Observatório Alviverde

18/01/2014

OUTRA SACANAGEM GLOBAL: PALMEIRAS SÓ NO PAY-PER-VIEW!

 

É uma pena que a imprensa tenha fechado os olhos para a real importância dos estaduais, mormente o maior deles, o Paulistão, sob a falsa e leviana alegação de que se trata de um torneio superado, desmotivado e desacreditado.

Tudo em nome de uma suposta modernidade que, na realidade, como diria Padre Quevedo,  "não ecsiste" , isto é, não existe!


Tudo não  passa de vergonhoso entreguismo, completa submissão aos empresários internacionais e aos espúrios interesses do futebol europeu. 

Por falar em europeu, eles não estão nem aí para o futebol brasileiro, a não ser que o assunto seja a aquisição de nosso melhor material humano, os craques!  Preferentemente por uma pechincha, pelo menor preço possível, quase de graça...

Um dia, um tal "juca",
não sei se simpatizante, associado ou portavoz de formidáveis interesses transoceânicos
-ele e seus juquinhas amestrados- puxou o cabo de guerra de uma disputa entre a grande mídia e o futebol do interior,  que se localizava no ponto horizontalmente oposto.

Os clubes, ajudados por algumas federações resistiram bravamente e com vigor até onde puderam, no limite de suas forças e até onde foi possível, mas o futebol acabou capitulando. 


Nesse formidável conflito de interesses, ressalte-se e convém que se diga, o futebol perdeu, não para um ideal, mas para uma campanha de quem dispunha de canhões mais fortes, a grande mídia!

Assim, ao final da derradeira batalha, os clubes do interior que se opunham ou se opuseram ao crime, estão, hoje, alguns, mortos, outros, literalmente, com as calças na mão, muitos, inadimplentes e outros, semi-falidos, sem forças e condições para voltar à vida, como o Campeão Brasileiro de 1978, o Guarani de Campinas.

O tal juca deve ser a reencarnação do cavalo de átila, porque onde ele pisa, literalmente, não nasce mais grama! A comparação, modéstia à parte, interessante, é risível, jocosa e engraçada, mas -rigorosamente- verdadeira!

Hoje, em "O GLOBO", coincidentemente, o tema é abordado pelo colunista carioca Renato Maurício Prado -assumido flamenguista, antipalmeirista- porém inteligente, de bom conteúdo e de um excelente nível profissional.

Assim disse Prado, não o tricolor paulista, o carioca flamenguista:

(SIC)

PRÉ-TEMPORADA
"A bola volta a rolar a partir de amanhã. Começam os Estaduais, torneios que já foram o xodó dos torcedores, mas que, com o passar do tempo, perderam importância, a ponto de serem vistos pelos grandes clubes como parte (menor) da pré-temporada. Os que disputam a Libertadores, então, os desprezam. E tome  time reserva, principalmente nos jogos contra os pequenos.

É uma pena, porque se não fossem tão "inchados" (por interesses políticos) nem começassem tão cedo (atrapalhando o trabalho de base para toda a temporada) tais certames ainda poderiam ser atraentes.
Vitórias sobre os rivais diretos têm um sabor especial e permitem gozações (saudáveis) mais animadas.

Da forma como são disputados, entretanto, os Estaduais servem, apenas
como dor de cabeça para os técnicos, que se conseguem conquistá-los pouco somam a seus currículos, mas se neles tropeçam podem acabar bem cedo no olho da rua".


Na verdade, RMP, o flamenguista, também deve ser inserido no rol daqueles cronistas que trabalharam -cegamente- para o término dos estaduais. Sua manifestação, ontem em O Globo, não deixa de ser uma retratação inconsciente diante de todas as críticas que ouvi dele da parte dele, em anos anteriores em relação aos estaduais.

Notem que Prado começa manifestando uma ponta de nostalgia, e passa, nitidamente, a impressão de estar com saudade dos estaduais. Sobretudo quando diz que "
Vitórias sobre os rivais diretos têm um sabor especial e permitem gozações (saudáveis) mais animadas", no que tem toda a razão!


