Observatório Alviverde

11/06/2012

VALDÍVIA NÃO É MAIS UM CASO DE POLÍCIA!

 

Sou réu confesso:

Fui, sim, um entre tantos palmeirenses que vibraram com o retorno de Valdívia.

Influíram-me:

1) as suas classe e postura em campo

2) a incrível capacidade de improviso,

3) a extraordinária visão de jogo.

4) o seu vasto repertório de dribles,

5) o amor e a identificação com o Palmeiras demonstrados pelo chileno.

Foram esses fatores que  ajudaram o Verdão a conquistar título Paulista de 2008, já que Valdívia foi o principal jogador da memorável campanha. 

Mais que isto, acrescente-se as suas espetaculares atuações e irreverência nos clássicos, bem como a enorme satisfação que irradiava ao demolir a arrogância dos bambis, a auto-suficiência das sereias e a pose das galinhas pretas!

Que palmeirense pode esquecer da provocação ao arrogante  Rogério Ceni no choque-rei, quando, após ter feito um gol, simulou o choro adversário? Foi um gesto impagável!

Tudo isso contribuiu para que o chileno, não sem razão chamado por seus compatriotas de Mago, fosse o sonho de consumo da torcida do Verdão, após ter sido, indevidamente, criminosamente, apartado da torcida e negociado para o Al Ahli.do Qatar em erro de visão e de marketing colossal.

Além de, em tempo recorde, ter se tornado um ídolo, projetava-se rapidamente para o estrelato, ajudava a fazer novos torcedores, restaurava a marca Palmeiras e ajudava a melhorar o público nos estádios.

A negociação intempestiva, inoportuna, bastante cruel para a torcida, foi instigada por Luxemburgo.

Ele se sentia diminuído e já não suportava a presença de Valdívia que atraia todas as atenções, da mídia e do povo, onde quer que o Palmeiras jogasse ou estivesse. 

A venda prematura de Valdívia foi um dos episódios mais lamentáveis da vida recente do Palmeiras, confirmando a tese de que o clube não mantém ídolos.

Simplesmente os negocia visando a fazer caixa, sem aproveita-los devidamente..

Não sou contrário à venda de jogadores desde que em hora e momento propícios. Por isso, pergunto:

Se houvéssemos mantido Danilo, estaríamos passando por tantos problemas defensivos?

Já Imaginaram uma dupla formada por Danilo e Henrique?

Se houvéssemos mantido Cleiton Xavier e Obina que timaço teríamos hoje!

Tudo tem a sua hora e o Palmeiras poderia, perfeitamente, ter usufruído um pouco mais do talento de tantos jogadores, principalmente de Valdívia.

A italianada ainda não aprendeu que mantendo os bons jogadores e dispensando os razoáveis e ruins a cada meia temporada é que se pode depurar um elenco e armar grandes equipes;

De que adiantou ganhar uns trocados com Danilo e Valdívia se não houve reposição à altura?

Em suma, o Palmeiras empreendeu um enorme sacrifício para ter Valdívia pela segunda vez, mas, infelizmente ele voltou quando a equipe era dirigida por sua majestade Dom Felipão, o retranqueiro.

Ao voltar ao Brasil, Valdívia sentiu que o ambiente no elenco já não era o mesmo da época de sua primeira passagem pelo Verdão;

Não apenas em razão dos maus resultados e da carência de títulos ou da conturbação político-interna.

Principalmente, pelos métodos arcaicos de Felipão na administração do grupo, das táticas de jogo superadas e das exigências descabidas e despropositadas do treinador no que tange às  funções individuais de cada jogador.

Como todo autocrata, Felipão exigia que Valdívia corresse o campo todo, o tempo todo e que marcasse saída de bola e outros “quetais”, incompatíveis com o seu biótipo, características, condições físicas, arte e habilidades.

Felipão conseguiu a proeza de transformar um os jogadores mais técnicos e criativos do planeta em um mero perseguidor de zagueiros. Exigiria ele o mesmo de Ronaldinho Gaúcho se o Palmeiras o houvesse contratado?

Seria como colocar um pintor de quadros genial, da qualidade de um Rembrandt, de um Picasso ou de um Renoir, simplesmente  para pintar paredes, mas foi isso o que Felipão, inconsequentemente, ordenou a Valdívia..

