Observatório Alviverde

20/09/2017

NA MAIOR ILICITUDE DA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILEIRO PELÉ PREJUDICOU VALDEMAR CARABINA E O PALMEIRAS, MAS ISTO A MÍDIA NÃO CITOU E NEM CONTA!



Se o futebol profissional fosse verdadeiramente um ESPORTE, eu apoiaria o discurso que a mídia (com uma ou outra exceção) adotou, após o lamentável episódio do gol de braço de Jo, domingo contra o Vasco.

Entretanto o futebol (faz tempo) não é mais esporte mas um JOGO, jogo, aliás, de tantos interesses escusos que acabou transformando o vaziíssimo discurso midiático pelo "fair-play", em "conversa pra boi dormir"...

Sem nenhuma razão e completamente ao arrepio da ética, a maior parte da mídia está promovendo um autêntico "festival" de h-i-p-o-c-r-i-s-i-a, cujo objetivo parece ser aquele de desviar a atenção da opinião pública dos costumeiros favorecimentos ao Curica, time o qual ela tanto protege!

Por tudo isso, rasgo agora o véu diáfano da hipocrisia, doa a quem doer, ou agrade a quem agradar (sou convicto de que não vai agradar) para dizer o seguinte:

Apesar da imensa raiva que me causou o vergonhoso gol de Jo, verdadeiro acinte...

 Malgrado toda a ira que senti e sinto em face dos contínuos favorecimentos ao Curica, cada vez mais abertos, escancarados, abusivos e absurdos...

Mesmo com toda a influência definidora que o lance impôs na tábua de classificação, catapultando ainda mais o Curica, (que não consegue ganhar nada limpo, sem mácula e sem jaça), em direção ao título...

Com toda a influência negativa descomunal que esse gol tenha tido em relação às derradeiras perspectivas de o Palmeiras poder brigar pelo Bi...

Com tudo e por tudo, não vejo como deixar de dizer que o oportunista Jo (dentro e fora de campo) acertou em usar o braço para fazer o gol.

Não, não o chamem de aético, desonesto, marginal ou coisa assim, mas reconheçam que ele apenas cumpriu uma obrigação profissional para com o clube que o tem sob contrato, e o paga, regiamente, ao final de cada mês.

Seu erro foi aquele de antecipar e garantir publicamente que teria aderido ao "jogo limpo" após o lance que houvera vivenciado com Rodrigo Caio do SPFC em que foi beneficiado, passando a cobrar condutas semelhantes de companheiros e adversários.

O primeiro a ser cobrado forte por Jo foi o palmeirense Keno por não salvar uma expulsão do volante Gabriel, do Curica, vítima da falta de visão de arbitragem que o confundiu com o verdadeiro autor da infração. 

Só que na primeira oportunidade em que JO poderia -ele próprio- dar o exemplo, fraquejou completamente ou, na gíria do futebol, "pisou na bola"!

O chamado "jogo limpo" que a hipocrisia midiática insiste e persiste impor ao futebol, é, antes de tudo, um devaneio, uma quimera, ou, ainda, em melhor definição, uma fantasia.

Todos os jogadores que vestem a camisa de um clube de futebol profissional e entram em campo representando uma torcida, todos eles querem ganhar, se propõem a ganhar e lutam para ganhar os jogos, nem que seja honestamente!

Eles sabem, perfeitamente, que as confrontações entre os clubes, mormente entre os que têm mais rivalidade, rolam sob condições especiais, nas quais cada jogador, por exigência de seu clube e da torcida têm sempre de ganhar, no mínimo, empatar, mas perder nunca. Não existe substitutivo para essas situações!

Isso, normalmente, leva os jogadores ao desgaste e ao estresse, sobretudo os responsáveis e aqueles que têm brio profissional.

Quem, afinal, desconhece que a cobrança sobre eles é imensa,  desproporcional e que se as vitórias não vierem perderão os seus empregos e serão sumariamente dispensados.

Em razão da obrigatoriedade de vencer, penso que os jogadores não têm a obrigação da prática do "jogo limpo" porque, na verdade, ninguém joga limpo. Essa parece ser uma regra em que não há exceção.

Para coibir o "jogo sujo", a deslealdade e o descumprimento às leis do jogo existem os árbitros, os bandeiras, as regras, os tribunais... 

