Observatório Alviverde

25/10/2011

DIRETORIA E FELIPÃO TEM DE CALAR A BOCA E PARAR DE FALAR EM CONTRATAÇÕES! PRINCIPALMENTE EM DISPENSAS!

 

É indiscutível, muito visível, que há insatisfações no elenco do Palmeiras, decorrentes dos mais variados motivos, entre os quais destaco:

1) A revolta do grupo para com a diretoria a partir do momento em que, estupidamente, infantilmente, amadoristicamente, Pituca admitiu em entrevistas, que daria um aumento salarial a Kléber manga-podre depois de tudo o que ele fez antes de cumprir o seu sétimo jogo no Brasileirão, justamente contra o Flamengo, clube que o aliciou.

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2) O sentimento de contrariedade em face do abismo que separa os salários da maioria em relação aos de Valdívia, Kléber, Henrique, Maicon Leite, Márcio Araújo e outros. Com esse abismo, com essa diferença, falar em aumento para quaisquer desses jogadores, significa acirrar os ânimos e desencadear desânimos.

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Cá entre nós                                      

Disse-me um empresário influente e bem informado, a quem encontrei numa Feira,na Expominas, semana passada,  aqui em BH:

Como é que o seu Palmeiras pode pagar 240 mil mensais a um jogador comum como Márcio Araújo? 

Seria isso mesmo? Gosto muito de Araújo, mas não creio que ele valha tanto dinheiro porque, de fato, não passa de um bom jogador!

Se estiver ganhando tanto quanto garantiu-me o empresário, é melhor que o Palmeiras encontre uma forma de vendê-lo ou de emprestá-lo a quem se dispuser a pagar tanto dinheiro por um, apenas, bom jogador.

Seria, a exemplo do manga podre, mais um mediano com salário de craque.

Com 240 mil mensais contrata-se craques! Ou estou enganado?

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3) Boa parte do grupo tem bronca de Felipão que, às vezes, pensa que o corpo humano é uma máquina, um motor ou um moto-contínuo, exigindo que o time marque a saída de bola o jogo inteiro, fora a marcação normal rotineira, para a qual ele também é muito exigente.

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Raciocinemos

Marcar saída de bola é uma alternativa válida, porém para  determinados momentos do jogo e com jogadores fisicamente capacitados a exercer esse papel e ainda terem forças suficientes para atacar. No Palmeiras só Luan entre os atacantes tem condições de exercer esse papel.

Não existe time nenhum que eu tenha conhecido em mais de quarenta anos de militância no futebol, nem o decantado Grêmio de Felipão que houvesse conseguido usar essa estratégia durante os 90 minutos de um jogo.

O elenco tem razão, sobretudo os atacantes, em reclamar dessa  exigência pra lá de absurda.

Nesse ponto, Felipão não pensa, não raciocina porque ao submeter os seus atacantes, o tempo todo, a tal sacrifício, faz com que todos fiquem, mais do que cansados, extenuados, sem forças para atacar com velocidade, envolver e surpreender as defesas adversárias, chegar, arrematar e, enfim, fazer o gol.

É por isso que não conseguimos pontuar em lances normais do jogo, apenas através da chamada “bola-parada”. Vejam que os nossos atacantes raramente tentam envolver o adversário através do drible ou do individualismo. Os caras, nas poucas vezes que chegam, estão mortos!

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Insistindo no assunto:

Certa vez conversei com Alencar, que os palmeirenses mais velhos conheceram bem.

Alencar foi o centro-avante campeão da Taça Brasil em 1959, quando o Bahia derrotou o Santos, com Pelé e tudo, dentro da Vila Belmiro, artilheiro que o Palmeiras, imediatamente, contratou. 

Naquela época os nossos dirigentes eram mais inteligentes, mais lúcidos, mais espertos, tinham visão e contratavam sempre muito mais atacantes do que defensores, estes sempre mais fáceis de serem encontrados.

Por isso nunca faltaram gols à nossa primeira academia, eu disse a primeira que ainda não tinha Ademir da Guia, tinha Chinesinho, vendido (como sempre) ao futebol italiano. A segunda só ganhava de 1 x 0 e valia pelo toque de bola mágico, magistral, perfeito!

Há quantos anos não fazemos mais isso, isto é, ter sempre mais atacantes do que volantes de contenção e zagueiros?

Olha eu fazendo digressão da própria digressão, feito a locutorzada do Sportv e PFC, mas não posso furtar-me de relatar o fato histórico 

Alencar também foi técnico e dirigiu muitas equipes do nordeste brasileiro com algum sucesso.

Seu temperamento briguento, incontrolável, e irascível, o prejudicou muito como treinador. Por qualquer coisa ele ia às vias de fato, Saía na mão grande mesmo fosse com torcedor, com jogador e até com diretores dos clubes que dirigia

Fora de campo era um cidadão educado, cortês, que falava com propriedade o boleirês.

Alencar disse-me, certa feita, que o sistema ideal para que um time tenha uma marcação muito forte, sem prejuízo de suas atribuições ofensivas, era através  da meia-pressão.

