Observatório Alviverde

23/06/2017

BRUNO HENRIQUE COLOCOU-SE À DISPOSIÇÃO DE CUCA PARA JOGAR DOMINGO EM CAMPINAS CONTRA A PONTE!



Não existe torcida mais fanática, apaixonada, tanto e quanto tão exigente, intolerante e muitas vezes irracional do que a "LEAL" do Palmeiras.

Sem exagero e sem medo eu afirmo que o Palmeiras é o único time do "planeta- bola" que contrata um treinador e, por não concordar com o nome, a torcida trabalha para que ele seja demitido antes mesmo dele dirigir a equipe ao menos vez.

É óbvio que estou falando acerca de Eduardo Batista que ninguém em sã consciência queria dirigindo o Verdão, exceto o festivo diretor de futebol.

Fui, já na primeira hora, r-a-d-i-c-a-l-m-e-n-t-e contra a contratação, a partir do instante em que foi cogitada e, depois, anunciada como possível e, por fim, como provável. 

Aliás, duvido que houvesse um único palmeirense esclarecido apoiando a tão ridícula e infantil contratação de um profissional que, já se sabia, dificilmente daria certo. 

Entretanto, a partir do instante em que a bobagem foi perpetrada de forma estúpida e  irreversível (alea jacta est), cabia à torcida -primeiro- deixá-lo trabalhar e só depois, se ele não acertasse e merecesse, criticar.

Mas não, não deixaram! Apenas e tão somente, covarde e impiedosamente, o cobraram e, em seguida, o crucificaram! 

O fizeram de uma forma tão forte, acintosa e desrespeitosa que interferiram em seu ânimo e atrapalharam o seu trabalho, a partir da criação de um clima hostil, impropício e desoportuno, verdadeiras barreiras materiais e mentais ao jovem treinador, dessas que nem um cascudíssimo Luxemburgo teria condições de suportar. 

EB não suportou! Sucumbiu sem poder mostrar ou provar que era ruim ainda que, segundo os números, com um bom aproveitamento.

Sua contratação -repito- um erro grosseiro do diretor de futebol, fez com que ele dirigisse o time sob intensas tensão e pressão até o final do Paulistão.

O que a torcida deveria considerar e compreender mas não considerou nem compreendeu é que, perpetrada a estupidez e o amadorismo da contratação de EB, cabia-lhe ter paciência e dar um tempo nas críticas a fim de desanuviar o clima dos bastidores.

Um voto de confiança -ainda que curto- ao jovem treinador teria permitido que ele tivesse sossego e tranquilidade para ao menos trabalhar, mas a intolerância da torcida foi bem maior do que a sua lucidez.

O titular deste blog, a princípio, combateu com todas as suas (limitadíssimas) forças a contratação de EB, um treinador muito jovem, inexperiente, sem currículo ou estofo para dirigir o Verdão. 

Aliás, para mim, não se constituiria em nenhuma surpresa se Mattos declarasse que recebeu "conselhos otomanos" antes de concretizar esse autêntico "negócio da china" que, afinal de contas, não foi bom para ninguém!

No entanto, a partir de quando tomei conhecimento de que a chegada de EB era real e  irreversível,  tentei -de todas as formas- amenizar a carga negativa sobre o jovem treinador, proporcionando-lhe condições para que ele tivesse toda a tranquilidade para desenvolver o seu trabalho no Palmeiras.

Lamentavelmente a intolerância e a falta de condescendência da maior parte da torcida impediu que EB ao menos pudesse tentar acertar e, verdade seja dita, tem sido assim no Palmeiras através dos tempos, já há longo tempo em várias e sucessivas ocasiões e situações.

Ontem, assistindo a um bom tempo de Flamengo e Chapecoense, verificando a magnífica performance do meio de campo rubro-negro, lembrei-me de outra sacanagem que, guardadas as devidas proporções e diferenças é do mesmo teor

Ela foi perpetrada contra um jogador que foi sumária e desprezivelmente defenestrado do Palmeiras e que a torcida, não entendo porquê, -até hoje- cultiva e insiste em crucificar: Márcio Araújo.

