Observatório Alviverde

22/02/2018

COMO VOCÊ ACHA QUE O VERDÃO DEVE JOGAR CONTRA O CURICA? DE FORMA CAUTELOSA OU PARTINDO COM TUDO PARA CIMA DO RIVAL?



Nas declarações após treino, ontem, Róger Machado sinalizou que colocará em campo, sábado, contra o Curica, um time muito mais defensivo e precavido.

Isto ficou bem claro a partir do que ele disse da necessidade de os meias palmeirenses ajudarem ainda mais a defesa no "derby" de depois de amanhã.


Uma decepção para quem imaginava, esperava ou espera um Palmeiras ofensivo e exige que o time parta pra cima, "bote pra derreter" e liquide o jogo facilmente a partir de uma tática essencialmente agressiva. 

Inalcançável utopia! Lembrem-se sempre que perdemos todos os jogos do Brasileiro contra o Curica no ano passado, jogando assim !!!

O interessante é que no Paulistão/17, na única vez em que o Palmeiras pôde dar-se ao luxo de atuar ofensivamente, o "luminar" Eduardo Batista preferiu trancafiar-se na defesa e conseguiu atirar pela janela a presença palmeirense nas finais do Campeonato, ao ser derrotado pelo Curica (reduzido a 10 homens na maior parte do jogo) por 0 x 1.

Depois, já com Cuca no comando, jogando bem ofensivamente e do jeito que Carille e os jogadores do Curica mais desejavam e gostavam, perdeu os jogos do primeiro e do segundo turno do Brasileirão respectivamente por 0x2 e 2x3.

Paradoxalmente eu não concordo com a adoção, pelo Palmeiras, de táticas defensivistas ou de quaiquer outras, ainda que ofensivas, em caráter definitivo, pois considero que qualquer time maduro e bem treinado, tem de atuar de acordo com as características dos adversários.

Embora assim o considere, eu não quero cravar categoricae publicamente que o time atual do Palmeiras é o melhor do país...

Afirmo, porém, sem medo de errar que, no mínimo, não é inferior a qualquer outro. 

Em razão, disso tem de (na maioria absoluta das vezes) tomar as iniciativas de jogo e impor a sua força, assim como fazia a primeira cautelosa academia nos anos 60s e 70s com Dudu e Ademir ou como a máquina de jogar bola dos anos 90s desenvolvida por Luxemburgo melhor, até, do que o Santos de Pelé dos anos 50s e 60s.

Entendo, porém, especificamente no jogo de sábado, ser necessária a adoção das providências cuidadosas anunciadas por Róger Machado, em face das características do time que vamos enfrentar, que tem imensas dificuldades para atacar mas que é muito perigoso quando contra-ataca.

Na verdade cada jogo tem as suas perspectivas e as suas nuances táticas antecipadas, cabendo aos técnicos não apenas detectá-las, mas adotar sistemas de jogo no sentido de explorar as deficiências dos rivais. Não fosse assim, de que e para que serviria um técnico? Time algum necessitaria de um técnico!

Um treinador capacitado e dotado de personalidade, tem de usar o seu sistema de jogo, sem essa de expor o time apenas a satisfazer a vontade, o amor próprio e o orgulho desmedido de grande parte da torcida, que raciocina sempre, muito mais, com o coração.

Por tudo o que vi, senti, constatei e depreendi do adversário de sábado que vem, tanto sob as perspectivas do ano passado como as deste ano, entendo que o Palmeiras, se quiser ter maiores chances de vencer, terá de jogar com muita frieza e cautela, principalmente na defesa ! 

A manutenção de uma linha defensiva sólida, como deseja o Róger Machado e a adoção de um esquema de forte marcação e ocupação de espaços, proporcionarão ao Palmeiras a mesma arma letal, sempre usada pelo adversário e com amplo sucesso nos últimos jogos contra o Verdão: o contra-ataque.

Cautela e caldo de galinha, dizem, não faz mal a ninguém! O Palmeiras não pode dar-se ao luxo de ir pra cima do Curica com tudo e de peito aberto pois corre riscos de proporcionar ao adversário a única coisa que ele sabe fazer com eficiência, e justamente aquilo de que ele mais gosta, contra-atacar. 

Nessa hipótese, Róger cometeria, efetivamente, um suicídio tático, considerando-se que o "derby" terá como palco a casa deles.

O Curica, no ano passado, só chegou aos títulos que obteve em face de os treinadores dos demais clubes terem dormido de touca e só descoberto bem tardiamente aquilo que este blog e este analista anteciparam antes mesmo de qualquer outra publicação na Internet no rádio, na TV, no jornal ou em qualquer outro meio de comunicação: 

"o Curica, com o time limitado que tinha (e tem), não seria páreo para os clubes que o enfrentassem jogando na espera, na retranca, fazendo-o provar do próprio veneno". Aconteceu no segundo turno do Brasileirão.

O primeiro treinador a não cair na armadilha de Carille foi Vagner Mancini, à frente do Vitória, comprovando, na prática, a nossa teoria que, em face da pouca renovação do time curicano, continua valendo para este ano.

A partir do momento em que foi exposta, revelada e escancarada a deficiência tática e as vulnerabilidades do Curica, os resultados dessa equipe minguaram em campo e o resto da história todos sabem.

Não fossem as decisões arbitrais equivocadas (muitos pênaltis prós assinalados e outros tantos, contra, não assinalados) que o beneficiaram, um visibilíssimo gol de mão validado, ou, se o  o campeonato tivesse mais algumas rodadas, o título deles do Brasileiro, teria ido, solenemente, para o espaço.

O time de Carille provou de forma definitiva, que não sabe atacar, só contra-atacar.

Que Róger saiba tirar proveito dessa grave deficiência do maior adversário!

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