Em seguida, critica os grandes clubes por se utilizarem de seus times reserva ou da base em muitos desses jogos, o que, em São Paulo, não ocorre, senão raramente!

A alegação de Prado, -não o tricolor, o rubro-negro, -que têm o traço comum de detestarem o Palmeiras- de que os estaduais são inchados, soa-me como desculpa esfarrapada de alguém com remorsos, que sabe que fez "merda"e procura minimizar a situação.

O que atrapalha os estaduais, na realidade, é um calendário curto e impeditivo,  uma absorção indevida de datas, em função dos interesses da Rede Globo. 


O Campeonato Brasileiro, sim, é que deveria apertar as suas datas empurrando o final para mais perto do Natal, assim como as festas comemorativas dele decorrentes, exatamente como era antigamente!

Estados como -principalmente- São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais tem de ter, realmente, 20 clubes nos estaduais, em respeito às cidades pujantes e progressistas dessas regiões, capazes de gerar um movimento financeiro muito maior do que muitas capitais que, hoje, estão no cimo e na elite do futebol brasileiro.

Com o esvaziamento dos estaduais, um PIB -altíssimo, elevadíssimo, monumental- decorrente da atividade de clubes outrora muito ricos, foi desprezado, desconsiderado e desperdiçado.


As consequências da minimização das competições estaduais em cidades de imensa importância econômica, grandes polos comerciais e industriais como  Pelotas, Caxias do Sul, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Campinas, Piracicaba, Rio Preto, Ribeirão Preto, Araraquara, Uberlândia e outras, para que não nos alonguemos e citemos, exclusivamente, aquelas que um dia estiveram na elite do futebol brasileiro, foram devastadoras deixando um rastro de abandono, destruição e, principalmente, de desemprego em massa, no futebol e na mídia. 

Dizer que os campeonatos das segunda, terceira ou de quaisquer outras divisões, de abrangência nacional, a exemplo do que ocorre nos minúsculos países da Europa, substitui com vantagem os regionais é, muito mais do que uma deslavada mentira, uma irresponsabilidade, uma sandice, uma loucura, ou, como se diz, popularmente, ironicamente "me engana, que eu gosto"!

Por isto, quando um idiota qualquer portador de uma carteira da ABRACE disser que o futebol brasileiro já não é o mesmo, que não se renova e que não existe mais uma abundância de valores que supra as nossas necessidades de renovação, mesmo que nutrir antipatia ou não acreditar em nada do que ele diz,  desta vez, por favor, acredite! Ele estará certo!
 

Se o sujeito estiver ao seu lado, ao alcance de seu olhar e e de seu aparelho vocal, pergunte-lhe as razões pelas quais o futebol brasileiro já não consegue se renovar como antigamente. 

Ele vai lhe apresentar uma série infindável de razões, mas, com certeza, não lhe dará a principal, a causa das causas que é a extinção das competições e dos campeonatos regionais. Detalhe: 95% dos cronistas brasileiros ajudaram a esmaecer a cor local a fim de poderem bater no peito e dizer: " - eu sou um jornalista atualizado".

O RESUMO DA ÓPERA ESTÁ NO LIBRETO ABAIXO:

ato 1
Juquinha e seus miquinhos amestrados tudo fizeram e fizeram de tudo, até conseguir minimizar , desmoralizar, desmobilizar e demolir os regionais. Não conseguiram, porém, destruí-los da forma como realmente desejavam, porque esses campeonatos são indestrutíveis e estão incrustados e eternizados no coração e na alma do povo brasileiro. Só eles não sabem disso. A Rede Globo sabe, mas por questões de interesse econômico, finge que não sabe!

ato 2
As Federações, sobretudo a FPF, que não queriam liquidar os regionais, baixaram vergonhosa e humilhantemente a cabeça, admitindo a criminosa retificação do certame, em detrimento dos clubes filiados e das grandes cidades do interior onde o futebol, praticamente, se extinguiu, do ponto de vista profissional.

ato 3
Muitos -a maioria- dos jornalistas e cronistas esportivos dessas cidades, na qualidade de "juquetes", digo, de joguetes, adotaram o discurso do coveiro e ajudaram a enterrar os seus clubes, o futebol e a própria profissão. Consequência: o desemprego em massa. 

