Observatório Alviverde

07/03/2014

ELENCO PALMEIRENSE PROVOU QUE ESTÁ FECHADO COM KLEINA!



Quando Juninho -aos dois minutos do segundo tempo- estabeleceu 1 x 0 sobre a Lusa, ele comemorou aquele gol de maneira esfuziante.

Na qualidade de autor material, juntou-se, então, ao autor intelectual do gol, Wesley -que dera o passe curto milimétrico e preciso na cobrança da falta- e festejaram pra valer!

Seria um gesto comum e trivial de um  futebol repleto de jogos cena e comemorações para efeito visual, na televisão, mas aquela comemoração representava muito mais que isso!

O que poucos -talvez ninguém, nem eu- podiam imaginar é que, tomados por uma alegria incomum, contagiante e irradiante, rindo de orelha a orelha, extravasando alegria nos gritos, nos gestos, nas atitudes, no olhar e projetando uma aura de real felicidade por todos os poros, os dois correram em direção ao banco!

Por quê foram lá e, afinal, o que foram fazer lá?

Não apenas comemorar com Kleina o importantíssimo gol que acabou definindo o clássico, -gol esse que teimou em não sair no primeiro tempo-, mas -principalmente- dividir com o chefe a feitura de um gol, produto de jogada ensaiada, cujo "modus operandi" foi concebido por ele nos treinamentos, ainda na temporada de 2013 como revelou Juninho em entrevista após o jogo!

Sentado em minha cadeira do papai, em um átimo, no calor e no esplendor da comemoração, pude, então, mais do que perceber, discernir e constatar em plenitude que -não resta mais a menor dúvida-, o elenco palmeirense está, sim, fechado com o treinador! Para o que der e vier!

Como que comprovando e ratificando as minhas santas suspeições, -não transcorreram nem cinco segundos-, a totalidade do grupo de jogadores, -os do campo e os do banco, os do banco e os do campo, exceto, quer me parecer, o responsável e cauteloso Prass - na confusa heterogeneidade das comemorações espontâneas, encaixotou Kleina em um abraço coletivo de respeito, apreço,consideração e de reconhecimento, do tamanho da alegria da torcida palmeirense presente ao Pacaembu. Uma apoteose!

De minha parte, -não tenho por hábito interpretar a atuação de uma equipe em função do resultado numérico dos jogos- eu já estava eufórico com tudo o que vira no primeiro tempo, em termos de toque de bola, postura tática, imposição técnica, mobilidade, rendimento individual e coletivo, padrão de jogo e, principalmente, de esforço e atitude do grupo em busca do resultado. Tudo isso, para mim, significava o caminho aberto para a vitória! Não deu outra!

"By my way", isto é, do meu jeito, à minha maneira, da minha forma e ao meu sentir, eu já vivia uma apoteose particular, em face do estupendo rendimento que a equipe mostrara nos primeiros quarenta e cinco minutos, embora sem pontuar!

Absorto em meus pensamentos, ousei a afirmar a mim mesmo àquela altura, que, "com o time que temos, se jogarmos da forma como o Palmeiras jogou no primeiro tempo, sou convicto de que vai dar pra chegar"!

Calma, gente, não estava me referindo ainda ao título, mas à importantíssima e necessária vitória sobre a Lusa que antecipa-nos a classificação como primeiros do grupo!

Com todos os méritos, chegamos, mesmo! O que nos falta agora é buscar a melhor campanha, que, o bom futebol que praticamos, ontem, contra a Portuguesa e o esforço de cada atleta hão de nos trazer e proporcionar!

O Santos, como se esperava, goleou o Mogi por 5 x 2 e ampliou a vantagem sobre o Palmeiras nos critérios de desempate -saldo de gols e gols marcados- Viram e sentiram como marcar gols e golear os adversários é importantíssimo? Eu vivo falando nisso mas, parece, clamo no deserto porque a torcida mão quer gol, quer olé, o que, para os jogadores, é muito mais simples de fazer!

Até quando, no Palmeiras, vai vigorar a lei do mínimo esforço, aquela que proíbe o time de golear? É preciso que o Palmeiras pare de ter dó dos adversários e faça tantos gols quantos forem possíveis, pois se trata -como se pode notar- de item importantíssimo dos chamados critérios de desempate.

