Observatório Alviverde

10/04/2011

MESMO COM TANTOS RESERVAS, O VERDÃO NÃO PIPOCOU E SEGUE LÍDER DO PAULISTÃO!

 

Antes que os amigos do blog me censurem, quero abrir a postagem dizendo que Lincoln cumpriu um bom desempenho contra o Grêmio Prudente.

Tecnicamente ele parece-me pronto para ocupar a meia de armação, mas, fisicamente tem, ainda, um vasto caminho a percorrer até chegar ao ponto ideal.

De qualquer forma, o importante é que hoje e mexeu-se mais, deslocou-se mais, correu mais do que em jogos anteriores e esse é um bom sinal.

As ausências de Cicinnho, Patrik e Kléber, para quem não analisa futebol exclusivamente sob o prisma do resultado, limitaram um pouco a nossa produtividade. De Rivaldo, ninguém sentiu falta.

Sem Cicinho, Scolari surpreendeu na substituição. Não deslocou, como de hábito, Márcio Araújo para a lateral, preferindo escalar João Vitor.

Foi uma ótima medida, porquanto colocou em campo um jogador de força, de ótimo preparo físico, e manteve fechada a porta da cozinha.

Ademais não subtraímos de nossa formação o nosso principal jogador de armação, Márcio Araújo, o responsável maior por nossa excelente saída de bola, sempre redonda, eficiente, eficaz..

Como este blog vem dizendo há tempos, Araújo está jogando um bolão, principalmente agora que foi colocado em sua verdadeira posição de volante híbrido, misto, isto é, que defende, que arma e que ataca.

Ao manter Márcio no meio campo, Felipão, simplesmente, garantiu a melhor saída de bola do futebol paulista, na atualidade.

Como disse o nosso treinador, não sem justa razão, ninguém, no Brasil, está jogando tão bem quanto Márcio nessa função.

É bem verdade que sem Cicinho e sem Márcio como opção para a ala, perdemos, ontem,  a força ofensiva pelo flanco direito.

Não porque João Vitor não avançasse, não tentasse, ou não se apresentase.

Ocorre que, além de não ter a capacidade de drible e improviso de Cicinho, de não ter a velocidade de Cicinho e de não cruzar como Cicinho, João Vitor, improvisado, não tem, por enquanto, nenhuma intimidade com a posição;.

Por isso, atuou mais como lateral do que como ala. O papel de apoio ficou mais com Tinga que, dentro da habitual esquematização de  Felipão. Como João Vitor apresentou-se muito pouco no ataque, Tinga ficou sem ter com quem dialogar. 

No primeiro tempo o Palmeiras ainda ocupou bastante esse setor porque embora João Vitor fosse mais lateral do que ala, LIncoln atuou cambado pelo lado direito, chegando, em certas ocasiões, a realizar jogadas de um autêntico ponta direita.

A ausência de Patrik foi muito sentida porque esse jogador, jovem e talentoso, consegue desdobrar-se e exercer múltiplas funções.

Além de marcador incansável e aplicado, cumpre as funções de armação de meia de aproximação e de homem de arremate.

As grandes dificuldades que enfrentamos para furar o compacto bloco defensivo gremista, têm muito a ver com a ausência desse jogador que, além de tudo, é um artilheiro, com raro faro de gol desde os seus áureos tempos de Palmeiras B.

Sem Kleber, não tivemos a nossa referência ofensiva.

Por suas próprias características de liderança em campo, de jogador duro na queda, brigão, que não pipoca nas dívididas, Kléber atrai sempre a atenção não de um, mas de vários marcadores, confundindo e desnorteando as defesas.

Como se não bastasse, o Gladiador é um emérito goleador, artilheiro do time e, de longe, o jogador que mais sofre faltas no futebol brasileiro, mais, até, do que o favorito da mídia, o garoto Neymar.

Ontem, jogamos da mesma forma com que vínhamos jogando anteriormente e o time não apresentou grandes oscilações. Manteve a pegada, o rítmo e impôs-se, territorialmente, na maior parte do jogo.

Só cedemos espaço quando, no segundo tempo, Felipão, mais uma vez, como soe sempre acontecer, recuou o time para tentar aproveitar os contrataques.

A diferença, ontem, foi que a nossa defesa esteve firme e a entrada de Valdívia deu agressividade, força e criatividade ao nosso ataque. Assim, não passamos por maiores riscos ou sufoco.

Mesmo sem ritmo de jogo, em função da ausência prolongada e mesmo sem estar em seus dias de maior inspiração, o chileno, mais uma vez esmerilhou deu brilho ao jogo e lustrou o ego da torcida do Verdão.

Como é gostoso ver Valdivia em campo, como joga esse cara, mas a mídia´parece só ter olhos para Ganso e Neymar.

Como da outra vez,  os homens da mídia estão esperando Valdívia ir embora do Palmeiras para reconhecer a sua condição de jogador mais talentoso do atual futebol brasileiro.

No Palmeiras, sou convicto de que o Mago jamais ele terá esse reconhecimento que foi negado a Alex, a Djalminha, a Rivaldo e, até, ao legendário Ademir da Guia, pelo simples fato de jogarem no clube que é patinho feio do futebol de São Paulo,.