Nunca se viu na história da comunicação do país, tantos profissionais do rádio esportivo desempregados como nos dias de hoje. 
Em cidades nas quais, outrora o rádio era pujante e cheio de vida, como Ribeirão Preto, Rio Preto, Uberlândia para citar, apenas, aquelas que conheço bem, grassam, agora, o desespero, o subemprego e o desemprego. As rádios do interior estão cada vez mais restritas, sem patrocinadores e sem ter mais o que transmitir.  Agora todos culpam a Internet! HAHAHAHAHAHAHAHAHA!

ato 4
Cúmulo dos cúmulos, muitos dirigentes dos clubes interioranos, autênticos homens-bomba, suicidas, pegaram essa pilha, engrossaram o movimento e cometeram um "harakiri" à brasileira, isto é, atiraram no próprio rabo!

ato 5
O interior paulista, seguramente o maior PIB do futebol nacional, depois de São Paulo e Rio, estão reduzidos à humilhante condição de terra arrasada, com a destruição da maioria de seus clubes, com a diminuição ou desaparecimento de seus craques e revelações, a com a quase erradicação de seus rádios- esportivos. 

 
Como se não bastasse tudo isso há a agravante do desprezo à história e à tradição dessas cidades, que tanto contribuíram para a formação, edificação e construção do futebol brasileiro penta-campeão do mundo e pelas suas tradições. Fim! Fim! FIM! Chegamos ao fim da picada!
 

Pois é, acreditaram num Juca, os "lelés da cuca"! Arquem, agora, com as inevitáveis consequências e reconstruam os vossos clubes.

O cúmulo dos cúmulos é que até presidentes dos times do interior compraram essa "ideia de jerico" e ajudaram o coveiro a promover um grande enterro dos melhores e mais tradicionais clubes do interior de São Paulo e do Brasil na vala comum de sua vaidade, mediocridade e da completa falta de capacidade e competência para o exercício da função jornalística!
 

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O Palmeiras joga, hoje, contra o Linense pelo Paulistão.

Esse jogo, em anos anteriores, mobilizaria uma grande multidão e proporcionaria uma excelente arrecadação. É um jogo de muita tradição, desde os tempos -década de 50- em que o time de Lins tinha um goleiro chamado Herrera e um zagueiro que atendia pelo nome de Frangão!

Entretanto, muitos dos nossos torcedores, também lelés da cuca, ainda acreditam em Juca e, em vez de ir ao estádio alegam que "nem o jogo e, menos ainda, o campeonato, merecem atenção". É mole? Querem mais?

De minha parte, eu que moro em BH, assistirei ao jogo pelo ultrajante pay-per-view, o limbo no qual a Globo internou o Palmeiras há largos e longos anos, uma espécie de casa de repouso dos clubes que a tv julga sem audiência, ultrapassados e demodês! Se serve de consolo, o Vasco nos faz companhia!

Penso que a Globo, certamente, imagina que, daqui à Copa das Arábias em 2018, terá tirado o Palmeiras de circulação e reduzido o clube a sub-nitrato do pó de esterco!

Como pode um clube da força do Palmeiras, da pujança do Palmeiras, da tradição do Palmeiras, do apelo popular do Palmeiras, terceira torcida, disparadamente, do futebol brasileiro, ser tão vilipendiado, tão desprezado, tão humilhado e tão escondido pelos malditos produtores globais?

Já passou da hora de Nobre chamar essa gente para uma conversa séria e colocar as coisas e os fatos em seus devidos lugares, sob pena de o time se esvaziar ainda mais! 


A cada ano a Globo reduz, paulatinamente, a nossa quota e, se não houver uma reação proporcional, daqui a pouco estaremos recebendo em nível parecido aos times de segundo escalão. E, pior, só passando os nossos jogos no pay-per-view! Isso é ultrajante e desmoralizante, temos de reagir!