Ou você acha que Rodrigo Caio (ou qualquer outro jogador) procuraria o árbitro para dizer que, ao salvar uma bola, ela já estava dentro do gol?

Duvido!

Ou você acredita que se Caio (ou qualquer outro jogador) tocasse a bola com a mão dentro de sua própria área ou se lá mesmo derrubasse um adversário, ele procuraria o árbitro para se acusar e confessar que cometeu as infrações?

Sou convicto de que não!

Ou você acredita que se Dorival Júnior ordenasse que ele caísse em campo dissimulando uma contusão para ganhar tempo ou para promover uma substituição (flagrante ato de quebra de "fair-play") ele se recusaria?

Tenho certeza absoluta de que não!

Se tivesse de cobrar uma falta ao final de um jogo e seu time estivesse precisando ganhar tempo para garantir um resultado ele a cobraria rapidamente e daria seguimento imediato ao jogo?

Mas é claro, é óbvio que não!

Quando os atletas recorrem às costumeiras simulações de contusões (são inúmeras e contam-se às dezenas em cada jogo) também não fica caracterizada uma completa falta de "fair play"?

Quem pode negar?

E, no entanto, não apenas os clubes brasileiros mas os times de todos os lugares do mundo recorrem ao estratagema.

Mas disto a imprensa não trata, simplesmente não toca e finge desconhecer o assunto.

Meus amigos...

A conclusão a que chego é aquela de que os jogadores são (devem ser sempre) livres para agir da forma que queiram em campo, com ética ou sem ética...

Não que eu apoie os transgressores, mas porque entendo e considero que (na real) o "fair-play" no futebol não passa de utopia e de um jogo de interesses, aproveitados muitas vezes pelos próprios transgressores.

Para encerrar quero relatar a maior ilicitude já cometida na história do futebol brasileiro. Claro que o grande prejudicado foi o Palmeiras!

Isso, porém, a imprensa não toma conhecimento e nem pensa em divulgar, mesmo tendo ido buscar, para justificar o caso de Jo, um exemplo antiquíssimo envolvendo Nilton Santos "a enciclopédia", que a história do futebol considera o maior lateral esquerdo de todos os tempos, ocorrido em 1962 na Copa do Chile.

Em um jogo contra a Espanha, ao perceber que derrubara um adversário dentro de sua área e cometera um pênalti, Santos deu dois passos à frente induzindo o árbitro a interpretar que o lance ocorrera fora da área.

O caso do Palmeiras remete a um fato lamentável perpetrado por Pelé, "O Rei" considerado o maior jogador do mundo de todos os tempos, em um Palmeiras x Santos disputado no Pacaembu em 1958.

Para que vocês, mais novos, tenham uma ideia, Pelé nunca foi essa vestal que a imprensa tanto proclama...

Até e pelo contrário foi um jogador que usou muitas vezes a esperteza para enganar os adversários e principalmente, o recurso da violência, tendo quebrado algumas pernas na carreira.  

Entre elas está a de Procópio Cardoso Neto, que reside aqui em BH, ex técnico, ex-zagueiro da primeira academia e até hoje um grande torcedor do Verdão!

Pois Pelé, que a imprensa tanto incensou e promoveu em detrimento do palmeirense Mazola que, ao menos para mim, jogava tanto quanto "o Rei" (vi os dois jogarem), cometeu contra o Verdão a maior ilicitude em campo que  pude constatar em mais de 50 anos de carreira.

Rolava o clássico válido pelo campeonato paulista de 1958, quando, após um cruzamento em direção à grande área do Palmeiras, Pelé agarrou-se no braço de Valdemar Carabina.

Carabina tentou desvencilhar-se do agarrão sem conseguir, enquanto Pelé simulava estar sendo seguro por ele, sempre gritando para que o árbitro ouvisse até que atirar-se ao chão.

Esteban Marino, árbitro uruguaio famoso que militava no futebol paulista àquela época, ludibriado pela farsa, não teve dúvidas e apontou para a marca fatal, enquanto Carabina, revoltado, precisou ser contido por seus companheiros.

Em vez de falar na fraqueza de caráter do santista naquele episódio, a mídia preferiu dar destaque à esperteza de Pelé.

Como então, agora, querem falar em ética em um esporte, digo, em um jogo nunca teve, não tem e nunca terá ética! (AD)

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