Não se ve um único narrador de tv, um único comentarista e nenhum repórter realçar a imensa categoria do Mago em relação aos adversários.,

Quanto mais a sua condição de um dos maiores craques em atividade no atual futebol brasileiro. Como eles são econômicos nos elogios aos jogadores do Palmeiras… Sempre foi assim!

É evidente que, para quem não destrinça o jogo exclusivamente pelos números do placar, o Palmeiras, com Cicinho, Patrik e Kléber em tarde normal, teria, teoricamente, mais facilidades para chegar à vitória.

Mas, verdade seja dita, as alterações processadas por Scolari tiveram o condão de manter a produtividade da equipe, percentualmente, em cerca de 80% .

Serviu para calar a boca de todos aqueles que lançavam dúvidas sobre a capacidade do elenco do Palmeiras, tachando-o de limitado ou fraco em relação aos outros três grandes do futebol paulista.

Na prática tem sido diferente, pois perfeitamente integrados ao comando de Felipão, todos os que têm entrado têm correspondido inteiramente às expectativas e o processo de rendimento da equipe não tem tido solução de continuidade ou fragmentação.

Ninguém pode garantir que vamos levantar o caneco, mas somos convictos de que temos um time de força e qualidade para brigar pelo título deste Paulistão em pé de igualdade e, circunstancialmente, até em condições  superiores do que a maior parte das equipes, os grandes, inclusive.

O Grêmio Prudente não foi um time que nos ameaçasse. Desfrutou de umas poucas chances em bolas alçadas, perdendo a batalha aérea para a nossa defesa.

Houve, também, dois ou três arremates de longa distância em bolas que não alvejaram o nosso gol, para as quais Deola saltou, exclusivamente, de fmaneira a prevenir qualquer curva ou descaída fatal.

Em suma obtivemos, mesmo tão desfalcados, um resultado espetacular contra uma equipe de boa qualidade, em que pese o seu iminente rebaixamento.

Isso mostra, de forma definitiva, que o Campeonato Paulista é uma competição de alto nível, malgrado o trabalho de esvaziamento que sofre, ano a ano, de parte considerável da mídia, mormente de Juca Sabe Nada e seus cronistinhas amestrados.

O Paulistão, deveria, isto sim, ser ampliado, modernizado a fim de cumprir o seu importante papel de revitalização dos clunbes do interior,  de ampliação do mercado de trabalho e da necessária renovação de valores.

Quem deveria encolher um ou dois meses, na ordem natural das coisas, seria o Brasileirão, mas, parece, não há interesse nisso

ANALISANDO OS JOGADORES.

Deola tem de ser o titular até o fim do Paulistão, ainda que Marcos se recupere plenamente. Que fase esplendorosa vive esse jovem goleiro.

João Vitor está aprendendo que, para jogar com Felipão, é preciso um bocado de versatilidade e começou a aprender a jogar de ala, pela direita, missão na qual desincumbiu-se razoavelmente ontem contra o Grêmio.

Danilo e Thiago Heleno formam uma dupla perfeita, e é uma pena que o melhor zagueiro do Brasil, Danilo, tenha sido negociado com o futebol italiano e nos deixe no meio do ano. Será um grande desfalque!.

Heleno vive uma fase magnífica. Defende bem por cima e por baixo, cobre o flanco esquerdo da defesa e tem uma presença espetacular nas jogadas originadas de bola parada, quando há cruzamentos em direção à área inimiga.

Ontem fez o gol que abriu o caminho da vitória.e foi um dos melhores em campo.

O garoto Gabriel Silva correu muito, se esforçou, lutou, defendeu, atacou, mas, a exemplo de Rivaldo, ainda não irradia total confiança à torcida.

Márcio Araújo jogou um bolão e fez jús aos elogios de Felipão que o coloca entre os melhores volantes do país.

A entrada de Araújo em sua verdadeira posição, consertou um gravíssimo problema do time: a saída de bola sem qualidade. Hoje já podemos afirmar que temos a melhor saída de bola entre os grandes de São Paulo.

Marcos Assunção foi muito bem no primeiro tempo. Enquanto teve gás a sua atuação foi impecável. De seus cruzamentos surgiram vários lances de perigo, o gol de Thiago Heleno, inclusive.

Ao perder a condição física abusou um pouco do jogo violento e, em razão disso, recebeu o cartão amarelo. Percebendo o problema, Felipão o retirou de campo, aos 23 do segundo tempo, substituindo-o por Chico que atuou com vontade, porém, burocraticamente.

Luan é sempre uma incógnita. Faz algumas jogadas de Pelé mas a maior parte delas, de um Zé qualquer.Sua contribuição tática ao time, porém, é importante. Ontem, não foi diferente.

Gostei da entrada de Max Santos que é um jogador de drible fácil que entra pelo meio das defesas fintando na vertical, demolindo esquemas defensivos. Não sei porque, até hoje, Felipão deu tão poucas oportunidades ao goiano.