Resumo do jogo:

Malgrado algumas falhas táticas, técnicas e individuais, o Palmeiras, no primeiro tempo, mostrou um futebol técnico, solidário, prático e objetivo, de time campeão! Foi assim até abrir o marcador!

Fique claro, antes de tudo, que estávamos diante de um adversário aguerrido, forte, motivado, muito bem treinado, -autêntico time de série A-, bem distribuído em campo e que vendeu bem caro a derrota. Deu gosto ver o jogo, interessante e competitivo!

Nosso segundo tempo o Palmeiras, de um modo geral, também esteve bem, mas a tática da espera e do contra-ataque adotada por Kleina -respeito mas não me agrada- inibiu um pouco equipe, em que pesassem as várias oportunidades de que o Palmeiras desfrutou para matar o jogo e seguir na partida sem maiores atribulações.

A Portuguesa sobressaiu-se, muitíssimo, na etapa complementar por saber tirar proveitos do esquema tático essencialmente defensivista de Kleina, que procurou, mais, defender o 1 x 0 e, menos, buscar a consolidar a vitória, mediante a feitura de mais gols.Lamentável!

Já disse isto várias vezes, mas vou repetir: esse é um equívoco tático que o nosso jovem treinador tem de evitar, muito embora as entradas de Patrick Vieira e Vinícius -melhorou muito esse rapaz- tenham imprimido mais velocidade ao ataque e ao próprio time.

No entanto, estamos longe de possuir velocistas agudos e decisivos para a utilização desse tipo de esquema e é elementar, no futebol, que a introdução de um esquema, depende, basicamente, das peças que se tem!.

Nem Vinícius, nem Patrik e, muito menos, Kardec são velocistas daqueles que partem resolutos para o gol através do ponto futuro ou da condução individual da bola! Bruno César e Vinicius, desde que adaptados, poderiam jogar assim, mas eles são, muito mais, articuladores do que definidores dotados dessa característica!

A rigor, não temos mais nenhum jogador tipo Euler para cumprir essa função. Em razão disso julgo um desperdício a adoção de um sistema de jogo que preveja essa atitude tática da equipe. É mera perda de tempo!

Mas, se Kleina quer assim e está dando certo, o melhor que se faz é, apenas, citar o contraponto e esperar que tudo continue da forma como está. Com sorte, -muita sorte mesmo- o Palmeiras pode sagrar-se campeão!

Agora, fique claro que atrair times como o Santos, SPFC e sobretudo o Cu-ríntia para cima de nossa defesa é cometer "harakiri", isto é, suicidar-se cortando nas próprias entranhas!  

A consequência dessa atitude de jogo excessivamente cautelosa e pusilânime,  foi -como vem ocorrendo já há algum tempo,- um convite à Portuguesa para que partisse pra cima do Palmeiras e mudasse o panorama do jogo. Não deu para Kleina perceber?

Aproveitando o recuo do Palmeiras a Portuguesa chegou ao empate aos 6 minutos, mas, para a sorte do Palmeiras, o bandeirinha Leonardo Pedalini viu e assinalou a irregularidade, o que fez com que o árbitro Vinicius Forlan anulasse, corretamente, o gol. Não fosse a personalidade e a atitude firme de Pedalini - incomum das arbitragens quando dos jogos do alviverde- e o jogo poderia ter outro desfecho e se complicar para o Verdão!

Kleina tem de refletir sobre o assunto, pois uma hora a casa cai ! Se cair a partir das quartas de final, quando enfrentaremos os adversários mais difíceis, vai cair de vez, haja vista que as partidas serão eliminatórias e sem possibilidade de recuperação posterior em caso de derrota.

Apesar do entusiasmo que me domina, estou ciente e consciente de que fomos salvos pelo nosso "paredão de usina hidro-elétrica" que atende pelo nome de Fernando Prass!

São Brás, como joga esse Prass!

E pensar que muitos jornalistas trabalharam e trabalham, -descaradamente, despudoradamente- para que ele não seja convocado para a Seleção, só porque Prass joga no Palmeiras.

Nem o goleiro titular da Seleção, Júlio César, hoje, é melhor do que Fernando Prass! Se ele, o titular, não é, o que dizer do modesto Jéfferson do Botafogo ou do inexpressivo Vitor, do Galo Mineiro?

