Observatório Alviverde

03/08/2016

NÃO SÃO OS TIMES DE MENOR EXPRESSÃO QUE ENDURECEM OS JOGOS CONTRA O PALMEIRAS, MAS O VERDÃO QUE AMOLECE!



Muitos estranham o fato de times tidos e havidos como de menor expressão do Brasileiro endurecer o jogo para o Palmeiras, facilitar os bambis, amenizar para as sereias e entregar (no sentido de nunca conseguir jogar bem e à vontade) para o Curica.

Pode soar estranho o que escrevo mas qualquer retrospectiva que se fizer sobre o assunto, constatará facilmente o que afirmamos.

O fato é que o Palmeiras dos anos dois mil, noves fora um ou outro período mais favorável, há alguns anos já não aterroriza mais seus adversários de menor expressão como ocorria em outras épocas.

Infelizmente o elemento causador desse problema do time é a Sociedade que lhe empresta o nome, que tem pouco (quase nada) de esportiva e muito de social.

Nos primórdios de sua existência, o time era tido, mantido e tinha as contas saldadas -integralmente- pela abastada Sociedade de italianos que o criou, superavitária e que nadava em dinheiro, denominada então de Palestra Itália.

Durante muitos anos foi assim com a chancela das Indústrias Matarazzo que somente aqueles que viveram as décadas de 40, 50 e 60 sabem e tem a verdadeira ideia do que essa empresa representava nas economias do Palmeiras, de São Paulo e do Brasil. 

Entretanto, de uns tempos a hoje a Sociedade Esportiva se esvaziou e empobreceu, a exemplo do que ocorre com a maior parte dos clubes de lazer do país, em razão das mudanças dos tempos, dos hábitos e dos valores sociais vigentes.

Por tudo isso, a Sociedade Esportiva teve de adaptar-se aos novos tempos e já não é mais um conglomerado exclusivo de palmeirenses de corpo, palma e alma como aquele de priscas eras.

O clube de lazer, hoje, foi tomado de assalto por associados a que chamo de bárbaros de todos os clubes cujos interesses estão voltados apenas e tão somente para a Sociedade e não para o time.

Aliás se eles pudessem ou dispusessem de poder, certamente queimariam as nossas camisas e acabariam com o time do Palmeiras.

Por tudo isso, há anos que a Sociedade, deficitária, sobrevive -muito- em função de dotações financeiras oriundas das receitas do futebol profissional, ainda que seja para fazer "giro".

Essa mudança radical prejudica demais o futebol do Palmeiras que fica impedido de investir, de se expandir e progredir.

Neste momento as contas envolvendo o time e o clube só estão estabilizadas em face do poderio financeiro do atual presidente e de sua louvável vocação para o mecenato.

Ontem, na TV, "São" Marcos revelou que numa determinada época de sua carreira os dirigentes da época cogitaram transferi-lo para o Curica a fim de receber um dinheiro que pudesse amenizar a situação financeira do clube e que ele só não saiu porque tinha uma imagem construída e preferiu não se arriscar.

Assim como Marcos imaginem quantos jogadores de alto nível o Palmeiras "torrou" em negociações que visavam exclusivamente a "fazer caixa" para quitar despesas da Sociedade, sem que houvesse qualquer preocupação em relação à torcida!

Aí você me pergunta o que é que tudo o que foi dito tem a ver com o fato de os times endurecem os jogos quando enfrentam o Palmeiras?

Explico:

Infelizmente essas situações esdrúxulas levaram o clube à incapacidade de montar equipes competitivas capazes de brigar pelos títulos.

Com equipes sempre mais fracas e defasadas em relação aos grandes e ao nível dos adversários de menor expressão, os times pequenos aprenderam que contra o Palmeiras bastava se esforçar e dar um pouco mais de si que os resultados aconteciam naturalmente.

Ademais sabiam também que há, sempre, o fator arbitragem contra o Verdão (com o beneplácito e apoio da mídia) interferindo nos resultados, tanto e quanto o jogo dos bastidores jogado nas Federações, na CBF e nas entranhas do judiciário esportivo.

Reparem que ao longo de tanto tempo o Palmeiras, da década de 80 até hoje, não conseguiu revelar sequer uma única e solitária liderança diretiva.

O dirigente mais forte e influente dos últimos tempos, inegavelmente, foi Mustafá Contursi que reiteradas vezes deu mostras cabais que o futebol do Palmeiras estará (para ele, para ele, para ele), sempre abaixo dos interesses da Sociedade que forma o clube. 

Então, apesar de sua competência e liderança,  os seus inegáveis dotes administrativos não o credenciam mais a dirigir o Palmeiras, um clube que deveria priorizar (no sentido mais amplo da expressão) o futebol profissional acima de quaisquer atividades sociais!

Essas resistências e maior empenho dos times menores em relação ao Verdão são decorrentes de tudo o que abordamos e que, esperamos, não se repitam em tempos de Allianz e da volta da torcida.
  
Em relação ao jogo de amanhã sou convicto de que vai ser osso! 

Não tanto pela Chapecoense que tem até um bom time e joga dentro de seu alçapão, mas pelo próprio Palmeiras cujos jogadores parecem passar por um momento difícil de intranquilidade, desconfiança e indefinições.

Passou da hora de Cuca aparar as arestas com alguns atletas, definir os melhores, demarcar as titularidades visando a dar moral e confiança para quem for jogar, adotar um esquema compatível com as peças de que dispõe e não tomar conhecimento do adversário.

Neste momento, graças a Nobre e apesar de Mattos, o Palmeiras tem condições de colocar em campo (como vinha acontecendo até duas rodadas atrás) o melhor time do Brasileirão!
 
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