TIRONE FRIZZO E DIRETORIA JOGAM BEM NOS BASTIDORES, MAS FELIPÃO E KLÉBER SEGUEM ESTREMECIDOS!
Intra muros podemos dizer que a reconciliação Felipão/Kléber foi, apenas fachada, um jogo de cena, a pedido da diretoria.
Eu não acredito na sinceridade de nenhum dos dois, no momento em que fazem a tal rasgação de seda com troca de encômios e elogios que visam, apenas, ao reequilíbrio do ambiente do elenco.
Kléber e Felipão são duas personalidades muito fortes, explosivas.. Saiu faíscas no duelo verbal que promoveram através da imprensa.
Em condições normais, o que não ocorre hoje, eu apostaria em Felipão, na hipótese de uma queda de braços que demarcasse posições..
O momento atual, entretanto, não é de Felipão, fragilizado pelo tsunami das ondas que partem de dentro para fora do clube visando a tirá-lo do cargo, sob a alegação estúpida de que ele ganha mais do que merece qualquer treinador e tem de sair.
Isso deveria ter sido considerado, antes de sua contratação, não agora.
Aliás, não compreendo porquê o estremecimento entre Kléber e Scolari tomou o vulto e as proporções assumidas. Ah, esqueci que eles prestam serviço ao Palmeiras, não ao São Paulo.
A crítica de Felipão à conduta de Kléber, que compareceu aos desfiles carnavalescos mesmo estando contundido, analisando-se friamente, tinha procedência.
Quem está contundido, se é um profissional dedicado e responsável, não sai de casa e perde uma noite de recuperação nos camarotes de um sambódromo.
O erro de Felipão. aliás, recorrente em sua carreira, foi o de dar dimensão pública a um fato que poderia ter sido tratado internamente. Mas Felipão não consegue se conter em situações assim e, novamente, explodiu.
Ir à imprensa para repreender qualquer jogador, sobretudo alguém como o Kléber, um dos astros do time, não é uma atitude profissional.
É tão antiprofissional quanto a atitude do jogador em passar a noite em sambódromos ou em bailes carnavalescos.
A crítica de Felipão foi rebatida, incontinenti, por Kléber em flagrante desafio a autoridade e a hierarquia.
Felipão foi quem perdeu, sobretudo do ponto de vista moral.
Em sã consciênciam quem perdeu mais, iniludivelmente, foi o próprio Palmeiras.
A mídia, como se esperava, aproveitou o ensejo dessa briga de egos absolutamente inútil, passando a publicar supostas cizanias e divisões no elenco palmeirense e, muito pior, que grande parte do elenco não suporta Felipão e nem deseja mais trabalhar com o treinador.
Pelo que tomei conhecimento, a reconciliação Felipão/Kléber foi, apenas, burocrática, parcial e que as mágoas decorrentes do evento ainda não se dissiparam completamente, se é que um dia vão se dissipar.
Interessante que o fato acontece num momento em que se propala um possível interesse do futebol inglês por Kléber.
Da mesma forma, também se fala que o Galo Mineiro já teria feito uma excelente proposta financeira pelo jogador.
Enquanto isso, no Palmeiras, alguns dirigentes, já de gorro de “maitre” e avental, frigideira à mão, acendem o fogo da discórdia e aquecem o óleo da maldade, e iniciam mais a fritura de Felipão.
Ainda que a gélida reconciliação entre o técnico e o capitão da equipe tenha sido “para inglês ver”, a diretoria de Tirone, a exemplo do que ocorrera em episódios anteriores, coloca panos quentes e abafa o caso divulgando declarações elogiosas recíprocas de ambas as personagens, tornando novamente “clean”, limpo, um ambiente que começava a se deteriorar.
Parece que a nossa diretoria, ao menos nesse quesito, está correspondendo, inteiramente, às nossas expectativas. Estamos cansados de soluções bruscas, impensadas, insensatas e intempestivas, como ocorreu na celebérrima briga entre Obina e Maurício, no intervalo de um Gremio e Palmeiras em Porto Alegre.
Os mineiros, há séculos consagram a expressão e nos ensinaram que o mais importante não é o fato em si, mas a versão. Pouco ou nada importam as farpas que Felipão e Kléber trocaram reunidos diante da diretoria.
Apesar de toda a aversão entre o técnico e o jogador, a versão de que tudo está bem, divulgada por Tirone, Frizzo e Cia, isto é, diretoria, impede a exploração pública maldosa do episódio.
Foi excelente o trabalho de abafa desenvolvido por Tirone e sua turma, que mostraram inteligência, tato, trato e habilidade na condução da intrigante e incômoda questão administrativa.
Melhor para o Palmeiras que vai inteiro para Uberaba, em sua difícil trajetória em busca de uma das vagas da Libertadores 2012, via esse atalho denominado Copa do Brasil
Felipão e Kléber não precisam ser amigos, trocar visitas ou fazerem churrasco um na casa do outro.
Na realidade, precisam ser, apenas, profissionais e um saber que o seu direito começa onde termina o do outro, ressalvado o abismo hierárquico que os separa.
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PS - Quero falar, rapidamente, sobre os grandes clássicos nacionais serem inseridos na rodada final do Brasileirão. Ninguém da mídia, na ânsia de defender os “pontos corridos” que só agradam e convencem a própria mídia, falou no formidável prejuízo financeiro dos clubes compulsoriamente escalados para o sacrifício final.
Pela lógica, a maioria dos clássicos será travada, é natural, sem a menor motivação, posto que muitos clubes já não estarão disputando mais nada.
A CBF vai arcar com os prejuízos decorrentes da paraplegia do Brasileirão por pontos corridos que só a mídia, com raríssimas exceções, não vê?