Abra o olho, Felipão porque um grande time - necessariamente- tem de começar por um grande goleiro!

Rapaziada das organizadas e companheiros que condenaram a contratação de Prass -a melhor do Palmeiras dos últimos dez anos- por favor, peçam-lhe desculpas públicas pelo equívoco cometido.

Ah, e não se esqueçam, também, de parar com aquela lorota da "escola de goleiros" que nunca, jamais e em tempo algum sequer existiu! A não ser Veloso e Marcos, qual o goleiro diferenciado que a tal escola revelou? Alguém é capaz de responder?

Quero retornar a arbitragem para dizer que o Sr. Forlan prejudicou demais o Palmeiras, principalmente no primeiro tempo.

Aos 18 minutos não marcou um pênalti flagrante sobre Patrik Vieira, empurrado dentro da área, bem embaixo de sua barba! Mas não marcou porque não viu ou por que não teve peito? Em seguida, deixou de marcar escanteio para o Palmeiras! Foram dois erros crassos, gravíssimos, em menos de um minuto!

Aos 27 minutos, Wesley arrematou forte e a bola que -visivelmente- desviou na zaga foi a córner, Porém,  sua senhoria optou por marcar, apenas e tão somente, um inexistente tiro de meta!

Aos 30 minutos Augusto deu um carrinho de frente -não sei se em Patrik ou em Wendel- e não recebeu, sequer o cartão amarelo! Era um lance típico de cartão vermelho!

O time da Portuguesa bateu, muito, principalmente no primeiro tempo!  Entretanto o Sr. Forlan contemporizou demais e deixou de aplicar ao menos uns três cartões aos jogadores da Lusa.

É bem verdade que Lúcio também estava batendo, já que ele tentava, a todo custo, receber o terceiro cartão amarelo para antecipar sua suspensão contra o Paulista, domingo que vem, o que aconteceu apenas na etapa complementar!

O erro mais grosseiro da arbitragem aconteceu no segundo tempo quando um zagueiro da lusa levantou, demais, a mão e interceptou a passagem da bola em lance -visível e incontestável de penalidade máxima- que o bandeirinha Claudio Augusto informou certo, mas errou feio quanto ao local da infração que ele julgou e interpretou ter ocorrido fora da área! Mais um alto prejuízo creditado para o Palmeiras!

Individualmente:

Prass, o Áz, simplesmente, foi o melhor entre os vinte e oito que jogaram. Além de jogar muito, que "ass" que ele tem, não é mesmo? Pega demais esse Prass!

Wendel, bem, mas falta um reserva. Ontem, coberto por Mendieta, Lúcio e principalmente por Eguren, não deixou espaços no costado e foi, depois de Juninho, o jogador de defesa que mais chegou ao ataque. Detalhe: O Palmeiras realizou de setenta a oitenta por cento das investidas pelo seu setor.

Lúcio ganha corpo, personalidade, liderança e confiança a cada jogo. Abusou um pouco da violência, talvez por desejar conseguir um cartão amarelo e voltar limpo para a fase final do Paulistão. Só parou de bater a partir do momento em que foi amarelado!

Marcelo Oliveira não é zagueiro e não rende satisfatoriamente na posição, mas, assim como na lateral direita Wendel segue improvisado, ele também ajuda o time e quebra o galho. Atuação séria, porém discreta!

Juninho erra e acerta, acerta e erra o que vai acontecer sempre em razão de sua condição de jogador, apenas, mediano. Ele vale pela colocação, pela movimentação, pela raça que empresta ao time e por sua ousadia ofensiva. Fez o gol do clássico e mostrou que tem estrela!

Eguren cumpriu um papel tático de marcação e, principalmente, de cobertura das avançadas de Wendel. Não errou passes e não comprometeu, mas, a julgarmos pelo cartaz de que veio precedido, está longe de ter a condição de titular. Ele vem jogando porque Ricardo Oliveira virou beque e sobrou uma vaga no meio de campo, além do fato de o Palmeiras não dispor de ninguém melhor para a posição.

Wesley não brilhou, como é de seu feitio, mas não resta a menor dúvida de que com ele em campo o Palmeiras torna-se um time muito mais consistente e perigoso.

