Observatório Alviverde

09/02/2016

O PALMEIRAS JÁ MOSTRA A FORÇA DE SUA TORCIDA PARA O JOGO DE 4ª FEIRA QUE VEM EM RIO PRETO CONTRA O OESTE DE ITÁPOLIS!



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OESTE DE ITÁPOLIS X PALMEIRAS

Nas décadas de 50, 60 e 70 o futebol no interior paulista alcançava a culminância de sua história, pode-se até dizer o seu apogeu. 

Equipes como o Guarani, Ponte Preta, os XV de Novembro (de Piracicaba e de Jaú), Noroeste de Bauru, São Bento de Sorocaba, Prudentina, Botafogo e Comercial de Ribeirão Preto, a fortíssima Ferroviária de Araraquara e o América de São José do Rio Preto (para que citemos apenas algumas) montavam grandes esquadrões e ofereciam séria resistência a todos grandes do futebol de São Paulo.

Isso, sem contar a Portuguesa de Desportos, o Juventus, o Taubaté, a Portuguesa Santista e o Jabaquara que enfrentavam os grandes muitas vezes de igual para igual.

Curica, Bambis e, principalmente o Palmeiras e o Santos, estes últimos, autênticas seleções, times de respeito formados por jogadores do mais alto quilate e expressão, a maioria absoluta recrutada em times interioranos, não raro tinham dificuldades extremas para vencer no interior e muitas vezes só o conseguiam mediante o auxílio vergonhoso das arbitragens.

Estádios cheios, rivalidades sadias (locais e regionais), festas inesquecíveis ocorriam cada vez que os grandes da capital visitavam essas cidades também representadas no contexto por times de altíssima qualidade formados e reformados ano a ano, revelando grandes craques.

Os campeonatos regionais não eram um sucesso exclusivamente no estado de São Paulo, mas em todo o país, de norte a sul, de leste a oeste, em todas as regiões e tudo corria às mil maravilhas.

Foi assim e decorreu assim, verificando-se por extensão e consequência nesse período o auge do futebol brasileiro que ganhou as Copas de 58, de 62 e de 70.

Na verdade, o Brasil só não se tornou tetracampeão mundial em face da autossuficiência e da soberba que tomou conta dos dirigentes do futebol brasileiro e da eterna briga Rio/São Paulo. 

Tudo ia bem até o surgimento da revista Placar, editada pela Editora Abril e seus "cronistas de vanguarda". A partir daí o futebol brasileiro só deu para trás, só regrediu e jamais voltou a ser o mesmo.

Adotando uma linha crítica até então inexistente em quaisquer publicações antecedentes ou da época, Placar, uma revista revolucionária, respaldada pela então maior editora do Brasil, arrasou a concorrência e acabou se tornando (como se dizia na época) "o diário oficial" e, depois, "a bíblia" do futebol brasileiro.

A partir daí iniciou o processo do que passaram a chamar de "modernização" do futebol brasileiro que nada mais era do que isso tudo o que aí está, isto é, a cópia vergonhosa do futebol europeu.

Conheci pessoalmente dois diretores editorais primevos da revista, Milton Coelho da Graça e Michel Laurence muito respeitados no meio mas, para mim, para mim, para mim, tão fracos, parvos, inexpressivos e indigentes de ideias quanto Juca Kfoury que os sucedeu no comando da publicação e a fez soçobrar.

Essa gente (a verdade tem de ser dita) sepultou o futebol brasileiro na cova rasa da imitação barata, da vassalagem e da subserviência cultural ao futebol europeu, fazendo crer às novas gerações de que só é bom o que é de fora e que time pequeno ou time de interior é lixo.

Tenho lido e constatado sistematicamente neste blog em comentários quase sempre divulgados por jovens que não vivenciaram a saga brilhante do futebol interiorano, que os times do interior são isto e aquilo, sempre em tom depreciativo,.

Entra ano, sai ano e há como que uma ânsia das torcidas pela chegada do Brasileirão e da Libertadores tanto e quanto uma extrema rejeição pelo que restou do vibrante e competitivo Paulistão de outrora.

Mesmo que os times não estejam convenientemente preparados para essas competições, o que deveria acontecer houvesse um calendário inteligente que previsse estaduais de quatro ou cinco meses com turno e returno, a fim de que houvesse motivação suficiente para a formação de novos valores mediante a preservação e manutenção dos clubes do interior.

O apequenamento e -em alguns casos- o fechamento e a destruição dos times do interior de São Paulo e dos demais estados do país diminuíram drasticamente o número de jogadores empregados e já não se tem mais a quantidade para obter qualidade.

A maior parte dos jovens do interior (são poucas as exceções) já não tem mais a mesma facilidade para se profissionalizar e a maioria desiste precocemente da carreira pela falta de um clube que os acolha.

Essa é a razão principal do desgaste e apequenamento do futebol brasileiro que, do jeito que as coisas andam, terá dificuldades em se classificar para a próxima copa. Quem viver, verá!

Quem não sabe ou percebe que o Brasil está perdendo a sua tradicional hegemonia técnica no continente e que não é, exclusivamente, para a Argentina nem apenas para o Chile ou Uruguai? 

Quem não percebe que os jogadores colombianos e equatorianos, do ponto de vista individual, são hoje muito mais criativos e habilidosos do que os brasileiros, ressalvadas poucas exceções e as equipes e seleções desses países estão se acostumando a derrotar os grandes clubes brasileiros e a nossa Seleção?

Não, não venham com argumentos de que o Curica levantou recentemente a Libertadores e tornou-se campeão mundial, haja vista que todos sabem de tudo o que a petralhada fez e tem feito por eles, ao ponto de trazer uma desnecessária Copa do Mundo para o Brasil, simplesmente para justificar a doação de um estádio a esse odiado clube! 

Quarta-Feira o Verdão se apresenta em Rio Preto, uma praça cujo potencial no contexto brasileiro financeiro é inferior, apenas, a São Paulo, Rio, Recife, Salvador, Belém, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre, sendo sempre igual ou superior às demais capitais ou a qualquer cidade do interior do país.

E, no entanto, essa praça não tem condições manter seus times de futebol em condições de competitividade, e (via de consequência) de cumprir a sua finalidade de ajudar na renovação do futebol brasileiro em face das imposições da Lei Pelé (da lavra exclusiva do doidivanas Juca respaldado por seus chegados) e da ausência de jogos com os grandes da capital no Paulistão, objetivo principal da existência dos clubes interioranos.

A partir de campeonatos regionais fortes que possam revelar a cada ano novos valores é que o futebol brasileiro poderá se recuperar e ressuscitar da letargia que o envolve. Essa, creiam, é a única saída. Não existe nenhuma outra!

Quarta-Feira que vem o Palmeiras vai lotar Riopretão, mesmo que o jogo tenha sido criminosamente marcado para as 22 H e ainda que não esteja enfrentando um adversário da cidade, mas de Itápolis, o Oeste, que levou seu time itinerante para jogar na capital da alta araraquarense, no que fez, aliás, muito bem, obrigado! 

Até a tarde de ontem, cerca de 12 mil ingressos, dos 16.145 colocados à venda, já haviam sido vendidos, segundo o presidente do Jacaré, Suélio Ribeiro. Mesmo durante o Carnaval, o torcedor foi ao Riopretão para tratar de garantir sua entrada. 

Paulo Nobre deveria, na medida do possível, levar o Palmeiras para realizar alguns jogos no interior onde o clube, em várias regiões, tem muito mais torcida que o Curica.

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