Interessante é que mesmo em um verdadeiro "butantã" como o Flamengo, a bola simples e eficaz do operário da bola Márcio Araújo desde a sua contratação aos dias de hoje, continua prevalecendo sobre o nome, a grife e a sofisticação dos "cobras" rubro-negros com todos os treinadores que passaram por lá.

Aqueles que o empurraram para fora do Palmeiras não têm a humildade de reconhecer a utilidade desse operário padrão do futebol brasileiro e sempre minimizam o que ele faz em campo, jogando quase sempre os 90 minutos dos jogos sem se contundir e sem perder a titularidade.

Em seu tempo de Palmeiras optaram por condená-lo como o único responsável por todas as mazelas defensivas da equipe, tanto e quanto por todos os gols que o time tomava. 

Da mesma forma o cobravam porque ele subia pouco ao ataque, quase não chutava ao gol e preferia -mais- guarnecer a cabeça de área e a intermediária do Verdão!

Ao mesmo tempo -lembro-me bem- enalteciam Marcos Assunção que jogava ocupando exclusivamente uma faixa de 20 ou 30 metros de comprimento por 5 de largura de intermediária a intermediária pelo lado esquerdo do campo sem maiores preocupações defensivas, sobrecarregando o maranhense.

Assunção, veteraníssimo, batia os córneres e as faltas com reconhecida eficiência e com esse salvo conduto continuava jogando em um time que parecia sempre jogar com dez. 

Em vez de olhar e considerar esses aspectos, a maior parte da torcida preferia culpar sempre Márcio Araújo. Não sossegaram enquanto não o tiraram do time e do próprio Palmeiras!

Quando o Verdão se desfez de Araújo muitos palmeirenses imaginaram que nenhum clube grande se interessaria por seu futebol, mas entre os vários times de ponta que o desejavam, ele optou inteligentemente pelo Flamengo por livre e espontânea vontade e continuou em evidência.

Não, não estou querendo afirmar que Márcio Araújo seja um Dudu, um Paulo Roberto Falcão, Carpegiani, um Dunga, um Wilson Piaza ou até um Batista (hoje comentarista do Sportv no RS)...

Para que não digam que estou indo muito longe, cito, mais recentemente um Gilberto Silva, um Vampeta, um Mineiro ou até os nossos Pierre e Zé Roberto, este quando era mais jovem, todos exemplos do  exagero (à beira da loucura) que toma conta de tantos palmeirenses na análise de nossos jogadores, para eles sempre ruíns, sempre inferiores, sempre piores do que os dos outros clubes.

Sem querer, absolutamente, criticar ou condenar individualmente ninguém que critique ou não concorde com a presença do "doador de sangue" Thiago Santos em nosso elenco, eu sou radicalmente contra as críticas destinadas a esse atleta disciplinado dentro e fora de campo, tão dedicado ao time e à profissão.

Que -tecnicamente- ele é inferior a todos os citados e à tantos outros mais, não tenho dúvida, mas, se mal pergunto me desculpem, "quantos volantes em atividade no futebol brasileiro atual são muito melhores do que ele?"

Alguém tem dúvida de que Thiago fará muita falta domingo em Campinas contra a Ponte?

Se eu pudesse pedir algo a nossa torcida, pediria que procurasse valorizar e dar moral aos jogadores, ainda que possamos ter alguma restrição a eles, objetivando somar e contribuir para dar moral ao time na duríssima luta que está travando em busca da classificação.

Encerrando a postagem quero elogiar o imenso profissionalismo do novo contratado, Bruno Henrique, ex curica que não fez qualquer "bico-doce" ao ser contatado pelo Verdão e topou defender i clube de imediato.

Num segundo momento ele mostrou extroversão total ao ser apresentado e declarou que seu clube a partir daquele momento era o Palmeiras e nenhum outro mais.

Ontem identificado com o problema decorrente da falta de volantes de contenção ele sensibilizou-se e, apesar de ainda não estar cem por cento em forma, confirmou o seu profissionalismo sem limites ao colocar-se à disposição de Cuca para, se necessário, entrar no time domingo que vem contra a Ponte em Campinas. 

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