Observatório Alviverde

14/08/2016

ATLÉTICO PARANAENSE 0 X 1 PALMEIRAS


A palavra que define a vitória do Palmeiras sobre o Atlético ontem em Curitiba, só pode ser esta: maturidade.

Não, não estou analisando o resultado em si, mas a postura adulta de um time que entrou em campo consciente de suas limitações, porém ciente de seu potencial técnico, muito maior do que o do adversário.

O resultado magro de 1 x 0 não refletiu, absolutamente, o trabalho dos times dentro de campo. 

Fosse por mérito ou rendimento e o Palmeiras teria construído um resultado muito mais elástico de 3 ou de 4 x 0, em face do maior volume de jogo apresentado, tanto e quanto da forma como envolveu -completamente- o adversário, mormente na etapa inicial.

Confesso-lhes que em função do retrospecto, eu temia pelo pior! Embora em meu íntimo eu imaginasse e julgasse que a vitória era possível, tinha as minhas dúvidas em face de múltiplos aspectos que cercavam o jogo, a começar pela própria escalação.

O interessante dessa questão é que a maior parte dos que escrevem neste OAV acertaram em 90% ou mais de suas análises e as conclusões a que se chega (quem não concordar pode, perfeitamente, entrar na roda de nossas discussões e discordar livremente) são estas:

Fizeram, Cuca, a comissão técnica e o próprio Palmeiras, justiça com Jailson e ele mostrou que -bem treinado e aclimatado- pode entrar no ritmo de Prass.

O miolo de zaga conta com o beque-artilheiro e o melhor zagueiro interior esquerdo do país, Victor Hugo que parece se entender melhor com Thiago Martins do que com  Edu Dracena.

No entanto a tendência é a de que Mina venha ser seu companheiro de zaga nos próximos dias, tão logo o colombiano se recupere, definitivamente, da contusão que o afastou do Brasileiro, após auspiciosa estreia e algumas estupendas apresentações.

Jean (magnífico jogador) não é lateral de ofício e tem dificuldades para as jogadas na esquina do gramado.

Essa deficiência queima completamente (tem sido assim) qualquer jogador escalado para atuar pela ponta direita ou quem caia pelo setor, porquanto ele tem dificuldades em realizar tabelas e ultrapassagens pelo setor. Róger Guedes só não se queimou porque tem muita importância tática para Cuca.

O problema da falta de chegada de Jean não chega a ser tão sentido e tão crucial como o que ocorre pelo lado esquerdo com Zé Roberto.

Isso porque Jean consegue apoiar com força e eficiência atuando em diagonal, incursionando pela meia e pelo meio com um excepcional poder de chute e se transformando, sempre, uma opção de arremate à média e longas distâncias.

Que o time sem Zé Roberto, ainda que ele não comprometa em campo como tem ocorrido ultimamente, é outro, melhor, muito melhor! Infinitas vezes, melhor, como sempre fizemos questão de ressaltar.

Com Egídio (há quanto tempo estamos dizendo isso?) o Palmeiras dispõe de um leque muito mais amplo de jogadas ofensivas embora com um poderio defensivo igual. 

Egídio não marca tão bem, mas apoia infinitamente mais e melhor do que ZR.

A vantagem maior é aquela de que o costado de Egídio (ele tem muito mais corpo, mais presença, melhor preparo físico e maior poder de recuperação) não é tão vulnerável e nem é preciso armar esquemas especiais de cobertura que subtraem a força ofensiva da equipe.  

Lembram-se de quando eu disse que o problema de ZR como titular não é o que ele faz (dá para o gasto) mas o que ele deixa de realizar em termos táticos pois limita demais a equipe? Ontem, na prática, deu pra constatar, perfeitamente, o que dissemos.

Em relação ao meio de campo, o Palmeiras após ter perdido Gabriel Jesus, tinha de ter entrado em campo mais fechado e precavido tanto e quanto o fez ontem contra o Atlético PR, sem essa de inventar. 

Com todo o respeito, Cuca não pode trabalhar dando importância à imprensa que vai sempre cobrar times ofensivos que, na maioria absoluta das vezes, são derrotados pelos times defensivos, ou, definindo melhor, pelos mais equilibrados. A exemplo do que ocorreu ontem, o Palmeiras tem de ser e estar, sempre, equilibrado!

O Palmeiras, ontem, escalou Thiago Santos e Tchê-Tchê à frente da zaga, e eles contavam sempre com o recuo do incansável Moisés, que tem fôlego suficiente para, se quiser, disputar a Maratona ao final das Olimpíadas.