Todos se lembram que nos dois ou três primeiros jogos Valdívia esteve bem, mas, em decorrência desse equívoco passou a “treinar” no Departamento Médico.

É óbvio que Valdívia está insatisfeito, como insatisfeitos estão Cicinho, Barcos e Daniel Carvalho. Os três, em recentes entrevistas, deixaram transparecer que não concordam com o esquema, mas que devem obediência a Felipão.

Assim como os três, vários outros jogadores também devem estar insatisfeitos, embora não tenham declarado ou sugerido publicamente.

É muito ruim quando existe insatisfação dos profissionais contra  o treinador mas, não é, em si, um mal que destrua a união de uma equipe focada em objetivos. Os jogadores vão dar tudo de si quarta-feira contra o Grêmio, Quem viver, verá!

Aliás, essa resistência ao técnico existe em todos os clubes. Muitos atletas não aceitam a reserva e passam a odiar e, em alguns casos, sabotar o treinador.

Isto é muito mais comum do que se pensa e a dose de ódio e rejeição aumenta se o técnico é autoritário e exigente, tipo Felipão.

Valdívia, uma estrela internacional, deve estar, seguramente, de saco cheio, enjoado de ser tratado com menosprezo e colocado na vala comum dos Vinicius, dos Rivaldos, dos Tingas, , dos Gérleys e dos Betinhos.

Para mim não seria nenhuma surpresa se ele tivesse dado uma de Somália, isto é, promovido e patrocinado o próprio seqüestro.

Entretanto as imagens das gravações das câmeras de segurança, segundo declarou um delegado, mostram que ele e a esposa estavam sendo seguidos por um indivíduo cuja fisionomia batia com a descrita pelo jogador à polícia.. 

Lembram-se do que escrevi?

“Quem ou o que estaria por trás do seqüestro de Valdívia?”

Isso, porém, foi dito em um momento em que a polícia afirmava publicamente que não houvera conseguido localizar o casal Valdívia nas gravações, o que ocorreu posteriormente.

As suspeitas se tornaram mais claras, a partir do momento em que  Valdívia recusou-se a formalizar oficialmente a queixa policial e a fazer o competente BO.

Mas o novo comunicado das autoridades policiais jogam por terra qualquer suspeita e confirmam o lamentável evento, isentando e imunizando o chileno de qualquer suspeita.

Assisti a uma parte da entrevista de Valdívia à TV chilena e fiquei com  a impressão de que não houve nenhuma armação da parte do jogador. Se houve foi o que se pode chamar de “crime perfeito”, trabalho de profissionais!

Valdívia anunciou que estaria em Sampa nesta terça-feira, acompanhado de seu pai para conversar com a diretoria do Palmeiras.

Sem dizer claramente que estava disposto a romper seu contrato e sair ele afirmou que não conseguiria viver longe de sua família.

Para quem sabe ler, um pingo não é letra, não!  É um pingo mesmo!

Valdivia colocou um pingo no I de Vald(I)via e parece disposto a mudar de ares, apoiado em uma cláusula contratual de que o Palmeiras teria a obrigação de facilitar a sua venda desde que fosse para qualquer clube do exterior.

Considerando-se que:

Valdivia vem jogando com apatia, sem nenhuma alegria ou motivação 

Que Valdívia não vem jogando o que sabe e pode…

Que Valdívia não se adapta ao esquema tático de Scolari e a forma de jogar exigida pelo treinador

Que Valdívia vive no Depto Médico…

Que Valdívia já afirmou, publicamente, categoricamente, que não se considera amigo de Felipão…

Que Valdívia já sofreu uma extorsão ao ser fotografado beijando uma mulher em uma boate com seriíssimas consequências em seu casamento.

Que Valdívia, que, de fato, sofreu esse abominável seqüestro, considerado, preliminarmente um ardil para que deixasse o Palmeiras, fato desmentido categoricamente pela investigação policial…

À LUZ DOS ARGUMENTOS, O QUE VOCÊ FARIA:

FACILITARIA A SAÍDA DE UM CRAQUE INSATISFEITO?

OU EXIGIRIA QUE CUMPRISSE A ÍNTEGRA DO CONTRATO, COLOCANDO-O PARA TREINAR EM SEPARADO,  À ESPERA DE UMA PROPOSTA HONESTA PELA LIBERAÇÃO DELE?

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