Observatório Alviverde

24/02/2014

KLEINA, FINALMENTE, CAIU DAS NÚVENS!



A derrota de ontem para o Botafogo, em Ribeirão, -merecidíssima-, não é e nem pode ser motivo para desespero!

Não, não e não!

Definitivamente, não!

Entretanto, o revés serve como alerta ao grupo palmeirense -principalmente ao técnico Gilson Kleina- que deixou-se picar pela mosca azul da autossuficiência e da vaidade!

Não apenas por isto, mas, também, por isto, o Palmeiras perdeu a invencibilidade e conheceu a sua primeira derrota no Paulistão.

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O argumento vaziíssimo de que a ausência de alguns titulares tenha sido determinante no resultado negativo de ontem, é puerill!

Um clube da magnitude da SE Palmeiras, se quiser disputar os títulos, tem a obrigação de ter e manter um banco de reservas condizente com as necessidades da equipe, de acordo com a realidade dos campeonatos que disputa!

Ontem, ficou provado -ainda bem- que não é somente o time titular que tem deficiências. O banco também as tem e muito mais!

É preciso que se corrija o setor tão logo termine o Paulistão, dispensando os deficientes e contratando mais alguns -poucos- outros jogadores de melhor técnica, mormente homens de área!

Sem um banco categorizado e à altura, clube algum chega a lugar nenhum!

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Ontem, resultado à parte, faltaram ao time, além de técnica suficiente, principalmente a definição tática!

Peças fundamentais como Marcelo Oliveira e, principalmente, Valdívia, não poderiam ser escaladas para exercerem as funções táticas que Kleina lhes confiou.

Um jogador jovem e sem técnica, Miguel, não deveria ter entrado de cara. Foi suicídio!

Também faltaram, categoria, postura, raça, determinação, opinião e, principalmente, atitude!

O Palmeiras, ontem, passou longe desses atributos e realizou a sua pior exibição neste Paulistão.

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A derrota, ontem, para o Bafo,  não foi mera obra do acaso, da sorte do adversário e nem decorrente - conforme previ- de uma arbitragem deletéria.

O Botafogo venceu com amplos méritos porque realizou um primeiro tempo primoroso e jogou o tempo todo bem melhor que o Verdão, com muito mais aplicação, atuando como se estivesse jogando uma final de campeonato!

Verdade seja dita, os jogadores palmeirenses imaginaram que iriam dar um passeio em Ribeirão, mas acabaram inteiramente envolvidos por uma equipe que -neste jogo, neste jogo, neste jogo e tão somente neste jogo-, esteve, sob qualquer aspecto que se queira analisar, muitos furos acima do Verdão.

Time por time, o Palmeiras, completo ou não, sem invencionices táticas, jogando taticamente certo e provido de atitude em campo, sem qualquer dúvida,  é melhor do que o Botinha. Muito melhor!

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Ontem, aqui no post, eu dizia que Kleina, do jeitinho dele -manso, cordato e educado- era teimoso! Ficou provado, comprovado e ratificado no jogo de ontem! 

Li, creio que no Verdazzo, que Kleina sempre fez e faz questão de contrariar o pensamento e a voz da galera quando se trata de mudar o time. Sempre!

É verdade! Concordo, plenamente! A torcida espera que o jogador tal ou qual estreie e nada... Kleina sempre acha que pode acertar sozinho, mas, ontem, errou sozinho. E como errou!

Eu só não podia, nunca, imaginar que, além de teimoso, quanto GK é personalista, revelando, até, um viés que eu, honestamente,  desconhecia de aventureiro e apostador, que jazia escondido, até agora!

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Quando se esperava pela estreia de Rodolfo, -muito bem cotado e recomendado- GK teve a equivocada audácia de escalar o fraquíssimo Miguel, centroavante que sequer conseguiu destacar-se entre os juniores ...
PS: Não é porque Miguel ainda é jovem e veio da base que vou poupá-lo das críticas, pois já o conheço de priscas eras!

Há três anos, em São Carlos, os nossos juniores perderam, nas quartas de final da Copa São Paulo, para o Santos.

O time era excelente, mas Miguel o centroavante,  era o ponto mais fraco do time, que perdeu  por não ter um homem de área a altura de nossas necessidades. De que cartola Kleina sacou Miguel, o improdutivo?

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A teimosia e o personalismo exacerbado de Kleina -ele deve estar se julgando o dono do chiqueiro e da porcada- foi, em meu entendimento o fator determinante da debacle de ontem.

Se ele ia colocar em campo, pela primeira vez, um lateral, -William Matheus- porque não armou um esquema preventivo a fim de ajudar o estreante, ou, vá lá de prevenir possíveis erros decorrentes do chamado "nervosismo de estréia"?

Ou Kleina, simplesmente, queria queimar o jovem lateral e justificar as constantes escalações de Juninho esteja este atleta bem ou mal?

O time joga com Marcelo Oliveira como volante de contenção cobrindo o lateral esquerdo o tempo todo e, de repente, sem motivos para tal, Kleina recua Marcelo para a quarta zaga, sabendo que Eguren ainda não é um jogador perfeitamente adaptado!

Foi por alí que o Botafogo deitou e rolou, avançando, simultaneamente os dois laterais, confundindo, completamente, a defesa palmeirense.