Aliás, Felipão e comissão técnica têm de dar a ele além de oportunidades , confiança e moral, incentivando-o a partir para cima dos adversários, driblando e improvisando, com a finalidade de demolir sistemas defensivos fechados ou retrancados.

Ontem Pardalzinho deu uma pequena amostra de sua incrível capacidade de drible, Essa é uma arma que não podemos desprezar, pois ajuda a ganhar jogos e campeonatos;

Já falei sobre Lincoln que jogou bem mas que tem de melhorar bastante, do ponto de vista fisico, para poder jogar sem tanto sacrifício. Lincoln, visivelmente, está fazendo força para jogar.

Tinga continua amarrando um barbantinho na bola e, às vezes, parece que quer jogar sozinho. De qualquer forma, melhorou de rendimento em relação a outras partidas, É um jogador de enorme potencial que precisa jogar mais coletivamente do que individualmente.

A BRIGA VALDÍVIA/LUAN

Não sei o que os levou ao paroxismo da ira e quase ao desforço físico, mas pareceu-me que Luan não aceitou uma repreensão de Valdívia.

Sem entrar no mérito do problema, até porque o desconheço, prefiro enaltecer a atuação de Felipão e de nossa comissão técnica em face do ocorrido.

Ao tirar Luan, aos 36 do segundo tempo, Scolari despejou um balde de água fria sobre os ânimos exaltados.

Ao sair, Luan tentou dar satisfações ao treinador, mas Felipão disse que o assunto teria de ser resolvido no vestiário.

Outra ação providencial foi a de recomendar que Luan, se entrevistado, não tocasse no assunto, recomendação também passada por Murtosa a Valdívia que teve de se encaminhar para o setor do anti-doping e encontraria pelo caminho uma multidão de repórteres.

Por coincidência, Luan foi o segundo palmeirense sorteado para o exame e os dois brigões foram obrigados a se encontrar no recinto do setor de coleta de material..

Ao que se sabe, ninguém deu declarações a respeito do ocorrido, mas há informações de que os dois conversaram amistosamente e se acertaram.

É incrível como a bolerada tem cabeça oca e que num jogo tranquilo em que o Palmeiras vencia por 2 a 0 e se encaminhava para o final, por egocentrismo, vaidade ou vedetismo, quase que comprometem o resultado positivo de um jogo e o trabalho de toda a temporada, obtidos com tanta luta e sacrifício.

Foi digno de elogios o comportamento de Felipão e de sua comissão técnica, cortando, pela raiz, um episódio que tinha tudo para ser o estopim de uma nova crise no Palmeiras.

Felipão, na entrevista coletiva, teve de peitar verbalmente muitos repórteres, que insistiam em obter informações sobre a briga. Felipão chegou a ser ríspido e deselegante nas respostas, mas conseguiu segurar a onda sem responder o que a mídia insistia em saber.

Agora, com a folga dominical e a reapresentação apenas na segunda-feira, a poeira vai baixar e o Palmeiras, certamente, reencontrará a calmaria das últimas semanas, na expectativa dos jogos da Copa Brail contra o Santo André e da fase classificatória do Paulistão, domingo que vem em Campinas contra a Ponte.

SPORTV

Jota Júnior, Lino e equipe foram muito bem.

Transmissão espetacular, sem reparos e sem retoques, como devem ser sempre as transmissões.

Foi um audiovisual perfeito que, mais uma vez, nos proporcionou o “Moço de Americana”

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Claro que, às vezes, eu não concordo com uma ou outra opinião dos profissionais, sobretudo quando se trata de lances de arbitragem.

Se eu pudesse dar um conselho ao Jota, eu diria que ele deveria se abster completamente de comentar o jogo ou, principalmente, a arbitragem.

Se existe um comentarista ao lado, ônus da opinião tem de ser dele, que é pago para isso, não do narrador.

O narrador não pode se antipatizar, senão vira um Kléber Machado e passa a ter rejeições.

O comentarista pode se antipatizar porque é parte inerente de seu trabalho.

O narrador tem de perguntar ao comentarista para que ele emita o juizo de decisão à luz da imagem reprisada.

O narrador, narra. O comentarista opina!

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Ontem não concordei com duas opiniões de Lino, mas não posso censurá-lo por isso. Opinião, cada qual tem a sua.

Só não vou deixar de criticar as opiniões maldosas assacadas contra o Palmeiras ou aquelas em que o profissional quer fazer de bobo os telespectadores e contraria, frontalmente, desafiadoramente, aquilo que as mostram as imagens.

Voces se lembram do gol de Adriano feito com a mão?

Lances como aquele criminosamente avalisados pela maior parte da mídia, vão sempre ser condenados por este espaço cibernético, a bem da moralidade e da decência no futebol, doa a quem doer.

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ENCERRANDO

Estou satisfeito com a nossa caminhada neste Paulistão.

É óbvio que desejo o título.

Mas se não vier e o time continuar jogando da forma como vem jogando,  dar-me-ei por satisfeito.

Mas sou convicto de que temos tudo, mas tudo mesmo, para vencer.

O jogo de ontem mostrou e comprovou!

Quem tem olhos para ver, veja!

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