem à altura de vestir a camisa nove palmeirense...

Como compará-los  a Heytor Marcelino, Humberto Tozzi, César Lemos, Servilio, Evair, Ademar Pantera, Toninho Catarina, Mirandinha Cearense, Oseas e tantos outros "noves" cujos nomes não consigo mais lembrar ou de outros que prefiro não lembrar por ingratidões perpetradas contra o Verdão.

Quem viu esses jogadores em ação (só não vi Heitor) sabe perfeitamente que -sem exageros, saudosismos  ou pieguices- nem Borja nem Deyverson seriam dignos de lustrar-lhes as "bicancas", como também se dizia antigamente.

Mas Deyverson é que, neste momento, está no palco de nossas decepções. Sobretudo aquelas fora de campo.

Em razão disso, todos nós nos perguntamos "quantas vezes demos a Deyverson o nosso voto de confiança? Não sete, mas setenta vezes sete vezes, repetindo a frase crística que tanto eu gosto de usar.

Quantas vezes imaginamos que ele teria amadurecido e que seria mera questão de tempo a sua promoção à titularidade, porquanto, repito, ele é superior a Borja.

A irredutibilidade de Felipão em não promover Deyverson talvez, per si, explique o pensamento do experiente comandante palmeirense, reconheça-se, um inato psicólogo prático, por sinal.

Domingo passado, ao cuspir contra um zagueiro corintiano, Deyverson cuspiu também na própria torcida palmeirense que não imaginava pudesse partir de um jogador  do clube para o qual torce, tido e havido como protótipo da ética, semelhantes desrespeito e grosseria.

O pior de tudo foi que tudo ocorreu no momento em que o Palmeiras mais precisava, pois buscava com volúpia, empenho e até com uma certa sofreguidão,  o gol de empate. 

Aquela expulsão de Deyverson, sem um motivo plausível e sem a menor razão de ser foi como uma ducha fria sobre o ânimo palmeirense que juntava forças para uma "blitz" final.

Que a diretoria aplique-lhe i-m-e-d-i-a-t-a-m-e-n-t-e um corretivo forte e inesquecível a apresente, incontinente, um "ultimatum" a esse atleta que nem é assim tão jovem, porquanto  já está bem próximo de completar 30 anos.

Quanto a Borja, eu torci por sua contratação porque acompanhei de perto a magnífica performance dele na Libertadores/16 quando do título obtido pelo Atlético Nacional de Medellin. 

Borja e Guerra, jogando pelo time verde de Medellin estraçalharam em campo e foram, não apenas campeões, mas, respectivamente o artilheiro e o craque da edição de 2016, o que motivou as suas imediatas contratações pelo Palmeiras, através de Alexandre Mattos. 

Não há o que se criticar nas contratações de Borja e Guerra porque Mattos -nesse negócio, nesse negócio, repito, nesse negócio-, esteve certíssimo em suas escolhas e contratou os dois melhores jogadores da Libertadores. Se, na prática, não deu certo, eu quero, para finalizar,  argumentar o seguinte:

Não é possível que Borja tenha desaprendido tanto ao ponto de exibir o futebol tosco que vem apresentando com a camisa alviverde. Algo diferente, pode estar ocorrendo, você admite?

Talvez seja por isto que Felipão esteja insistindo tanto com ele, por acreditar que ainda pode resgatar o grande artilheiro sul-americano de 2016, conquanto os resultados práticos dessa constante e interminável insistência não apareceram, ao menos até hoje .

Ou essa insistência do comandante está  sendo orquestrada e recomendada pela diretoria,(como arrisca meu irmão) a fim de que o Palmeiras possa repassá-lo a outro clube e não perder tanto dinheiro, em face do investimento milionário em um jogador que -infelizmente- não deu certo. 

E não deu certo ao menos até domingo, dia dois de fevereiro de 2019.

Será que ainda vai dar? 

Você ainda acredita na perspectiva da ressurreição de Borja?

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