Como um treinador que se jacta em um grande entendedor de futebol, pode enxergar futebol em Miguel que não conseguia ser destaque nem quando atuava na base?  

Se Marcelo Oliveira tem sido, em média, o melhor jogador do Palmeiras -depois de Prass, depois de Prass, depois de Prass- atuando como volante mais de contenção e cobertura, por que foi abruptamente recuado para a quarta zaga, se o momento não era emergencial?

E Eguren que a torcida, mesmo sem vê-lo em ação, o colocava em um patamar técnico superior a Márcio Araújo? O que jogou, ontem, o gringo? Pelo que mostrou, dá para que se confie nele?

Pois o oriental não jogou nada, absolutamente nada, mas como todo o uruguaio que se preza, manteve a tradição de seus compatriotas, dando ordens e distribuindo broncas o tempo todo, sem olhar para o próprio rabo!

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O Palmeiras perdeu para a Pantera, principalmente em razão de falhas individuais, sobretudo de Willian Matheus que, apesar de tudo, mostrou, potencialmente, algumas qualidades e tem de ter novas oportunidades.

Não fossem essas falhas, o jogo teria sido mais equilibrado e o Palmeiras, se não saísse com um empate,  teria perdido por uma diferença menor.

Embora todos digam que o Palmeiras perdeu o jogo pelo meio, eu ouso dizer, ao contrário, que o Botinha ganhou o jogo pelos flancos, através de uma organização tática muito producente, com o avanço e abertura dos laterais e a chegada dos meias ou dos volantes para a troca de passes, para a triangulação ou para os cruzamentos..

A falta de sincronismo de cobertura e, principalmente, de qualidade de marcação de Eguren e França que se confundiram o tempo todo - Valdívia e Mendieta não marcam e nem sabem marcar-  facilitou ,muito, o trabalho do ataque botafoguense.

A partir daí, na base da habilidade e contando com a falta de marcação pelo miolo de defesa,  cronificada pela ausência de Eguren -ele jogou?- que não marcava, não apoiava e não conseguia promover a saída de bola, o Palmeiras não chegou a lugar algum e sucumbiu diante de um adversário cuja organização tática, mesmo quando recuou para se retrancar, foi, o tempo todo, exemplar!

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De qualquer forma, a derrota de ontem na ex Capital do Café, teve o seu lado positivo.

Além de evidenciar as falhas da equipe, mostra que ainda estamos longe de ter um time competitivo porque-conforme temos apontado neste blog à exaustão-  o Palmeiras não investe em homens de área.

Faltam-nos homens de área criativos, improvisadores, ousados, rápidos, velocistas, dribladores, chutadores, cabeceadores, que infernizem as defesas adversárias.

Creiam, nem Kardec nem Leandro preenchem esses requisitos, -ambos são muito limitados- outrora encontrados muitas vezes em um único jogador .

Como os tempos mudaram e as coisas, hoje, não são mais assim, -são poucos os jogadores de hoje com tal versatilidade- o Palmeiras deveria radicalizar e investir em jogadores superiores a Miguel, a Vinicius e a tantos outros que só ocupam espaço em nosso elenco sem, no entanto,  render satisfatoriamente.

Esses jogadores precisam ser emprestados assim que possível, para ganharem mais experiência ou serem negociados em definitivo, porque um clube que deseja, de fato, ostentar grandeza no futebol brasileiro tem de acabar com os meias-bocas.

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A derrota de ontem tirou um pouco do peso da luta pela invencibilidade e, ao mesmo tempo, faz com que os jogadores reflitam, coloquem os pés no chão e retomem a humildade.

Mais do que isso, derruba Kleina de seu  berço esplêndido de nuvens e o recoloca na dura e implacável realidade do mundo do futebol, na qual não se pode dormir ou descuidar ao menos por um instante!

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Mas se houve um aspecto muito positivo nesse resultado, foi aquele de melhorar o posicionamento do Botafogo no grupo do Cu-rintia.

O Botinha, agora, tem 19 pontos contra 14 dos "fedôs", e do jeito que caminha este grupo, com o Ituano em segundo, com 18 e o Audax em terceiro com 16, vai ser difícil que eles se classifiquem com apenas cinco rodadas a serem disputadas.

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Embora toda a derrota seja negativa, você considera útil o Palmeiras ter perdido a invencibilidade e ter caído na realidade de que não existem times imbatíveis?

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NA TV

Irretocável a transmissão do Sportv com Milton Leite e Maurício Noriega.

Narrando o jogo com isenção, -o que nem sempre faz- sem desprezar a bola rolando, e mantendo o seu privilegiado timbre vocal do início ao final do jogo sem mezza-voice, Milton é o melhor  do que os Galvões, os Luis Robertos, os Klebers ou quaisquer outros da matriz!

Porém, quando foge do relato e fica opinando ou fazendo piada o tempo todo, desinteressado na narração, pautando o comentarista ou discorrendo sobre coisas aleatórias sem parar, Milton torna-se  intragável!

Ontem -verdade seja posta- esteve muito bem!

Por outro lado. conquanto discordasse, pontualmente,  de muitas opiniões do Noriega -é normal- ele também esteve muito bem, ressalvada, como sempre, a sua mania de pisar em ovos quando vai emitir qualquer opinião favorável ao Palmeiras. (AD)