Observatório Alviverde

30/08/2011

A MÍDIA NÃO REPERCUTIU, SIMPLESMENTE OMITIU O QUANTO FOI POSSÍVEL A GRANDE VITÓRIA PALMEIRENSE SOBRE OS GAMBÁS!

 

É muita falta de caráter e muita desfaçatez.

A mídia não repercutiu como deveria o grande triunfo palmeirense.

Os órgãos de imprensa inventaram múltiplas formas de  esconder, obnubilar  e deslustrar a retumbante vitória do Verdão em Prudente.

O espaço dedicado ao jogo, na Band, ontem às 11 horas foi ínfimo, minúsculo, insignificante, ridículo...

Não assisti ao Globo Esporte na TV por não ter o costume de fazê-lo, mas creio, mesmo sem te-lo visto, que o espaço tenha sido desproporcional à importância do jogo.

Cheguei a dolorosa conclusão que, no conceito da imprensa, o derby só tem valor se o vencedor for o Corinthians. Se o Palmeiras vencer, não conta.

As manchetes que tive a ocasião de ler na Internet, unanimemente, citavam que o Corinthians havia perdido, mas continuava líder. Sobre a vitória do Palmeiras, nada!

Sobre a crise instaurada naquele clube, nenhuma palavra.

Mesmo com a perspectiva da demissão de Tite, o assunto foi abordado com discrição mas, debatido por largo tempo, talvez como desculpa para que falassem o quanto menos sobre a  vitória palmeirense.

Muitos analistas, tipo Oscar Ulisses na Rádio Globo, tentavam minimizar, contornar e controlar a situação, afirmando que “se um time é líder, não pode estar vivendo uma crise” Com eles são patéticos!.

O Arena Sportv, produzido pelo corintiano Cereto, usou de um estratagema tão inteligente quanto maquiavélico para não ter de promover o Palmeiras.

O produtor convidou Rivelino, Mário Sérgio e Raul Plasmann, grandes nomes do passado recente do futebol brasileiro que se juntaram ao corintianíssimo Walter Casagrande para um programa em que o Palmeiras X Corinthians, foi tratado como um joguinho qualquer e colocado na vala comum dos demais clássicos, mesmo os de menor importância.

A razão de tudo, já se conhece: não dar importância ao jogo e suas  repercussões, diminuir o impacto negativo que provocou sobre a torcida gambática, deslustrar a vitória palmeirense e impedir a propagação de um marketing positivo para o Palmeiras.

Há como que um consenso tácito, um arreglo entre os veículos e os profissionais, que o Palmeiras só pode ter espaços, se for para ser criticado ou rebaixado. Para ser elogiado, nunca!

Quando você encontra um jornalista esportivo e censura o tratamento desprezível, desigual e desrespeitoso dedicado ao Palmeiras recebe, na cara, a resposta pasteurizada, pronta, de que isso não existe, que a torcida palmeirense só reclama e que vive imersa em teorias da conspiração.

Este final de semana consagrou, pela bilionésima vez, que há, sim, bullying e discriminação generalizados por parte da mídia contra o Palmeiras.

Todos os comentários que li, vi e ouvi a respeito do clássico dedicaram uma linha, uma imagem ou uma frase para dizer que o Palmeiras ganhou, mas o restante das matérias tenta explicar porquê o Corinthians perdeu e o que deveria ter feito para não perder.

Não foi assim que ocorreu na transmissão do Première? Luiz Ademar, a exemplo do que já fizera Noriega no jogo contra o Vasco, comentou a partida, desta vez, sob o ponto de vista corintiano e evitou, sempre, falar sobre o Palmeiras.

Parecia que o Corinthians jogava contra a finada Prudentina, cujo nome, coincidentemente, também começa com P ou que enfrentava um time fantasma no Prudentão.

O que vou dizer agora, o faço respaldado em meus quase 40 anos de jornalismo esportivo. 95% dos cronistas esportivos, no Brasil todo,  têm a mania de comentar em função dos chamados clubes de massa, pois, burramente, entendem que, agindo assim, terão mais audiência e prestígio.

A vergonhosa média da mídia com o Corinthians, para que se restrinja o fato apenas aos limites do estado de São Paulo, só tem paralelo no puxa-saquismo explícito ao São Paulo e babação de ovos ao Santos e aos tais “meninos da vila”..

O Corinthians não era o maior e o melhor time deste ano? Que não venham agora os homens da mídia dissimular e negar o que anunciavam, porque já davam os gambás como o mais provável campeão.