Ele recomendava a marcação forte da linha de meio campo para trás, atraindo o adversário para criar os espaços e contra-atacar com fôlego, força, contundência e eficiência após a retomada de bola.

Tudo o que Felipão quer fazer mas não consegue porque exagera na dose da marcação total no campo todo e na saída de  bola, diminuindo a vitalidade de seus atacantes em lances absolutamente inúteis.

Felipão tinha de dar uma espiada no canal Mundo Animal para ver e aprender como agem os predadores na hora da caça. Eles são pacientes e economizam energias para que possam ter forças suficientes para o bote do abate.O gol não deixa de ser uma espécie de caça.

Hoje fala-se em linhas de dois, em linhas de quatro, em saída de bola, mas tudo é mera questão de nomenclatura. Naquele tempo ninguém dizia isso porque havia no futebol o que o “genial e fantástico” Telê Santana liquidou , os ponteiros especialistas que acabavam com quaisquer linhas através de dribles e infiltrações desconsertantes.

Os pontas, infelizmente, foram substituidos a pior pela passagem dos laterais, a maioria toscos e previsíveis.

Telê foi um excelente técnico, ótimo preparador de times solidários, arquiteto de lances ensaiados eficientes,simples e objetivos, enfim, um profissional sério, exigente, trabalhador, disciplinador, o rei dos movimentos repetitivos e dos trabalhos de fundamento.

Houve e há um grande exagero da mídia quando se trata de avaliar Telê, que de excelente treinador quando treinou o Palmeiras, foi elevado à condição de gênio e de maior treinador da história do futebol brasileiro a partir de quando passou a dirigir o clube favorito da mídia paulistana, o SPFC.

Os rótulos de gênio e de maior treinador da história, absolutamente exagerados e imerecidos, na medida em que rebaixam Osvaldo Brandão, Rubens Minelli, Filpo Nuñez  que sempre tiveram times melhores que os dele, só lhe foram outorgados por isso.

O resto é papo-furado dos contadores de histórias (ou seria estórias) da mídia brasileira?

Pouca gente sabe, mas quando o SPFC ganhou o segundo mundialito com Telê, parte do grupo não festejou com ele mas a mídia não disse nada, não repercutiu nada, preferiu saborear e festejar a “extraordinária conquista do melhor time do mundo”.

Se era assim àquela época, imaginem como é hoje!

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4) Mais do que falta de confiança, tem havido um certo esmorecimento dos jogadores do Palmeiras decorrentes de tantas confusões, tantas crises, tantas broncas de Felipão, tantas notícias de contratações e do anúncio intempestivo, completamente fora de hora, de um novo time para 2012.

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Para a diretoria e Felipão pesarem, pensarem e avaliarem

Que jogador vai dar o sangue sabendo que só fica no clube até o final do ano e que está vivendo um fim de festa?

Quem vai treinar com afinco sabendo que o ano está terminando e que ele vai ter de procurar um novo clube para jogar?

A diretoria já anunciou que tem doze nomes em pauta. Eu e você entendemos que é em pauta, mas isso soa para os atletas como doze contratações já encaminhadas, quase concluídas, sacramentadas…

Em vez de ficar falando em contratações improváveis, Felipão e a diretoria do Palmeiras precisam, sim, motivar o elenco, levantar o moral o grupo e promover, urgentemente, uma tabela de gratificações por objetivos alcançados, mais ou menos assim:

Pela quase impossível vaga na Libertadores, X reais. Pela vaga na Sul-Americana, Y reais e pela fuga do rebaixamento, Z reais. Fica muito mais barato do que cair para a segunda divisão.

Não se esqueçam que muitos dos ameaçados pelo corte  torcem por times adversários e numa hora como essa podem fingir profissionalismo mas se vingam do clube e nos enterram dentro de campo.

E, se a exemplo do que ocorria no Corinthians na época do jejum das décadas de 60 e 70 os próprios dirigentes oposicionistas do Palmeiras enviarem, à socapa, pacotes de dinheiro para alguns atletas?

Não creio que cheguem a tanto, nem os maus dirigentes nem os jogadores, mas, do jeito que andam as coisas, tudo pode acontecer nesse Palmeiras sofrido, abatido, desolado e acuado, como jamais ocorreu em sua história.

Não se esqueçam que os nove pontos de vantagem sobre o primeiro dos quatro da faixa da degola vão se desgastar e se dissipar muito rapidamente se não conquistarmos, urgentemente, uma vitória,

Do jeito que o time anda, com as crises se avolumando e se multiplicando a cada dia, com um técnico cujas palavras já não são tão ouvidas e obedecidas por um elenco cada dia mais arisco e desconfiado quanto ao destino de cada jogador, estamos correndo severíssimos riscos de perder a sul-americana e entrar no rebolo.

Portanto, alerta diretoria. Melhor é prevenir do que remediar!

A DIRETORIA E FELIPÃO TÊM DE CALAR A BOCA E PARAR DE FALAR EM CONTRATAÇÕES!

PRINCIPALMENTE EM DISPENSAS!

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