Mendieta começou apresentando um futebol de altíssimo nível, mas foi murchando à medida em que o tempo passava e acabou sendo substituído por França aos 34 minutos do segundo tempo. França, deu mais robustez defensiva ao time que, àquela altura, estava muito mais preocupado em manter o 1 x 0 e deixar o tempo passar,

Patrik Vieira, confirmando tudo o que penso desse jogador, esteve muito bem no jogo coletivo e deixou a desejar no jogo individual. Embora tenha marcado, coberto as investidas de Wendel, encostado sempre nos companheiros para as triangulações, falhou quando houve a necessidade de criar e improvisar, perdendo, ao menos, dois gols.

Rodolfo que entrou em lugar de Patrik impressionou-me bastante! Mostrou-me, embora jogando pouco e em um primeiro momento, que, -tecnicamente e individualmente- tem tudo para ser o melhor atacante do Palmeiras. É arisco, rápido, liso, driblador e tem coragem de arriscar, exatamente o que falta na maioria dos atacantes de hoje, sobretudo nos nossos. Arrisco-me a dizer que, se tiver chances, vai se consagrar com a camisa verde!

Vinicius, ontem, jogou muito na qualidade de jogador tático de preparação e, sobretudo, de auxílio na marcação, chegando a cobrir, muitas vezes, os avanços de Juninho.

O que falta a Vinícius é ter mais ousadia e em vez de ficar o tempo todo articulando, partir, de vez em quando, para cima dos beques e tentar fazer gols. É preciso que Vinicius saiba que o atacante vive de gols e que revogam-se as disposições contrárias.

 Bruno César, ainda fora de forma, substituiu Vinícius aos 19 do segundo tempo, e, apesar de todo o seu esforço, esteve longe da qualidade apresentada pelo garoto. Esforçado e voluntarioso, não conseguiu, porém, desenvolver m bom futebol. Faltam-lhe condição física e, principalmente, ritmo de jogo..Valeu pelo empenho!

Kardec, como vem ocorrendo sistematicamente, não apareceu. Além de estar muito bem marcado, foge da área para tentar participar do jogo deixando os companheiros em má situação porque não têm ninguém mais bem colocado e nem infiltrado na área adversária para as conclusões.

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De qualquer forma foi lídima e justa a vitória palmeirense!

Agora é Copa do Brasil e Paulistão, juntos, simultaneamente, concomitantemente...

Espero que Kleina não caia na esparrela de poupar todo mundo porque, apesar dos esforços e de todo o progresso, o Palmeiras ainda está carente de ajustes táticos e de um melhor entrosamento.

Para que isso ocorra -viu, Kleina- não pode existir a famosa solução de continuidade!

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NA TELEVISÃO

Linhares Júnior deu um "show" de transmissão no Palmeiras x Portuguesa. Narrou com vibração, do começo ao fim e, desta vez, não faltou com o respeito ao Palmeiras, mesmo quando exerceu seu sagrado dever de criticar!

Milton Leite, que comentava sem parar -até desliguei a tv- como se comentarista fosse, no Mogi x Santos, poderia requisitar o VT de Linhares e verificar o que é que agrada o telespectador em um narrador e em uma narração!

Em TV, ao contrário do rádio, quanto mais o narrador aparece, pior soa ao telespectador, que não está interessado em comentários ou gracejos, mas, estritamente, a saber quem está com a bola.

Osmar Santos, -um sucesso no rádio, um fracasso na tv-,  foi o maior de todos os exemplos, já que ele falastrão e impertinente queria se colocar como mais importante do que aquilo que era mostrado na telinha. Ninguém -nem ele e nem ninguém- nunca foi e nunca será!

O comentarista invasor da profissão de jornalista -obrigado, Globo- Beletti, falou muitas abobrinhas no primeiro tempo, brigando com as imagens,  ao tentar, logo de cara, deslustrar os méritos do time do Palmeiras que esmerilhava e era muito melhor do que a Lusa. Quando caiu na real, mudou completamente a sua linha de observação ficando o dito pelo não dito!

Quando é que a Globo vai voltar a ter jornalistas imparciais e descomprometidos, sem nenhuma ligação com os clubes, como ocorre com os ex-jogadores? Será antes, depois da Copa ou no dia de São Nunca?

Chega de patifaria com a classe, com os profissionais e com a profissão! (AD)