A promoção do Corinthians é tão forte que Mano Menezes é o técnico da Seleção e até Ralf, um jogador essencialmente de força e de tão pouca técnica está na Seleção.

O marketing gratúito que a mídia dedica aos bambis não foi a razão principal para que Lucas, o Luquinhas tricolor, talentoso, jovem e promissor fosse aclamado impropriamente, açodadamente, de craque? 

A mídia fez tudo nesse sentido e falou tanta abobrinha que agora, constatado o erro em que incorreu, está encontrando dificuldades de se retratar.

Lucas craque? Para não dizer que é muita falta de caráter e de personalidade da turma da mídia, eu prefiro afirmar que isso é, apenas, uma brincadeira.

E “os maiores do mundo”, Ganso e Neymar?

Por favor, já passou da hora de parar com isso e reconhecer, apenas, a genialidade promissora de ambos, sem exageros. Esse bordão “meninos da vila”, já lotou a nossa paciência e o nosso saco. Por favor, mudem o disco!

Encarecidamente, eu solicito aos homens da mídia para que caiam na real e falem apenas a verdade sobre Ganso e Neymar, mas sem exageros, porque o meu ouvido não é pinico.

E a respeito do Palmeiras? Sabem o que o Casagrande disse hoje primeiro na TV e, depois, no rádio?

Que o Palmeiras não tem time suficiente para ganhar o Brasileiro, mas essa afirmação é, apenas e tão somente outra meia-verdade.

De fato, não temos o respaldo de um banco rico, à altura de nossas necessidades com peças de reposição a altura para algumas posições.

Entretanto, ao fazer uma comparação de nosso banco com o banco dos gambás, domingo em Prudente, eu descobri que eles têm um banco se não, inferior, acredito que sim,  ao nível do nosso. Compare e constate!

Com a chegada de homens de área, conforme eu venho pedindo há cinco largos e longos anos, preferentemente jogadores altos e fortes como são Fernandão e Ricardo Bueno, temos condições de corrigir a nossa principal deficiência, a carência de um ataque realizador.

É óbvio que ninguém pode garantir a continuidade eficiente de Fernandão nem a capacidade técnica de Bueno, mas, se tudo correr dentro dos conformes, eles corrigirão o nosso problema crônico de falta de gols e nos trarão muitas alegrias.

Se temos a defesa mais forte, a melhor, a menos vasada, porque ninguém destaca, por que ninguém realça?

Eles preferem sempre divulgar os nossos defeitos e, como não podem criticar a nossa defesa, apontam o indicador para o nosso ataque e o rotulam de inoperante.

Ridicularizam os nossos craques e os transformam em jogadores comuns sem o mínimo pudor, com a maior desfaçatez.

Valdivia é o exemplo mais recente, mas o desrespeito ousado ao maior jogador de nossa história Ademir da Guia, continua o seu curso.

Para a mídia invejosa e deletéria, parece, até, que ele não existiu, ainda que fosse no futebol paulista o jogador mais importante depois de Pelé, uma verdade que eles insistem em não ver..

Ontem, no Arena Sportv os ex-atletas convidados exaltavam Ganso e começaram a citar o nome de grandes jogadores do passado, a fim de estabelecerem as ilustrativas comparações.

Sem, ao menos dizer “modéstia à parte”, Rivelino e Mário Sérgio que constituíam a mesa do programa, se auto-incluíram na lista e citaram Pita e mais quatro ou cinco nomes do passado.

Fiquei perplexo! Ninguém se lembrou de Ademir da Guia maior e melhor que todos eles, do que Rivelino, inclusive.

Acontece que Ademir é  Palmeiras, o clube que eles detestam e gostariam que não existisse. Talvez, por isso, trabalham tanto para destrui-lo.

À noite assisti ao programa de esportes da Rádio Globo, comandado pelo quase imparcial (permita-me o bordão, amigo Biléu, de Pederneiras) UIA, Oscar Ulisses.

Foram intermináveis trinta minutos de notícias, entrevista ao vivo e comentários, que mais justificavam a derrota do Corinthians do que exaltavam o assunto principal, a vitória do Palmeiras.

Sobre o horror da arbitragem e o facciosismo do irmão mais novo de Paulo César, a exemplo do que ocorrera no Palmeiras x Corinthians na semifinal do paulistão, nenhuma crítica, contestação ou citação.

O noticiário do Palmeiras, discretíssimo, diminutíssimo, fragmentado entre o boletim do repórter, as piadinhas do insosso Oscar e a matéria fria de um flash do após jogo, não passou de seis minutos.