Como pode o Palmeiras vender um patrocínio master significativo se os nossos jogos não são exibidos na TV aberta em tempo real, sob a falaciosa e mentirosa alegação de que não dão ibope?

Muitas vezes eles passam o jogo exclusivamente para São Paulo e os nossos diretores e a nossa torcida imaginam que o Palmeiras se apresenta em rede nacional. Pode?

Ultimamente tenho visto, lido e ouvido outro factóide, segundo o qual os jogos do Palmeiras passam, sempre e mais pelo pay-per-view, porque a nossa torcida foi a que mais comprou esse pacote!

Só louco para acreditar nessa falácia! Não me refiro à hipótese de a nossa ser a torcida que mais comprou o pacote, porque, de fato, o palmeirense, via de regra, tem um bom poder aquisitivo.

O que ninguém acredita, e não dá para acreditar é que a razão de 90% de nossos jogos não serem transmitidos pela matriz global ou pela Band, em tempo real e em rede nacional, seja porque o Palmeiras proporcione menos audiência do que os seus adversários.


Na verdade, os globais preferem privilegiar a transmissão dos jogos dos chamados clubes de massa, e, fora estes, preferem exibir o SPFC e até o Santos, cujas torcidas são bem inferiores em número, em vibração e em participação, em relação à nossa. A razão disso ninguém explica! Nem Freud, nem eles mesmos, talvez! Quem sabe Carlos Zéfiro possa explicar!

Hoje, sábado, na inauguração do Paulistão 2014, apesar das atrações que o Palmeiras vai lançar no jogo contra o Linense, no Pacaembu, às 17 horas, estamos, rigorosamente, fora da mídia de maior visibilidade. 


No entanto o Santos versus  XV de Piracicaba, muito menos importante e um espetáculo de muito menor apelo popular, será visto no Sportv às 19.30H, assim como o jogo dos bambis e do Cu-rintia que, para variar, será mostrado amanhã, domingo em horário mais que nobre, nobilíssimo e em circuito -quase- nacional!

É muito desacato, muito descaso e muita desmoralização para um clube do tamanho do Palmeiras. Nobre, repito pela enésima vez, tem de reagir a isso, antes que seja tarde!

SUGESTÕES PARA ASSUSTAR A GLOBO:

A) Negociar com a Record ou com o SBT o patrocínio Master e entrar em campo com a logomarca de qualquer dessas empresas estampada em nossas camisas, imitando e reeditando o que fez Eurico Miranda.

B) Negociar com as empresas concorrentes dos patrocinadores da Globo, que quando estiver mostrando ou promovendo uma marca o Palmeiras mostra e promove outra. Seria possível?



c) Procurar o Vasco, o Grêmio, o Galo Mineiro, o Bahia e outros clubes insatisfeitos pelo tratamento que estão recebendo da Globo e, juntamente com uma grande rede de televisão, iniciar conversações visando a criar uma liga paralalela à atual. 


Sei, perfeitamente, que estes não são os melhores caminhos ou as melhores soluções, em função do momento que vivemos, mas qualquer movimentação nesse sentido mexerá com os brios da Globo e, certamente, afastará muitas pedras de nosso caminho
 

O fato é que, de um jeito ou de outro, de uma forma ou de outra,  de uma maneira ou de outra, precisamos agir, antes que percamos mais quinze pontos através dos erros de arbitragem -certamente encomendados- e nos remetam de volta ao inferno da segunda divisão, local em que os globais mais desejam que estejamos. Sempre!

Quanto a mim, desejo, ardentemente que eles vão para outro lugar!


FALE SOBRE O TEMA QUE QUISER, SOBRE O QUE ANALISEI, SOBRE O TIME, QUALQUER COISA OU COISA QUALQUER, MAS FALE SOBRE O VERDÃO, A NOSSA ÚNICA E INIGUALÁVEL PAIXÃO!

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