Observatório Alviverde

27/02/2017

UMA SUGESTÃO A EDUARDO BATISTA E AO VETERANO ZÉ ROBERTO!



Quando Eduardo Batista afirmou que o problema do time do Palmeiras não era o sistema de jogo mas, simplesmente, compactação, sob o meu ângulo analítico. acertou plenamente.

Independentemente de qualquer mudança ou nova tática adotada, o time ajustou-se plenamente contra a Ferroviária.

A julgar-se pelo que disse o treinador a alteração da maneira de atuar ocorreu automaticamente, mais do que por suas determinações, pelas características das próprias peças envolvidas no jogo.

Foi desse mesmo modo que ocorreu, ano passado, uma mudança radical do modo de jogar do time, provocado pelas primeiras escalações de Moisés.

Lembro-me perfeitamente que eu e muitos implorávamos pela aquisição de um armador quando ele entrou no time completamente desacreditado.

Registre-se, porém, que Moisés teve personalidade para reagir ao ambiente corrosivo que o cercava, impôs seu ritmo, a sua personalidade e seu modo de atuar, alterando também o modo de jogar da equipe e acabando por se  tornar o jogador mais importante do esquema e do time de Cuca.

A diferença entre ele e Zé Roberto, que exerce a mesma função no esquema atual de Eduardo Baptista em face das contusões de Tchê-Tchê e do próprio Moisés é que com Zé o time é mais cadenciado, mais lento e sai com menos velocidade ao ataque.

Com ZR na função de meiocampista o time toca bem mas é marcável e previsível, pois joga na horizontal e o veteraníssimo jogador além de estar condicionado a tocar de lado (já é um cacoete) não consegue sair em velocidade suficiente para surpreender e demolir os sistemas defensivos adversários
 lançando Keno, Dudu ou qualquer outro que esteja à frente.

Eu, particularmente, colocaria Raphael Veiga no lugar de ZR como o segundo volante, pois se ele tem menos experiência, tem, também, excelente capacidade técnica e lança melhor à distância, com a vantagem de, em um rápido vislumbre, perceber alguém desmarcado para habilitá-lo a atacar com perigo ou colocá-lo na cara do gol mediante uma única batida na bola.

Não quero subestimar Zé Roberto neste quesito, posto que ele é um jogador (quase) completo, bom nas bolas paradas, bom no cruzamento, tanto e quanto tem chute forte com bom direcionamento, excelente visão periférica e inteligência para enfiar as bolas curtas.  Exceto as à longa distância!

Ao meu sentir falta-lhe, treino para condicionar-se a atuar dessa forma e, quem sabe, ele possa alterar até seu modo vicioso de atuar quando toca curto apenas para os lados, verticalize seu jogo e se transforme (na função, na função, na função) em um novo Jair da Rosa Pinto, ao menos na maneira de atuar.

Para quem não sabe Jair foi um grande ídolo palmeirense e o maior meia de ligação de todos os tempos (em meu entendimento) da história do futebol brasileiro que a intolerância da torcida mandou embora na década de 50) o armador que mesmo jogando quase parado consagrou Pelé para o futebol segundo o próprio Pelé escreveu em seu livro "Eu Sou Pelé"!

Fazendo uma digressão, quando Humberto Tozzi artilheiro palmeirense do início da década de 50 foi contratado pela Lazio onde ficou por quase cinco anos e marcou pouco mais de 30 gols (média de 6 por ano) perguntaram a Jair (a essa altura já defendendo o Santos) por que Humberto não tinha dado certo no futebol italiano.

A resposta de Jair foi uma frase cunhada por Jair que virou verso de música e até hoje usada, que serve para evidenciar a importância de um lançador emérito, "raça" quase extinta no futebol brasleiro desde que a mídia impô como moda e referências o sistema de jogo europeu aos técnicos e o futebol brasileiro perdeu a sua identidade.

 A frase é esta:

"Levaram uma flecha mas esqueceram o arco". 

O arco era ele, Jair, o maior de todos, muito mais do que Didi ou Gerson que aprenderam com ele ou qualquer outro.

Não digo que jogando como Jair que os "inteligentes da mídia dirão que não é possível em face da veteranice de ZR e da exigência física do futebol de hoje", ZR se transformaria em um lançador emérito. 

Não quero dizer que ele entraria no rol dos maiores armadores da história do futebol brasileiro, mas sou convicto de que, na ausência de jogadores dessa característica em todo o país, seu aproveitamento nessa característica surpreenderia muitas defesas e abriria o caminho para muitos gols do Palmeiras.

É uma experiência positiva essa perspectiva de ampliação do uso de Zé Roberto que, repito, bem treinado e condicionado para a função pode ser transformado em uma arma letal a ser usada senão como uma sistemática de jogo (Guerra não joga assim, tampouco Moisés e Tchê que estão voltando) mas como um recurso para uma mudança tática repentina do modo de jogar da equipe quando qualquer jogo assim o exigisse.

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