Não houve qualquer citação ou exaltação da vitória no derby mas Walter Casagrande, mais um comentarista(?) recrutado pelas Organizações Globo na Av. Marginal, sem número, (o último foi o Zé da Fiel, vá gostar de gambá assim na PQP) disse em alto e bom tom que o Palmeiras não tem time para ganhar o Brasileiro e que vai ter de lutar muito se quiser disputar a Libertadores.

Meus amigos, vou parar por aqui. Eu nem queria aludir ao lamentável episódio policialesco ocorrido em Prudente, quando dois de nossos torcedores foram alvejados, segundo dizem, por policiais.

As tais torcidas organizadas não merecem nenhuma consideração, mas o que é preciso relatar é que há, também, falta total de isonomia no tratamento dado a elas, até pela PM.

A mídia sabe mas tem medo e não ousa, nunca, afirmar que a Gaviões da Fiel foi a torcida que instituiu, cultivou, usou  e banalizou a violência nos estádios, no início dos anos 60s, revoltada com a fila no Paulistão que perdurou por 23 anos.

Jamais houve qualquer repressão a essa truculenta facção por parte do poder público. Por anos a fio, a Gaviões juntava-se em magotes na saída dos estádios para agredir às demais torcidas e o fazia impunemente como costuma fazer até hoje.

Essa atitude safada e covarde dos corintianos gerou a reação por parte das torcidas dos demais clubes que também se mobilizaram em grupos para que deixassem de ser agredidas na saída dos jogos.

Esta é, sem tirar nem por, a história do início dos conflitos e da violência nos estádios do estado de  São Paulo, mas você nunca vai ler, ver ou ouvir isso em nenhum órgão de comunicação nem através da boca de qualquer jornalista. Eles borram pelas pernas abaixo e não se atrevem a abordar o tema, por eles considerados como tabu!

Apesar de todo esse passado negro e sujo como a camisa deles, qual foi a torcida que foi obrigada a fechar as portas e mudar de nome? 

Por que a gaviões continua, impunemente, a sua saga de ódio, intolerância, agressão, depredação e violência e nunca foi e nem será fechada?

Por que os tentáculos do poder público e o peso do martelo das leis comuns e esportivas só são suficientes para atingir as instituições ligadas ao Palmeiras? Até quando conviveremos com essas desigualdades em um país que se arvora em democrático?

Por que, até hoje, a mídia fala no são-paulino assassinado no Pacaembu, em briga campal ocorrida na final de Copa São Paulo, mas nunca fala dos muitos palmeirenses assassinados (a maioria dos que morreram foram nossos) como aquele que foi fuzilado a sangue frio na estação do metro de Itaquera simplesmente por estar usando a camisa do clube?

Quando cito esses fatos, não significa que os apóie ou que esteja querendo que a violência passe para o lado de nossos adversários. Muito longe disso!

A violência é um câncer social e precisa ser extirpada a qualquer custo do futebol, Independentemente do clube pelo qual torça qualquer cidadão aficcionado desse esporte.

O que estou querendo realçar é que quando esses fatos lamentáveis ocorrem contra os palmeirenses, a divulgação na mídia é mínima, é controlada, é contida e, muitas vezes, até, censurada.

Porém, quando  a violência parte de palmeirenses a divulgação é maior, massiva, as críticas são contundentes e a ação da polícia e do MP é sempre muito mais rígida.

Essa rigidez teria de ser igual em relação a todas as torcidas, e, absolutamente isonômica, mas, na prática, as nossas uniformizadas são sempre as mais afetadas quando se trata de punições.

Tudo porque a mídia criou e consagrou a imagem irreal que, entre todas, a torcida do Palmeiras é a mais violenta..

Embora a violência, a ignorância e a selvageria de todas as torcidas sejam, rigorosamente, iguais essa imagem de que a torcida do Palmeiras é a pior vem denegrindo a imagem do clube.

Meus amigos, a grande verdade é que temos de apor resistência ao bullying constrante de que somos vítimas.

Vamos protestar contra o desrespeito às nossas cores e vamos lutar pelos nossos direitos.

Vocês acharam justo a forma como trataram a magnifica vitória palmeirense sobre o nosso maior rival, naquele que a FIFA considera o maior clássico do Brasil e o décimo do mundo?

Ou o clássico só passa a ter essa magnitude e essa repercussão quando o Corinthians é o vencedor?

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