Róger Guedes e Eric também contribuíram, na medida em que também voltavam para tentar reaver a posse de bola e, embora menos, Dudu que fez o trabalhão de pião (com i mesmo) também ajudou e ainda dispôs de tempo para distribuir o jogo. 

 Sem fazer uso do jogo aéreo contínuo, só utilizado nas bolas paradas com o avanço dos beques (o gol ocorreu assim), o Palmeiras provou que é muito mais letal se jogar sem um centroavante especialista, porque, como já dissemos, para atuar assim o Palmeiras teria de ter laterais apoiadores, o que, efetivamente, o time não tem.

Isso explica a insistência de Cuca com Leandro Pereira que representou uma tentativa dele colocar no time o único centroavante que sabe tocar, tabelar e jogar sem bola! Infelizmente, não deu certo!

Já imaginaram se o Palmeiras tivesse um distribuidor de jogo e lançador da estirpe, qualidade, valência e inteligência de Valdívia, e o time estivesse atuando no esquema de ontem com dois atacantes de velocidade escolhidos entre Gabriel Jesus, Dudu. Eric e ou Róger Guedes? 

O jogo de ontem na capital araucariana (gostaram da expressão?) mostrou que este OAV, isto é, eu, você e todos nós, acertamos plenamente, com um ou outro equívoco, todas as nossas antevisões a respeito do time do Palmeiras?

Vejam que malgrado o péssimo apitador gaúcho Jean Pierre ter impedido o Palmeiras de se impor ainda mais no jogo e de atropelar e golear o Atlético, o Verdão conseguiu a proeza de ter sido até agora o único time a derrotar rubro-negro paranaense em sua própria casa.

E o fez de maneira indiscutível, inquestionável e inapelável com casa cheia, torcida contrária, gramado artificial e, enfim, sob um ambiente inteiramente adverso e hostil.

Num jogo no qual todo mundo jogou bem, até Róger Guedes, criticado por muitos que não reconhecem a sua importância tática no contexto palmeirense, destaco três jogadores: Jailson, Thiago Santos e Moisés, este, mais uma vez e com toda a justiça, o craque do jogo!

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SEM CENTROAVANTE DE OFÍCIO PALMEIRAS BUSCA ESTA NOITE A VITÓRIA EM CURITIBA CONTRA O FURACÃO!

  
Rodrigo volante contratado junto ao Goiás em janeiro deste ano, está entre os que viajaram à Curitiba e, finalmente, pode estrear com a camisa do Palmeiras contra o Atlético Paranaense, agora que estamos  20ª rodada do Brasileiro.

Após um bom desempenho pelo time goiano em 2015, Rodrigo foi contratado pelo Palmeiras mas  uma lesão, o impediu de buscar um lugar no time. 

Rodrigo, assim que chegou, ficou fora e combate por um mês devido a uma contusão e depois mesmo recuperado, não conseguiu se firmar. 

Tanto é verdade que ele ainda não estreou pelo Palmeiras, embora também devido à forte concorrência no setor, onde o Verdão tem Arouca, Tchê Tchê e Thiago Santos e outros.

O lateral Fabiano, que esteve de fora até do banco de reservas contra o Vitória reaparece entre os relacionados tanto e quanto Matheus Sales, este, novamente à disposição de Cuca

Os desfalques continuam muitos, Gabriel Jesus, na Seleção Olímpica, Fernando Prass, que operou o cotovelo direito, Yerry Mina, Edu Dracena e Leandro Pereira, estes em fase de recuperação de lesões, tanto e quanto Lucas Barrios, com problema na coxa e Zé Roberto, suspenso automaticamente por ter recebido o terceiro cartão-amarelo.

Relacionados do Palmeiras para o confronto deste domingo:
 
Goleiros: Jailson e Vagner
Laterais: João Pedro, Egídio, Fabricio e Fabiano
Zagueiros: Roger Carvalho, Thiago Martins e Vitor Hugo  
Volantes: Arouca, Gabriel, Matheus Sales, Tchê Tchê, Thiago Santos, Rodrigo e Jean
Meias: Moisés, Cleiton Xavier e Allione  
Atacantes: Erik, Dudu, Rafael Marques e Roger Guedes

PROVÁVEL ESCALAÇÃO PARA HOJE:

Jailson, Jean, Thiago Martins, Victor Hugo e Egídio. Tchê Tchê, Thiago Santos Moisés e Cleiton Xavier. Dudu e Eric.

Seria essa, TIDA COMO A MAIS PROVÁVEL, de fato, a melhor formação para o Palmeiras derrotar o Furacão?

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